1. AIDS
2. Diabetes
Mellitus
3. Doença
de Chagas
4. Doenças
Respiratórias
5. Doenças
Sexualmente Transmissíveis – DST
6. Doenças
Transmitidas por Alimentos
7. Esquistossomose
8. Filariose
9. Hanseníase
10. Hepatites
Virais No Brasil
11. Leishmaniose
12. Leptospirose
13. Malária
14. Meningites
15. Peste
Bubônica
16. Programa
Nacional de Controle da Dengue
17. Programa
Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT)
18. Raiva
19. Rubéola
20. Tracoma
21. Tuberculose
Links:
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AIDS
A aids é
uma doença que se manifesta após a infecção do organismo pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV (proveniente do inglês -
Human Immunodeficiency Virus).
A
transmissão ocorre por meio do contato com sangue, sêmen, secreção vaginal ou
leite materno da pessoa doente. Vale destacar que suor, lágrima, beijo no
rosto ou na boca e uso comum de sabonete, toalha, copos ou talheres, entre
outros, não transmitem a doença.
Desde 1996,
com a distribuição gratuita de medicamentos aos brasileiros que necessitam do
tratamento de aids, houve um aumento na sobrevida e uma melhora na qualidade
de vida dos pacientes portadores do HIV. Atualmente, cerca de 180 mil pessoas
recebem tratamento de aids fornecido pelo Ministério da Saúde e distribuído
gratuitamente na rede pública de saúde.
Diagnóstico
O
diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes, realizados a
partir da coleta de uma amostra de sangue. Esses testes podem ser realizados
nos laboratórios de saúde pública, por meio do atendimento do usuário nas
unidades básicas de saúde, em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em
laboratórios particulares. Nos CTA, o teste anti-HIV pode ser feito de forma
anônima e gratuita.
Nesses
Centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de
aconselhamento, antes e depois do teste, feito de forma cuidadosa, a fim de
facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente.
Todos os
testes devem ser realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da
Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA/MS) e por ela controlados.
Sintomas
A aids não
se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Entretanto, os sintomas
iniciais são semelhantes: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de
garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do
braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para
desaparecer.
Com a
progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do
indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas, tais como: tuberculose,
pneumonia, alguns tipos de câncer, candidíase e infecções do sistema nervoso
(toxoplasmose e meningite, por exemplo).
Prevenção
Diversos
estudos confirmam a eficiência do preservativo na prevenção da aids e de
outras doenças sexualmente transmissíveis. Em um estudo realizado
recentemente na Universidade de Wisconsin (EUA), demonstrou-se que o correto
e sistemático uso de preservativos em todas as relações sexuais apresenta uma
eficácia estimada em 90-95% na prevenção da transmissão do HIV. Os autores
desse estudo sugerem uma relação linear entre a frequência do uso de
preservativos e a redução do risco de transmissão, ou seja, quanto mais se
usa a camisinha menor é o risco de contrair o HIV.
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DIABETES MELLITUS
O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome
metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da
incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. A insulina é
produzida pelo pâncreas e é responsável pela manutenção do metabolismo da
glicose e a falta desse hormônio provoca déficit na metabolização da glicose
e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no
sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
·
Tipos:
• Tipo 1: causada pela destruição das células produtoras
de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os
anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a
10% dos diabéticos.
• Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de
deficiência na secreção de insulina. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.
• Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à
glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir
após o parto. Sua causa exata ainda não é conhecida.
• Outros tipos: são decorrentes de defeitos genéticos
associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. Podem ser:
defeitos genéticos da função da célula beta; defeitos genéticos na ação da
insulina; doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia,
hemocromatose, fibrose cística, etc.); induzidos por drogas ou produtos
químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos, etc.).
·
Principais sintomas do DM tipo
1:
vontade de urinar diversas vezes; fome frequente; sede constante;
perda de peso; fraqueza; fadiga; nervosismo; mudanças de humor; náusea;
vômito.
·
Principais sintomas do DM tipo
2:
infecções frequentes; alteração visual (visão embaçada); dificuldade
na cicatrização de feridas; formigamento nos pés; furúnculos.
·
Complicações:
O tratamento correto do diabetes significa manter uma vida saudável,
evitando diversas complicações que surgem em consequência do mau controle da
glicemia. O prolongamento da hiperglicemia (altas taxas de açúcar no sangue)
pode causar sérios danos à saúde:
• retinopatia diabética: lesões que aparecem na retina do olho,
podendo causar pequenos sangramentos e, como consequência, a perda da
acuidade visual.
• nefropatia diabética: alterações nos vasos sanguíneos dos rins
fazem com que haja a perda de proteína na urina; o órgão pode reduzir sua
função lentamente, porém de forma progressiva, até sua paralisação total.
• neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de emitir e
receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas como: formigamento,
dormência ou queimação das pernas, pés e mãos; dores locais e desequilíbrio;
enfraquecimento muscular; traumatismo dos pêlos; pressão baixa; distúrbios
digestivos; excesso de transpiração e impotência.
• pé diabético: ocorre quando uma área machucada ou infeccionada
nos pés desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando
a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal
controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para
evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado.
• infarto do miocárdio e acidente vascular: ocorrem quando os
grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose)
de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose,
somado à atividade física e medicamentos que possam combater a pressão alta,
o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo, são medidas
imprescindíveis de segurança. A incidência deste problema é de 2 a 4 vezes
maior nas pessoas com diabetes.
• infecções: o excesso de glicose pode causar danos ao sistema
imunológico, aumentando o risco da pessoa com diabetes contrair algum tipo de
infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate
aos vírus, bactérias, etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia. O alto
índice de açúcar no sangue é propício para que fungos e bactérias se
proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local
de incisão cirúrgica.
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Doença de
Chagas
É uma doença transmissível, causada por um
parasito transmitida principalmente através do "barbeiro". O agente
causador é um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem
e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares,
especialmente as cardíacas e digestivas. Os barbeiros abrigam-se em locais
muito próximos à fonte de alimento e podem ser encontrados na mata,
escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore,
montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas escondem-se nas frestas,
buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de serem encontrados em
galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos.
Transmissão: A transmissão se dá
pelas fezes que o "barbeiro" deposita sobre a pele da pessoa,
enquanto suga o sangue. Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de coçar
facilita a penetração do tripanossomo pelo local da picada. O T.cruzi
contido nas fezes do "barbeiro" pode penetrar no organismo
humano, também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou
cortes recentes existentes na pele. Podemos ter ainda, outros mecanismos de
transmissão através de: transfusão de sangue, caso o doador seja portador da
doença; transmissão congênita da mãe chagásica, para o filho via placenta;
manipulação de caça (ingestão de carne contaminada) e acidentalmente em
laboratórios.
Sintomas:
Fase aguda: Febre, mal
estar, falta de apetite, edemas (inchaço) localizados na pálpebra ou em
outras partes do corpo, infartamento de gânglios, aumento do baço e do fígado
e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à
morte. Frequentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação clínica da
doença, podendo passar desapercebida.
Fase crônica: Nesta fase
muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua vida, sem
apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do T.cruzi .
Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial,
podendo comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o
aparelho digestivo.
Tratamento: As drogas hoje
disponíveis são eficazes apenas na fase inicial da enfermidade, daí a importância
da descoberta precoce da doença.
Prevenção: Baseia-se
principalmente em medidas de controle ao "barbeiro", impedindo a
sua proliferação nas moradias e em seus arredores. As atividades de educação
em saúde devem estar inseridas em todas as ações de controle, bem como, as
medidas a serem tomadas pela população local, tais como:
·
melhorar a habitação, através de reboco e
tamponamento de rachaduras e frestas;
·
usar telas em portas e janelas;
·
impedir a permanência de animais como cão, gato,
macaco e outros no interior da casa;
·
evitar montes de lenhas, telhas ou outros
entulhos no interior e arredores da casa;
·
construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro,
depósitos, afastados das casas e mantê-los limpos;
·
retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;
·
manter limpeza periódica nas casas e em seus
arredores;
·
difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os
conhecimentos básicos sobre a doença, vetor e sobre as medidas preventivas;
·
encaminhar os insetos suspeitos de serem
"barbeiros" para o serviço de saúde mais próximo.
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Doenças
respiratórias
O que são doenças respiratórias?
As doenças respiratórias são as que afetam o trato
e os órgãos do sistema respiratório.
Quais são os fatores
de risco?
O tabagismo, a poluição, a exposição profissional a
poluentes atmosféricos, as condições alérgicas e doenças do sistema imunitário,
entre outros.
Que tipos de doenças
respiratórias existem?
Existem 14 tipos diferentes de doenças
respiratórias
Broncopatias: doenças dos brônquios, como a asma, a bronquiectasia
e a bronquite.
Pneumopatias: grupo de doenças pulmonares, entre as quais se
destacam a atelectasia, as doenças pulmonares intersticiais, neoplasias
pulmonares, tuberculose pulmonar, hipertensão pulmonar, pneumopatias
obstrutivas, pneumonia, pneumopatias fúngicas, pneumopatias parasitárias,
síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido.
Transtornos respiratórios: são assim designadas as doenças respiratórias em
geral ou aquelas que não são uma doença específica. Neste grupo incluem-se a
apneia, síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido, dispneia,
insuficiência respiratória, hiperventilação, etc. A tosse, a rouquidão, a
aspiração de mecônio, respiração bucal, laringismo, síndroma do desconforto
respiratório do adulto, também são considerados transtornos respiratórios.
Fístula do trato
respiratório: passagem
anormal na comunicação entre algum componente do trato respiratório ou entre
qualquer parte do sistema respiratório e os órgãos circunvizinhos.
Doenças torácicas: doenças que afetam o tórax.
Transtornos da
motilidade ciliar: desordens
caracterizadas pelo movimento ciliar anormal no nariz, nas sinuses paranasais,
no trato respiratório, entre outras. A síndroma de Kartagener, doenças
respiratórias crónicas, a sinusite crónica e a otite crónica constituem
manifestações deste tipo de transtornos.
Doenças nasais: doenças do nariz em geral ou não especificadas.
Exemplos de doenças nasais são as neoplasias nasais, doenças dos seios
paranasais e a rinite. A epistaxe (derramamento de sangue pelas fossas nasais),
a granuloma letal da linha média, a obstrução nasal, as deformidades adquiridas
nasais, a rinoscleroma (infecção) e os pólipos nasais (tumores) integram-se
também nas doenças nasais.
Hipersensibilidade
respiratória: uma forma de
hipersensibilidade que afeta o trato respiratório, como acontece com a asma, a
febre dos fenos, a alveolite alérgica extrínseca, a aspergilose broncopulmonar
alérgica e a rinite alérgica perene.
Infecções
respiratórias: infecções do
trato respiratório superior. Resultam dessas infecções as seguintes doenças:
empiema pleural, complexo da doença respiratória bovina, bronquite, laringite,
legionelose (doença do Legionário), pneumopatias fúngicas, pneumopatias
parasitárias, pleurisia, pneumonia, rinite, sinusite, tonsilite, tuberculose
pleural, tuberculose pulmonar, coqueluche, resfriado comum, influenza, abcesso
pulmonar, faringite, rinoscleroma, síndroma respiratório agudo grave, traqueíte
(inflamação da traqueia) e tuberculose laríngea.
Doenças da traqueia: incluem neoplasias da traqueia, estenose traqueal
(estreitamento patológico da traqueia), traqueíte, traqueobroncomegalia,
fístula traqueoesofágica.
Doenças da laringe ou
laringopatias: doenças da
laringe em geral ou não especificadas, entre as quais se contam a laringite, os
distúrbios da voz, o granuloma laríngeo, o edema laríngeo, as neoplasias
laríngeas, o laringismo, a laringoestenose, a tuberculose laríngea, a paralisia
das cordas vocais. Estas doenças relacionam-se também com as
otorrinolaringopatias.
Doenças pleurais: empiema pleural, hemotórax (derrame de sangue no tórax),
derrame pleural, neoplasias pleurais, pleurisia e tuberculose pleural, bem como
quilotórax (derrame de quilo na cavidade pleural), hemopneumotórax,
hidropneumotórax, hidrotórax e pneumotórax.
Anormalidades do
sistema respiratório: anormalidades
congénitas estruturais do sistema respiratório, como o cisto broncogénico, o
sequestro broncopulmonar, a atresia coanal, a malformação adenomatóide, a
cística congénita do pulmão, a síndroma de Kartagener, a síndroma de Cimitarra
e a traqueobroncomegalia.
Neoplasias do trato
respiratório: neoplasias
pulmonares, pleurais e nasais.
Como se diagnosticam
as doenças respiratórias?
Pela observação clínica, através de técnicas e
meios complementares de diagnóstico, entre os quais: testes da função
respiratória, testes de sons respiratórios, broncografia, broncoscopia,
laringoscopia, radiografia pulmonar de massa, depuração mucociliar, testes de
provocação nasal, rinomanometria e rinometria acústica.
Quais são os
principais sintomas de doença respiratória?
Cada doença tem sintomas específicos, que só o
médico pode avaliar. Contudo, a tosse, a rouquidão, o nariz entupido, dores no
peito, dores de garganta, garganta irritada, pingo no nariz, dificuldade em
respirar quando não está a fazer esforço (a subir escadas, a andar, a fazer
exercício), dispneia, entre outros, são sintomas de doença respiratória.
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – DST
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são doenças causadas por vários tipos de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
Algumas DST são de fácil tratamento e de rápida resolução. Outras, contudo, têm tratamento mais difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora relatada pelos pacientes. As mulheres, em especial, devem ser bastante cuidadosas, já que, em diversos casos de DST, não é fácil distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher consultas periódicas ao médico. Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até a morte.
Algumas DST também podem ser transmitidas da mãe infectada para o bebê durante a gravidez ou durante o parto. Podem provocar, assim, a interrupção espontânea da gravidez ou causar graves lesões ao feto, outras podem também ser transmitidas por transfusão de sangue contaminado ou compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis.
· Tipos de DST:
• Aids: causada pela infecção do organismo humano pelo HIV (vírus da imunodeficiência adquirida). O HIV compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar adequadamente sua função de proteger o organismo contra as agressões externas, tais como: bactérias, outros vírus, parasitas e células cancerígenas;
• Cancro mole: também chamada de cancro venéreo, popularmente é conhecida como cavalo. Manifesta-se através de feridas dolorosas com base mole;
• Condiloma acuminado ou HPV: é uma lesão na região genital, causada pelo Papilomavírus Humano (HPV). A doença é também conhecida como crista de galo, figueira ou cavalo de crista;
• Gonorreia é a mais comum das DST. Também é conhecida pelo nome de blenorragia, pingadeira, esquentamento. Nas mulheres, essa doença atinge principalmente o colo do útero;
• Clamídia: também é uma DST muito comum e apresenta sintomas parecidos com os da gonorreia como, por exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no canal da urina e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia podem não apresentar nenhum sintoma da doença, mas a infecção pode atingir o útero e as trompas, provocando uma grave infecção. Nesses casos, pode haver complicações como dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas (fora do útero), parto prematuro e até esterilidade;
• Herpes: manifesta-se através de pequenas bolhas localizadas principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Essas bolhas podem arder e causam coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha, causando uma ferida;
• Linfogranuloma venéreo: caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão genital de curta duração (de três a cinco dias), que se apresenta como uma ferida ou como uma elevação da pele. Após a cura da lesão primária surge um inchaço doloroso dos gânglios de uma das virilhas. Se esse inchaço não for tratado adequadamente, evolui para o rompimento espontâneo e formação de feridas que drenam pus;
• Sífilis: manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias;
• Tricomoníase: os sintomas são, principalmente, corrimento amarelo-esverdeado, com mau cheiro, dor durante o ato sexual, ardor, dificuldade para urinar e coceira nos órgãos sexuais. Na mulher, a doença pode também se localizar em partes internas do corpo, como o colo do útero. A maioria dos homens não apresenta sintomas. Quando isso ocorre, consiste em uma irritação na ponta do pênis.
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DOENÇAS TRANSMITIDAS POR
ALIMENTOS
As Doenças transmitidas por alimentos ou DTAs são
causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados, em quantidades
que afetam a saúde do consumidor. A maioria são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas.
Outras doenças são envenenamentos causados por toxinas naturais ou por
produtos químicos prejudiciais que contaminaram o alimento (ex: agrotóxicos).
As DTAs são uma importante causa de morbidade e mortalidade em
todo o mundo. Em muitos países tem emergido como um crescente problema
econômico e de saúde pública. A Organização Mundial de
Saúde
(OMS) estima que, a cada ano, mais de dois milhões de pessoas morram por
doenças diarreicas, muitas adquiridas ao ingerir alimentos contaminados. No Brasil, faz-se
a vigilância epidemiológica de surtos de DTA e não de casos individuais, com
exceção da cólera, febre tifoide e botulismo. Essa vigilância (VE-DTA) teve início em 1999 e há
registro médio de 665 surtos por ano, com 13 mil doentes. No Brasil, a
maioria das doenças transmitidas por alimentos são causadas pela Salmonella, Escherichia
coli patogênica e Clostridium perfringens, pelas toxinas do Staphylococcus aureus e Bacillus
cereus.
Os sintomas mais comumente encontrados são náuseas, vômitos,
falta de apetite, diarreia, dores abdominais e febre, variando de acordo com
o agente etiológico. As doenças que causam diarreia e vômitos podem levar à
desidratação; a reposição destes fluidos e eletrólitos é extremamente
importante.
A prevenção se faz da seguinte forma: lavar as mãos
regularmente; desinfetar todas as superfícies, utensílios e equipamentos
usados na preparação de alimentos; escolher alimentos frescos com boa aparência, e antes do consumo
os mesmos devem ser lavados; evitar comer alimentos crus, com exceção das
frutas e verduras que podem ser descascadas, cujas cascas estejam íntegras;
comprar alimentos seguros verificando prazo de validade, acondicionamento e
suas condições físicas (aparência, consistência, odor); comprar carne
inspecionada pelo serviço de inspeção federal; não comprar alimentos sem
etiqueta que identifique o produtor; os pescados e mariscos de certas
espécies, e em alguns países em particular, podem estar contaminados com
toxinas que permanecem ativas, apesar de uma boa cocção; consumir leite
pasteurizado e esterilizado (UHT); evitar o consumo de alimentos crus, mal
cozidos (saladas, carnes, dentre outros); evitar comidas vendidas por
ambulantes, pois não se sabe se houve higiene na preparação destes produtos e
nem se estão sendo armazenados adequadamente; manter os alimentos fora do
alcance de insetos, roedores e outros animais. Estas são apenas algumas dicas
que o ministério da Saúde dá para se evitar ter uma DTA.
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ESQUISTOSSOMOSE
O que é?
Infecção causada por verme parasita da classe
Trematoda. Ocorre em diversas partes do mundo de forma não controlada
(endêmica). Nestes locais o número de pessoas com esta parasitose se mantém
mais ou menos constante. Os parasitas desta classe são cinco, e variam como
agente causador da infecção conforme a região do mundo. No nosso país a
esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni. O principal
hospedeiro e reservatório do parasita é o homem sendo a partir de suas
excretas (fezes e urina) que os ovos são disseminados na natureza. Possui
ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas,
onde os ovos passam a forma larvária (cercária). Esta última dispersa
principalmente em águas não tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele
causando uma inflamação da mesma. Já no homem o parasita se desenvolve e se
aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo
esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a
morte.
Como se adquire?
Os ovos eliminados pela urina e fezes dos homens
contaminados evoluem para larvas na água, estas se alojam e desenvolvem em
caramujos. Estes últimos liberam a larva adulta, que ao permanecer na água
contaminam o homem. No sistema venoso humano os parasitas se desenvolvem até
atingir de 1 a 2 cm de comprimento, se reproduzem e eliminam ovos. O
desenvolvimento do parasita no homem leva aproximadamente 6 semanas (período
de incubação), quando atinge a forma adulta e reprodutora já no seu habitat
final, o sistema venoso. A liberação de ovos pelo homem pode permanecer por
muitos anos.
O que se sente?
No momento da contaminação pode ocorrer uma
reação do tipo alérgica na pele com coceira e vermelhidão, desencadeada pela
penetração do parasita. Esta reação ocorre aproximadamente 24 horas após a
contaminação. Após 4 a 8 semanas surge quadro de febre, calafrios, dor-de-cabeça,
dores abdominais, inapetência, náuseas, vômitos e tosse seca. O médico ao
examinar o portador da parasitose nesta fase pode encontrar o fígado e baço
aumentados e ínguas pelo corpo (linfonodos aumentados ou linfoadenomegalias).
Estes sinais e sintomas normalmente desaparecerem em poucas semanas.
Dependendo da quantidade de vermes a pessoa pode se tornar portadora do
parasita sem nenhum sintoma, ou ao longo dos meses apresentar os sintomas da
forma crônica da doença: fadiga, dor abdominal em cólica com diarreia
intermitente ou disenteria. Outros sintomas são decorrentes da obstrução das
veias do baço e do fígado com consequente aumento destes órgãos e desvio do
fluxo de sangue que podem causar desde desconforto ou dor no quadrante
superior esquerdo do abdômen até vômitos com sangue por varizes que se formam
no esôfago.
Como se faz o diagnóstico?
Para diagnosticar esquistossomose a informação de
que o suspeito de estar infectado esteve em área onde há muitos casos de
doença (zona endêmica) é muito importante, além dos sintomas e sinais
descritos acima (quadro clínico). Exames de fezes e urina com ovos do
parasita ou mesmo de pequenas amostras de tecidos de alguns órgãos (biópsias
da mucosa do final do intestino) são definitivas. Mais recentemente se dispõe
de exames que detectam, no sangue, a presença de anticorpos contra os
parasitas que são úteis naqueles casos de infecção leve ou sem sintomas.
Como se trata?
O tratamento de escolha com antiparasitários,
substâncias químicas que são tóxicas ao parasita. Atualmente existem três
grupos de substâncias que eliminam o parasita, mas a medicação de escolha é o
Praziquantel, que se toma sob a forma de comprimidos na maior parte das vezes
durante um dia. Isto é suficiente para eliminar o parasita, o que elimina também
a disseminação dos ovos no meio ambiente. Naqueles casos de doença crônica as
complicações requerem tratamento específico.
Como se previne?
Por se tratar de doença de acometimento mundial e
endêmica em diversos locais (Península Arábica, África, América do Sul e
Caribe) os órgãos de saúde pública (OMS – Organização Mundial de Saúde - e
Ministério da Saúde) possuem programas próprios para controlar a doença.
Basicamente as estratégias para controle da doença baseiam-se em:
Ø Identificação e tratamento de portadores.
Ø Saneamento básico (esgoto e tratamento das águas)
além de combate do molusco hospedeiro intermediário.
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FILARIOSE
O que é?
Doença parasitária crônica causada
por vermes nematoides (as filárias).
Qual o microrganismo envolvido?
O parasita responsável pela doença
humana é o nematoide Wuchereria bancrofti, sendo vetor o mosquito
Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca).
Quais os sintomas?
Na fase aguda podem aparecer
fenômenos inflamatórios, entre eles inflamação dos vasos linfáticos e
linfadenites, além de sintomas gerais, como febre, dor de cabeça, mal estar,
entre outros. Mais tarde, por um período que pode levar meses ou anos, os
pacientes podem apresentar inchaço de membros, e/ou mamas no caso das
mulheres, e inchaço por retenção de líquido nos testículos no caso dos
homens. Doenças infecciosas da pele são frequentes e presença de gordura na
urina são outras possíveis manifestações. Pode ainda haver a evolução para
formas graves e incapacitantes de elefantíase (aumento excessivo do tamanho
de membros).
Como se transmite?
O ser humano é a fonte primária de
infecção; o parasita é transmitido de pessoa a pessoa por meio da picada do
mosquito Culex quinquefasciatus (pernilongo).
Como tratar?
O tratamento é feito com
medicamentos, de acordo com as manifestações clínicas resultantes da infecção
pelos vermes adultos e depende do tipo e grau de lesão que estes vermes
provocaram e suas consequências clínicas.
Como se prevenir?
Evitar a exposição prolongada aos
mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus nos locais onde ainda ocorre a
transmissão. No Brasil, estes locais estão restritos a bairros periféricos
dos municípios de Recife, Olinda, Jaboatão e Paulista, todos da Região
Metropolitana de Recife.
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HANSENÍASE
A Hanseníase é uma
doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas,
pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento
dos sintomas é longo. Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A hanseníase
pode causar deformidades físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico no
início da doença e o tratamento imediato.
Sinais e Sintomas
·
Manchas
esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com
perda ou alteração de sensibilidade.
·
Área de pele seca e
com falta de suor.
·
Área da pele com queda
de pêlos, especialmente nas sobrancelhas.
·
Área da pele com perda
ou ausência de sensibilidade.
·
Sensação de
formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e
ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber.
·
Dor e sensação de
choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas,
inchaço de mãos e pés.
· Diminuição da força
dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses
casos podem estar engrossados e doloridos.
·
Úlceras de pernas e
pés.
·
Nódulo (caroços) no
corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
·
Febre, edemas e dor
nas juntas.
·
Entupimento,
sangramento, ferida e ressecamento do nariz.
·
Ressecamento nos
olhos.
·
Mal estar geral,
emagrecimento.
Locais com maior
predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas
e pernas.
Importante: Em alguns
casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.
Transmissão
A transmissão se dá
por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença
(multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio
das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim
infectar outras pessoas suscetíveis.
O bacilo de Hansen tem
capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem,
porque a maioria apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo.
A hanseniase não transmite por:
·
Meio de copos, pratos,
talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da
pessoa com hanseniase.
·
Assentos, como
cadeiras, bancos.
·
Apertos de mão,
abraço, beijo e contatos rápidos em transporte coletivos ou serviços de
saude.
·
Picada de inseto.
·
Relação sexual.
·
Aleitamento materno.
·
Doação de sangue.
·
Herança genética ou
congênita (gravidez).
Importante!
Assim que a pessoa
começa o tratamento deixa de transmitir a doença. A pessoa com hanseníase não
precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar.
Período de incubação
Em média de 2 a 5
anos.
Período de transmissibilidade
Enquanto a pessoa não
for tratada.
Diagnóstico
O diagnóstico da
hanseníase é basicamente clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados no
exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade
superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros
casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação
diagnóstica.
Tratamento
O tratamento é
ambulatorial, com doses mensais supervisionadas administradas na unidade de
saúde e doses auto-administradas no domicílio.
Os medicamentos
utilizados consistem na associação de antibióticos, denominados
poliquimioterapia (PQT), que são adotados conforme a classificação
operacional, sendo:
Paucibacilares:
rifampicina, dapsona - 6 doses em até 9 meses;
Multibacilares:
rifampicina, dapsona e clofazimina – 12 doses em até 18 meses.
Prevenção
Apesar de não haver
uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar as
incapacidades e as formas multibacilares, tais como:
·
Diagnóstico precoce.
·
Exame dos contatos
intradomiciliares (pessoas que residem ou residiram nos últimos cinco anos
com o paciente).
·
Aplicação da BCG (ver
item vacinação).
·
Uso de técnicas de
prevenção de incapacidades.
Controle
O controle da
hanseníase é baseado no diagnóstico precoce de casos, seu tratamento e cura,
visando eliminar fontes de infecção e evitar sequelas. A detecção de casos
novos de hanseníase em menores de 15 anos foi adotada como principal
indicador de monitoramento da endemia, com meta de redução estabelecida em
10%, até 2011 e está inserida no Programa Mais Saúde: Direitos de Todos
(2008-2011) / Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Programa Nacional de
Controle da Hanseníase (PNCH) estabeleceu diretrizes operacionais para a execução
de diferentes ações, articuladas e integradas, que pudessem em todas as
frentes de trabalho propiciar às pessoas que adoecem sejam atendidas nas suas
necessidades e direitos. Sem perder de vista o desafio da horizontalização e
da descentralização, organizou-se as ações do PNCH, a partir de cinco
componentes/áreas: vigilância epidemiológica; gestão; atenção integral;
comunicação e educação e pesquisa.
Fonte: Ministério da Saúde |
HEPATITES VIRAIS NO BRASIL
Política pública
As
hepatites virais, em sua maioria, são doenças silenciosas. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), há no mundo cerca de 520 milhões de pessoas
portadoras da infecção pelos vírus das hepatites B e C. O Programa Nacional
para a Prevenção e o Controle de Hepatites Virais foi criado em 2002 e em 2009
integrou-se ao Departamento de DST e Aids. A união de esforços, a partir das
afinidades programáticas, potencializa as respostas, causando maior impacto nos
indicadores de saúde. O Sistema Único de Saúde garante aos brasileiros o
direito à saúde com base na promoção dos direitos humanos, no acesso universal
ao tratamento e na prevenção de novas infecções.
Diagnóstico precoce
Tratamento
Vacinação para hepatite B
Dados sobre as hepatites virais
Hepatite A
Hepatite B
Hepatite C
Hepatite D
Hepatite E
A transmissão ocorre por meio de água ou alimentos
contaminados pelo vírus.
É mais comum na Ásia e África, sendo rara no
Brasil.
A melhor forma de evitar a doença é pela melhoria
do saneamento básico e por medidas educacionais de higiene.
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LEISHMANIOSE
É uma doença transmitida por protozoários do gênero Leishmania. No
Brasil existem atualmente seis espécies de protozoários responsáveis por
causar doença humana. As variedades mais encontradas são a Leishmaniose
Visceral (LV) e a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA).
Leishmaniose Visceral
É conhecida como calazar, esplenomegalia tropical e febre dundun. É
infecciosa, mas não contagiosa. Acomete vísceras, como o fígado e o baço,
podendo ocasionar aumento de volume abdominal.
Transmissão
A LV é transmitida ao homem por meio da picada do inseto vetor
(Lutzomyia longipalpis) conhecido popularmente como "mosquito-palha,
birigui, asa branca, tatuquira e cangalhinha". Esses insetos têm hábitos
noturnos e vespertinos, atacando o homem e os animais principalmente no
início da noite e ao amanhecer.
Sintomas
Os sintomas mais frequentes são febre e aumento do volume do fígado e
do baço, emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias, desânimo,
prostração, apatia e palidez. Pode haver tosse, diarreia, respiração
acelerada, hemorragias e sinais de infecções associadas. Quando não tratada,
a doença evolui podendo levar à morte até 90% dos doentes.
Tratamento
O SUS oferece tratamento específico e gratuito para a doença. O
tratamento é feito com uso de medicamentos específicos a base de antimônio,
repouso e uma boa alimentação. A droga de primeira escolha para tratamento de
casos de LV é o antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime®).
É importante reforçar que quanto antes o doente procurar orientação
médica e tratamento, maior a possibilidade de recuperação e cura.
Prevenção
As medidas preventivas visam a redução do contato homem-vetor, podendo
ser realizadas medidas de proteção individual, dirigidas ao vetor e à
população canina, tais como: uso de mosquiteiros com malha fina, telagem de
portas e janelas, uso de repelentes, manejo ambiental, através da limpeza de
quintais, terrenos e praças, eliminação de fontes de umidade, não permanência
de animais domésticos dentro de casa, eliminação e destino adequado de
resíduos sólidos orgânicos, entre outras medidas de higiene e conservação
ambiental que evitam a proliferação do inseto vetor.
Leishmaniose Tegumentar Americana
É uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e
mucosas. É transmitida ao homem pela picada das fêmeas de flebotomíneos
infectadas.
Transmissão
A transmissão ocorre pela picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas.
Sintomas
As lesões podem ocorrer na pele e/ou mucosas. As lesões de pele podem
ser única, múltiplas, disseminada ou difusa. Apresentam aspecto de úlceras,
com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor. As lesões mucosas
são mais freqüentes no nariz, boca e garganta. Quando atingem o nariz podem
ocorrer entupimentos, sangramentos, coriza e aparecimento de crostas e
feridas. Na garganta, dor ao engolir, rouquidão e tosse.
Tratamento
O SUS oferece tratamento específico e gratuito para a doença. O
tratamento é feito com uso de medicamentos específicos a base de antimônio,
repouso e uma boa alimentação. A droga de primeira escolha para tratamento de
casos de LTA é o antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime®). Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), a dose do Glucantime® deve ser calculada
em mg/Sb+5/Kg/dia, Sb+5, significando antimônio pentavalente. Para as lesões
cutâneas, o esquema de tratamento é de 15 mg/Sb+5/Kg/dia por um período de 20
dias e para cutânea difusa o tratamento é de 20 mg/Sb+5/Kg/dia por um período
de 20 dias.
Para as lesões mucosas, é recomendada a dose de 20 mg/Sb+5/Kg/dia por
um período de 30 dias. Outras opções terapêuticas disponíveis nos serviços de
saúde são: isotionato de pentamidina e anfotericina B
Prevenção
O Ministério da Saúde recomenda ações dirigidas à:
Fonte: Mnistério
da Saúde
|
LEPTOSPIROSE:
O que é e como prevenir
Leptospirose:
o que é?
A leptospirose é uma doença
causada por uma bactéria presente na urina do rato que normalmente se espalha
pela água suja das enchentes e esgotos.
Como as
pessoas se contaminam?
Alguns
cuidados para se prevenir da doença:
Medidas
práticas para evitar a presença de roedores
ATENÇÃO
Se, apesar dessas orientações, você apresentar febre, dor de cabeça e dores
no corpo até 40 dias depois de ter entrado em contato com as águas de
enchente ou esgoto, procure imediatamente o Centro de Saúde mais próximo. Não
se esqueça de contar ao médico o seu contato com água ou lama de enchente.
Diretoria
de Vigilância Epidemiológica - DIVEP
Núcleo de
Zoonoses e Vetores
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MALÁRIA
O que é?
Malária é uma doença
infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito
Anopheles, infectada por Plasmodium.
Qual o
microrganismo envolvido?
Protozoários do gênero
Plasmodium. No Brasil, três espécies estão associadas à malária em seres
humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae.
Quais os
sintomas?
Os sintomas mais
comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência
de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do
baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por P. falciparum, também
existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária
cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos
sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais,
desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de
cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
Como se
transmite?
O protozoário é
transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do
mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro
tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de
outra sadia, como o compartilhamento de seringas (consumidores de drogas),
transfusão de sangue ou até mesmo de mãe para feto, na gravidez.
Como
tratar?
A decisão de como
tratar o paciente com malária deve estar de acordo com o Manual de
Terapêutica da Malária, editado pelo Ministério da Saúde, e ser orientada
pelos seguintes aspectos:
• Espécie de
plasmódio – dependendo da espécie de plasmódio o paciente vai receber um tipo
de tratamento.
• Gravidade da
doença – pela necessidade de drogas injetáveis de ação mais rápida sobre os
parasitos, visando reduzir a letalidade.
Como se prevenir?
• Medidas de
prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas,
roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de
repelentes.
• Medidas de
prevenção coletiva: drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de
criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação
do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e
das condições de trabalho, uso racional da terra.
|
Meningites
A meningite é
uma doença grave e temporalmente ilimitada, habitualmente presente entre os
membros de uma população e cujo nível de incidência se situa sistematicamente
nos limites de uma faixa que foi previamente convencionada (doença endêmica).
Ela pode acometer indivíduos de qualquer idade e é causada por diversos
agentes infecciosos como bactérias, vírus, parasitas e fungos. As meningites
bacterianas são, do ponto de vista clínico, as mais graves.
A doença
meningocócica (causada pela Neisseria meningitidis), pela magnitude,
gravidade e potencial de ocasionar surtos e epidemias, apresenta maior
importância em saúde pública. As meningites assépticas podem se expressar por
meio de surtos, porém com pouca gravidade.
Aspectos Epidemiológicos
Tempo
Ocorre em
qualquer período do ano. As meningites bacterianas têm maior incidência nos
períodos de inverno e as assépticas no verão.
Pessoa
O grupo etário
de maior risco são as crianças menores de 5 anos, mas as crianças menores de
1 ano são mais suscetíveis à doença.
Reservatório
Homem.
Notificação de casos suspeitos
De acordo com a
Portaria SVS/MS Nº 5 de 21 de fevereiro de 2006, Anexo I, todo caso de
meningite é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde e todo
caso de doença meningocócica deve ser notificado imediatamente.
Deve-se realizar
a investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação, avaliando a
necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes.
A investigação
deverá ser encerrada até 60 dias após a notificação. A unidade de saúde
notificadora deve utilizar a ficha de notificação/investigação do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação – Sinan encaminhando-a para ser
processada, conforme o fluxo estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde.
As notificações
de forma imediata visam à prevenção de novos casos e até mesmo de um surto.
Vacinação
As vacinas
contra meningite são específicas para determinados agentes etiológicos. O
calendário básico de vacinação da criança já contempla a vacina contra o
Haemophilus influenzae tipo b (Hib), que protege contra doenças como a
meningite, pneumonia, septicemia e otite. A vacina BCG, que previne contra as
formas graves de tuberculose, e as vacinas contra meningococo C e
Streptococcus pneumoniae, são utilizadas somente em situações especiais.
|
PESTE
BUBÔNICA
Manifestações Clínicas
É
a mais comum no Brasil. O quadro clínico pode apresentar os seguintes sinais
e sintomas, em intensidades variáveis: cefaleia, febre, dores generalizadas,
mialgias, anorexia, náuseas, vômitos, confusão mental, congestão das
conjuntivas, pulso rápido e irregular, taquicardia, hipotensão arterial,
prostração e mal-estar geral. Os casos da forma bubônica podem, com certa
frequência, apresentar sintomatologia moderada ou mesmo benigna. No segundo
ou terceiro dia de doença, aparecem as manifestações de inflamação aguda e
dolorosa dos linfonodos da região, ponto de entrada da Y. pestis. Este é
o chamado bubão pestoso, formado pela conglomeração de vários linfonodos
inflamados. O tamanho varia de 1 a 10 cm. A pele do bubão é brilhante,
distendida e de coloração vermelho-escura; é, de regra, extremamente doloroso
e frequentemente se fistuliza, com drenagem de material purulento. Podem
ocorrer manifestações hemorrágicas e necróticas em virtude da ação da
endotoxina bacteriana sobre os vasos.
Peste Septicêmica Primária
É
uma forma muito rara, na qual não há reações ganglionares visíveis. É
caracterizada pela presença permanente do bacilo no sangue. O início é
fulminante, com febre elevada, pulso rápido, hipotensão arterial, grande
prostração, dispneia, fácies de estupor, dificuldade de falar e hemorragias
cutâneas, às vezes serosas e mucosas e até nos órgãos internos. De modo
geral, a Peste septicêmica aparece na fase terminal da Peste bubônica não
tratada.
Peste Pneumônica
Pode
ser secundária à Peste bubônica ou septicêmica por disseminação hematógena. É
a forma mais grave e perigosa da doença, por seu quadro clínico e alta
contagiosidade, podendo provocar epidemias explosivas. Inicia-se com quadro
infeccioso grave, de evolução rápida, com abrupta elevação térmica,
calafrios, arritmia, hipotensão, náuseas, vômitos, astenia, obnubilação
mental. A princípio, os sinais e sintomas pulmonares são discretos e
ausentes. Depois, surge dor no tórax, respiração curta e rápida, cianose,
expectoração sanguinolenta ou rósea, fluida, muito rica em germes. Surgem
fenômenos de toxemia, delírio, coma e morte, se não houver instituição do
tratamento precoce e adequado.
• Período
de infecção – cerca de 5 dias após, os microrganismos inoculados
difundem-se pelos vasos linfáticos até os linfonodos regionais que passarão a
apresentar inflamação, edema, trombose e necrose hemorrágica, constituindo os
característicos bubões pestosos. Quando se institui tratamento correto,
este período se reduz para 1 ou 2 dias.
• Período
toxêmico – dura de 3 a 5 dias, correspondendo ao período de bacteremia.
A ação da toxina nas arteríolas e capilares determina hemorragias e necrose.
Petéquias e equimose são encontradas quase sempre na pele e mucosas. Há hemorragias
nas cavidades serosas, nos aparelhos respiratórios, digestivos e urinário.
Nos casos graves, estas manifestações conferirão à pele um aspecto escuro.
• Remissão –
em geral, se inicia por volta do oitavo dia e caracteriza-se por uma
regressão dos sintomas, com a febre caindo em lise e os bubões reabsorvidos
ou fistulados. Quando o quadro é de Peste bubônica, pode haver remissão mesmo
sem tratamento em percentual considerável dos casos; entretanto, nos casos de
Peste pneumônica se não for instituída a terapia adequada o óbito ocorre em
poucos dias.
Diagnóstico Diferencial
A
Peste bubônica deve ser diferenciada de adenites regionais supurativas,
linfogranuloma venéreo, cancro mole, tularemia e sífilis. Em alguns focos
brasileiros, a Peste bubônica pode, inclusive, ser confundida com a
leishmaniose tegumentar americana, na sua forma bubônica. A forma septicêmica
deve ser diferenciada de septicemias bacterianas das mais diversas naturezas
e de doenças infecciosas de início agudo e de curso rápido e grave. Nas áreas
endêmicas de tifo exantemático, tifo murino e febre maculosa, pode haver
dificuldade diagnóstica com a septicemia pestosa. A Peste pulmonar, pela sua
gravidade, deve ser diferenciada de outras pneumonias, broncopneumonias e
estados sépticos graves.
A
suspeita diagnóstica pode ser difícil no início de uma epidemia ou quando é
ignorada a existência da doença em uma localidade, já que suas primeiras
manifestações são semelhantes a muitas outras infecções bacterianas. A
história epidemiológica compatível facilita a suspeição do caso.
Diagnóstico Laboratorial
É
realizado mediante o isolamento e a identificação da Y. pestis, em
amostras de aspirado de bubão, escarro e sangue. Pode-se realizar
imunofluorescência e também sorologia por meio das técnicas de
hemaglutinação/inibição da hemaglutinação (PHA/PHI), Elisa, Dot-Elisa) e
diagnóstico bacteriológico por meio de cultura e hemocultura.
TRATAMENTO
O
tratamento com antibióticos ou quimioterápicos deve ser instituído precoce e
intensivamente, não se devendo, em hipótese alguma, aguardar os resultados de
exames laboratoriais, devido à gravidade e rapidez da instalação do quadro
clínico. Amostras para exame devem ser colhidas antes do início do
tratamento. O ideal é que se institua a terapêutica específica nas primeiras
15 horas após o início dos sintomas.
Estreptomicina – é o antibiótico mais eficaz
contra a Y. pestis, particularmente na forma pneumônica. Entretanto,
atualmente, seu uso está bastante restrito devido às suas manifestações
tóxicas. A dose pode ser de 30mg/kg/dia (não ultrapassando o total de
2g/dia), por via intramuscular, durante 10 dias ou até 3 dias depois da
temperatura ter voltado ao normal.
Cloranfenicol – é a droga de eleição para as
complicações que envolvem espaços tissulares (Peste meníngea), onde outros
medicamentos penetram com dificuldade. A via de administração pode ser oral
ou venosa. A dosagem é de 50mg/kg/dia, dividida em 4 tomadas diárias (6 em 6
horas), durante 10 dias.
Tetraciclinas – este grupo de antibiótico é
bastante efetivo no tratamento primário de pacientes com Peste sem
complicações. Aplicar uma dose inicial de15 mg/kg (não devendo exceder 1g
total) e continuar com 25-50 mg/kg/dia (não ultrapassar 2g/dia) por 10 dias.
As tetraciclinas podem também ser usadas combinadas com outros antibióticos.
Sulfamidas – têm sido usadas
extensivamente em prevenção e tratamento da Peste. Entretanto, alguns estudos
têm mostrado serem bem menos efetivas do que os antibióticos anteriormente
referidos. A sulfadiazina é usada em doses de 2-4g, seguida de dose de 1g, de
4-6 horas, por um período de 10 dias. Em crianças, a dose oral é de 75mg/kg,
seguida de 150 mg/kg/dia, dividida em 6 doses. A combinação das drogas
sulfametoxazol + trimetoprima tem sido usada na prevenção e tratamento da Peste.
Atenção: os antibióticos das classes
das penicilinas, cefalosporinas e macrolídeos não são eficazes no tratamento
da Peste.
Tratamento
da Peste em grávidas e crianças – é importante atentar para a escolha do
antibiótico durante a gravidez, devido aos efeitos adversos. Experiências têm
mostrado que os aminoglicosídeos administrados de forma cuidadosa são
eficazes e seguros para mãe, feto e crianças. A gentamicina é o antibiótico
preferencial para tratamento da Peste em mulheres grávidas.
Tratamento de suporte –
deve-se buscar controlar os sintomas à medida que forem aparecendo. Como
medidas gerais e de tratamento sintomático, recomenda-se desde o princípio
observar o estado da circulação, da pressão arterial e da função cardíaca. Se
necessário, empregar analépticos cardiovasculares para contrabalançar os
efeitos da toxina sobre o coração, sedativos para combater a agitação e o
delírio e anti-hemorrágicos para as manifestações hemorrágicas. Fazer
reidratação e reposição dos eventuais distúrbios hidreletrolíticos. Manter
cuidados com as mucosas e a mobilização do paciente. O bubão tende à
reabsorção sob a ação dos antibióticos, dispensando qualquer tratamento
local, devendo-se fazer a drenagem unicamente nos casos de bubões supurados.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
A
Peste continua sendo potencialmente perigosa em diversas partes do mundo,
devido à persistência da infecção em roedores silvestres e ao seu contato com
ratos comensais. Focos naturais de Peste persistem na África, Ásia, sudeste
da Europa, América do Norte e América do Sul. Na América do Norte, tem sido
comprovada a existência da Peste na região ocidental dos Estados Unidos. Na
América do Sul, a Peste tem sido notificada pelos seguintes países: Brasil,
Bolívia, Equador e Peru.
No
Brasil, existem duas áreas principais de focos naturais: o Nordeste e
Teresópolis. O foco do Nordeste está localizado na região semi-árida do
Polígono das Secas, em vários estados (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia), e nordeste de Minas Gerais (Vale do
Jequitinhonha), além de outra zona pestosa no estado de Minas Gerais fora do
Polígono das Secas (Vale do Rio Doce). O foco de Teresópolis fica localizado
na Serra dos Órgãos, nos limites dos municípios de Teresópolis, Sumidouro e
Nova Friburgo (Figura 1).
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos
• Impedir
a transmissão para humanos mediante controle dos focos naturais (prevenção
primária).
• Realizar
diagnóstico precoce de casos humanos (prevenção secundária) visando diminuir
a letalidade da doença.
• Impedir
a reintrodução da Peste urbana através de portos e aeroportos.
Definição de Caso
Suspeito
• Paciente
que apresentar quadro agudo de febre em área pertencente a um foco natural de
Peste, que evolua com adenite (“sintomático ganglionar”).
• Paciente
proveniente de área com ocorrências de Peste pneumônica (de 1 a 10 dias) e
que apresente febre e/ou outras manifestações clínicas da doença,
especialmente sintomatologia respiratória.
Confirmado
1. Critério
clínico-laboratorial
Todo
caso com quadro clínico de Peste e diagnóstico laboratorial confirmado
(positivo classe I).
2. Critério
clínico-epidemiológico
Todo
caso com quadro clínico sugestivo de Peste e história epidemiológica, em área
onde tenha sido confirmada laboratorialmente a ocorrência de Peste humana ou
animal (positivo classe II).
Descartado
• Caso
suspeito com diagnóstico laboratorial negativo.
• Caso
suspeito com história epidemiológica não compatível.
• Caso
com história epidemiológica porém sem nenhuma confirmação anterior de caso
confirmado laboratorialmente.
Notificação
A
Peste é uma doença de notificação compulsória, sujeita ao Regulamento
Sanitário Internacional. Todos os casos suspeitos devem ser imediatamente
notificados por telefone, fax ou e-mail às autoridades sanitárias superiores.
A rapidez nas notificações visa à prevenção de novos casos e até mesmo de um
surto.
PRIMEIRAS MEDIDAS A SEREM ADOTADAS
Assistência Médica ao Paciente
Tratar
precoce e adequadamente o paciente.
Qualidade da Assistência
Verificar
se os casos estão sendo atendidos de acordo com as orientações pertinentes.
Proteção
Individual
Manter
em isolamento restrito os casos de Peste pneumônica, com precauções contra a
disseminação aérea até se tenha completado 48 horas de esquema de tratamento
com antibiótico apropriado.
Confirmação Diagnóstica
Coletar
material para diagnóstico laboratorial de acordo com as orientações
constantes do Anexo 1.
Proteção da População
Proteção
de contatos – logo que se tenha conhecimento da suspeita de caso(s) de
Peste é indicada a quimioprofilaxia para contatos de pacientes com Peste
pneumônica e para indivíduos suspeitos de terem tido contato com pulgas
infectadas.
Devem
ser intensificadas ações de esclarecimento à população sobre o ciclo de
transmissão da doença, gravidade e situação de risco, utilizando-se os meios
comunicação de massa, bem como visitas domiciliares e palestras.
Investigação
Todos
os casos de Peste devem ser cuidadosamente investigados, não só para o
correto diagnóstico dos pacientes como também para orientar as medidas de
controle a serem adotadas. O instrumento de coleta de dados, a ficha
epidemiológica disponível no Sinan, contém os elementos essenciais a serem
coletados em uma investigação de rotina. Todos os seus campos devem ser
criteriosamente preenchidos, mesmo quando a informação for negativa. Outros
itens e observações podem ser incluídos, conforme as necessidades e
peculiaridades de cada situação.
ROTEIRO DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Identificação do Paciente
Preencher
todos os campos da ficha de investigação epidemiológica do Sinan relativos
aos dados gerais, notificação individual e dados de residência.
Coleta de Dados Clínicos e Epidemiológicos Para
Confirmar a Suspeita Diagnóstica
Anotar
na ficha de investigação dados sobre critério de confirmação, classificação
da forma clínica e gravidade.
Para Identificação da Área de Transmissão
Verificar
se o local de residência corresponde a uma área de provável transmissão da
doença (focos naturais da doença). A identificação da área onde se deu a
transmissão é de suma importância para a condução das medidas de controle.
Para Determinação da Extensão da Área de
Transmissão
• Busca
ativa de caso humano: após a identificação do possível local de
transmissão iniciar imediatamente a busca ativa de outros casos humanos na
localidade.
• Captura,
identificação e exames de reservatórios e vetores: a morte de roedores
na área é sugestiva da circulação da Y. pestis, daí a importância de
capturar roedores para identificação. Proceder também à captura,
identificação e exame das pulgas existentes no local, para pesquisa
da Y. pestis. Esse trabalho deve ser executado por equipes treinadas,
com observância dos cuidados de biossegurança.
Coleta e Remessa de Material para Exames
Logo
após a suspeita clínica de Peste, coletar material para exame, antes de
iniciar o tratamento (conforme o Anexo 1).
Atenção
Em
vista da gravidade e rapidez da instalação do quadro clínico da doença, não
se deve em hipótese alguma aguardar os resultados de exames laboratoriais
para instituir o tratamento.
O
profissional deve interpretar passo a passo os dados coletados, englobando o
surgimento de casos humanos de Peste (confirmados e suspeitos); comprovação
de Peste animal em roedores, pulgas, carnívoros ou outros mamíferos e
descoberta de roedores mortos na localidade com causa atribuível à Peste,
para orientar e desencadear as medidas de controle.
Encerramento de Casos
A
ficha epidemiológica de cada caso deve ser analisada visando definir qual o
critério utilizado para o diagnóstico, considerando as seguintes
alternativas:
Confirmado
por Critério Clínico-laboratorial
Caso
o objeto de investigação seja confirmado por um ou mais testes de laboratório
(Classe I).
Confirmado
por Critério Clínico-epidemiológico
Caso
não confirmado por teste laboratorial, mas que se enquadra em critérios
clínicos e epidemiológicos bem estabelecidos, os quais caracterizam, com boa
margem de segurança, a nosologia pestosa (Classe II).
Situações abrangidas:
• caso
humano com quadro clínico compatível com nosologia pestosa, claramente
associado com Peste comprovada em roedores, pulgas ou carnívoros;
• caso
com quadro clínico sugestivo, bastante compatível com Peste, de ocorrência em
região pestígena reconhecida como tal e associado a indício de Peste animal;
• caso
com quadro clínico não característico, porém ainda assim considerado
compatível com Peste, ocorrido em região pestígena conhecida e aliado a indícios
seguros de Peste animal.
Óbito
Caso
investigado, com evolução para óbito.
Caso
Descartado
Caso
investigado, cujo resultado dos testes laboratoriais foram negativos, com
isolamento de outro agente patogênico; caso não submetido a testes
laboratoriais, com quadro clínico-epidemiológico considerado suficiente para
excluir com segurança a hipótese de Peste.
Relatório Final
Os
dados da investigação deverão ser sumarizados em um relatório com as
principais conclusões, das quais destacam-se:
• área
de transmissão dos casos. Distribuição dos casos segundo espaço, pessoa e
tempo;
• situação
atual do foco e medidas de controle adotadas para impedir a transmissão para
humanos;
• situação
de risco para a ocorrência de novos casos ou surtos;
• critérios
de confirmação e descarte dos casos.
INSTRUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONTROLE
Imunização
A
vacina disponível é muito pouco utilizada, pois é de baixa tolerabilidade e a
proteção conferida é de curta duração (alguns meses), após a administração de
duas ou três doses e mais uma de reforço.
Controle Vetorial
O
ambiente onde vivem os contatos deve ser desinfestado (despulizado) de pulgas
através do uso de inseticidas. Caso se suspeite que outras habitações possam
estar com pulgas contaminadas, deve-se estender essa medida. Se houver
indicação de desratização ou anti-ratização, a eliminação das pulgas deve
anteceder a eliminação dos roedores.
Vários
tipos de inseticidas podem ser empregados com sucesso para o controle das
pulgas, destacando-se o grupo dos carbamatos e piretróides.
Ações de Educação em Saúde
A
prática educativa nas ações de controle é tão mais efetiva quanto mais se
contar com a compreensão e participação ativa da comunidade. Orientações
devem ser dadas quanto a necessidade de se evitar que roedores disponham de
abrigo e alimento próximos às habitações humanas e as formas de eliminá-los
quando presentes – precedendo com o cuidado de eliminação das pulgas; caso
contrário, sem seu alimento habitual, elas terão como alternativa invadir o
ambiente doméstico. Evitar que os roedores entrem em contato com grãos
armazenados pelo homem, mesmo em anexos fora do domicílio. Evitar contato com
roedores silvestres em áreas de foco pestoso.
Estratégias de Prevenção
• Monitoramento
da atividade pestosa em roedores e pulgas.
• Busca
de outras situações que indiquem aumento do risco de contágio (índices de
roedores e pulgas acima do usual, infestação murina domiciliar).
• Identificação
precoce de casos para pronta intervenção da vigilância epidemiológica.
• Vigilância
nas áreas portuárias e aeroportuárias (incluindo naves e aeronaves): estado
de alerta para a possibilidade de importação da Peste.
Vigilância epidemiológica –
de acordo com o período de incubação da Peste, preconiza-se que todo
indivíduo que tenha contato com paciente de Peste pneumônica deva ficar sob
vigilância durante sete dias, visando diagnóstico precoce e adoção de medidas
de prevenção. Os contatos devem ser informados a respeito dos sinais,
sintomas e gravidade da doença, para buscar assistência médica imediata caso
haja alteração no seu estado de saúde, informando ao médico o fato de ter
tido contato com paciente de Peste.
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PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA DENGUE
Amparo
legal à execução das ações de campo – imóveis fechados, abandonados ou com
acesso não permitido pelo morador
LIBERDADE INDIVIDUAL E CONTROLE
SANITÁRIO
Verificando
o valor político do Direito e sua força de coesão, os Estados contemporâneos
fizeram das constituições um documento político, a lei de maior eficácia
jurídica. O Brasil reconhece formalmente, em sua Constituição Federal, que a
dignidade humana depende da proteção dos direitos fundamentais do homem,
notadamente os direitos civis, políticos, sociais, culturais, econômicos,
difusos e coletivos. O poder do Estado para regular comportamentos
individuais deriva da aceitação da sujeição dos indivíduos à autoridade
pública, fundamentada tanto no proveito coletivo quanto na certeza da
existência de espaços para a ação individual, com a preservação dos direitos
essenciais da pessoa humana, intangíveis pelo Estado.
Assim,
em alguns casos concretos, pode ser necessário conciliar direitos
fundamentais, reconhecendo-se os diversos interesses conflitantes em jogo,
avaliando-lhes a respectiva força e pesando-os, a fim de fazer preponderar o
mais importante deles, conforme o caso concreto em análise, segundo um padrão
social, e afinal, estabelecer o equilíbrio entre eles. Ou seja, é necessário
encontrar os limites à extensão de cada um deles, de modo que, pelo menos em
parte, seja salvaguardado também o outro.
O
controle sanitário revela esse dilema, uma vez que há uma constante tensão
que reside, de um lado, no dever do Estado de adotar ações efetivas e
eficazes no combate a doenças e outros agravos à saúde e, de outro lado, no
dever do Estado de respeitar os direitos de liberdade dos cidadãos, sendo
vedado adotar medidas arbitrárias que venham a ferir, por exemplo a
privacidade, a intimidade e a inviolabilidade dos domicílios. Isso porque a
saúde, como os demais, é um direito fundamental assegurado pela Constituição
da República, sendo direito de todos e dever do Estado (art. 196).
Para
que o Estado possa realizar o direito à saúde, é necessário que execute um
conjunto de ações e serviços públicos de saúde, inclusive regulamentando,
fiscalizando e controlando, conforme estatuído no art. 197 da Constituição,
todas as ações e serviços de saúde, que têm relevância pública. A
Constituição dispõe, também, no art. 5.o, inc. XI, que “a casa é o asilo
inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou durante o dia, por determinação judicial”. E, no inciso XXV do
mesmo artigo, dispõe que “no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar propriedade particular, assegurado ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano”.
Em
alguns casos, o exercício de um “conjunto de ações que proporcionam o
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a
finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças
ou agravos” (chamado de vigilância epidemiológica pela Lei n.º 8.080/90, art.
6.o, § 2.º) exige da Administração formas severas de atuação para que tenha
sucesso, tais como o ingresso forçado em imóveis particulares, fechados,
abandonados, ou ainda ocupados por pessoas que se recusam a permitir a
entrada dos agentes estatais.
Surge
desta realidade a necessidade de se fixarem diretrizes para superar os
conflitos entre a autoridade estatal no exercício de ações de saúde pública e
a liberdade individual. Os atributos da discricionariedade, presunção de
veracidade e de legalidade, imperatividade, autoexecutoriedade e
coercibilidade, embora caracterizem o poder/dever da polícia administrativa
estatal, devem ser considerados com certas cautelas, tendo em vista que não
estão presentes em todos os atos de polícia praticados pela Administração.
Alguns deles devem ser aplicados com parcimônia, em observância aos
princípios da legalidade, e razoabilidade. Toda medida sanitária que importe
em redução dos direitos individuais deve ser devidamente fundamentada pela
autoridade que a determinar.
Sempre
que a autoridade sanitária deparar-se com hipóteses excepcionais de doenças e
agravos que ameacem a saúde pública, deverá utilizar- se dos recursos a ela
atribuídos pela Constituição e pela atual legislação em vigor (CF arts. 5.o,
XI e XXV, 6.o e 196 a 200 e Leis n.º 8.080/90, 9.782/99, 6.259/75 e
6.437/77), fazendo uso dos atributos da autoexecutoriedade e coercibilidade
quando tal procedimento se mostrar necessário para a proteção da saúde
pública. Nessas hipóteses excepcionais, a autorização judicial torna-se
prescindível, uma vez que o bem saúde merece uma tutela excepcional, quando
está em risco a preservação da vida e da integridade física e mental de
muitos seres humanos.
Finalmente,
mostra-se necessária a edição de norma técnica, regulando especificamente a
prevenção e o controle de doenças e agravos à saúde. Ela definirá os padrões
de potencialidade de risco à saúde pública e graduará a ação de vigilância
sanitária a ser adotada conforme a gravidade. Quando o risco à saúde não
caracterizar perigo público, o ingresso forçado, sem autorização judicial,
deverá ser feito apenas nos casos de imóveis abandonados ou desabitados,
quando não se caracteriza o domicílio. Quando a ameaça à saúde pública
constituir situação de perigo público, declarada como tal pelo gestor
responsável pela execução das ações, com base na norma técnica, o ingresso
forçado mostra-se possível, desde que observados os procedimentos formais
nela estabelecidos.
A
situação de iminente perigo público será declarada pela autoridade sanitária
mediante despacho motivado, precedido de procedimento administrativo com base
em pareceres técnicos. No caso do ingresso forçado em imóveis, havendo a
opção de se recorrer ao judiciário para a obtenção de autorização, o
requerimento poderá ser genérico, englobando a totalidade dos imóveis a
vistoriar, já que a causa da medida é o combate generalizado a um risco à
saúde pública, e não qualquer circunstância ligada a um imóvel em particular.
Embora
a solicitação do mandado judicial só se faça necessária nos casos de
resistência física do indivíduo à ação estatal, não será preciso que a
autoridade comprove previamente a resistência do morador, pois a causa do
pedido não é a recusa, mas sim a necessidade de agir em favor da saúde
pública.
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PROGRAMA
NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE (PNCT)
A atuação do Programa Nacional
de Controle da Tuberculose compreende estratégias inovadoras que visam
ampliar e fortalecer a estratégia DOTS, com o enfoque na articulação com
outros programas governamentais para ampliar o controle da Tuberculose e de
outras comorbidades, como, por exemplo, a AIDS.
Além disso, privilegia a
descentralização das medidas de controle para a Atenção Básica, ampliando o
acesso da população em geral e das populações mais vulneráveis ou sob risco
acrescido de contrair a Tuberculose, como as populações em situação de rua,
pessoas privadas de liberdade e a população indígena, além da articulação com
organizações não governamentais ou da sociedade civil, para fortalecer o
controle social e garantir a sustentabilidade das ações de controle.
A manutenção da Tuberculose
como um problema de Saúde Pública faz com que novas respostas devam ser
pensadas no sentido de promover a equidade, garantindo o acesso aos
pacientes, visando não apenas o seu atendimento e bem estar, mas, num sentido
mais amplo, a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) em suas
diretrizes. As alternativas passam por readequação do sistema de saúde no
atendimento destes pacientes, redefinição de procedimentos e organogramas,
redefinição das missões institucionais de entidades da sociedade civil e pela
busca de alternativas para equacionar o problema, dentre estas a comunicação
deve ocupar um lugar de destaque. A integralidade no SUS, em especial a
garantia ao acesso, é garantida pela Constituição Federal em seu Artigo 196,
que assegura que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Também os artigos 2º e
5º, inciso III, da Lei nº. 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes, dos objetivos e princípios do SUS, explicitam
que “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover
as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”, além de esclarecer que
são também objetivos do SUS a assistência às pessoas por intermédio de ações
de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas.
Componentes do Programa de Controle
da Tuberculose
O controle da
Tuberculose é baseado na busca de casos, diagnóstico precoce e adequado, seu
tratamento até a cura com o objetivo de interromper a cadeia de transmissão e
evitar possíveis adoecimentos. Entretanto, a identificação e especificação
dos componentes de um programa são passos importantes para que possamos
apreender sua constituição.
Com o objetivo
de otimizar o planejamento e a avaliação das ações de controle da
Tuberculose, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT)
organizou-se nos seguintes componentes e subcomponentes:
• Planejamento e Administração
• Atenção à Saúde: A área de Atenção à Saúde tem como objetivos
implantar
e/ou implementar
as recomendações do Ministério da Saúde para o controle da tuberculose. Para
isso, suas atividades se pautam no apoio aos estados e municípios na
implantação/implementação dessas recomendações, e na qualificação das ações
de controle da doença.
>>Prevenção
>>Assistência >>Diagnóstico
•
Desenvolvimento Institucional e Humano
• Cooperação
Internacional e de Pesquisa: A área de Cooperação Internacional e de
Pesquisa tem como objetivo acompanhar os principais estudos de tuberculose,
desenvolvidos no âmbito nacional e internacional, estimulando também a
incorporação de pesquisas na rotina dos serviços, melhorando a qualidade e o
acesso a novas tecnologias em saúde. Por outro lado, a área investe no
estreitamento das relações com organismos e programas internacionais para a
prevenção e o controle da tuberculose com o intuito de aprimorar as
recomendações no país e qualificar as ações disponíveis.
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RAIVA
O que é?
Uma zoonose (doença que passa dos animais ao homem e vice-versa)
transmitida por um vírus mortal tanto para o homem como para o animal.
Envolve o sistema nervoso central, levando ao óbito após curta evolução.
Transmissão:
A transmissão da raiva ocorre quando os vírus da raiva existentes na
saliva do animal infectado penetram no organismo através da pele ou de
mucosas, por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura. A raiva apresenta
três ciclos de transmissão:
- urbano: representado principalmente por cães e gatos;
- rural: representado por animais de produção, como: bovinos, equinos,
suínos, caprinos;
- silvestre: representado por raposas, guaxinins, primatas e,
principalmente, morcegos.
Sintomas:
Em todos os animais costumam ocorrer os seguintes sintomas:
- dificuldade para engolir;
- salivação abundante;
- mudança de comportamento;
- mudança de hábitos alimentares;- paralisia das patas traseiras.
Nos cães, o latido torna-se diferente do normal, parecendo um
"uivo rouco", e os morcegos, com a mudança de hábito, podem ser
encontrados durante o dia, em hora e locais não habituais.
Raiva humana
No início, os sintomas são característicos: transformação de caráter,
inquietude, perturbação do sono, sonhos tenebrosos; aparecem alterações na
sensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordedura; essas
alterações duram de 2 a 4 dias. Posteriormente, instala-se um quadro de
alucinações, acompanhado de febre; inicia-se o período de estado da doença,
por 2 a 3 dias, com medo de correntes de ar e de água, de intensidade
variável. Surgem crises convulsivas periódicas.
O que fazer quando agredido por um animal, mesmo se ele estiver
vacinado contra a raiva:
- lavar imediatamente o ferimento com água e sabão;
- procurar com urgência o Serviço de Saúde mais próximo;
- não matar o animal, e sim deixá-lo em observação durante 10 dias,
para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva;
- o animal deverá receber água e alimentação normalmente, num local
seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais;
- se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento,
voltar imediatamente ao Serviço de Saúde;
- nunca interromper o tratamento preventivo sem ordens médicas;
- quando um animal apresentar comportamento diferente, mesmo que ele
não tenha agredido ninguém, não o mate e procure o Serviço de Saúde.
Prevenção - é dever do cidadão:
- procurar sempre o Serviço de Saúde, no caso de agressão por animais;
- levar o animal para ser vacinado contra a raiva, anualmente;
- manter seu animal em observação quando ele agredir uma pessoa;
- não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair.
Colaborar com os Serviços de Saúde nas medidas de controle de raiva:
- notificar a existência de animais errantes nas vizinhanças de seu
domicílio;
- informar o comportamento anormal de animais, sejam eles agressores
ou não;
- informar a existência de morcegos de qualquer espécie;
- providenciar a entrega de animais para coleta de material para
exames de laboratório, nos casos de morte dos animais com suspeita de raiva
ou por causa desconhecida.
Evite:
- tocar em animais estranhos, feridos e doentes;
- perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo;
- separar animais que estejam brigando;
- entrar em grutas ou furnas e tocar em qualquer tipo de morcego (vivo
ou morto);
- criar animais silvestres ou tirá-los de seu "habitat"
natural;
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Rubéola é uma doença
infecto-contagiosa causada pelo Togavírus. Sua característica mais marcante
são as manchas vermelhas que aparecem primeiro na face e atrás da orelha e
depois se espalham pelo corpo inteiro. O contágio ocorre comumente pelas vias
respiratórias com a aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal.
A rubéola congênita, ou seja,
transmitida da mãe para o feto, é a forma mais grave da doença, porque pode
provocar malformações como surdez e problemas visuais na criança.
Sintomas
O período de incubação do vírus é
de cerca de 15 dias e os sintomas são parecidos com os da gripe:
* Dor de cabeça;
* Dor ao engolir;
* Dores no corpo (articulações e músculos);
* Coriza;
* Aparecimento de gânglios (ínguas);
* Febre;
* Exantemas (manchas avermelhadas) inicialmente
no rosto que depois se espalham pelo corpo todo.
Diagnóstico
Por causa de sua semelhança com
várias outras enfermidades, o diagnóstico preciso de rubéola só pode ser
obtido pelo exame sorológico.
Tratamento e Prevenção
O tratamento é sintomático.
Antitérmicos e analgésicos ajudam a diminuir o desconforto, aliviar as dores
de cabeça e do corpo e baixar a febre. Recomenda-se também que o paciente
faça repouso durante o período crítico da doença.
Criança que nasce com rubéola pode
transmitir o vírus por até um ano. Por isso, devem ser mantidas afastadas de
outras crianças e de gestantes.
Vacina
A vacina contra a rubéola é
eficiente em quase 100% dos casos e deve ser administrada em crianças aos 15
meses de vida. Mulheres que não tiveram a doença devem ser vacinadas antes de
engravidar.
Recomendações
* Quem não teve a doença deve evitar o contato com pessoas infectadas
pelo vírus da rubéola;
* Respeite as datas de vacinação de seu filho;
* Gestantes devem tomar cuidado redobrado para não pegar a doença.
Durante os três primeiros meses de gravidez, a rubéola pode ser transmitida
para o feto e causar complicações como malformação congênita como alterações
oculares e cardíacas. Em alguns casos, pode provocar aborto.
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TRACOMA
O que é:
Doença inflamatória dos olhos, causada por
bactéria. O tracoma crônico forma lesões que provocam o atrito da pálpebra
com a córnea, podendo ocasionar a cegueira.
Sintomas:
Os olhos podem ficar:
- vermelhos e irritados;
- lacrimejantes e com secreção; - coçando; - com sensação de areia; - com intolerância à luz.
Obs.: em muitos casos a doença pode não
apresentar sintomas.
Transmissão:
Ocorre por meio da secreção dos olhos com
tracoma:
- de uma pessoa para outra, principalmente em
ambientes coletivos, como escolas e creches;
- de objetos contaminados; - de roupas de cama e lenços; - de toalhas.
Prevenção:
- lavar as mãos e o rosto várias vezes ao dia;
- não coçar os olhos; - não usar toalhas ou lenços de outras pessoas; - evitar dormir na mesma cama com várias pessoas. Os fatores de risco claramente associados à ocorrência do tracoma são as baixas condições sócio-econômicas e ambientais. Saneamento básico, acesso a água potável e destinação adequada do lixo, são medidas importantes para evitar doença! |
TUBERCULOSE
Agente
Etiológico
É uma doença
infecto-contagiosa causada por uma bactéria Mycobacterium tuberculosis ou
Bacilo de Koch (BK), que afeta principalmente os pulmões, mas, também podem
ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que
envolvem o cérebro).
Como
ocorre a transmissão da tuberculose
A tuberculose é
transmitida por via aérea em praticamente a totalidade dos casos. A infecção
ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela
tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose ativa de vias
respiratórias.
Primoinfecção
Tuberculosa
Quando uma pessoa inala
as gotículas contendo os bacilos de Koch, muitas delas ficam no trato
respiratório superior (garganta e nariz), onde a infecção é improvável de
acontecer. Contudo, quando os bacilos atingem os alvéolos, eles ocasionam uma
rápida resposta inflamatória, envolvendo células de defesa. Caso ocorra falha
neste mecanismo, os bacilos começam a se multiplicar.
A primoinfecção
tuberculosa, sem doença, significa que os bacilos estão no corpo da pessoa,
mas o sistema imunológico os está mantendo sob controle.
Tuberculose
primária
Em 5 % dos casos,
entretanto a primoinfecção não é contida, seja pela deficiência no
desenvolvimento da imunidade celular, seja pela carga infectante ou pela
virulência do bacilo. A tuberculose resultante da progressão do complexo
primário e que se desenvolve nos primeiros cinco anos após a primoinfecção
denomina-se Tuberculose primária.
As formas de tuberculose
primária podem ser: ganglionares, pulmonares e miliar que comprometem não
apenas os pulmões, mas muitos órgãos como rins, cérebro, meninges, glândula
supra-renal e ossos, resultantes da disseminação linfohematogênica do bacilo.
Por contigüidade, ocorrem as formas pleural (pulmão), pericárdica (gânglios
mediastinais) e peritonial (gânglios mesentéricos).
Tuberculose
pós-primária
Uma vez infectada, a
pessoa pode desenvolver tuberculose doença em qualquer fase da vida. Isto
acontece quando o sistema imunológico não pode mais manter os bacilos “sob
controle” e eles se multiplicam rapidamente (reativação endógena). Pode
acontecer também, reativação exógena, na qual ocorre uma nova exposição a
bacilos mais virulentos e que resistem à forte resposta imunológica
desencadeada pelo hospedeiro (reativação exógena).
Os doentes bacilíferos,
isto é, aqueles cuja baciloscopia de escarro é positiva são a principal fonte
de infecção.
Portanto, todas as
medidas devem ser realizadas no sentido de encontrar precocemente o paciente
e oferecer o tratamento adequado, interrompendo assim, a cadeia de
transmissão da doença.
A má alimentação, a
falta de higiene, o tabagismo, o alcoolismo ou qualquer outro fator que gere
baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da
doença.
Formas
da Doença
A apresentação da
tuberculose na forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais
relevante para a saúde pública, pois é a forma pulmonar bacilífera, a
responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença.
A busca ativa dos
sintomáticos respiratórios é a principal estratégia para o controle da TB,
uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares.
Tuberculose
Pulmonar
Os sintomas clássicos da
TB pulmonar são: tosse persistente por 3 semanas ou mais, produtiva ou não
(com muco e eventualmente sangue), febre vespertina, sudorese noturna e
emagrecimento.
Em populações especiais,
tais como presidiários, moradores de rua, pacientes HIV positivos, crianças,
tosse com 2 semanas ou mais, pode ser sugestivo de tuberculose pulmonar e
DEVE ser investigado.
Pode ocorrer em qualquer
idade, mas é mais comum na criança maior, adolescente e adulto jovem. Tem
como característica principal a tosse seca ou produtiva (com catarro).
A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5º C. A
sudorese noturna e a anorexia são comuns. O exame físico geralmente mostra
“fácies” de doença crônica e emagrecimento, embora indivíduos com bom estado
geral e sem perda do apetite também possam ter TB pulmonar.
Tuberculose
extrapulmonar
As formas
extrapulmonares da tuberculose têm seus sinais e sintomas dependentes dos
órgãos e/ou sistemas acometidos.
Sua ocorrência aumenta
entre pacientes com imunocomprometimento grave, principalmente naqueles com
aids.
Diagnóstico
Baciloscopia
do escarro
A baciloscopia direta do
escarro é o método principal no diagnóstico e para o controle de tratamento
da tuberculose pulmonar por permitir a descoberta das fontes de infecção, ou
seja, os casos bacilíferos. Trata-se de um método simples, rápido, de baixo
custo e seguro para elucidação diagnóstica da tuberculose, uma vez que
permite a confirmação da presença do bacilo.
A boa amostra de escarro
é a proveniente da árvore brônquica, obtida após esforço da tosse
(expectoração espontânea).
O exame de baciloscopia
de escarro deve ser solicitado aos pacientes que apresentem:
• Tosse por duas a três
semanas (sintomático respiratório);
• Suspeita clínica e/ou
radiológica de TB pulmonar,
independentemente do tempo de tosse;
• Suspeita clínica de TB
em sítios extrapulmonares (materiais
biológicos diversos).
Coleta
de Escarro e Cuidados
· Orientação ao paciente
A unidade de saúde deve
ter pessoal capacitado para fornecer informações claras e simples ao
paciente quanto à coleta do escarro, devendo proceder da seguinte
forma:
- Orientar o paciente
quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela manhã, lavar bem a boca,
inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e escarrar após
forçar a tosse. Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro,
evitando que esse escorra pela parede externa do pote.
- Informar que o pote
deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima,
cuidando para que permaneça nessa posição.
- Orientar o paciente a
lavar as mãos.
Radiológico
A radiografia de tórax é
método diagnóstico de grande importância na investigação da tuberculose.
Diferentes achados
radiológicos apontam para suspeita de doença em atividade ou doença no
passado, além do tipo e extensão do comprometimento pulmonar.
Deve ser solicitada para
todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonar.
Prova
Tuberculínica (PT)
A prova tuberculínica
consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico do M.
tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É
utilizada, nas pessoas (adultos e crianças), para o ver se a pessoa está
infectada pelo M. tuberculosis. Na criança também é muito importante como
método coadjuvante para o diagnóstico da TB doença.
Avaliação de contatos:
1. O caso índice deve
ser entrevistado o quanto antes para identificação das pessoas que serão
consideradas contatos.
2. Os contatos e suas
respectivas idades devem ser listados. O tipo de convívio deve ser
estabelecido (casa, ambiente de trabalho, escola, etc) e formas de
localização devem ser identificadas (endereço e/ou telefone).
3. Sempre que possível
realizar visita domiciliar para um melhor entendimento das circunstâncias que
caracterizam os contatos identificados na entrevista do caso índice.
Todos os contatos serão convidados a comparecer à unidade de saúde para serem
avaliados, pois eles que apresentam maior risco de adoecimento, pois estão
expostos ao doente bacilífero.
Tratamento
da Tuberculose
O tratamento da
tuberculose é feito com 4 drogas na fase de ataque (2 meses)do tratamento com
isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Na fase de manutenção
(quatro meses subseqüentes) utilizam-se rifampicina e isoniazida. Este
tratamento dura 6 meses e leva à cura da doença, desde que haja boa adesão ao
tratamento com uso diário da medicação.
O tratamento deve ser
diretamente observado (TDO).
Tratamento
Diretamente Observado (TDO)
No tratamento
diretamente observado, um profissional da equipe da unidade de saúde observa
a tomada da medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua
cura. Esta estratégia, também, oferece maior acolhimento ao doente, melhor
adesão com aumento da cura e redução de abandono ao tratamento.
Todo paciente com
Tuberculose deve receber este tipo de tratamento.
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