domingo, 22 de maio de 2016

Saúde/Enfermagem - Artigos sobre doenças

"Os artigos desta página têm como único objetivo a preparação para o concurso público."

1.    AIDS
2.    Diabetes Mellitus
3.    Doença de Chagas
4.    Doenças Respiratórias
5.    Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST
6.    Doenças Transmitidas por Alimentos
7.    Esquistossomose
8.    Filariose
9.    Hanseníase
10.  Hepatites Virais No Brasil
11.  Leishmaniose
12.  Leptospirose
13.  Malária
14.  Meningites
15.  Peste Bubônica
16.  Programa Nacional de Controle da Dengue
17.  Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT)
18.  Raiva
19.  Rubéola
20.  Tracoma
21.  Tuberculose

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AIDS
A aids é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV (proveniente do inglês - Human Immunodeficiency Virus).
A transmissão ocorre por meio do contato com sangue, sêmen, secreção vaginal ou leite materno da pessoa doente. Vale destacar que suor, lágrima, beijo no rosto ou na boca e uso comum de sabonete, toalha, copos ou talheres, entre outros, não transmitem a doença.
Desde 1996, com a distribuição gratuita de medicamentos aos brasileiros que necessitam do tratamento de aids, houve um aumento na sobrevida e uma melhora na qualidade de vida dos pacientes portadores do HIV. Atualmente, cerca de 180 mil pessoas recebem tratamento de aids fornecido pelo Ministério da Saúde e distribuído gratuitamente na rede pública de saúde.
Diagnóstico
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes, realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue. Esses testes podem ser realizados nos laboratórios de saúde pública, por meio do atendimento do usuário nas unidades básicas de saúde, em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em laboratórios particulares. Nos CTA, o teste anti-HIV pode ser feito de forma anônima e gratuita.
Nesses Centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, feito de forma cuidadosa, a fim de facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente.
Todos os testes devem ser realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA/MS) e por ela controlados.
Sintomas
A aids não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Entretanto, os sintomas iniciais são semelhantes: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para desaparecer.
Com a progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas, tais como: tuberculose, pneumonia, alguns tipos de câncer, candidíase e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e meningite, por exemplo).
Prevenção
Diversos estudos confirmam a eficiência do preservativo na prevenção da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis. Em um estudo realizado recentemente na Universidade de Wisconsin (EUA), demonstrou-se que o correto e sistemático uso de preservativos em todas as relações sexuais apresenta uma eficácia estimada em 90-95% na prevenção da transmissão do HIV. Os autores desse estudo sugerem uma relação linear entre a frequência do uso de preservativos e a redução do risco de transmissão, ou seja, quanto mais se usa a camisinha menor é o risco de contrair o HIV.




DIABETES MELLITUS
O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. A insulina é produzida pelo pâncreas e é responsável pela manutenção do metabolismo da glicose e a falta desse hormônio provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
·         Tipos:
•  Tipo 1: causada pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos.
•  Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na secreção de insulina. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.
•  Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Sua causa exata ainda não é conhecida.
•  Outros tipos: são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. Podem ser: defeitos genéticos da função da célula beta; defeitos genéticos na ação da insulina; doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística, etc.); induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos, etc.).
·         Principais sintomas do DM tipo 1:
vontade de urinar diversas vezes; fome frequente; sede constante; perda de peso; fraqueza; fadiga; nervosismo; mudanças de humor; náusea; vômito.
·         Principais sintomas do DM tipo 2:
infecções frequentes; alteração visual (visão embaçada); dificuldade na cicatrização de feridas; formigamento nos pés; furúnculos.
·         Complicações:
O tratamento correto do diabetes significa manter uma vida saudável, evitando diversas complicações que surgem em consequência do mau controle da glicemia. O prolongamento da hiperglicemia (altas taxas de açúcar no sangue) pode causar sérios danos à saúde:
•  retinopatia diabética: lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos e, como consequência, a perda da acuidade visual.
•  nefropatia diabética: alterações nos vasos sanguíneos dos rins fazem com que haja a perda de proteína na urina; o órgão pode reduzir sua função lentamente, porém de forma progressiva, até sua paralisação total.
•  neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas como: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos; dores locais e desequilíbrio; enfraquecimento muscular; traumatismo dos pêlos; pressão baixa; distúrbios digestivos; excesso de transpiração e impotência.
•  pé diabético: ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado.
•  infarto do miocárdio e acidente vascular: ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos que possam combater a pressão alta, o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo, são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência deste problema é de 2 a 4 vezes maior nas pessoas com diabetes.
•  infecções: o excesso de glicose pode causar danos ao sistema imunológico, aumentando o risco da pessoa com diabetes contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate aos vírus, bactérias, etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia. O alto índice de açúcar no sangue é propício para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica.



                                Doença de Chagas
É uma doença transmissível, causada por um parasito transmitida principalmente através do "barbeiro". O agente causador é um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas. Os barbeiros abrigam-se em locais muito próximos à fonte de alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas escondem-se nas frestas, buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de serem encontrados em galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos.
Transmissão: A transmissão se dá pelas fezes que o "barbeiro" deposita sobre a pele da pessoa, enquanto suga o sangue. Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de coçar facilita a penetração do tripanossomo pelo local da picada. O T.cruzi contido nas fezes do "barbeiro" pode penetrar no organismo humano, também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou cortes recentes existentes na pele. Podemos ter ainda, outros mecanismos de transmissão através de: transfusão de sangue, caso o doador seja portador da doença; transmissão congênita da mãe chagásica, para o filho via placenta; manipulação de caça (ingestão de carne contaminada) e acidentalmente em laboratórios.
Sintomas:
Fase aguda: Febre, mal estar, falta de apetite, edemas (inchaço) localizados na pálpebra ou em outras partes do corpo, infartamento de gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação clínica da doença, podendo passar desapercebida.
Fase crônica: Nesta fase muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do T.cruzi . Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo.
Tratamento: As drogas hoje disponíveis são eficazes apenas na fase inicial da enfermidade, daí a importância da descoberta precoce da doença.
Prevenção: Baseia-se principalmente em medidas de controle ao "barbeiro", impedindo a sua proliferação nas moradias e em seus arredores. As atividades de educação em saúde devem estar inseridas em todas as ações de controle, bem como, as medidas a serem tomadas pela população local, tais como:
·         melhorar a habitação, através de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas;
·         usar telas em portas e janelas;
·         impedir a permanência de animais como cão, gato, macaco e outros no interior da casa;
·         evitar montes de lenhas, telhas ou outros entulhos no interior e arredores da casa;
·         construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósitos, afastados das casas e mantê-los limpos;
·         retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;
·         manter limpeza periódica nas casas e em seus arredores;
·         difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, vetor e sobre as medidas preventivas;
·         encaminhar os insetos suspeitos de serem "barbeiros" para o serviço de saúde mais próximo.



Doenças respiratórias
O que são doenças respiratórias?
As doenças respiratórias são as que afetam o trato e os órgãos do sistema respiratório.
Quais são os fatores de risco?
O tabagismo, a poluição, a exposição profissional a poluentes atmosféricos, as condições alérgicas e doenças do sistema imunitário, entre outros.
Que tipos de doenças respiratórias existem?
Existem 14 tipos diferentes de doenças respiratórias
Broncopatias: doenças dos brônquios, como a asma, a bronquiectasia e a bronquite.
Pneumopatias: grupo de doenças pulmonares, entre as quais se destacam a atelectasia, as doenças pulmonares intersticiais, neoplasias pulmonares, tuberculose pulmonar, hipertensão pulmonar, pneumopatias obstrutivas, pneumonia, pneumopatias fúngicas, pneumopatias parasitárias, síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido.
Transtornos respiratórios: são assim designadas as doenças respiratórias em geral ou aquelas que não são uma doença específica. Neste grupo incluem-se a apneia, síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido, dispneia, insuficiência respiratória, hiperventilação, etc. A tosse, a rouquidão, a aspiração de mecônio, respiração bucal, laringismo, síndroma do desconforto respiratório do adulto, também são considerados transtornos respiratórios.
Fístula do trato respiratório: passagem anormal na comunicação entre algum componente do trato respiratório ou entre qualquer parte do sistema respiratório e os órgãos circunvizinhos.
Doenças torácicas: doenças que afetam o tórax.
Transtornos da motilidade ciliar: desordens caracterizadas pelo movimento ciliar anormal no nariz, nas sinuses paranasais, no trato respiratório, entre outras. A síndroma de Kartagener, doenças respiratórias crónicas, a sinusite crónica e a otite crónica constituem manifestações deste tipo de transtornos.
Doenças nasais: doenças do nariz em geral ou não especificadas. Exemplos de doenças nasais são as neoplasias nasais, doenças dos seios paranasais e a rinite. A epistaxe (derramamento de sangue pelas fossas nasais), a granuloma letal da linha média, a obstrução nasal, as deformidades adquiridas nasais, a rinoscleroma (infecção) e os pólipos nasais (tumores) integram-se também nas doenças nasais.
Hipersensibilidade respiratória: uma forma de hipersensibilidade que afeta o trato respiratório, como acontece com a asma, a febre dos fenos, a alveolite alérgica extrínseca, a aspergilose broncopulmonar alérgica e a rinite alérgica perene.
Infecções respiratórias: infecções do trato respiratório superior. Resultam dessas infecções as seguintes doenças: empiema pleural, complexo da doença respiratória bovina, bronquite, laringite, legionelose (doença do Legionário), pneumopatias fúngicas, pneumopatias parasitárias, pleurisia, pneumonia, rinite, sinusite, tonsilite, tuberculose pleural, tuberculose pulmonar, coqueluche, resfriado comum, influenza, abcesso pulmonar, faringite, rinoscleroma, síndroma respiratório agudo grave, traqueíte (inflamação da traqueia) e tuberculose laríngea.
Doenças da traqueia: incluem neoplasias da traqueia, estenose traqueal (estreitamento patológico da traqueia), traqueíte, traqueobroncomegalia, fístula traqueoesofágica.
Doenças da laringe ou laringopatias: doenças da laringe em geral ou não especificadas, entre as quais se contam a laringite, os distúrbios da voz, o granuloma laríngeo, o edema laríngeo, as neoplasias laríngeas, o laringismo, a laringoestenose, a tuberculose laríngea, a paralisia das cordas vocais. Estas doenças relacionam-se também com as otorrinolaringopatias.
Doenças pleurais: empiema pleural, hemotórax (derrame de sangue no tórax), derrame pleural, neoplasias pleurais, pleurisia e tuberculose pleural, bem como quilotórax (derrame de quilo na cavidade pleural), hemopneumotórax, hidropneumotórax, hidrotórax e pneumotórax.
Anormalidades do sistema respiratório: anormalidades congénitas estruturais do sistema respiratório, como o cisto broncogénico, o sequestro broncopulmonar, a atresia coanal, a malformação adenomatóide, a cística congénita do pulmão, a síndroma de Kartagener, a síndroma de Cimitarra e a traqueobroncomegalia.
Neoplasias do trato respiratório: neoplasias pulmonares, pleurais e nasais.
Como se diagnosticam as doenças respiratórias?
Pela observação clínica, através de técnicas e meios complementares de diagnóstico, entre os quais: testes da função respiratória, testes de sons respiratórios, broncografia, broncoscopia, laringoscopia, radiografia pulmonar de massa, depuração mucociliar, testes de provocação nasal, rinomanometria e rinometria acústica.
Quais são os principais sintomas de doença respiratória?
Cada doença tem sintomas específicos, que só o médico pode avaliar. Contudo, a tosse, a rouquidão, o nariz entupido, dores no peito, dores de garganta, garganta irritada, pingo no nariz, dificuldade em respirar quando não está a fazer esforço (a subir escadas, a andar, a fazer exercício), dispneia, entre outros, são sintomas de doença respiratória.



DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – DST
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são doenças causadas por vários tipos de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
Algumas DST são de fácil tratamento e de rápida resolução. Outras, contudo, têm tratamento mais difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora relatada pelos pacientes. As mulheres, em especial, devem ser bastante cuidadosas, já que, em diversos casos de DST, não é fácil distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher consultas periódicas ao médico. Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até a morte.
Algumas DST também podem ser transmitidas da mãe infectada para o bebê durante a gravidez ou durante o parto. Podem provocar, assim, a interrupção espontânea da gravidez ou causar graves lesões ao feto, outras podem também ser transmitidas por transfusão de sangue contaminado ou compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis.
·                     Tipos de DST:
 •  Aids: causada pela infecção do organismo humano pelo HIV (vírus da imunodeficiência adquirida). O HIV compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar adequadamente sua função de proteger o organismo contra as agressões externas, tais como: bactérias, outros vírus, parasitas e células cancerígenas;
• Cancro mole: também chamada de cancro venéreo, popularmente é conhecida como cavalo. Manifesta-se através de feridas dolorosas com base mole;
• Condiloma acuminado ou HPV: é uma lesão na região genital, causada pelo Papilomavírus Humano (HPV). A doença é também conhecida como crista de galo, figueira ou cavalo de crista;
• Gonorreia  é a mais comum das DST. Também é conhecida pelo nome de blenorragia, pingadeira, esquentamento. Nas mulheres, essa doença atinge principalmente o colo do útero;
• Clamídia: também é uma DST muito comum e apresenta sintomas parecidos com os da gonorreia  como, por exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no canal da urina e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia podem não apresentar nenhum sintoma da doença, mas a infecção pode atingir o útero e as trompas, provocando uma grave infecção. Nesses casos, pode haver complicações como dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas (fora do útero), parto prematuro e até esterilidade;
• Herpes: manifesta-se através de pequenas bolhas localizadas principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Essas bolhas podem arder e causam coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha, causando uma ferida;
• Linfogranuloma venéreo: caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão genital de curta duração (de três a cinco dias), que se apresenta como uma ferida ou como uma elevação da pele. Após a cura da lesão primária surge um inchaço doloroso dos gânglios de uma das virilhas. Se esse inchaço não for tratado adequadamente, evolui para o rompimento espontâneo e formação de feridas que drenam pus;
• Sífilis: manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias;
• Tricomoníase: os sintomas são, principalmente, corrimento amarelo-esverdeado, com mau cheiro, dor durante o ato sexual, ardor, dificuldade para urinar e coceira nos órgãos sexuais. Na mulher, a doença pode também se localizar em partes internas do corpo, como o colo do útero. A maioria dos homens não apresenta sintomas. Quando isso ocorre, consiste em uma irritação na ponta do pênis.



DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS
As Doenças transmitidas por alimentos ou DTAs são causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados, em quantidades que afetam a saúde do consumidor. A maioria são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas. Outras doenças são envenenamentos causados por toxinas naturais ou por produtos químicos prejudiciais que contaminaram o alimento (ex: agrotóxicos).
As DTAs são uma importante causa de morbidade e mortalidade em todo o  mundo. Em muitos países tem emergido como um crescente problema econômico e de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde  (OMS) estima que, a cada ano, mais de dois milhões de pessoas morram por doenças diarreicas, muitas adquiridas ao ingerir alimentos contaminados. No Brasil, faz-se a vigilância epidemiológica de surtos de DTA e não de casos individuais, com exceção da cólerafebre tifoide e botulismo. Essa vigilância (VE-DTA) teve início em 1999 e há registro médio de 665 surtos por ano, com 13 mil doentes. No Brasil, a maioria das doenças transmitidas por alimentos são causadas pela Salmonella, Escherichia coli patogênica e Clostridium perfringens, pelas toxinas do Staphylococcus aureus e Bacillus cereus.
Os sintomas mais comumente encontrados são náuseas, vômitos, falta de apetite, diarreia, dores abdominais e febre, variando de acordo com o agente etiológico. As doenças que causam diarreia e vômitos podem levar à desidratação; a reposição destes fluidos e eletrólitos é extremamente importante.
A prevenção se faz da seguinte forma: lavar as mãos regularmente; desinfetar todas as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos; escolher alimentos frescos com boa aparência, e antes do consumo os mesmos devem ser lavados; evitar comer alimentos crus, com exceção das frutas e verduras que podem ser descascadas, cujas cascas estejam íntegras; comprar alimentos seguros verificando prazo de validade, acondicionamento e suas condições físicas (aparência, consistência, odor); comprar carne inspecionada pelo serviço de inspeção federal; não comprar alimentos sem etiqueta que identifique o produtor; os pescados e mariscos de certas espécies, e em alguns países em particular, podem estar contaminados com toxinas que permanecem ativas, apesar de uma boa cocção; consumir leite pasteurizado e esterilizado (UHT); evitar o consumo de alimentos crus, mal cozidos (saladas, carnes, dentre outros); evitar comidas vendidas por ambulantes, pois não se sabe se houve higiene na preparação destes produtos e nem se estão sendo armazenados adequadamente; manter os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais. Estas são apenas algumas dicas que o ministério da Saúde dá para se evitar ter uma DTA.



ESQUISTOSSOMOSE
O que é?
Infecção causada por verme parasita da classe Trematoda. Ocorre em diversas partes do mundo de forma não controlada (endêmica). Nestes locais o número de pessoas com esta parasitose se mantém mais ou menos constante. Os parasitas desta classe são cinco, e variam como agente causador da infecção conforme a região do mundo. No nosso país a esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni. O principal hospedeiro e reservatório do parasita é o homem sendo a partir de suas excretas (fezes e urina) que os ovos são disseminados na natureza. Possui ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos passam a forma larvária (cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele causando uma inflamação da mesma. Já no homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a morte.
Como se adquire?
Os ovos eliminados pela urina e fezes dos homens contaminados evoluem para larvas na água, estas se alojam e desenvolvem em caramujos. Estes últimos liberam a larva adulta, que ao permanecer na água contaminam o homem. No sistema venoso humano os parasitas se desenvolvem até atingir de 1 a 2 cm de comprimento, se reproduzem e eliminam ovos. O desenvolvimento do parasita no homem leva aproximadamente 6 semanas (período de incubação), quando atinge a forma adulta e reprodutora já no seu habitat final, o sistema venoso. A liberação de ovos pelo homem pode permanecer por muitos anos.
O que se sente?
No momento da contaminação pode ocorrer uma reação do tipo alérgica na pele com coceira e vermelhidão, desencadeada pela penetração do parasita. Esta reação ocorre aproximadamente 24 horas após a contaminação. Após 4 a 8 semanas surge quadro de febre, calafrios, dor-de-cabeça, dores abdominais, inapetência, náuseas, vômitos e tosse seca. O médico ao examinar o portador da parasitose nesta fase pode encontrar o fígado e baço aumentados e ínguas pelo corpo (linfonodos aumentados ou linfoadenomegalias). Estes sinais e sintomas normalmente desaparecerem em poucas semanas. Dependendo da quantidade de vermes a pessoa pode se tornar portadora do parasita sem nenhum sintoma, ou ao longo dos meses apresentar os sintomas da forma crônica da doença: fadiga, dor abdominal em cólica com diarreia intermitente ou disenteria. Outros sintomas são decorrentes da obstrução das veias do baço e do fígado com consequente aumento destes órgãos e desvio do fluxo de sangue que podem causar desde desconforto ou dor no quadrante superior esquerdo do abdômen até vômitos com sangue por varizes que se formam no esôfago.
Como se faz o diagnóstico?
Para diagnosticar esquistossomose a informação de que o suspeito de estar infectado esteve em área onde há muitos casos de doença (zona endêmica) é muito importante, além dos sintomas e sinais descritos acima (quadro clínico). Exames de fezes e urina com ovos do parasita ou mesmo de pequenas amostras de tecidos de alguns órgãos (biópsias da mucosa do final do intestino) são definitivas. Mais recentemente se dispõe de exames que detectam, no sangue, a presença de anticorpos contra os parasitas que são úteis naqueles casos de infecção leve ou sem sintomas.
Como se trata?
O tratamento de escolha com antiparasitários, substâncias químicas que são tóxicas ao parasita. Atualmente existem três grupos de substâncias que eliminam o parasita, mas a medicação de escolha é o Praziquantel, que se toma sob a forma de comprimidos na maior parte das vezes durante um dia. Isto é suficiente para eliminar o parasita, o que elimina também a disseminação dos ovos no meio ambiente. Naqueles casos de doença crônica as complicações requerem tratamento específico.
Como se previne?
Por se tratar de doença de acometimento mundial e endêmica em diversos locais (Península Arábica, África, América do Sul e Caribe) os órgãos de saúde pública (OMS – Organização Mundial de Saúde - e Ministério da Saúde) possuem programas próprios para controlar a doença. Basicamente as estratégias para controle da doença baseiam-se em: 
Ø  Identificação e tratamento de portadores.
Ø  Saneamento básico (esgoto e tratamento das águas) além de combate do molusco hospedeiro intermediário.



FILARIOSE
O que é?
Doença parasitária crônica causada por vermes nematoides (as filárias).
Qual o microrganismo envolvido?
O parasita responsável pela doença humana é o nematoide Wuchereria bancrofti, sendo vetor o mosquito Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca).
Quais os sintomas?
Na fase aguda podem aparecer fenômenos inflamatórios, entre eles inflamação dos vasos linfáticos e linfadenites, além de sintomas gerais, como febre, dor de cabeça, mal estar, entre outros. Mais tarde, por um período que pode levar meses ou anos, os pacientes podem apresentar inchaço de membros, e/ou mamas no caso das mulheres, e inchaço por retenção de líquido nos testículos no caso dos homens. Doenças infecciosas da pele são frequentes e presença de gordura na urina são outras possíveis manifestações. Pode ainda haver a evolução para formas graves e incapacitantes de elefantíase (aumento excessivo do tamanho de membros).
Como se transmite?
O ser humano é a fonte primária de infecção; o parasita é transmitido de pessoa a pessoa por meio da picada do mosquito Culex quinquefasciatus (pernilongo).
Como tratar?
O tratamento é feito com medicamentos, de acordo com as manifestações clínicas resultantes da infecção pelos vermes adultos e depende do tipo e grau de lesão que estes vermes provocaram e suas consequências clínicas.
Como se prevenir?
Evitar a exposição prolongada aos mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus nos locais onde ainda ocorre a transmissão. No Brasil, estes locais estão restritos a bairros periféricos dos municípios de Recife, Olinda, Jaboatão e Paulista, todos da Região Metropolitana de Recife.



HANSENÍASE
A Hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A hanseníase pode causar deformidades físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato.
Sinais e Sintomas
·         Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade.
·         Área de pele seca e com falta de suor.
·         Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas.
·         Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade.
·         Sensação de formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber.
·         Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés.
·    Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
·         Úlceras de pernas e pés.
·         Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
·         Febre, edemas e dor nas juntas.
·         Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.
·         Ressecamento nos olhos.
·         Mal estar geral, emagrecimento.
Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas.
Importante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.
Transmissão
A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis.
O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem, porque a maioria apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo.
A hanseniase não transmite por:
·         Meio de copos, pratos, talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseniase.
·         Assentos, como cadeiras, bancos.
·         Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transporte coletivos ou serviços de saude.
·         Picada de inseto.
·         Relação sexual.
·         Aleitamento materno.
·         Doação de sangue.
·         Herança genética ou congênita (gravidez).
Importante!
Assim que a pessoa começa o tratamento deixa de transmitir a doença. A pessoa com hanseníase não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar.
Período de incubação
Em média de 2 a 5 anos.
Período de transmissibilidade
Enquanto a pessoa não for tratada.
Diagnóstico
O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados no exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica.
Tratamento
O tratamento é ambulatorial, com doses mensais supervisionadas administradas na unidade de saúde e doses auto-administradas no domicílio.
Os medicamentos utilizados consistem na associação de antibióticos, denominados poliquimioterapia (PQT), que são adotados conforme a classificação operacional, sendo:
Paucibacilares: rifampicina, dapsona - 6 doses em até 9 meses;
Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina – 12 doses em até 18 meses.
Prevenção
Apesar de não haver uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar as incapacidades e as formas multibacilares, tais como:
·         Diagnóstico precoce.
·         Exame dos contatos intradomiciliares (pessoas que residem ou residiram nos últimos cinco anos com o paciente).
·         Aplicação da BCG (ver item vacinação).
·         Uso de técnicas de prevenção de incapacidades.
Controle
O controle da hanseníase é baseado no diagnóstico precoce de casos, seu tratamento e cura, visando eliminar fontes de infecção e evitar sequelas. A detecção de casos novos de hanseníase em menores de 15 anos foi adotada como principal indicador de monitoramento da endemia, com meta de redução estabelecida em 10%, até 2011 e está inserida no Programa Mais Saúde: Direitos de Todos (2008-2011) / Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) estabeleceu diretrizes operacionais para a execução de diferentes ações, articuladas e integradas, que pudessem em todas as frentes de trabalho propiciar às pessoas que adoecem sejam atendidas nas suas necessidades e direitos. Sem perder de vista o desafio da horizontalização e da descentralização, organizou-se as ações do PNCH, a partir de cinco componentes/áreas: vigilância epidemiológica; gestão; atenção integral; comunicação e educação e pesquisa.
Fonte: 
Ministério da Saúde


HEPATITES VIRAIS NO BRASIL 
Política pública 
      As hepatites virais, em sua maioria, são doenças silenciosas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há no mundo cerca de 520 milhões de pessoas portadoras da infecção pelos vírus das hepatites B e C. O Programa Nacional para a Prevenção e o Controle de Hepatites Virais foi criado em 2002 e em 2009 integrou-se ao Departamento de DST e Aids. A união de esforços, a partir das afinidades programáticas, potencializa as respostas, causando maior impacto nos indicadores de saúde. O Sistema Único de Saúde garante aos brasileiros o direito à saúde com base na promoção dos direitos humanos, no acesso universal ao tratamento e na prevenção de novas infecções. 

Diagnóstico precoce 
  • Ampliar o diagnóstico das hepatites virais é uma prioridade para o Ministério da Saúde. 
  • Os testes de diagnóstico estão disponíveis em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
  • O Ministério da Saúde acaba de validar e adquirir o teste rápido para triagem das hepatites B e C. 
  • O diagnóstico precoce proporciona acesso ao tratamento em tempo adequado, o que previne as complicações da infecção crônica (cirrose, câncer e transplante de fígado). 
  • A ampliação do diagnóstico significará mais notificações e uma estimativa mais realista do número de casos, o que contribuirá para aperfeiçoar a resposta brasileira em relação a essas infecções. 

 Tratamento
  • O governo oferece, sem custo, seis medicamentos para o tratamento da hepatite B. Para a hepatite C, há três medicamentos disponíveis e mais dois serão incorporados no início de 2013. 
  • O tenofovir passou a ser produzido no Brasil em 2011. Sua produção fortalece a autonomia do país na produção de fármacos. 
  • Atualmente estão em tratamento cerca de 16 mil pacientes com hepatite B e cerca de 13 mil pacientes com hepatite C. 
  • A infecção pelo vírus da hepatite A é na maioria das vezes benigna, com remissão espontânea, sem necessidade de tratamento medicamentoso. 

Vacinação para hepatite B 
  • A vacinação pode controlar a hepatite B.
  • Atualmente, o SUS disponibiliza a vacinação para todas as pessoas até os 29 anos de idade e também para populações vulneráveis em todas as faixas etárias. Entre estas, incluem-se: manicures e pedicures; profissionais do sexo; pessoas que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo; caminhoneiros; policiais militares e civis; doadores de sangue; coletadores de lixo domiciliar e hospitalar; profissionais de saúde. 
  • Em 2012, a faixa etária de vacinação foi ampliada para as pessoas entre 25 a 29 anos. 
  • A vacina é administrada em três doses e sua eficácia é alta. Para garantir a eficácia é necessário que as pessoas recebam as três doses.
  • Para ampliar a cobertura entre os jovens, os estados e municípios têm realizado vacinação em escolas. 

Dados sobre as hepatites virais 
Hepatite A 
  • Relacionada às condições de saneamento básico e higiene. 
  • Prevalência de 39,5% (na faixa etária de 5 a 19 anos) de contato com o vírus nas capitais e DF. 
  • No grupo de 5 a 9 anos o percentual de contato com o vírus foi de 27,0% e na faixa etária de 10 a 19 anos chegou a 44,1%. 
  • Pesquisa brasileira recente revelou que a endemicidade nas capitais do país e no DF é de intermediária a baixa.

Hepatite B 
  • Maior proporção de transmissão por via sexual. 
  • A prevalência de hepatite B na população geral (10 a 69 anos) é de 0,37% nas capitais e no DF. 
  • Pesquisa nas capitais do Brasil e no DF mostrou baixa endemicidade (menor que 1%) nas 5 regiões. 
  • A melhor forma de prevenção para a hepatite B é vacina, associada ao uso do preservativo.

 Hepatite C 
  • A principal forma de transmissão se dá por contato com sangue (por exemplo, compartilhamento de objetos como alicates de unha, lâminas de barbear, agulhas, seringas, equipamentos para tatuagens e uso de drogas). 
  • As pessoas que foram submetidas a transfusão de sangue antes de 1993 devem se testar. 
  • A prevalência na população geral foi de 1,38% (10 a 69 anos) nas capitais e no DF. 
  • Maior prevalência na Região Norte (2,1%), seguida pelas Regiões Centro-Oeste e Sudeste (ambas com 1,3%), Sul (1,2%) e Nordeste (0,7%). 
  • De 70 a 80% das infecções se cronificam. Em média, 20% destas podem evoluir para cirrose e de 1% a 5% para câncer do fígado. 

 Hepatite D 
  • A principal forma de transmissão ocorre por via sexual. 
  • Só as pessoas portadoras da infecção pelo vírus B têm risco de se infectar pelo vírus da hepatite D. 
  • A hepatite B, quando associada à hepatite D, tem maior risco de complicações hepáticas graves. 
  • O diagnóstico precoce e a vacina para a hepatite B podem evitar a transmissão pelo tipo D. 
  • Esse tipo da doença é endêmico na Região Norte. 

Hepatite E 
A transmissão ocorre por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. 
É mais comum na Ásia e África, sendo rara no Brasil. 

A melhor forma de evitar a doença é pela melhoria do saneamento básico e por medidas educacionais de higiene.




LEISHMANIOSE

É uma doença transmitida por protozoários do gênero Leishmania. No Brasil existem atualmente seis espécies de protozoários responsáveis por causar doença humana. As variedades mais encontradas são a Leishmaniose Visceral (LV) e a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA).
Leishmaniose Visceral
É conhecida como calazar, esplenomegalia tropical e febre dundun. É infecciosa, mas não contagiosa. Acomete vísceras, como o fígado e o baço, podendo ocasionar aumento de volume abdominal.
Transmissão
A LV é transmitida ao homem por meio da picada do inseto vetor (Lutzomyia longipalpis) conhecido popularmente como "mosquito-palha, birigui, asa branca, tatuquira e cangalhinha". Esses insetos têm hábitos noturnos e vespertinos, atacando o homem e os animais principalmente no início da noite e ao amanhecer.
Sintomas
Os sintomas mais frequentes são febre e aumento do volume do fígado e do baço, emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias, desânimo, prostração, apatia e palidez. Pode haver tosse, diarreia, respiração acelerada, hemorragias e sinais de infecções associadas. Quando não tratada, a doença evolui podendo levar à morte até 90% dos doentes.
Tratamento
O SUS oferece tratamento específico e gratuito para a doença. O tratamento é feito com uso de medicamentos específicos a base de antimônio, repouso e uma boa alimentação. A droga de primeira escolha para tratamento de casos de LV é o antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime®).
É importante reforçar que quanto antes o doente procurar orientação médica e tratamento, maior a possibilidade de recuperação e cura.
Prevenção
As medidas preventivas visam a redução do contato homem-vetor, podendo ser realizadas medidas de proteção individual, dirigidas ao vetor e à população canina, tais como: uso de mosquiteiros com malha fina, telagem de portas e janelas, uso de repelentes, manejo ambiental, através da limpeza de quintais, terrenos e praças, eliminação de fontes de umidade, não permanência de animais domésticos dentro de casa, eliminação e destino adequado de resíduos sólidos orgânicos, entre outras medidas de higiene e conservação ambiental que evitam a proliferação do inseto vetor.
Leishmaniose Tegumentar Americana
É uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas. É transmitida ao homem pela picada das fêmeas de flebotomíneos infectadas.
Transmissão
A transmissão ocorre pela picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas.
Sintomas
As lesões podem ocorrer na pele e/ou mucosas. As lesões de pele podem ser única, múltiplas, disseminada ou difusa. Apresentam aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor. As lesões mucosas são mais freqüentes no nariz, boca e garganta. Quando atingem o nariz podem ocorrer entupimentos, sangramentos, coriza e aparecimento de crostas e feridas. Na garganta, dor ao engolir, rouquidão e tosse.
Tratamento
O SUS oferece tratamento específico e gratuito para a doença. O tratamento é feito com uso de medicamentos específicos a base de antimônio, repouso e uma boa alimentação. A droga de primeira escolha para tratamento de casos de LTA é o antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime®). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dose do Glucantime® deve ser calculada em mg/Sb+5/Kg/dia, Sb+5, significando antimônio pentavalente. Para as lesões cutâneas, o esquema de tratamento é de 15 mg/Sb+5/Kg/dia por um período de 20 dias e para cutânea difusa o tratamento é de 20 mg/Sb+5/Kg/dia por um período de 20 dias.
Para as lesões mucosas, é recomendada a dose de 20 mg/Sb+5/Kg/dia por um período de 30 dias. Outras opções terapêuticas disponíveis nos serviços de saúde são: isotionato de pentamidina e anfotericina B
Prevenção
O Ministério da Saúde recomenda ações dirigidas à:
  • População humana: medidas de proteção individual, tais como usar repelentes e evitar a exposição nos horários de atividades do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente possa ser encontrado;
  • Vetor: manejo ambiental, através da limpeza de quintais e terrenos, a fim de alterar as condições do meio, que propiciem o estabelecimento de criadouros para formas imaturas do vetor;
  • Atividades de educação em saúde: devem ser inseridas em todos os serviços que desenvolvam as ações de vigilância e controle da LTA, requerendo o envolvimento efetivo das equipes multiprofissionais e multiinstitucionais com vistas ao trabalho articulado nas diferentes unidades de prestação de serviços.



LEPTOSPIROSE:
O que é e como prevenir
Leptospirose: o que é?
            A leptospirose é uma doença causada por uma bactéria presente na urina do rato que normalmente se espalha pela água suja das enchentes e esgotos.

Como as pessoas se contaminam?
  • As pessoas podem ficar doentes quando entram em contato com água ou lama contaminadas pela urina de roedores (ratazanas, ratos de telhado e camundongos).
  • A bactéria entra na pele, com ou sem ferimentos, quando em contato com estas águas.

Alguns cuidados para se prevenir da doença:
  • Evite o contato com água ou lama de enchentes ou esgotos.
  • Impeça que crianças nadem ou brinquem nestes locais, que podem estar contaminados pela urina dos ratos.
  • Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas (se isto não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés).
  • Após as águas baixarem, será necessário retirar a lama e desinfetar o local (sempre se protegendo).
  • Deve-se lavar pisos e paredes com água e sabão, desinfetando com água sanitária (2,5%) na proporção de 2 xícaras das de chá (400ml) deste produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos. Deixe secar.
  • Tenha cuidado com os alimentos que tiveram contato com água de enchente. Alguns devem ser jogados fora, outros precisam de tratamento especial nestas situações.
  • É importante limpar e desinfetar a caixa d’água.

Medidas práticas para evitar a presença de roedores
  • Manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados e à prova de roedores (latas de vidro, alumínio), em locais elevados do solo.
  • Manter a cozinha limpa sem restos de alimentos para evitar a presença de roedores.
  • Retirar as sobras de alimento ou ração de animais domésticos antes do anoitecer e manter limpos os vasilhames de alimentação, evitando restos alimentares que atraem os roedores.
  • Manter os terrenos baldios e as margens de córregos limpos e capinados e não jogar lixo nestes locais.
  • Evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais, como telhas, madeiras e materiais de construção, pois servirão de abrigo ao roedor.
  • Acondicionar o lixo em sacos plásticos ou em latões de metal com tampa, armazenando-o em locais altos até que seja coletado.
  • Colocar o lixo para coleta pouco antes do lixeiro passar, em locais determinados pelo Serviço de Limpeza Urbana.
  • Fechar buracos e vãos nas paredes e rodapés para evitar a entrada de roedores nas casas. 
  • Manter ralos e vasos sanitários tampados com tampa pesada.

ATENÇÃO
    Se, apesar dessas orientações, você apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo até 40 dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, procure imediatamente o Centro de Saúde mais próximo. Não se esqueça de contar ao médico o seu contato com água ou lama de enchente.
Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVEP
Núcleo de Zoonoses e Vetores



MALÁRIA
O que é?
Malária é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium.
Qual o microrganismo envolvido?
Protozoários do gênero Plasmodium. No Brasil, três espécies estão associadas à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae.
Quais os sintomas?
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por P. falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
Como se transmite?
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como o compartilhamento de seringas (consumidores de drogas), transfusão de sangue ou até mesmo de mãe para feto, na gravidez.
Como tratar?
A decisão de como tratar o paciente com malária deve estar de acordo com o Manual de Terapêutica da Malária, editado pelo Ministério da Saúde, e ser orientada pelos seguintes aspectos:
•  Espécie de plasmódio – dependendo da espécie de plasmódio o paciente vai receber um tipo de tratamento.
•  Gravidade da doença – pela necessidade de drogas injetáveis de ação mais rápida sobre os parasitos, visando reduzir a letalidade.
Como se prevenir?
•  Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.
•  Medidas de prevenção coletiva: drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.



Meningites
A meningite é uma doença grave e temporalmente ilimitada, habitualmente presente entre os membros de uma população e cujo nível de incidência se situa sistematicamente nos limites de uma faixa que foi previamente convencionada (doença endêmica). Ela pode acometer indivíduos de qualquer idade e é causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, parasitas e fungos. As meningites bacterianas são, do ponto de vista clínico, as mais graves.
A doença meningocócica (causada pela Neisseria meningitidis), pela magnitude, gravidade e potencial de ocasionar surtos e epidemias, apresenta maior importância em saúde pública. As meningites assépticas podem se expressar por meio de surtos, porém com pouca gravidade.
Aspectos Epidemiológicos
Tempo
Ocorre em qualquer período do ano. As meningites bacterianas têm maior incidência nos períodos de inverno e as assépticas no verão.
Pessoa
O grupo etário de maior risco são as crianças menores de 5 anos, mas as crianças menores de 1 ano são mais suscetíveis à doença.
Reservatório
Homem.
Notificação de casos suspeitos
De acordo com a Portaria SVS/MS Nº 5 de 21 de fevereiro de 2006, Anexo I, todo caso de meningite é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde e todo caso de doença meningocócica deve ser notificado imediatamente.
Deve-se realizar a investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação, avaliando a necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes.
A investigação deverá ser encerrada até 60 dias após a notificação. A unidade de saúde notificadora deve utilizar a ficha de notificação/investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan encaminhando-a para ser processada, conforme o fluxo estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde.
As notificações de forma imediata visam à prevenção de novos casos e até mesmo de um surto.
Vacinação
As vacinas contra meningite são específicas para determinados agentes etiológicos. O calendário básico de vacinação da criança já contempla a vacina contra o Haemophilus influenzae tipo b (Hib), que protege contra doenças como a meningite, pneumonia, septicemia e otite. A vacina BCG, que previne contra as formas graves de tuberculose, e as vacinas contra meningococo C e Streptococcus pneumoniae, são utilizadas somente em situações especiais.



PESTE BUBÔNICA
Manifestações Clínicas
É a mais comum no Brasil. O quadro clínico pode apresentar os seguintes sinais e sintomas, em intensidades variáveis: cefaleia, febre, dores generalizadas, mialgias, anorexia, náuseas, vômitos, confusão mental, congestão das conjuntivas, pulso rápido e irregular, taquicardia, hipotensão arterial, prostração e mal-estar geral. Os casos da forma bubônica podem, com certa frequência, apresentar sintomatologia moderada ou mesmo benigna. No segundo ou terceiro dia de doença, aparecem as manifestações de inflamação aguda e dolorosa dos linfonodos da região, ponto de entrada da Y. pestis. Este é o chamado bubão pestoso, formado pela conglomeração de vários linfonodos inflamados. O tamanho varia de 1 a 10 cm. A pele do bubão é brilhante, distendida e de coloração vermelho-escura; é, de regra, extremamente doloroso e frequentemente se fistuliza, com drenagem de material purulento. Podem ocorrer manifestações hemorrágicas e necróticas em virtude da ação da endotoxina bacteriana sobre os vasos.
Peste Septicêmica Primária
É uma forma muito rara, na qual não há reações ganglionares visíveis. É caracterizada pela presença permanente do bacilo no sangue. O início é fulminante, com febre elevada, pulso rápido, hipotensão arterial, grande prostração, dispneia, fácies de estupor, dificuldade de falar e hemorragias cutâneas, às vezes serosas e mucosas e até nos órgãos internos. De modo geral, a Peste septicêmica aparece na fase terminal da Peste bubônica não tratada.
Peste Pneumônica
Pode ser secundária à Peste bubônica ou septicêmica por disseminação hematógena. É a forma mais grave e perigosa da doença, por seu quadro clínico e alta contagiosidade, podendo provocar epidemias explosivas. Inicia-se com quadro infeccioso grave, de evolução rápida, com abrupta elevação térmica, calafrios, arritmia, hipotensão, náuseas, vômitos, astenia, obnubilação mental. A princípio, os sinais e sintomas pulmonares são discretos e ausentes. Depois, surge dor no tórax, respiração curta e rápida, cianose, expectoração sanguinolenta ou rósea, fluida, muito rica em germes. Surgem fenômenos de toxemia, delírio, coma e morte, se não houver instituição do tratamento precoce e adequado.
•      Período de infecção – cerca de 5 dias após, os microrganismos inoculados difundem-se pelos vasos linfáticos até os linfonodos regionais que passarão a apresentar inflamação, edema, trombose e necrose hemorrágica, constituindo os característicos bubões pestosos. Quando se institui tratamento correto, este período se reduz para 1 ou 2 dias.
•      Período toxêmico – dura de 3 a 5 dias, correspondendo ao período de bacteremia. A ação da toxina nas arteríolas e capilares determina hemorragias e necrose. Petéquias e equimose são encontradas quase sempre na pele e mucosas. Há hemorragias nas cavidades serosas, nos aparelhos respiratórios, digestivos e urinário. Nos casos graves, estas manifestações conferirão à pele um aspecto escuro.
•      Remissão – em geral, se inicia por volta do oitavo dia e caracteriza-se por uma regressão dos sintomas, com a febre caindo em lise e os bubões reabsorvidos ou fistulados. Quando o quadro é de Peste bubônica, pode haver remissão mesmo sem tratamento em percentual considerável dos casos; entretanto, nos casos de Peste pneumônica se não for instituída a terapia adequada o óbito ocorre em poucos dias.
Diagnóstico Diferencial
A Peste bubônica deve ser diferenciada de adenites regionais supurativas, linfogranuloma venéreo, cancro mole, tularemia e sífilis. Em alguns focos brasileiros, a Peste bubônica pode, inclusive, ser confundida com a leishmaniose tegumentar americana, na sua forma bubônica. A forma septicêmica deve ser diferenciada de septicemias bacterianas das mais diversas naturezas e de doenças infecciosas de início agudo e de curso rápido e grave. Nas áreas endêmicas de tifo exantemático, tifo murino e febre maculosa, pode haver dificuldade diagnóstica com a septicemia pestosa. A Peste pulmonar, pela sua gravidade, deve ser diferenciada de outras pneumonias, broncopneumonias e estados sépticos graves.
A suspeita diagnóstica pode ser difícil no início de uma epidemia ou quando é ignorada a existência da doença em uma localidade, já que suas primeiras manifestações são semelhantes a muitas outras infecções bacterianas. A história epidemiológica compatível facilita a suspeição do caso.
Diagnóstico Laboratorial
É realizado mediante o isolamento e a identificação da Y. pestis, em amostras de aspirado de bubão, escarro e sangue. Pode-se realizar imunofluorescência e também sorologia por meio das técnicas de hemaglutinação/inibição da hemaglutinação (PHA/PHI), Elisa, Dot-Elisa) e diagnóstico bacteriológico por meio de cultura e hemocultura.
TRATAMENTO
O tratamento com antibióticos ou quimioterápicos deve ser instituído precoce e intensivamente, não se devendo, em hipótese alguma, aguardar os resultados de exames laboratoriais, devido à gravidade e rapidez da instalação do quadro clínico. Amostras para exame devem ser colhidas antes do início do tratamento. O ideal é que se institua a terapêutica específica nas primeiras 15 horas após o início dos sintomas.
Estreptomicina – é o antibiótico mais eficaz contra a Y. pestis, particularmente na forma pneumônica. Entretanto, atualmente, seu uso está bastante restrito devido às suas manifestações tóxicas. A dose pode ser de 30mg/kg/dia (não ultrapassando o total de 2g/dia), por via intramuscular, durante 10 dias ou até 3 dias depois da temperatura ter voltado ao normal.
Cloranfenicol – é a droga de eleição para as complicações que envolvem espaços tissulares (Peste meníngea), onde outros medicamentos penetram com dificuldade. A via de administração pode ser oral ou venosa. A dosagem é de 50mg/kg/dia, dividida em 4 tomadas diárias (6 em 6 horas), durante 10 dias.
Tetraciclinas – este grupo de antibiótico é bastante efetivo no tratamento primário de pacientes com Peste sem complicações. Aplicar uma dose inicial de15 mg/kg (não devendo exceder 1g total) e continuar com 25-50 mg/kg/dia (não ultrapassar 2g/dia) por 10 dias. As tetraciclinas podem também ser usadas combinadas com outros antibióticos.
Sulfamidas – têm sido usadas extensivamente em prevenção e tratamento da Peste. Entretanto, alguns estudos têm mostrado serem bem menos efetivas do que os antibióticos anteriormente referidos. A sulfadiazina é usada em doses de 2-4g, seguida de dose de 1g, de 4-6 horas, por um período de 10 dias. Em crianças, a dose oral é de 75mg/kg, seguida de 150 mg/kg/dia, dividida em 6 doses. A combinação das drogas sulfametoxazol + trimetoprima tem sido usada na prevenção e tratamento da Peste.
Atenção: os antibióticos das classes das penicilinas, cefalosporinas e macrolídeos não são eficazes no tratamento da Peste. 
Tratamento da Peste em grávidas e crianças – é importante atentar para a escolha do antibiótico durante a gravidez, devido aos efeitos adversos. Experiências têm mostrado que os aminoglicosídeos administrados de forma cuidadosa são eficazes e seguros para mãe, feto e crianças. A gentamicina é o antibiótico preferencial para tratamento da Peste em mulheres grávidas.
Tratamento de suporte – deve-se buscar controlar os sintomas à medida que forem aparecendo. Como medidas gerais e de tratamento sintomático, recomenda-se desde o princípio observar o estado da circulação, da pressão arterial e da função cardíaca. Se necessário, empregar analépticos cardiovasculares para contrabalançar os efeitos da toxina sobre o coração, sedativos para combater a agitação e o delírio e anti-hemorrágicos para as manifestações hemorrágicas. Fazer reidratação e reposição dos eventuais distúrbios hidreletrolíticos. Manter cuidados com as mucosas e a mobilização do paciente. O bubão tende à reabsorção sob a ação dos antibióticos, dispensando qualquer tratamento local, devendo-se fazer a drenagem unicamente nos casos de bubões supurados.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
A Peste continua sendo potencialmente perigosa em diversas partes do mundo, devido à persistência da infecção em roedores silvestres e ao seu contato com ratos comensais. Focos naturais de Peste persistem na África, Ásia, sudeste da Europa, América do Norte e América do Sul. Na América do Norte, tem sido comprovada a existência da Peste na região ocidental dos Estados Unidos. Na América do Sul, a Peste tem sido notificada pelos seguintes países: Brasil, Bolívia, Equador e Peru.
No Brasil, existem duas áreas principais de focos naturais: o Nordeste e Teresópolis. O foco do Nordeste está localizado na região semi-árida do Polígono das Secas, em vários estados (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia), e nordeste de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha), além de outra zona pestosa no estado de Minas Gerais fora do Polígono das Secas (Vale do Rio Doce). O foco de Teresópolis fica localizado na Serra dos Órgãos, nos limites dos municípios de Teresópolis, Sumidouro e Nova Friburgo (Figura 1). 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos
•      Impedir a transmissão para humanos mediante controle dos focos naturais (prevenção primária).
•      Realizar diagnóstico precoce de casos humanos (prevenção secundária) visando diminuir a letalidade da doença.
•      Impedir a reintrodução da Peste urbana através de portos e aeroportos.
Definição de Caso
Suspeito
•      Paciente que apresentar quadro agudo de febre em área pertencente a um foco natural de Peste, que evolua com adenite (“sintomático ganglionar”).
•      Paciente proveniente de área com ocorrências de Peste pneumônica (de 1 a 10 dias) e que apresente febre e/ou outras manifestações clínicas da doença, especialmente sintomatologia respiratória.
Confirmado
1.    Critério clínico-laboratorial
Todo caso com quadro clínico de Peste e diagnóstico laboratorial confirmado (positivo classe I).
2.    Critério clínico-epidemiológico
Todo caso com quadro clínico sugestivo de Peste e história epidemiológica, em área onde tenha sido confirmada laboratorialmente a ocorrência de Peste humana ou animal (positivo classe II). 
Descartado
•      Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo.
•      Caso suspeito com história epidemiológica não compatível.
•      Caso com história epidemiológica porém sem nenhuma confirmação anterior de caso confirmado laboratorialmente. 
Notificação
A Peste é uma doença de notificação compulsória, sujeita ao Regulamento Sanitário Internacional. Todos os casos suspeitos devem ser imediatamente notificados por telefone, fax ou e-mail às autoridades sanitárias superiores. A rapidez nas notificações visa à prevenção de novos casos e até mesmo de um surto. 
PRIMEIRAS MEDIDAS A SEREM ADOTADAS
Assistência Médica ao Paciente
Tratar precoce e adequadamente o paciente. 
Qualidade da Assistência
Verificar se os casos estão sendo atendidos de acordo com as orientações pertinentes.
Proteção Individual
Manter em isolamento restrito os casos de Peste pneumônica, com precauções contra a disseminação aérea até se tenha completado 48 horas de esquema de tratamento com antibiótico apropriado.
Confirmação Diagnóstica
Coletar material para diagnóstico laboratorial de acordo com as orientações constantes do Anexo 1. 
Proteção da População
Proteção de contatos – logo que se tenha conhecimento da suspeita de caso(s) de Peste é indicada a quimioprofilaxia para contatos de pacientes com Peste pneumônica e para indivíduos suspeitos de terem tido contato com pulgas infectadas.
Devem ser intensificadas ações de esclarecimento à população sobre o ciclo de transmissão da doença, gravidade e situação de risco, utilizando-se os meios comunicação de massa, bem como visitas domiciliares e palestras. 
Investigação
Todos os casos de Peste devem ser cuidadosamente investigados, não só para o correto diagnóstico dos pacientes como também para orientar as medidas de controle a serem adotadas. O instrumento de coleta de dados, a ficha epidemiológica disponível no Sinan, contém os elementos essenciais a serem coletados em uma investigação de rotina. Todos os seus campos devem ser criteriosamente preenchidos, mesmo quando a informação for negativa. Outros itens e observações podem ser incluídos, conforme as necessidades e peculiaridades de cada situação. 
ROTEIRO DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Identificação do Paciente
Preencher todos os campos da ficha de investigação epidemiológica do Sinan relativos aos dados gerais, notificação individual e dados de residência.
Coleta de Dados Clínicos e Epidemiológicos Para Confirmar a Suspeita Diagnóstica
Anotar na ficha de investigação dados sobre critério de confirmação, classificação da forma clínica e gravidade.
Para Identificação da Área de Transmissão
Verificar se o local de residência corresponde a uma área de provável transmissão da doença (focos naturais da doença). A identificação da área onde se deu a transmissão é de suma importância para a condução das medidas de controle.
Para Determinação da Extensão da Área de Transmissão
•      Busca ativa de caso humano: após a identificação do possível local de transmissão iniciar imediatamente a busca ativa de outros casos humanos na localidade.
•      Captura, identificação e exames de reservatórios e vetores: a morte de roedores na área é sugestiva da circulação da Y. pestis, daí a importância de capturar roedores para identificação. Proceder também à captura, identificação e exame das pulgas existentes no local, para pesquisa da Y. pestis. Esse trabalho deve ser executado por equipes treinadas, com observância dos cuidados de biossegurança.
Coleta e Remessa de Material para Exames
Logo após a suspeita clínica de Peste, coletar material para exame, antes de iniciar o tratamento (conforme o Anexo 1).
Atenção
Em vista da gravidade e rapidez da instalação do quadro clínico da doença, não se deve em hipótese alguma aguardar os resultados de exames laboratoriais para instituir o tratamento.
Análise dos Dados
O profissional deve interpretar passo a passo os dados coletados, englobando o surgimento de casos humanos de Peste (confirmados e suspeitos); comprovação de Peste animal em roedores, pulgas, carnívoros ou outros mamíferos e descoberta de roedores mortos na localidade com causa atribuível à Peste, para orientar e desencadear as medidas de controle.
Encerramento de Casos
A ficha epidemiológica de cada caso deve ser analisada visando definir qual o critério utilizado para o diagnóstico, considerando as seguintes alternativas:
Confirmado por Critério Clínico-laboratorial
Caso o objeto de investigação seja confirmado por um ou mais testes de laboratório (Classe I).
Confirmado por Critério Clínico-epidemiológico
Caso não confirmado por teste laboratorial, mas que se enquadra em critérios clínicos e epidemiológicos bem estabelecidos, os quais caracterizam, com boa margem de segurança, a nosologia pestosa (Classe II). 
Situações abrangidas:
•      caso humano com quadro clínico compatível com nosologia pestosa, claramente associado com Peste comprovada em roedores, pulgas ou carnívoros;
•      caso com quadro clínico sugestivo, bastante compatível com Peste, de ocorrência em região pestígena reconhecida como tal e associado a indício de Peste animal;
•      caso com quadro clínico não característico, porém ainda assim considerado compatível com Peste, ocorrido em região pestígena conhecida e aliado a indícios seguros de Peste animal.
Óbito
Caso investigado, com evolução para óbito.
Caso Descartado
Caso investigado, cujo resultado dos testes laboratoriais foram negativos, com isolamento de outro agente patogênico; caso não submetido a testes laboratoriais, com quadro clínico-epidemiológico considerado suficiente para excluir com segurança a hipótese de Peste.
Relatório Final
Os dados da investigação deverão ser sumarizados em um relatório com as principais conclusões, das quais destacam-se:
•      área de transmissão dos casos. Distribuição dos casos segundo espaço, pessoa e tempo;
•      situação atual do foco e medidas de controle adotadas para impedir a transmissão para humanos;
•      situação de risco para a ocorrência de novos casos ou surtos;
•      critérios de confirmação e descarte dos casos.
INSTRUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONTROLE
Imunização
A vacina disponível é muito pouco utilizada, pois é de baixa tolerabilidade e a proteção conferida é de curta duração (alguns meses), após a administração de duas ou três doses e mais uma de reforço.
Controle Vetorial
O ambiente onde vivem os contatos deve ser desinfestado (despulizado) de pulgas através do uso de inseticidas. Caso se suspeite que outras habitações possam estar com pulgas contaminadas, deve-se estender essa medida. Se houver indicação de desratização ou anti-ratização, a eliminação das pulgas deve anteceder a eliminação dos roedores.
Vários tipos de inseticidas podem ser empregados com sucesso para o controle das pulgas, destacando-se o grupo dos carbamatos e piretróides.
Ações de Educação em Saúde
A prática educativa nas ações de controle é tão mais efetiva quanto mais se contar com a compreensão e participação ativa da comunidade. Orientações devem ser dadas quanto a necessidade de se evitar que roedores disponham de abrigo e alimento próximos às habitações humanas e as formas de eliminá-los quando presentes – precedendo com o cuidado de eliminação das pulgas; caso contrário, sem seu alimento habitual, elas terão como alternativa invadir o ambiente doméstico. Evitar que os roedores entrem em contato com grãos armazenados pelo homem, mesmo em anexos fora do domicílio. Evitar contato com roedores silvestres em áreas de foco pestoso.
Estratégias de Prevenção
•      Monitoramento da atividade pestosa em roedores e pulgas.
•      Busca de outras situações que indiquem aumento do risco de contágio (índices de roedores e pulgas acima do usual, infestação murina domiciliar).
•      Identificação precoce de casos para pronta intervenção da vigilância epidemiológica.
•      Vigilância nas áreas portuárias e aeroportuárias (incluindo naves e aeronaves): estado de alerta para a possibilidade de importação da Peste.
Vigilância epidemiológica – de acordo com o período de incubação da Peste, preconiza-se que todo indivíduo que tenha contato com paciente de Peste pneumônica deva ficar sob vigilância durante sete dias, visando diagnóstico precoce e adoção de medidas de prevenção. Os contatos devem ser informados a respeito dos sinais, sintomas e gravidade da doença, para buscar assistência médica imediata caso haja alteração no seu estado de saúde, informando ao médico o fato de ter tido contato com paciente de Peste.



PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA DENGUE
Amparo legal à execução das ações de campo – imóveis fechados, abandonados ou com acesso não permitido pelo morador
LIBERDADE INDIVIDUAL E CONTROLE SANITÁRIO
Verificando o valor político do Direito e sua força de coesão, os Estados contemporâneos fizeram das constituições um documento político, a lei de maior eficácia jurídica. O Brasil reconhece formalmente, em sua Constituição Federal, que a dignidade humana depende da proteção dos direitos fundamentais do homem, notadamente os direitos civis, políticos, sociais, culturais, econômicos, difusos e coletivos. O poder do Estado para regular comportamentos individuais deriva da aceitação da sujeição dos indivíduos à autoridade pública, fundamentada tanto no proveito coletivo quanto na certeza da existência de espaços para a ação individual, com a preservação dos direitos essenciais da pessoa humana, intangíveis pelo Estado.
Assim, em alguns casos concretos, pode ser necessário conciliar direitos fundamentais, reconhecendo-se os diversos interesses conflitantes em jogo, avaliando-lhes a respectiva força e pesando-os, a fim de fazer preponderar o mais importante deles, conforme o caso concreto em análise, segundo um padrão social, e afinal, estabelecer o equilíbrio entre eles. Ou seja, é necessário encontrar os limites à extensão de cada um deles, de modo que, pelo menos em parte, seja salvaguardado também o outro.
O controle sanitário revela esse dilema, uma vez que há uma constante tensão que reside, de um lado, no dever do Estado de adotar ações efetivas e eficazes no combate a doenças e outros agravos à saúde e, de outro lado, no dever do Estado de respeitar os direitos de liberdade dos cidadãos, sendo vedado adotar medidas arbitrárias que venham a ferir, por exemplo a privacidade, a intimidade e a inviolabilidade dos domicílios. Isso porque a saúde, como os demais, é um direito fundamental assegurado pela Constituição da República, sendo direito de todos e dever do Estado (art. 196).
Para que o Estado possa realizar o direito à saúde, é necessário que execute um conjunto de ações e serviços públicos de saúde, inclusive regulamentando, fiscalizando e controlando, conforme estatuído no art. 197 da Constituição, todas as ações e serviços de saúde, que têm relevância pública. A Constituição dispõe, também, no art. 5.o, inc. XI, que “a casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial”. E, no inciso XXV do mesmo artigo, dispõe que “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar propriedade particular, assegurado ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”.
Em alguns casos, o exercício de um “conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos” (chamado de vigilância epidemiológica pela Lei n.º 8.080/90, art. 6.o, § 2.º) exige da Administração formas severas de atuação para que tenha sucesso, tais como o ingresso forçado em imóveis particulares, fechados, abandonados, ou ainda ocupados por pessoas que se recusam a permitir a entrada dos agentes estatais.
Surge desta realidade a necessidade de se fixarem diretrizes para superar os conflitos entre a autoridade estatal no exercício de ações de saúde pública e a liberdade individual. Os atributos da discricionariedade, presunção de veracidade e de legalidade, imperatividade, autoexecutoriedade e coercibilidade, embora caracterizem o poder/dever da polícia administrativa estatal, devem ser considerados com certas cautelas, tendo em vista que não estão presentes em todos os atos de polícia praticados pela Administração. Alguns deles devem ser aplicados com parcimônia, em observância aos princípios da legalidade, e razoabilidade. Toda medida sanitária que importe em redução dos direitos individuais deve ser devidamente fundamentada pela autoridade que a determinar.
Sempre que a autoridade sanitária deparar-se com hipóteses excepcionais de doenças e agravos que ameacem a saúde pública, deverá utilizar- se dos recursos a ela atribuídos pela Constituição e pela atual legislação em vigor (CF arts. 5.o, XI e XXV, 6.o e 196 a 200 e Leis n.º 8.080/90, 9.782/99, 6.259/75 e 6.437/77), fazendo uso dos atributos da autoexecutoriedade e coercibilidade quando tal procedimento se mostrar necessário para a proteção da saúde pública. Nessas hipóteses excepcionais, a autorização judicial torna-se prescindível, uma vez que o bem saúde merece uma tutela excepcional, quando está em risco a preservação da vida e da integridade física e mental de muitos seres humanos.
Finalmente, mostra-se necessária a edição de norma técnica, regulando especificamente a prevenção e o controle de doenças e agravos à saúde. Ela definirá os padrões de potencialidade de risco à saúde pública e graduará a ação de vigilância sanitária a ser adotada conforme a gravidade. Quando o risco à saúde não caracterizar perigo público, o ingresso forçado, sem autorização judicial, deverá ser feito apenas nos casos de imóveis abandonados ou desabitados, quando não se caracteriza o domicílio. Quando a ameaça à saúde pública constituir situação de perigo público, declarada como tal pelo gestor responsável pela execução das ações, com base na norma técnica, o ingresso forçado mostra-se possível, desde que observados os procedimentos formais nela estabelecidos.
A situação de iminente perigo público será declarada pela autoridade sanitária mediante despacho motivado, precedido de procedimento administrativo com base em pareceres técnicos. No caso do ingresso forçado em imóveis, havendo a opção de se recorrer ao judiciário para a obtenção de autorização, o requerimento poderá ser genérico, englobando a totalidade dos imóveis a vistoriar, já que a causa da medida é o combate generalizado a um risco à saúde pública, e não qualquer circunstância ligada a um imóvel em particular.
Embora a solicitação do mandado judicial só se faça necessária nos casos de resistência física do indivíduo à ação estatal, não será preciso que a autoridade comprove previamente a resistência do morador, pois a causa do pedido não é a recusa, mas sim a necessidade de agir em favor da saúde pública.



PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE (PNCT)
             A atuação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose compreende estratégias inovadoras que visam ampliar e fortalecer a estratégia DOTS, com o enfoque na articulação com outros programas governamentais para ampliar o controle da Tuberculose e de outras comorbidades, como, por exemplo, a AIDS.
           Além disso, privilegia a descentralização das medidas de controle para a Atenção Básica, ampliando o acesso da população em geral e das populações mais vulneráveis ou sob risco acrescido de contrair a Tuberculose, como as populações em situação de rua, pessoas privadas de liberdade e a população indígena, além da articulação com organizações não governamentais ou da sociedade civil, para fortalecer o controle social e garantir a sustentabilidade das ações de controle.

            A manutenção da Tuberculose como um problema de Saúde Pública faz com que novas respostas devam ser pensadas no sentido de promover a equidade, garantindo o acesso aos pacientes, visando não apenas o seu atendimento e bem estar, mas, num sentido mais amplo, a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) em suas diretrizes. As alternativas passam por readequação do sistema de saúde no atendimento destes pacientes, redefinição de procedimentos e organogramas, redefinição das missões institucionais de entidades da sociedade civil e pela busca de alternativas para equacionar o problema, dentre estas a comunicação deve ocupar um lugar de destaque. A integralidade no SUS, em especial a garantia ao acesso, é garantida pela Constituição Federal em seu Artigo 196, que assegura que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Também os artigos 2º e 5º, inciso III, da Lei nº. 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, dos objetivos e princípios do SUS, explicitam que “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”, além de esclarecer que são também objetivos do SUS a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
          Componentes do Programa de Controle da Tuberculose
O controle da Tuberculose é baseado na busca de casos, diagnóstico precoce e adequado, seu tratamento até a cura com o objetivo de interromper a cadeia de transmissão e evitar possíveis adoecimentos. Entretanto, a identificação e especificação dos componentes de um programa são passos importantes para que possamos apreender sua constituição.
Com o objetivo de otimizar o planejamento e a avaliação das ações de controle da Tuberculose, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) organizou-se nos seguintes componentes e subcomponentes:
Planejamento e Administração

Atenção à Saúde: A área de Atenção à Saúde tem como objetivos implantar
e/ou implementar as recomendações do Ministério da Saúde para o controle da tuberculose. Para isso, suas atividades se pautam no apoio aos estados e municípios na implantação/implementação dessas recomendações, e na qualificação das ações de controle da doença.
>>Prevenção
>>Assistência
>>Diagnóstico
Informação Estratégica: Vigilância Epidemiológica/ Monitoramento e Avaliação /Pesquisa
Desenvolvimento Institucional e Humano
          Cooperação Internacional e de Pesquisa: A área de Cooperação Internacional e de Pesquisa tem como objetivo acompanhar os principais estudos de tuberculose, desenvolvidos no âmbito nacional e internacional, estimulando também a incorporação de pesquisas na rotina dos serviços, melhorando a qualidade e o acesso a novas tecnologias em saúde. Por outro lado, a área investe no estreitamento das relações com organismos e programas internacionais para a prevenção e o controle da tuberculose com o intuito de aprimorar as recomendações no país e qualificar as ações disponíveis.  




RAIVA

O que é?
Uma zoonose (doença que passa dos animais ao homem e vice-versa) transmitida por um vírus mortal tanto para o homem como para o animal. Envolve o sistema nervoso central, levando ao óbito após curta evolução.
Transmissão:
A transmissão da raiva ocorre quando os vírus da raiva existentes na saliva do animal infectado penetram no organismo através da pele ou de mucosas, por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura. A raiva apresenta três ciclos de transmissão:
- urbano: representado principalmente por cães e gatos;
- rural: representado por animais de produção, como: bovinos, equinos, suínos, caprinos;
- silvestre: representado por raposas, guaxinins, primatas e, principalmente, morcegos.
Sintomas:
Em todos os animais costumam ocorrer os seguintes sintomas:
- dificuldade para engolir;
- salivação abundante;
- mudança de comportamento;
- mudança de hábitos alimentares;- paralisia das patas traseiras.
Nos cães, o latido torna-se diferente do normal, parecendo um "uivo rouco", e os morcegos, com a mudança de hábito, podem ser encontrados durante o dia, em hora e locais não habituais.
Raiva humana
No início, os sintomas são característicos: transformação de caráter, inquietude, perturbação do sono, sonhos tenebrosos; aparecem alterações na sensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordedura; essas alterações duram de 2 a 4 dias. Posteriormente, instala-se um quadro de alucinações, acompanhado de febre; inicia-se o período de estado da doença, por 2 a 3 dias, com medo de correntes de ar e de água, de intensidade variável. Surgem crises convulsivas periódicas.
O que fazer quando agredido por um animal, mesmo se ele estiver vacinado contra a raiva:
- lavar imediatamente o ferimento com água e sabão;
- procurar com urgência o Serviço de Saúde mais próximo;
- não matar o animal, e sim deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva;
- o animal deverá receber água e alimentação normalmente, num local seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais;
- se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, voltar imediatamente ao Serviço de Saúde;
- nunca interromper o tratamento preventivo sem ordens médicas;
- quando um animal apresentar comportamento diferente, mesmo que ele não tenha agredido ninguém, não o mate e procure o Serviço de Saúde.
Prevenção - é dever do cidadão: 
- procurar sempre o Serviço de Saúde, no caso de agressão por animais;
- levar o animal para ser vacinado contra a raiva, anualmente;
- manter seu animal em observação quando ele agredir uma pessoa;
- não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair.
Colaborar com os Serviços de Saúde nas medidas de controle de raiva:
- notificar a existência de animais errantes nas vizinhanças de seu domicílio;
- informar o comportamento anormal de animais, sejam eles agressores ou não;
- informar a existência de morcegos de qualquer espécie;
- providenciar a entrega de animais para coleta de material para exames de laboratório, nos casos de morte dos animais com suspeita de raiva ou por causa desconhecida.
Evite:
- tocar em animais estranhos, feridos e doentes;
- perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo;
- separar animais que estejam brigando;
- entrar em grutas ou furnas e tocar em qualquer tipo de morcego (vivo ou morto);
- criar animais silvestres ou tirá-los de seu "habitat" natural;



                                                     RUBÉOLA
Rubéola é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Togavírus. Sua característica mais marcante são as manchas vermelhas que aparecem primeiro na face e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo inteiro. O contágio ocorre comumente pelas vias respiratórias com a aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal.
A rubéola congênita, ou seja, transmitida da mãe para o feto, é a forma mais grave da doença, porque pode provocar malformações como surdez e problemas visuais na criança.
Sintomas
O período de incubação do vírus é de cerca de 15 dias e os sintomas são parecidos com os da gripe:
* Dor de cabeça;
* Dor ao engolir;
* Dores no corpo (articulações e músculos);
* Coriza;
* Aparecimento de gânglios (ínguas);
* Febre;
* Exantemas (manchas avermelhadas) inicialmente no rosto que depois se espalham pelo corpo todo.
           Diagnóstico
Por causa de sua semelhança com várias outras enfermidades, o diagnóstico preciso de rubéola só pode ser obtido pelo exame sorológico.
Tratamento e Prevenção
O tratamento é sintomático. Antitérmicos e analgésicos ajudam a diminuir o desconforto, aliviar as dores de cabeça e do corpo e baixar a febre. Recomenda-se também que o paciente faça repouso durante o período crítico da doença.
Criança que nasce com rubéola pode transmitir o vírus por até um ano. Por isso, devem ser mantidas afastadas de outras crianças e de gestantes.
Vacina
A vacina contra a rubéola é eficiente em quase 100% dos casos e deve ser administrada em crianças aos 15 meses de vida. Mulheres que não tiveram a doença devem ser vacinadas antes de engravidar.
Recomendações
* Quem não teve a doença deve evitar o contato com pessoas infectadas pelo vírus da rubéola;
* Respeite as datas de vacinação de seu filho;
* Gestantes devem tomar cuidado redobrado para não pegar a doença. Durante os três primeiros meses de gravidez, a rubéola pode ser transmitida para o feto e causar complicações como malformação congênita como alterações oculares e cardíacas. Em alguns casos, pode provocar aborto.


TRACOMA
O que é:
Doença inflamatória dos olhos, causada por bactéria. O tracoma crônico forma lesões que provocam o atrito da pálpebra com a córnea, podendo ocasionar a cegueira.
Sintomas:
Os olhos podem ficar:
- vermelhos e irritados;
- lacrimejantes e com secreção;
- coçando;
- com sensação de areia;
- com intolerância à luz.
Obs.: em muitos casos a doença pode não apresentar sintomas.
Transmissão:
Ocorre por meio da secreção dos olhos com tracoma:
- de uma pessoa para outra, principalmente em ambientes coletivos, como escolas e creches;
- de objetos contaminados;
- de roupas de cama e lenços;
- de toalhas.
Prevenção:
- lavar as mãos e o rosto várias vezes ao dia;
- não coçar os olhos;
- não usar toalhas ou lenços de outras pessoas;
- evitar dormir na mesma cama com várias pessoas.
Os fatores de risco claramente associados à ocorrência do tracoma são as baixas condições sócio-econômicas e ambientais. Saneamento básico, acesso a água potável e destinação adequada do lixo, são medidas importantes para evitar doença!



TUBERCULOSE
Agente Etiológico 
É uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta principalmente os pulmões, mas, também podem ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). 
Como ocorre a transmissão da tuberculose
A tuberculose é transmitida por via aérea em praticamente a totalidade dos casos. A infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose ativa de vias respiratórias. 
Primoinfecção Tuberculosa
Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos de Koch, muitas delas ficam no trato respiratório superior (garganta e nariz), onde a infecção é improvável de acontecer. Contudo, quando os bacilos atingem os alvéolos, eles ocasionam uma rápida resposta inflamatória, envolvendo células de defesa. Caso ocorra falha neste mecanismo, os bacilos começam a se multiplicar.
A primoinfecção tuberculosa, sem doença, significa que os bacilos estão no corpo da pessoa, mas o sistema imunológico os está mantendo sob controle. 
Tuberculose primária
Em 5 % dos casos, entretanto a primoinfecção não é contida, seja pela deficiência no desenvolvimento da imunidade celular, seja pela carga infectante ou pela virulência do bacilo. A tuberculose resultante da progressão do complexo primário e que se desenvolve nos primeiros cinco anos após a primoinfecção denomina-se Tuberculose primária. 
As formas de tuberculose primária podem ser: ganglionares, pulmonares e miliar que comprometem não apenas os pulmões, mas muitos órgãos como rins, cérebro, meninges, glândula supra-renal e ossos, resultantes da disseminação linfohematogênica do bacilo. Por contigüidade, ocorrem as formas pleural (pulmão), pericárdica (gânglios mediastinais) e peritonial (gânglios mesentéricos).
Tuberculose pós-primária 
Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver tuberculose doença em qualquer fase da vida. Isto acontece quando o sistema imunológico não pode mais manter os bacilos “sob controle” e eles se multiplicam rapidamente (reativação endógena). Pode acontecer também, reativação exógena, na qual ocorre uma nova exposição a bacilos mais virulentos e que resistem à forte resposta imunológica desencadeada pelo hospedeiro (reativação exógena). 
Os doentes bacilíferos, isto é, aqueles cuja baciloscopia de escarro é positiva são a principal fonte de infecção. 
Portanto, todas as medidas devem ser realizadas no sentido de encontrar precocemente o paciente e oferecer o tratamento adequado, interrompendo assim, a cadeia de transmissão da doença. 
A má alimentação, a falta de higiene, o tabagismo, o alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da doença. 
Formas da Doença
A apresentação da tuberculose na forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, pois é a forma pulmonar bacilífera, a responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. 
A busca ativa dos sintomáticos respiratórios é a principal estratégia para o controle da TB, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares.
Tuberculose Pulmonar
Os sintomas clássicos da TB pulmonar são: tosse persistente por 3 semanas ou mais, produtiva ou não (com muco e eventualmente sangue), febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento. 
Em populações especiais, tais como presidiários, moradores de rua, pacientes HIV positivos, crianças, tosse com 2 semanas ou mais, pode ser sugestivo de tuberculose pulmonar e DEVE ser investigado.
Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum na criança maior, adolescente e adulto jovem. Tem como característica principal a tosse seca ou produtiva (com catarro).

A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5º C. A sudorese noturna e a anorexia são comuns. O exame físico geralmente mostra “fácies” de doença crônica e emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do apetite também possam ter TB pulmonar.
Tuberculose extrapulmonar
As formas extrapulmonares da tuberculose têm seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. 
Sua ocorrência aumenta entre pacientes com imunocomprometimento grave, principalmente naqueles com aids.
Diagnóstico
Baciloscopia do escarro 
A baciloscopia direta do escarro é o método principal no diagnóstico e para o controle de tratamento da tuberculose pulmonar por permitir a descoberta das fontes de infecção, ou seja, os casos bacilíferos. Trata-se de um método simples, rápido, de baixo custo e seguro para elucidação diagnóstica da tuberculose, uma vez que permite a confirmação da presença do bacilo. 
A boa amostra de escarro é a proveniente da árvore brônquica, obtida após esforço da tosse (expectoração espontânea).
O exame de baciloscopia de escarro deve ser solicitado aos pacientes que apresentem: 
• Tosse por duas a três semanas (sintomático respiratório);
• Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar, 

independentemente do tempo de tosse; 
• Suspeita clínica de TB em sítios extrapulmonares (materiais 

biológicos diversos).
Coleta de Escarro e Cuidados
· Orientação ao paciente
A unidade de saúde deve ter pessoal capacitado para fornecer  informações claras e simples ao paciente quanto à coleta do escarro, devendo proceder da seguinte forma: 
- Orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela manhã, lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e escarrar após forçar a tosse. Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro, evitando que esse escorra pela parede externa do pote. 
- Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça nessa posição. 
- Orientar o paciente a lavar as mãos. 
Radiológico 
A radiografia de tórax é método diagnóstico de grande importância na investigação da tuberculose.
Diferentes achados radiológicos apontam para suspeita de doença em atividade ou doença no passado, além do tipo e extensão do comprometimento pulmonar. 
Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. 
Prova Tuberculínica (PT)
A prova tuberculínica consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, nas pessoas (adultos e crianças), para o ver se a pessoa está infectada pelo M. tuberculosis. Na criança também é muito importante como método coadjuvante para o diagnóstico da TB doença.
Avaliação de contatos:
1. O caso índice deve ser entrevistado o quanto antes para identificação das pessoas que serão consideradas contatos.
2. Os contatos e suas respectivas idades devem ser listados. O tipo de convívio deve ser estabelecido (casa, ambiente de trabalho, escola, etc) e formas de localização devem ser identificadas (endereço e/ou telefone).
3. Sempre que possível realizar visita domiciliar para um melhor entendimento das circunstâncias que caracterizam os contatos identificados na entrevista do caso índice.

Todos os contatos serão convidados a comparecer à unidade de saúde para serem avaliados, pois eles que apresentam maior risco de adoecimento, pois estão expostos ao doente bacilífero.
Tratamento da Tuberculose
O tratamento da tuberculose é feito com 4 drogas na fase de ataque (2 meses)do tratamento com isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Na fase de manutenção (quatro meses subseqüentes) utilizam-se rifampicina e isoniazida. Este tratamento dura 6 meses e leva à cura da doença, desde que haja boa adesão ao tratamento com uso diário da medicação. 
O tratamento deve ser diretamente observado (TDO).
Tratamento Diretamente Observado (TDO) 
No tratamento diretamente observado, um profissional da equipe da unidade de saúde observa a tomada da medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua cura. Esta estratégia, também, oferece maior acolhimento ao doente, melhor adesão com aumento da cura e redução de abandono ao tratamento.
Todo paciente com Tuberculose deve receber este tipo de tratamento.