segunda-feira, 2 de maio de 2016

Educação Infantil - Artigos


1.     A Importância do Brincar na Educação Infantil
2.     A Língua Portuguesa e os Anos Iniciais
3.     Alfabetização Matemática
4.     Artes Visuais na Educação Infantil
5.     O Ensino de Ciências na Educação Infantil e Ensino Fundamental
6.     Educação Escola e Família
7.     Ética na Educação Infantil
8.     A Importância da Geografia na Educação Infantil e Séries Iniciais
9.     Higiene Pessoal Infantil
10.  Linguagem Oral e Escrita na Educação Infantil
11.  Preservar Também É Coisa de Criança
12.  Socialização e Adaptação da Criança na Pré-Escola
13.  Temas Transversais
Links:
A Educação Infantil e o Processo de Adaptação
A Evolução Histórica da Educação Infantil e suas Políticas Atuais
Artes Visuais na Educação Infantil
Cultura e Escola & Movimento e Linguagem na Educação de Crianças Pequenas
Aprendizagem na Perspectiva da Teoria do Interacionismo Sócio-Discursivo de Bronckart
Noção de Criança e Infância: Diálogos, Reflexões, Interlocuções
Manual de Boas Práticas de Higiene e de Cuidados com a Saúde para Centros de Educação Infantil

A Importância do Brincar na Educação Infantil
  O presente artigo visa analisar a importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil.
    1. RESUMO
O presente artigo visa analisara importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil. Tem como objetivo conhecer o significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental compreender o universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil. Ainda este estudo traz algumas considerações sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos e como influenciam na socialização das crianças. Portanto, para realizar este trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites, bem como pesquisa de grandes autores referente a este tema. Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, e, em especial na vida da criança.
Palavras-chave: Brincar, aprendizagem e desenvolvimento infantil, educação infantil.
2. INTRODUÇÃO
Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.
Para definir a brincadeira infantil, ressaltamos a importância do brincar para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral sobre à ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem. Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona a criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo, contribuindo na integração do indivíduo na sociedade. Deste modo, à criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e de demonstrar sua opinião em relação aos outros. É importante perceber e incentivar a capacidade criadora das crianças, pois esta se constitui numa das formas de relacionamento e recriação do mundo, na perspectiva da lógica infantil.
Neste sentido, o objetivo central deste estudo é analisar a importância do brincar na Educação Infantil, pois, segundo os autores pesquisados, este é um período fundamental para a criança no que diz respeito ao seu desenvolvimento e aprendizagem de forma significativa.
3. As implicações do ato de brincar no desenvolvimento infantil
Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar", também pode ser "entreter-se com jogos infantis", ou seja, brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo menos deveria ser.
      Segundo Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida. Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia histórico-cultural, partiu do princípio que o sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. Ainda, o autor refere-se à brincadeira como uma maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar. A criança por intermédio da brincadeira, das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes.
      De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01):
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos.
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas.” Assim, destacamos que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as diversas situações.
Portanto, a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. Nas situações em que a criança é estimulada, é possível observar que rompe com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento.
4. A importância do brincar no universo lúdico (jogos, brincadeiras e brinquedos)
O ato de brincar acontece em determinados momentos do cotidiano infantil, neste contexto, Oliveira (2000) aponta o ato de brincar, como sendo um processo de humanização, no qual a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma efetiva, criando vínculos mais duradouros. Assim, as crianças desenvolvem sua capacidade de raciocinar, de julgar, de argumentar, de como chegar a um consenso, reconhecendo o quanto isto é importante para dar início à atividade em si.
O brincar se torna importante no desenvolvimento da criança de maneira que as brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida da criança desde os mais funcionais até os de regras. Estes são elementos elaborados que proporcionarão experiências, possibilitando a conquista e a formação da sua identidade. Como podemos perceber, os brinquedos e as brincadeiras são fontes inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. Para uma aprendizagem eficaz é preciso que o aluno construa o conhecimento, assimile os conteúdos. E o jogo é um excelente recurso para facilitar a aprendizagem, neste sentido, Carvalho (1992, p.14) afirma que:
(...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante.  Carvalho (1992, p.28) acrescenta, mais adiante:
(...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo.
As ações com o jogo devem ser criadas e recriadas, para que sejam sempre uma nova descoberta e sempre se transformem em um novo jogo, em uma nova forma de jogar.  Quando a criança brinca, sem saber fornece várias informações a seu respeito, no entanto, o brincar pode ser útil para estimular seu desenvolvimento integral, tanto no ambiente familiar, quanto no ambiente escolar.
É brincando também que a criança aprende a respeitar regras, a ampliar o seu relacionamento social e a respeitar a si mesma e ao outro. Por meio da ludicidade a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e discordar de opiniões, exercendo sua liderança, e sendo liderados e compartilhando sua alegria de brincar. Em contrapartida, em um ambiente sério e sem motivações, os educandos acabam evitando expressar seus pensamentos e sentimentos e realizar qualquer outra atitude com medo de serem constrangidos. Zanluchi (2005, p.91) afirma que “A criança brinca daquilo que vive; extrai sua imaginação lúdica de seu dia-a-dia.”, portanto, as crianças, tendo a oportunidade de brincar, estarão mais preparadas emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções dentro do contexto social, obtendo assim melhores resultados gerais no desenrolar da sua vida.
Entretanto, Vygotsky (1998) toma como ponto de partida a existência de uma relação entre um determinado nível de desenvolvimento e a capacidade potencial de aprendizagem. Defende a ideia de que, para verificar o nível de desenvolvimento da criança, temos que determinar pelo menos, dois níveis de desenvolvimento. O primeiro deles seria o nível de desenvolvimento efetivo, que se faz através dos testes que estabelecem a idade mental, isto é, aqueles que a criança é capaz de realizar por si mesma, já o segundo deles se constituiria na área de desenvolvimento potencial, que se refere a tudo aquilo que a criança é capaz de fazer com a ajuda dos demais, seja por imitação, demonstração, entre outros.  O que a criança pode fazer hoje com a ajuda dos adultos ou dos iguais certamente fará amanhã sozinha. Assim, isso significa que se pode examinar, não somente o que foi produzido por seu desenvolvimento, mas também o que se produzira durante o processo de maturação.
Para Vygotsky, citado por Baquero (1998), a brincadeira, o jogo são atividades específicas da infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. É uma atividade com contexto cultural e social. O autor relata sobre a zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver, independentemente, um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.
Na visão de Vygotsky (1998) o jogo simbólico é como uma atividade típica da infância e essencial ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da aquisição da representação simbólica, impulsionada pela imitação. Desta maneira, o jogo pode ser considerado uma atividade muito importante, pois através dele a criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, com funções que ainda não amadureceram, mas que se encontram em processo de maturação, ou seja, o que a criança irá alcançar em um futuro próximo. Aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida, é fácil concluir que o aprendizado da criança começa muito antes de ela frequentar a escola. Todas as situações de aprendizado que são interpretadas pelas crianças na escola já têm uma história prévia, isto é, a criança já se deparou com algo relacionado do qual pode tirar experiências.
Vygotsky (1998, p. 137) ainda afirma “A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”. Essas relações irão permear toda a atividade lúdica da criança, serão também importantes indicadores do desenvolvimento da mesma, influenciando sua forma de encarar o mundo e suas ações futuras.
 Santos (2002, p. 90) relata que “(...) os jogos simbólicos, também chamados brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança expressa capacidade de representar dramaticamente.” Assim, a criança experimenta diferentes papéis e funções sociais generalizadas a partir da observação do mundo dos adultos. Neste brincar a criança age em um mundo imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a submissão às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer que ela experimenta no brincar.
De acordo com Vygotsky (1998), ao discutir o papel do brinquedo, refere-se especificamente à brincadeira de faz-de-conta, como brincar de casinha, brincar de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo. Faz referência a outros tipos de brinquedo, mas a brincadeira faz-de-conta é privilegiada em sua discussão sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual, o mesmo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento.
A criança se torna menos dependente da sua percepção e da situação que a afeta de imediato, passando a dirigir seu comportamento também por meio do significado dessa situação, Vygotsky (1998, p.127) relata que “ No brinquedo, no entanto, os objetos perdem sua força determinadora. A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição em que a criança começa a agir independentemente daquilo que vê.” No brincar, a criança consegue separar pensamento, ou seja, significado de uma palavra de objetos, e a ação surge das idéias, não das coisas.
Segundo Craidy & Kaercher (2001) Vygotsky relata novamente que quando uma criança coloca várias cadeiras uma através da outra e diz que é um trem, percebe-se que ela já é capaz de simbolizar, esta capacidade representa um passo importante para o desenvolvimento do pensamento da criança. Brincando, a criança exercita suas potencialidades e se desenvolve, pois há todo um desafio, contido nas situações lúdicas, que provoca o pensamento e leva as crianças a alcançarem níveis de desenvolvimento que só as ações por motivações essenciais conseguem. Elas passam a agir e esforça-se sem sentir cansaço, não ficam estressadas porque estão livres de cobranças, avançam, ousam, descobrem, realizam com alegria, sentindo-se mais capazes e, portanto, mais confiantes em si mesmas e predispostas a aprender. Conforme afirma Oliveira (2000, p. 19):
O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa, forte e confiável.
Nesse caso, a brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança, ajuda a internalizar as normas sociais e a assumir comportamentos mais avançados que aqueles vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu conhecimento sobre as dimensões da vida social.
Segundo Vygotsky, Luria & Leontiev (1998, p. 125) O brinquedo “(...) surge a partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais amplo dos adultos.”, entretanto, a ação passa a ser guiada pela maneira como a criança observa os outros agirem ou de como lhe disseram, e assim por diante. À medida que cresce, sustentada pelas imagens mentais que já se formou, a criança utiliza-se do jogo simbólico para criar significados para objetos e espaços.
Assim, seguindo este estudo os processos de desenvolvimento infantil apontam que o brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. De acordo com Vygotsky (1998), um dos principais representantes dessa visão, o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou adultos. Tal concepção se afasta da visão predominante da brincadeira como atividade restrita à assimilação de códigos e papéis sociais e culturais, cuja função principal seria facilitar o processo de socialização da criança e a sua integração à sociedade.
5. Ensino-aprendizagem através do brincar na infância
Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social.  A proposta do lúdico é promover uma alfabetização significativa na prática educacional, é incorporar o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. O lúdico promove o rendimento escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido.  Assim, Goés (2008, p 37), afirma ainda que:
(...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo.
Contudo, compreender a relevância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico proporciona. Portanto, o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras ocasiões. A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica, podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados construtivos tanto para crianças como para os jovens.
Para Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto.
O lúdico pode ser utilizado como uma estratégia de ensino e aprendizagem, assim o ato de brincar na escola sob a perspectiva de Lima (2005) está relacionada ao professor que deve apropriar-se de subsídios teóricos que consigam convencê-lo e sensibilizá-lo sobre a importância dessa atividade para aprendizagem e para o desenvolvimento da criança. Oliveira (1997, p. 57) acrescenta o fato que a:
Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da informação do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a ideia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. (...) o conceito em Vygotsky tem um significado mais abrangente, sempre envolvendo interação social.
Com isso, é possível entender que o brincar auxilia a criança no processo de aprendizagem. Ele vai proporcionar situações imaginárias em que ocorrerá no desenvolvimento cognitivo e facilitando a interação com pessoas, as quais contribuirão para um acréscimo de conhecimento.
A essas ideias associamos nossas convicções sobre o brincar como prática pedagógica, sendo um recurso que pode contribuir não só para o desenvolvimento infantil, como também para o cultural. Brincar não é apenas ter um momento reservado para deixar a criança à vontade em um espaço com ou sem brinquedos e sim um momento que podemos ensinar e aprender muito com elas. A atividade lúdica permite que a criança se prepare para a vida, entre o mundo físico e social. Observamos, deste modo que a vida da criança gira em torno do brincar, é por essa razão que pedagogos têm utilizado a brincadeira na educação, por ser uma peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de construção de conhecimento.
Finalizando Gonzaga (2009, p. 39), aponta:
(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.
Importante para o desenvolvimento, físico, intelectual e social, o jogo vem ampliando sua importância deixando de ser um simples divertimento e tornando-se ponte entre a infância e a vida adulta. Vygotsky (1998) afirma que o jogo infantil transforma a criança, graças à imaginação, os objetivos produzidos socialmente. Assim, seu uso é favorecido pelo contexto lúdico, oferecendo à criança a oportunidade de utilizar a criatividade, o domínio de si, à firmação da personalidade, e o imprevisível.
 De acordo com Kishimoto (2002) o jogo é considerado uma atividade lúdica que tem valor educacional, a utilização do mesmo no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino aprendizagem, o jogo é um impulso natural da criança funcionando, como um grande motivador, é através do jogo obtém prazer e realiza um esforço espontâneo e voluntário para atingir o objetivo, o jogo mobiliza esquemas mentais, e estimula o pensamento, a ordenação de tempo e espaço, integra várias dimensões da personalidade, afetiva, social, motora e cognitiva.
 O desenvolvimento da criança e seu consequente aprendizado ocorrem quando participa ativamente, seja discutindo as regras do jogo, seja propondo soluções para resolvê-los. É de extrema importância que o professor também participe e que proponha desafios em busca de uma solução e de participação coletiva, o papel do educador neste caso será de incentivador da atividade. A intervenção do professor é necessária e conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além da interação social, ser indispensável para o desenvolvimento do conhecimento.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23, v.01):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
Por isso o educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30, v.01):
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas.
Educar é acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a construção do conhecimento. Segundo este processo educativo, a afetividade ganha destaque, pois acreditamos que a interação afetiva ajuda mais a compreender e modificar o raciocínio do aluno. E muitos educadores têm a concepção que se aprende através da repetição, não tendo criatividade e nem vontade de tornar a aula mais alegre e interessante, fazendo com que os alunos mantenham distantes, perdendo com isso a afetividade e o carinho que são necessários para a educação.
 A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria com professor-aluno, ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-se um maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando.
Santos (2002) refere-se ao significado da palavra ludicidade que vem do latim ludus e significa brincar. Onde neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos, tendo como função educativa do jogo o aperfeiçoamento da aprendizagem do indivíduo.
 Assim, a ludicidade tem conquistado um espaço na educação infantil. O brinquedo é a essência da infância e permite um trabalho pedagógico que possibilita a produção de conhecimento da criança. Ela estabelece com o brinquedo uma relação natural e consegue extravasar suas angústias e entusiasmos, suas alegrias e tristezas, suas agressividades e passividades.
Ainda Santos (2002, p. 12) relata sobre a ludicidade como sendo:
“(...) uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento.”
Ao assumir a função lúdica e educativa, a brincadeira propicia diversão, prazer, potencializa a exploração e a construção do conhecimento. Brincar é uma experiência fundamental para qualquer idade, principalmente para as crianças da Educação Infantil.
Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo professor apenas para recrear as crianças, mas como atividade em si mesma, que faça parte do plano de aula da escola. Pois, de acordo com Vygotsky (1998) é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Porque ela transfere para o mesmo sua imaginação e, além disso, cria seu imaginário do mundo de faz de conta.
Portanto, cabe ao educador criar um ambiente que reúna os elementos de motivação para as crianças. Criar atividades que proporcionam conceitos que preparam para a leitura, para os números, conceitos de lógica que envolve classificação, ordenação, dentre outros. Motivar os alunos a trabalhar em equipe na resolução de problemas, aprendendo assim expressar seus próprios pontos de vista em relação ao outro.
Oliveira (1997, p. 61) afirma que:
A implicação dessa concepção de Vygotsky para o ensino escolar é imediata. Se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um papel essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em sociedades escolarizadas. Mas o desempenho desse papel só se dará adequadamente quando, conhecendo o nível de desenvolvimento dos alunos, a escola dirigir o ensino não para as etapas de desenvolvimento ainda não incorporados pelos alunos, funcionando realmente como um motor de novas conquistas psicológicas. Para a criança que frequenta a escola, o aprendizado escolar é elemento central no seu desenvolvimento.
O processo de ensino e aprendizagem na escola deve ser construído, então, tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança, num dado momento e com sua relação a um determinado conteúdo a ser desenvolvido, e como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, supostamente adequados à faixa etária e ao nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças. O percurso a ser seguido nesse processo estará demarcado pelas possibilidades das crianças, isto é, pelo seu nível de desenvolvimento potencial.
Enfim, estar ao lado do aluno, acompanhando seu desenvolvimento, para levantar problemas que o leve a formular hipóteses. Brinquedos adequados para idade, com objetivo de proporcionar o desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimentos em todos os aspectos.
A partir da leitura desses autores podemos verificar que a ludicidade, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos são meios que a criança utiliza para se relacionar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade e ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo, e assim, temos os fundamentos teóricos para deduzirmos a importância que deve ser dada à experiência da educação infantil.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto brinca. De alguma forma a brincadeira se faz presente e acrescenta elementos indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas.  Assim, a criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação natural e consegue extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e agressividades, é por meio da brincadeira que a criança envolve-se no jogo e partilha com o outro, se conhece e conhece o outro.
Além da interação, que a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam, são fundamentais como mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de concentrar-se, dentre outras habilidades. Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir significativamente para o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do aluno.
Vemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a formação integral da criança.
            Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido à influencia que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.
Conclui-se que o aspecto lúdico voltado para as crianças facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, desenvolve o indivíduo como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.



A LÍNGUA PORTUGUESA E OS ANOS INICIAIS
            Desde o início da vida o bebê começa a se interagir com a sua língua, pois mesmo que ainda não fale, está de ouvidos atentos à mãe, ao pai, aos familiares, à televisão, à música. De modo quase que instintivo começa a querer falar, a provar e descobrir um mundo de conhecimento ao seu redor, pois é tudo novo. Todos os que estão a sua volta têm uma capacidade incrível de liberar um som, às vezes alto, baixo ou sussurrado. Quando vai descansar a criança observa o som que acalma, a cantiga de ninar...
            Então, percebe que para cada momento existe um som e começa a querer imitá-los. Chora e balbucia quando está com fome, ri e libera alguns sons de possíveis letrinhas quando gosta de alguma coisa, grita quando algo dá errado. Os adultos começam a ensinar as primeiras palavras: mamãe, papai, vovó. E assim a criança vai se formando como falante nativo de sua língua e com o passar do tempo, já sabe liberar o som exato para cada momento. O falante nativo segue o mesmo princípio da fixação da língua portuguesa como nativa no Brasil, ou seja, a qual se deu primeiramente com a fala, originada do latim vulgar.
            No último ano do ensino infantil e, principalmente, no 1º ano da primeira fase, a criança começa a ter contato com as letras, com o alfabeto, com a primeira letrinha do nome, e se encanta por este universo de novas possibilidades. A associação da letra com o som começa nessa fase da alfabetização. A criança começa a imitar a letra da professora, de livrinhos, a se esforçar para que saia igual à letra do quadro ou da tarefinha. Mais tarde a criança começa a entender que pode fazer o seu número “2”, o número só dela, que ela criou, ou escrever seu nome do jeito que gosta com o “l” maior do que a linha. É importante que a criança seja monitorada, mas sem muita cobrança, já que a fase da educação infantil é a fase de desenvolvimento da criatividade, do potencial artístico. No entanto, com o passar de alguns meses, a criança vai perceber que as letrinhas acompanham as linhas do caderno, para ficarem iguais mais harmônicas. Alguns adéquam ao caderno de caligrafia, outros vão moldando a letra do próprio modo. As primeiras sílabas são escritas com muito esforço através do “ditado” da professora. Ao final do ano, a criança já sabe que “macaco” é a junção das sílabas ma, ca, co, porque aprendeu as “famílias” de cada uma: a família do “ba” de bolo, do “ca” de cama, e assim por diante.
             Nos anos seguintes, já iniciada a leitura, o aluno desenvolve ainda mais sua escrita e a velocidade motora ao escrever. Tem facilidades com memória visual e aprendizagem a partir do lúdico, ou seja, jogos pedagógicos que podem ser feitos em sala de aula ou em casa. Os professores devem incentivar os jogos e também os pais: jogo da memória, jogo de tabuleiro, de montar, quebra-cabeça, etc. E mais do que incentivar, os pais e professores devem interagir com a criança. 
            Sabemos que nos dias de hoje, os pais não tem tanto tempo disponível, mas é muito importante estar em contato com a criança nesta fase, mesmo que seja aos finais de semana. Pode ser até mesmo para um jogo de amarelinha, já que o convívio social entre os “coleguinhas” e familiares é também primordial nessa fase. O bom convívio com os demais oferece à criança maior percepção do mundo ao seu redor e de si mesma, o que resulta em segurança e autoestima, e melhor entendimento e respeito aos demais.
            É importante que pais e professores monitorem as crianças, mas como auxiliadores, facilitadores da aprendizagem. A criança tem que fazer sua tarefinha, e se for preciso, apagar, fazer de novo, até quando achar que está de acordo com o que ela é, afinal, o que é a aprendizagem da língua, senão a expressão de si mesmo em um papel.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA
            Aprender e ensinar Matemática na Educação Infantil
            A criança, desde o nascimento, está imersa em um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte integrante. A Educação Infantil representa uma etapa muito importante no processo de ensino e aprendizagem na vida do aluno.
            Na Educação Infantil, o trabalho com noções matemáticas deve atender, por um lado, às necessidades da própria criança de construir conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento e, por outro, precisa corresponder a uma necessidade social de melhor instrumentalizá-la para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades.
            Objetivos do ensino da Matemática na Educação Infantil
            Segundo o Referencial curricular nacional para a Educação Infantil, "a abordagem da Matemática tem a finalidade de proporcionar oportunidades para o aluno a fim de que possa se comunicar matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar resultados argumentando a respeito de suas conjecturas, utilizando, para isso, a linguagem oral e a representação por meio de desenhos e da linguagem matemática." (Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria do Ensino Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.)
            As normas para o currículo e a avaliação da Matemática escolar, do National Council of Teachers of Mathematics, afirmam:
"[...] representar, falar, ouvir, escrever e ler são competências de comunicação e devem ser encaradas como parte integral do currículo de Matemática. Questões exploratórias que encorajam a criança a pensar e a explanar o seu pensamento, oralmente ou por escrito, ajudam-na a compreender claramente as ideias que quer exprimir."
(National Council of Teachers of Mathematics (NCTM). Worthwhile mathematical tasks. In Professional standards for teaching mathematics. Reston, VA: National Council of Teachers of Mathematics, 1991. p. 34.)
            Brincando, jogando, cantando, ouvindo histórias, o aluno estabelece conexões entre seu cotidiano e a Matemática, e entre a Matemática e as demais áreas. A presente coleção, portanto, valoriza e propõe situações didáticas que estimulam e provocam a necessidade de interação entre o aluno e você por meio de diálogos constantes, troca de ideias e socialização de descobertas, visando sempre ao desenvolvimento das habilidades descritas a seguir e que constam do Referencial curricular nacional para Educação Infantil.
·         Estabelecer aproximações de algumas noções matemáticas presentes em seu cotidiano, como contagem, relações espaciais etc.
·         Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias ao seu cotidiano.
·         Comunicar ideias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema relativas à quantidade, ao espaço físico e à medida, utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática.
·         Confiança em suas próprias estratégias e em sua capacidade de lidar com situações matemáticas novas, usando os conhecimentos prévios.
            A oralidade e a Matemática
            Desenvolver a oralidade na Educação Infantil expande o universo de comunicação da criança. No entanto, durante muito tempo o ensino da Matemática esteve centrado na escrita, excluindo quase que completamente a fala, a oralidade.
A comunicação auxilia na organização do pensamento, promovendo o intercâmbio social. Quanto mais oportunidades o aluno tiver para falar, escrever, desenhar, compartilhar sentidos e refletir sobre sua ação e a dos colegas, mais forte será a apreensão do significado do que está sendo trabalhado.
            Segundo Smole:
"Ouvir, falar, ler, escrever, desenhar são competências básicas para que os alunos aprendam conceitos em qualquer tempo e servem tanto para levá-los a interagir uns com os outros quanto para que desenvolvam uma melhor compreensão das noções envolvidas em uma dada atividade, pois qualquer meio que sirva para registrar ou transmitir informação incentiva a capacidade de compreensão e de análise sobre o que se está realizando."
(SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez (Org.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 25.)
ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Adriana Maria dos Santos* Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Católica de Uberlândia-MG
Maria Helena Dias Fratari** Professora – Orientadora da Faculdade Católica de Uberlândia- MG
Resumo
O objetivo deste artigo é mostrar a importância que a arte tem na vida da criança e as contribuições do educador neste processo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394/96 – tornou obrigatório o ensino de arte na educação básica e como o professor da educação infantil poderá promover situações de aprendizagem utilizando as artes visuais? Através da arte a criança pode expressar seus sentimentos, medos e frustrações? A educação através da arte constitui um importante meio para o desenvolvimento da criança, o acesso a essa leitura permite grandes descobertas Dessa maneira a criança apropria de diversas linguagens adquirindo uma sensibilidade e capacidade de lidar com formas, cores, imagens, gestos, fala e sons e outras expressões..
O contato com a obra se dá pela mediação de um educador sensível, capaz de criar situações em que possa ampliar a leitura e compreensão da criança sobre seu mundo e sua cultura. Tendo como objetivo aproximar a arte do universo infantil, a criança passa a conhecer arte ao mesmo tempo em que fazem Arte.
INTRODUÇÃO
Na realização deste estudo foi utilizado como proposta metodológica a pesquisa bibliográfica, que possibilita buscar informações e comprovações do assunto abordado.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (GIL, 1999, p.65).
Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394/96 – tornou obrigatório o ensino de arte na educação básica. Como auxilio aos professores e, tendo em vista o cumprimento das determinações da nova LDB, foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997.
Mesmo no século XXI, após várias críticas ao ensino de arte e com diversas propostas renovadoras, a educação brasileira, em geral, ainda segue o modelo da tendência tradicionalista. De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil (RCNEI)- 1998, as Artes Visuais na educação infantil ao longo da história, eram entendidas como mero passa tempo, não tinha importância, as artes visuais envolvem: desenho, pintura, colagem, gravura, escultura, fotografia,
desenho no computador, vídeo, cinema, televisão e outros.
A definição de criança está organizada nos RCNEI (1988) como sendo: a criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. . (BRASIL, 1998, p.21)
Assim a criança ao estabelecer interações com as pessoas e o meio em que vive ela estará construindo seu conhecimento e ampliando suas hipóteses sobre o mundo.
De acordo com os RCNEI, (1998):
as instituições de educação infantil devem favorecer um ambiente
físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e ao
mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais
rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitará a
ampliação de conhecimentos acerca de si mesmos, dos outros e do
meio em que vivem. (BRASIL, 1998, p.15)
A arte está presente na vida do homem desde o período da pré-história, quando ele já se pintava nas paredes das cavernas e assim ele fazia sua arte. Iavelberg (2003) confirma que:
A Arte promove o desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos necessários a diversas áreas de estudo, entretanto, não é isso que justifica a sua inserção no currículo escolar, mas seu valor intrínseco como construção humana, como patrimônio comum a ser apropriado por todos. (IAVELBERG, 2003, p.43)
Uma das principais atribuições da arte na educação infantil, é que ela possibilita que a criança amplie seu conhecimento, suas habilidades e a descoberta de suas potencialidades. Através da arte a criança expressa seus sentimentos, medos e frustrações. Ao pintar uma tela, uma folha ou até mesmo uma parede de azulejo, ela está ampliando sua relação com o mundo de forma espontânea. Dessa maneira a criança apropria de diversas linguagens adquirindo uma sensibilidade e capacidade de lidar com formas, cores, imagens, gestos, fala e sons e outras expressões.
A arte é fundamental na educação infantil, o conhecimento da imagem é importante para o desenvolvimento cognitivo e emocional, perceptivo da criança. O professor deverá incentivá-la em suas criações, valorizando suas diferentes formas de expressar e comunicar com o meio.
Segundo Eisner (2008): há quatro coisas principais que as pessoas fazem com a arte. Elas a fazem. Elas as vêem. Elas entendem o lugar da arte na cultura, através dos tempos. Elas fazem julgamentos sobre suas qualidades. Além disso, [...] “as artes envolvem aspectos estéticos que estão
relacionados à educação da visão, ao saboreio das imagens, à leitura do mundo em termos de cores, formas e espaço; e propiciam ao sujeito construir a sua interpretação do mundo, pensar sobre as artes e por meio das artes. (EISNER, 2008, p.85),
O principal objetivo da arte na educação é formar o ser criativo e reflexivo que possa relacionar-se como pessoa. A arte permeia nossas vidas, nos encoraja a dialogar com o mundo, nos permite refletir sobre nós mesmos, ensina a criança a valorizar o trabalho do outro respeitando assim a diversidade cultural.
A criança na educação infantil precisa ser estimulada para que ela conquiste novos saberes e aproprie de seu conhecimento. É importante que o educador apresente obras de arte de diferentes artistas e movimentos da história da arte, mas sempre deixando a criança criar a sua própria obra. A arte transforma e possibilita novos caminhos na vida da criança. Valorizar as produções infantis é valorizar o ser humano em seu desenvolvimento.
A imagem visual tem uma presença marcante no cotidiano das pessoas, é preciso conhecer a produção artística tendo consciência da nossa participação enquanto construtores da cultura do nosso tempo.
O Professor Mediador tem um papel fundamental na vida das crianças
Esta pesquisa visa valorizar as produções infantis auxiliando as crianças na construção de seu próprio conhecimento, se faz necessário que o professor da educação infantil tenha um novo olhar para a produção plástica da criança como os desenhos, pinturas, colagens e outras expressões apropriando do seu universo de imagens.
O educador sendo mediador deverá auxiliar o educando a refletir sobre as imagens de forma crítica, reflexiva e construtiva. O que se aprende não se esquece, a criança é um ser criativo e está na mão dos mediadores facilitarem esta aprendizagem que será para a vida inteira.
No dizer de Perrenoud (1993), ser mediador entre o aprendiz e o conhecimento é torná-lo sanável no sentido de ajudar na mobilização da aprendizagem cultural através da arte, é encontrar essas brechas de acesso, tangenciando assim os desejos, os interesses e as necessidades das crianças “antenadas” aos saberes, aos sentimentos e as informações que elas trazem consigo.
No encontro com a arte enquanto objeto de conhecimento sempre há necessidade de um professor sensível, capaz de criar situações em que possa ampliar a leitura e compreensão do homem sobre seu mundo e sua cultura. Cabe ao professor abrir diálogos internos, enriquecidos pela socialização dos saberes pessoais de cada produtor, fruidor  (Refere-se à reflexão, conhecimento, emoção, sensação de prazer advindo da ação que a criança ao se apropriados sentidos e emoções gerados o contato com as produções artísticas.0 e aprendiz do conhecimento
O objetivo maior não simplesmente propiciar aos aprendizes que conheçam apenas artistas como Monet, Picasso ou Volpi, mas que a criança conheça tempos e lugares diferentes podendo falar dos seus sonhos, de sua cultura, de sua realidade, esperança e desesperança de seu modo singular de expressar por intermédio da arte.
Nesse sentido mediar é proporcionar o acesso ao modo como outras crianças, jovens e artistas de outros tempos e lugares produziram artisticamente,
O papel do professor é importante no ensino da arte, ele precisa instigar a criança para que ela se expresse e represente o seu pensamento.
A criança a todo o momento tem que ser desafiada, dessa forma ela vai perceber o seu potencial, suas habilidades e capacidade de compreender o mundo que a cerca.
O professor tem que resgatar a criação e a fantasia da criança permitindo que ela expresse a sua maneira o que está sentindo e oferecendo assim vários materiais expressivos (lápis, canetas, carvão, massas, tintas diversas, giz de cera, papéis, papelão e outros) para que ela possa explorar sua criatividade.
Segundo Vygotsky (1984) [...] na instituição chamada escola ensinar e aprender e fruto de um trabalho coletivo. Aprendizes e mestre celebram o conhecimento a cada dia, quando ensinam e quando aprendem, cabe ao professor mediador organizar estratégia que permitam a manifestação das
concepções prévias dos alunos. (VYGOTSKY, 1984, p.18)
Nessa perspectiva o professor é o mediador entre a criança e o objeto de conhecimento, é ele quem propicia situações que despertam a curiosidade e o interesse da criança garantindo assim um ambiente prazeroso de experiências educativas e sociais.
Ferraz e Fusari (1999, p.84) “quando o educador sabe intermediar os conhecimentos, ele é capaz de incentivar a construção e habilidades: do ver, do observar, do ouvir, do sentir, do imaginar e do fazer da criança”.
A Importância das Artes Visuais na Educação Infantil
A criança sofre influência da cultura seja por imagens de produções artísticas como: a TV, livros revistas obras de artes e outros. Nesse sentido as Artes Visuais devem ser aceitas como uma linguagem que tem estrutura e característica próprias cuja aprendizagem acontece por meio dos seguintes aspectos de acordo com o RCNEI (1998):
Fazer artístico - centrado na exploração, expressão e comunicação de produção de trabalhos de arte por meio de práticas artísticas, propiciando o desenvolvimento de um percurso de criação pessoal;
Apreciação — percepção do sentido que o objeto propõe, articulando-o tanto aos elementos da linguagem visual quanto aos materiais e suportes utilizados, visando desenvolver, por meio da observação e da fruição, a capacidade de construção de sentido, reconhecimento, análise e identificação de obras de arte e de seus produtores;
Reflexão — considerada tanto no fazer artístico como na apreciação, é um pensar sobre todos os conteúdos do objeto artístico que se manifesta em sala, compartilhando perguntas e afirmações que a
criança realiza instigada pelo professor e no contato com suas próprias produções e as dos artistas. (BRASIL.1998, p.89)
Segundo Barbosa (1991, p.28) “a arte deve ser uma fonte de alegria e prazer para a criança quando permite que a organizem seus pensamentos e sentimentos presentes em suas atividades criadoras”. A arte tem influência importante sobre o desenvolvimento da personalidade infantil e por isso a atividade artística deve ser estimulada por meio dos sentidos da imaginação e de atividades lúdicas que ampliem as possibilidades cognitivas, afetivas, sociais e criadoras da criança. Barbosa (1991) comenta:
Arte não é apenas básica, mais fundamental na educação de um país que se desenvolve. Arte não é enfeite, arte é cognição, é profissão e é uma forma diferente da palavra interpretar o mundo, a realidade o imaginário e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser humano (BARBOSA, 1991, p.4).
Ferreira (2008, p.34) diz que é importante lembrar que a atividade artística na escola não é para “acalmar” as crianças ou “descansar” o professor, ou simplesmente ser uma atividade complementar. A arte é muito mais do que isso, arte tem a função de favorecer a ação espontânea facilitar a livre expressão e permitir a comunicação, ela contribui para formação intelectual da criança desenvolvendo conhecimentos e habilidades, utilizando as mais diferentes linguagens para expressar experiências, sensíveis.
Para que a aprendizagem infantil ocorra com sucesso temos que acreditar no potencial de criação, imaginação e sensibilidade de cada criança. Através da arte a criança se expressa, ao fazer suas produções artísticas ela cria usando a imaginação. No espaço escolar a criança deverá ser incentivada a desenvolver variadas atividades como o desenhar, modelar, pintar, ora com recursos da natureza, ora com sucatas ou papéis preferencialmente coloridos.
Nessa perspectiva a criança constrói o conhecimento a partir das interações com o meio em que vive. A criança no seu desenvolvimento estético e artístico reconhece o objeto independente da presença física e imediata.
De acordo com Cunha (2002, p.170) no desenvolvimento da linguagem gráfico-plástico o professor espera que a criança faça produções semelhantes ao real, mas ele esquece que a constituição do vocabulário visual como as formas, as linhas, as cores, o espaço, os pontos e volumes se estruturam na medida em que a criança entra em contato com os materiais e os instrumentos como: buchas, pincéis, esponjas, rolhas, rolos e outros e a criança vai deixando as suas marcas nos diferentes suportes: no papel, na argila, nas pedras, na madeira e vai formar assim a linguagem visual da criança e criando o seu vocabulário pictórico.
A relação que a criança estabelece com os diferentes materiais se dá, no início, por meio da exploração sensorial. As representações bidimensionais e construção de objetos tridimensionais nascem do contato com novos materiais, no fluir da imaginação e no contato com as obras de arte. Lowenfeld (1997, p. 34), “no primeiro ano de vida a criança já é capaz de manter ritmos e produzir seus primeiros traços gráficos conhecido como garatujas”. As garatujas infantis são tão diferentes entre si como as crianças, umas são firmes e ousadas com movimentos largos, outras delicadas e tímidas. Entre os três e quatro anos as crianças dão nome a sua garatuja consegue relacionar suas imagens mentais com o que desenham são as garatujas ordenadas.
A partir dos dois anos começa a traçar linhas no papel assim que tem em mãos um lápis sente-se feliz com esse movimento desordenado este exercício é essencial, à medida que repetem os traços a criança passa a sentir mais confiante. Para a criança os traçados em um pedaço de papel significam alegria, felicidade dessa forma consegue aos poucos ter o domínio dos movimentos.
As estruturas tridimensionais podem ser desenvolvidas por meio da colagem, montagem e justaposição de sucatas de embalagens diversas, elementos da natureza, tecidos etc. O professor deve oferecer às crianças sucatas que possam ser empilhadas, encaixadas, justapostas para diversas construções.
Nos desenhos a criança age, reflete, abstrai sentidos de suas experiências, pois ela constrói significados sobre o que é e foi o desenho na sua história
À medida que a criança cresce desenvolve o raciocínio crítico em relação ao seu trabalho e proporciona intermináveis possibilidades de novas experimentações. Derdyk (2003 p.64) afirma: “A criança em um determinado momento percebe que tudo que está depositado no papel partiu dela. Não lhe foi dado, foi inventado por ela mesma. Inaugura-se o terreno da criação”.
É de fundamental importância possibilitar a criança a percepção, manipulação e transformação de diferentes materiais. Propiciar a troca de experiência entre as crianças de forma espontânea, fazer com que o prazer pelo lúdico seja o gerador processo de produção, compreender a arte como linguagem que constrói objetivos plenos com sentidos, valorizar e respeitar as criações artísticas das crianças.
Por tanto o trabalho com arte torna-se uma possibilidade de auxiliar a criança em seu processo de aprendizagem facilitando e motivando a construção do conhecimento de forma produtiva, criativa e prazerosa,
Considerações finais
Este estudo teve como objetivo mostrar a importância da arte na educação infantil. Através de pesquisas bibliográficas percebe-se que alguns autores citados falam das possibilidades que a arte proporciona na vida das crianças. Por meio da arte adquirimos novas habilidades fazemos novas descobertas expressamos nossas frustrações e angústias, adquirimos autoconfiança, aprendemos a valorizar o nosso potencial trocamos experiências.
A educação através da arte auxilia no desenvolvimento criativo e estético, à medida que adquirimos gosto pela arte nos tornamos seres mais críticos e reflexivos.
Nesse sentido as artes visuais na educação infantil são importantes para as crianças vivenciarem suas experiências e desenvolver o conhecimento em diferentes produções artísticas.
A arte nos proporciona um encantamento nas suas variadas formas. O contato com a arte possibilita novos saberes. O universo infantil é rico dentro das diferentes linguagens da arte e a criança se sente feliz quando é estimulada e valorizada por suas produções. Às vezes o educador esquece que já foi criança, e não leva em conta o saber da criança em suas produções.
As produções infantis devem ser valorizadas e não comparadas, porque cada criança estabelece um contato com a arte nas mais variadas formas. Portanto para conseguir que uma sociedade valorize as produções artísticas em geral será necessário termos um novo olhar para com a educação infantil. Aprender apreciar e valorizar as produções infantis.
Uma sociedade só aprende a valorizar sua cultura se for vivenciada desde criança. O papel do educador e fazer esta mediação para que as motive e incentive superando assim todos os obstáculos e sintam autoras da sua arte com autonomia e espontaneidade. Ser criança é conquistar seu espaço de forma única, sendo assim o professor deve entender um pouco desse universo infantil.
O aprendizado do ser humano se dá de várias maneiras e está em constante busca de novos conhecimentos renovando- se a cada dia.
Referências
BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte/Ana Mae Barbosa (org). In: conceitos e terminologias Aquecendo uma transforma-ação: Atitudes e Valores no da Arte. 2 ed .São Paulo: Cortez,2003.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.9.394, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.
CUNHA, Susana Rangel Vieira da.Cor, Som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança/ organizadora Suzana Rangel Vieira da Cunha. Porto Alegre: Mediação, 2002.
FERRAZ, M.H. C. de T; FUSARI, M. F. de R. Metodologia do ensino da arte. São
Paulo: Cortez, 1999.
FERREIRA, Aurora. A criança e arte: o dia - dia na sala de aula /Aurora Ferreira. 3.ed.-Rio de Janeiro:Wak Ed.,2008.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte; sala de aula e formação de professores/Rosa Iavelberg. Porto Alegre; Artemed,2003.
LOWENFELD, Viktor. A criança e sua Arte/Victor Lowenfeld. 2.ed.São Paulo. MESTRE JOU ED. 1977.
MONTAGNINI, Rosely Cardoso. Ensino das artes e música: pedagogia/Rosely Cardoso Motagnini, Laura Celia Cabral Cava, Klésia Garcia Andrade. São Paulo: Pearsom Prentice Hall 2009.
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. 4a edição. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

O ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

Antônio Carlos Dias de Santana
Darlan Patrício da Nóbrega Santos
Francisco José Pegado Abílio 
RESUMO
A aprendizagem das Ciências Naturais no Ensino Infantil e Fundamental é dificultada devido à falta de integração intra e interdisciplinar. Essa integração depende de vários fatores como: concepções dos professores, características dos alunos e condições físicas onde há processos ensino-aprendizagem.
A fragmentação dos conteúdos, sem uma interligação definida, dificulta para os discentes uma maneira de sintetizar e dar coerência ao conjunto, tornando-se difícil à visualização dos processos pedagógicos. Objetivou-se com este trabalho contribuir para a formação dos alunos do curso de Pedagogia (CE/ UFPB), tentado uma melhor integração dos conteúdos teóricos e práticos das Ciências Naturais, desenvolvendo assim as habilidades de pesquisas e magistérios. Foram realizadas revisões bibliográficas, participação na organização e execução de aulas teórico-práticas, usando-se métodos, técnicas, instrumentos e recursos
didáticos variados, além da participação de debates e seminários com os alunos. Procurou-se auxiliar os alunos de Pedagogia na busca de alternativas metodológicas para o Ensino de Ciências Naturais nos níveis infantil e fundamental, para que estes possam ajudar alunos a vislumbrar o conhecimento de forma significativa.
INTRODUÇÃO
Atualmente o aprendizado das ciências no ensino fundamental é dificultado devido à falta de integração entre as várias disciplinas existentes no currículo escolar, além da falta de interação do próprio conteúdo ministrado. Essa integração depende de vários fatores tais como: a natureza da própria disciplina, as características dos alunos, a formação do professor e até mesmo das condições físicas onde ocorra o processo ensino-aprendizado.
Além disso, ocorre a fragmentação dos conteúdos, sem uma interligação bem definida, assim como, a falta de interesse de certas instituições, governamentais ou não, que influenciam, direta ou indiretamente, nas organizações que criam as diretrizes do ensino, dificultam para as escolas e os próprios discentes uma maneira de sintetizar e dar coerência ao conjunto, sendo dessa forma quase impossível à visualização dos processos de maneira integrada e interdisciplinar.
O ensino de Ciências deve partir do conhecimento cotidiano. E vivenciando este cotidiano o aluno se sente motivado a aprender o conteúdo científico, porque faz parte de sua cultura, do desenvolvimento tecnológico e no modo de pensar de todos (DELIZOICOV & ANGOTTI, 1994; KRASILCHIK, 1987; BRASIL, 1997; PEREIRA, 1998).
Há décadas discute-se em congressos, seminários, cursos e outros eventos semelhantes, qual a formação ideal ou necessária do professor do ensino básico (fundamental e médio), numa demonstração ostensiva de insatisfação generalizada com relação aos modelos formativos vigentes (AZANHA, 2004), isto coloca em evidência suas interfaces com a Psicologia do desenvolvimento, com a Pedagogia, com a Sociologia, com a Antropologia, etc.
Nos últimos anos, devido ao crescimento econômico global, porém, tal crescimento não é tido para toda e por toda a população, tem se dado uma importância crescente à relação das concepções que os alunos têm a respeito dos conceitos científicos e suas repercussões na formulação curricular (DRIVER, 1985).
Neste sentido, a aceitação cega do que é proposto pelos órgãos governamentais, sem antes pesar se aquela dada norma é realmente cabível, pois pode colocar em cheque o que esta sendo proposto por se tratar de uma única política nacional de formação de professores. E isto pode conduzir à formulação de um modelo abstrato e inviável na atual situação nacional.
Nessa linha, as preocupações sobre a formação docente aproximam-se da concepção de Comênio, na sua Didática Magna, no qual o “bom professor” seria aquele capaz de dominar a
“arte de ensinar tudo a todos” (AZANHA, 2004).
Neste sentido, cabe ao professor o dever de captar a realidade cotidiana de cada aluno e tentar fazê-lo
integrar essa realidade aos conhecimentos adquiridos durante sua vida, chegando ao conhecimento formalizado e significativo (HAMBÚRGUER & LIMA, 1989).
O ensino de Ciências Naturais ajuda a criança desenvolver, de maneira lógica e racional, facilitando o desenvolvimento de sua razão para os fatos do cotidiano e a resolução dos problemas práticos.
As habilidades intelectuais que serão desenvolvidas são valiosas para qualquer tipo de atividade que venham a desenvolver em qualquer lugar onde viva. Pois, suas ideias sobre o mundo que as rodeia são construídas durante os anos do ensino elementar, independentemente do fato de as crianças serem educadas formalmente ou não. Não ensinar Ciências para indivíduos nessa idade significa ignorar esse processo, abandonando a criança a seus próprios pensamentos, privando-a de um contato mais sistematizado com a realidade e de poder trocar pontos de vista com outras pessoas (BIZZO, 2007).
Por tanto, faz-se necessário à busca de alternativas metodológicas e instrumentais para o ensino de Ciências que leve os professores a captar o cotidiano fragmentado do conhecimento de seus alunos, incentivando e motivando-os para uma visão total da Ciência de um modo tal que, na relação sujeito-objeto do conhecimento, eles possam aos poucos se vislumbrar do esse conhecimento adquirido.
E como dizem os nossos pensadores na educação, Delizoicov & Angotti (1994), Krasilchik (1987), Pereira (1998): “Pensar a ciência como um conjunto de fatos científicos socialmente produzidos numa sociedade historicamente determinada ”.
OBJETIVOS
· Contribuir para a capacitação discente dos alunos do curso de Pedagogia;
· Demonstrar uma melhor interligação dos conteúdos teóricos e práticos das Ciências Naturais;
· Preparar e executar aulas teórico--práticas de Ciências na educação básica;
· Desenvolver oficinas pedagógicas e atividades lúdicos-exploratórios nas Ciências Naturais;
· Construir e aplicar diferentes recursos didáticos e instrumentos na melhoria do desenvolvimento das habilidades de pesquisas e magistérios em Ciências;
· .Ampliar a atuação dos discentes em atividades práticas, organizando e preservando a coleção do acervo do laboratório de ensino de Ciências do DME/CE/UFPB, demonstrando assim a importância deste espaço educativo na aprendizagem significativa do ensino de ciências.
METODOLOGIA
Durante o período de monitoria, que abrange os períodos letivos de 2006.1 e 2006.2 (em andamento), foram e estão sendo desenvolvidas várias atividades com os alunos das disciplinas de Ensino de Ciências na Educação Infantil e Ensino Fundamental: Conteúdo e Metodologia I e II do curso de Pedagogia da UFPB foram realizados pesquisas bibliográficas (impressas e/ou digitais) de temas relacionados ao estudo das Ciências Naturais a fim de aprofundar os fundamentos teóricos sobre o Ensino das Ciências.
Ao longo da duração da monitoria, foram e estão sendo produzindo alguns materiais instrucionais, além da análise de livros didáticos de Ciências adotados em escolas de João Pessoa, elaboração de Projetos escolares de Ciências e elaboração de relatórios de Diagnose Ambiental.
Para tanto, foram realizadas aulas expositivas dialogadas, utilizando-se como pressupostos metodológicos a construção do conhecimento socializado; a explosão de ideia; leituras analíticas; síntese pessoal e discussão de textos; dinâmicas de grupo para análise diagnóstica do perfil discente: necessidades, interesses, habilidades mentais e integração entre educador e educandos; aulas práticas e de campo, seguidas da elaboração de relatórios; aplicação de atividades criativas e momentos lúdicos (música, álbum seriado, exposições e realização de experimentos); aulas práticas no laboratório e em campo.
Estas modalidades didáticas tiveram a finalidade de tornar o ensino de Ciências mais agradável, bem como, de facilitar e dinamizar o processo de ensino-aprendizagem, buscando uma aprendizagem significativa dos conteúdos, tanto conceituais quanto procedimentais e atitudinais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Rever os conteúdos de Ciências na Educação Infantil e Ensino Fundamental dentro de uma postura interdisciplinar, significa também rever aquilo que determina sua essência, sua finalidade maior, o sentido do humano, em suas inter-relações na busca da construção e reconstrução do conhecimento (HERNÁNDEZ & VENTURA, 1998) e na formação do cidadão crítico e reflexivo de sua realidade. O que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa, é a transformação da insegurança num exercício do pensar, no construir.
Nas turmas de Pedagogia foi observado um maior interesse e participação dos alunos com a disciplina, uma maior facilidade de aprendizado e algumas conquistas tais como:
· assimilação de conhecimentos a partir de situações vivenciadas pelos participantes individualmente;
· produção coletiva de conhecimentos que possibilitaram o aprofundamento da reflexão sobre a educação, a escola e a prática que nela se efetiva;
· criação de um acervo de material teórico e experimental constando de instrumentos pedagógicos (brinquedos e modelos tridimensionais), protótipos, roteiros de construção, roteiros de aplicação, artigos, livros, revistas;
· participação nas oficinas pedagógicas sobre leitura de imagens, leitura da paisagem e estudos do meio;
· criatividade durante as atividades lúdico-pedagógicas, através de músicas, jogos e dramatização com conteúdos de Ciências.
As atividades lúdicas exploratórias podem contribuir na construção do conhecimento e no desenvolvimento pessoal, social, cognitivo e psicomotor dos alunos. Estes apropriam-se do conhecimento através do brincar, pois estará estimulando a aprendizagem (MELO, 2004).
As oficinas pedagógicas como uma prática peculiar, permitiram a reflexão e a troca de experiência, produção coletiva e a descoberta de alternativas de solução para os impasses fundamentados na necessidade de transformar a realidade educacional no Ensino de Ciências na educação fundamental (ABÍLIO & GUERRA, 2005). As oficinas executadas tiveram os seguintes temas: fauna e flora, ecossistema, pranchas de animais, descoberta do outro, etc.
Foram realizadas análises dos livros didáticos de Ciências, segundo os critérios estabelecidos no PNLD para Ciências Naturais pelos alunos, para que estes desenvolvessem uma consciência crítica acerca de erros conceituais que frequentemente são encontrados nos mesmo.
Construíram-se álbuns seriados sobre as seguintes temáticas: animais – dos poríferos até os mamíferos; e plantas – algas, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas,
Objetivando-se uma melhor aprendizagem da diversidade biológica.
Foram demonstrados alguns instrumentos que podem ser utilizados para dinamizar o processo ensino aprendizagem, como foi o caso de jogos didáticos e modelos tridimensionais de ecossistemas aquáticos e terrestres do litoral paraibano.
A música também foi usada como recurso didático, abordando as seguintes temáticas: conhecer as enfermidades e seus agentes causadores, vírus, bactérias e outros; a fauna e flora; problemáticas ambientais como, por exemplo, o uso dos recursos hídricos e da biodiversidade brasileira.
Acreditamos que a metodologia vivenciada durante as aulas propiciou o sucesso do processo ensinoaprendizagem, pelas condições que lhes são peculiares, tais como: utilizar o
saber anteriormente adquirido; interação social dada pelos diferentes recursos utilizados e o trabalho coletivo.
A busca de novas alternativas para o Ensino de Ciências tem se mostrado eficiente no sentido de minimizar as tensões, angústias e insegurança dos alunos, que são advindos de um ensino fragmentado que lhes impede de enxergar uma realidade e os impossibilita de pensar (ABILIO & GUERRA, 2005).
As aulas de campo foram constituídas numa possibilidade por meio da qual a visita à natureza pode ser intensificada, possibilitando maior interação entre as pessoas e o meio onde vivem. Através das aulas de campo, intituladas “Ecologia das Cidades”, onde foram realizadas visitas a locais estratégicos de João Pessoa como: Parque Sólon de Lucena, Parque Arruda Câmara, Jardim Botânico, Mercado Central, Ponta do Seixas, etc.
Tais situações, por sua vez, permitiram que os alunos aprendessem de uma forma mais leve e dinâmica, conteúdos que não podem ser meramente comentados pelo educador em sala de aula. Além do que, as aulas de campo despertaram o interesse pela conservação do meio ambiente, que muitas vezes se encontra ameaçado, bem como, segundo os próprios alunos, atuaram como atividades de prazer e alegria, já que fugiam da rotina das salas de aula.
Enfatiza-se que a esperança de todo este conhecimento que foi passado aos alunos, já docentes, e futuros professores, sejam de tal valia, assim como os princípios dos ideais de Rogers (1999) sejam também repensados, para que cada nova criança ao entrar numa sala de aula, veja seus professor como um exemplo ser almejado.
CONCLUSÃO
A interação dos discentes nas aulas discursivas e debates, participação de atividades lúdicas foi de grande relevância para o desenvolvimento da disciplina. Isto demonstra que a utilização de vários recursos e instrumentos didáticos para Ensino de Ciências, faz com que os alunos enxerguem os conteúdos de maneira holística e integrada.
No entanto, apenas esses recursos não viabilizam totalmente o aprendizado, necessitando a utilização de aulas expositivo-dialogadas para complementação e/ou introdução
de determinados conteúdos específicos das Ciências Naturais.
Ressalta-se a importância dos subsídios gerados pela disciplina Ensino de Ciências na Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II aos alunos de Pedagogia, onde a busca de alternativas metodológicas para o Ensino de Ciências Naturais, auxiliará estes futuros profissionais a ajudar seus alunos a vislumbrar o conhecimento de uma forma mais significativa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABILIO, F. J. P. & GUERRA, R. A.T. A questão ambiental mo ensino de Ciências e a formação continuada de professores de ensino fundamental. UFPB/LEAL/SESUMEC, 132p, 2005.
AZANHA J. M. P. Uma reflexão sobre a formação do professor da escola básica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.30, n.2, p. 369378, 2004.
BIZZO, N.C.V. Metodologia e Prática de Ensino de Ciências: a aproximação do Estudante de Magistério das Aulas de Ciências no 1º Grau. Disponível em http://www.ufpa.br/eduquim/praticadeensino.htm acesso em 20 de março de 2007.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Secretaria de Educação Fundamental: – Brasília, 1997.
DELIZICOV, D. e ANGOTTI, J.A. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1994.
DRIVER, R. Children’s ideas in science. Milton Keynes, Open University Press, 1985.
HAMBURGER,A.I. & LIMA, E.C.A.S. O Ato de Ensinar Ciências. 1989. Disponível em http://www.pbh.gov.br/ensino/smed/cape/artigos/textos/amelia.htm acesso em 20 de março de 2007.
HERNÁNDEZ, F. & VENTURA, M. A organização do currículo por Projetos de Trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Ed. Artmed, São Paulo, 199p., 1998.
KRASILCHIK, M. O Professor e o Currículo das Ciências. São Paulo: EPU. Editora da Universidade de São Paulo, 1987.
MELO, C. M. R. As atividades lúdicas são fundamentais para subsidiar o processo de construção do conhecimento. Información Filosófica, I (2): 266270, 2004.
PEREIRA, M.L. Métodos e Técnicas para o Ensino de Ciências. João Pessoa: Editora Universitária, 1998.
ROGERS, C. Tornar-se pessoa . Ed. Martins Fontes, São Paulo, 1999.

             A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as nossas crianças pequenas. (Carraro, 2006)
            Em seu lar a criança experimenta o primeiro contato social de sua vida, convivendo com sua família e os entes queridos. As pessoas que cuidam das crianças, em suas casas, naturalmente possuem laços afetivos e obrigações específicas, bem como diversas das obrigações dos educadores nas escolas. Porém, esses dois aspectos se complementam na formação do caráter e na educação de nossas crianças. 
            A participação dos pais na educação dos filhos deve ser constante e consciente. A vida familiar e escolar se completa.
            Torna-se necessária a parceria de todos para o bem-estar do educando. Cuidar e educar envolve estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e, principalmente, amor de todos os responsáveis pelo processo, que é dinâmico e está sempre em evolução.
            Os pais e educadores não podem perder de vista que, apesar das transformações pelas quais passa a família, esta continua sendo a primeira fonte de influência no comportamento, nas emoções e na ética da criança.
            É fato que família e escola representam pontos de apoio e sustentação ao ser humano e marcam a sua existência. A parceria família e escola precisa ser cada vez maior, pois quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos serão os resultados na formação do sujeito.
            A parceria com a família e os demais profissionais que se relacionam de forma direta ou indireta com a criança é que vai ser o diferencial na formação desse educando.
            A vida nessa instituição deve funcionar com base na tríade pais – educadores – crianças, como destaca Bonomi (1998). O bom relacionamento entre esses três personagens (dois dos quais são protagonistas na escola – educadores e crianças) é fundamental durante o processo de inserção da criança na vida escolar, além de representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma pedagogia voltada para a infância.
            A Professora Di Santo (2007)[2] lembra que a fundamentação para a relação educação/escola/família como um dever da última para com o processo de escolarização e importância de sua presença no contexto escolar é publicamente amparada pela legislação nacional e diretrizes do MEC, aprovadas no decorrer dos anos 90.
            Podemos citar: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4º e 55; Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1º, 2º, 6º e 12; Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2007), que define como uma de suas diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras formas de participação da comunidade escolar (composta também pela família) e local na melhoria do funcionamento das instituições de educação e no enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos. Citamos ainda, a Política Nacional de Educação Especial, que tem como uma de suas diretrizes gerais: adotar mecanismos que oportunizem a participação efetiva da família no desenvolvimento global do aluno.
            A importância da família na vida da criança
            O primeiro grupo de pessoas com quem a criança, ao nascer, tem contato é a família. É interessante que logo a criança já demonstra suas preferências, seus gostos e suas diferenças individuais. Também a família tem seus hábitos, suas regras, enfim, seu modo de viver. É desse modo que a criança começará a aprender a agir, a se comportar, a demonstrar seus interesses e tentará se comunicar com esta família.
            Está aí, neste círculo de pessoas que rodeiam a criança, a fonte original da identidade da criança.
            Desde cedo, os pais precisam transmitir à criança os seus valores, como, ética, cidadania, solidariedade, respeito ao próximo, autoestima, respeito ao meio ambiente, enfim, pensamentos que leve essa criança a ser um adulto flexível, que saiba resolver problemas, que esteja aberto ao diálogo, às mudanças, às novas tecnologias.
            A criança já aprende desde pequena o que a mãe não gosta, o que é perigoso, o que pode e o que não pode fazer. Percebe-se, então, a importância da orientação dos pais.
            À família cabe entender que a criança precisa de liberdade, mas por si só não tem condições de avaliar o que é melhor ou pior para ela mesma. A família é o suporte que toda criança precisa e, infelizmente, nem todas têm. É o sustentáculo que vai ajudar a criança a desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania.
[1] CARRARO, Renata. Reportagem Revista Criança – MEC/SEB, 2006.
[2] DI SANTO, Joana Maria R. Centro de Referência Educacional – Consultoria e Assessoria em Educação.


ÉTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Lara Mendes e Roseane Gomes
RESUMO 
O artigo tem por objetivo discutir sobre a má formação infantil derivada do atual contexto social. As crianças não têm mais a mesma liberdade de tempos atrás. As brincadeiras eram criadas por elas, sendo algo espontâneo e, de certa forma, “saudável” para sua formação. Hoje, a diversão infantil limita-se a jogos de computador, de maneira a evitar que elas saiam de casa. A situação do país exige que os pais tenham sua atenção voltada para o lado profissional, o que torna seu tempo escasso para se dedicarem a seus filhos que, por sua vez, acabam tendo uma educação defasada, cuja base é a escola e a televisão. É possível perceber hoje que alguns casais planejam filhos, mas não assumem a responsabilidade de educá-los, e esse comportamento não é ético. Segundo Tânia Zagury, ética, na essência de sua palavra, significa “o modo de ser, a relação intersocial com seus parâmetros de vida” , o que reflete diretamente no comportamento e na formação de cada um. É de suma importância alertar os pais que é preciso dar amor, arrumar tempo para ficar ao lado do filho, perguntar se está bem e como foi na escola, por exemplo, porque a comunicação no âmbito familiar é essencial para a formação das crianças. 
1. INTRODUÇÃO 
“Ética é um conjunto de decisões, princípios e valores destinados a guiar e orientar as relações humanas”. Esses valores devem ter característica universal, pois têm de ser válidos para todas as pessoas por tempo indeterminado. No entanto, este conceito não tem sido posto em prática, inclusive na criação dos filhos. 
Nas últimas décadas, a escola e a mídia vêm assumindo praticamente sozinhas um papel que deveria ser partilhado com os pais: o de educar as crianças para a cidadania. A sociedade sofreu transformações e, com isso, mudaram os valores éticos inseridos nela, sendo, inclusive, refletidos nas relações familiares. 
Antigamente, cabia à escola a transmissão da cultura (tendo o professor como centro de conhecimento) e à televisão só restava a função de entretenimento. Hoje, no entanto, o papel de transmitir valores morais às crianças, antes realizados pelos pais, passou a ser indiretamente executado pela escola e pela mídia. 
Não que os pais estejam acomodados com a situação. O que acontece é que eles trabalham mais e passam menos tempo com os filhos. A mãe que antes ficava em casa e ensinava valores éticos agora trabalha fora e, em alguns casos, é quem sustenta a família. Segundo a pesquisadora Tânia Zagury, os pais, pelo fato de se sentirem culpados por essa ausência, ao chegarem do trabalho, acabam tornando-se permissivos, deixando de estabelecer limites e mostrar o que é certo ou errado. 
Muitas vezes, os pais deixam de ensinar seus filhos a girem com ética, porque na sociedade contemporânea os valores éticos estão invertidos e eles temem que seus filhos sejam rotulados de “bobos” de maneira que os antiéticos são considerados os mais espertos, logo os mais privilegiados. 
Cada vez mais cedo, os pais procuram dar estímulos para o filho não ficar para trás. Isso faz parte de uma sociedade competitiva inserida num mundo globalizado. 
2.OS PILARES DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
2.1. A FAMÍLIA 
“Educar é promover o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as sua dimensões: material, moral e religiosa”. Por isso educação se aprende, principalmente, no ambiente familiar. Porém atualmente, muitos relacionamentos familiares sofrem com conflitos de idéias e mal-entendidos, ate o ponto das relações serem profundamente afetadas ou mesmo destruídas. 
A principal carência dos jovens é a falta de ética dos pais, pois estes deixam de dar amor e atenção aos filhos. Essa necessidade de afeto acontece sobretudo pela ausência e omissão dos destes. Observa-se um dos principais erros cometidos por eles: não ter tempo para os filhos. Os adultos trabalham tanto, que o pouco tempo que sobra, eles precisam descansar e acabam evitando as crianças. Os pais esquecem que educar os filhos significa estar com eles e acompanhá-los no dia a dia. 
Os pais a fim de suprir sua ausência na educação dos filhos, assumem comportamentos que acabam por confundir e desestruturar as crianças. Alguns adultos parecem não querer enxergar os problemas. Às vezes, a criança esta sendo inconveniente, incomodando a todos com maus hábitos e, mesmo assim, o pai e a mãe não tomam nenhuma providencia. Algumas pessoas têm a mania de exibir os filhos como se fossem os melhores, e outras não têm coragem de assumir que cometem erros, pois sentem vergonha de pedir perdão aos filhos.  Os pais, por terem essa atitude acabam tornando-se negligentes. A negligencia psicológica segundo Belsk (1993, p. 295) “é a incapacidade de fornecer a criança apoio emocional, amor carinho e afeto”. 
Muitas vezes, os pais agem assim por sentirem-se culpados pelo insucesso do filho que foi gerado e criado por eles, sendo, portanto um produto dessa criação. Esse produto reflete a (in) competência da família no processo formativo do indivíduo. 
2.2. A ESCOLA 
Segundo Luiza Laforgia Gavaldon (1999, p.15), “educação é saber se comportar e aprender; é a transmissão dos usos e costumes da sociedade em que se vive, sendo que essa transmissão é levada pelos mais velhos aos mais novos”. 
Algumas pessoas julgam que a escola não deveria se preocupar com a educação social e moral, mas centrar-se no ensino de temas acadêmicos ou na promoção do desenvolvimento intelectual da criança. No entanto, a escola acaba tendo essa função, quer pretenda fazer isso ou não, até porque na sociedade atual essa é uma expectativa criada pelos pais. Devido à falta de tempo que as pessoas têm tido para cuidar de seus filhos e lhes ensinar valores éticos, elas acabam por transferir essa responsabilidade para a escola. Diversas vezes, inclusive, optam por estabelecimentos que cuidam de seus filhos em tempo integral. Dessa maneira, as crianças têm suas necessidades intelectuais, emocionais e fisiológicas atendidas pelo professor e pelos colegas de classe. Sendo assim, o ambiente familiar deixa de estar presente de maneira suficiente na vida dessas crianças, o que tem grande influência no seu desenvolvimento e formação. 
Através das interações diárias com os filhos, os pais determinam a natureza do ambiente sócio-moral. Quando este ambiente é determinado pelo professor, este organiza a sala para atividades individuais e de grupo relacionando-se com as crianças de modo autoritário ou corporativo. 
É necessário, no entanto, que o professor tenha consciência plena de sua autoridade em sala de aula, mostrando, de forma clara, quais caminhos deverão ser seguidos pelos alunos. Num mundo como o de hoje, onde os valores estão em transição e as pessoas “perdidas” na permissividade, faltam limites que estabeleçam equilíbrio nas relações entre elas, sendo, portanto, necessário que sejam respeitadas, facilitando assim a convivência. 
2.3. A MÍDIA 
A televisão tem um papel fundamental no mundo globalizado. Por ser um meio de comunicação bastante acessível, cada vez mais, ganha espaço na maioria dos lares de diversas classes, tornando-se um fenômeno social e cultural. 
A televisão é uma das principais fontes de informação do país e as crianças são, em maioria, o público alvo. A TV supre nelas a falta dos pais, tornando-se uma fonte fundamental de integração social. Elas se identificam com os estereótipos e personagens apresentados, trazendo graves consequências para sua formação. 
Em ambientes familiares deficientes, a TV se torna um atrativo para compensar as carências e frustrações sofridas em casa. É possível demonstrar também o papel do professor assumido pela TV. Na maioria das vezes, ela é a responsável pela transmissão de valores e conhecimentos que trazem malefícios às crianças, como o amadurecimento precoce e a banalização de assuntos como sexo e violência. São imagens que, a partir de então, passam a interferir na construção da personalidade, do caráter e na maneira do público infantil se ver e entender o mundo a sua volta. 
Quem decide que programa é bom ou não para a criança é ela mesma. Uma pesquisa feita pelo diretor-executivo do Ibope Mídia, Flávio Ferrari (2000, p.21), revelou que os dez programas de maior audiência entre as crianças de 2 a 9 anos são todos destinados a adultos. Esse grupo etário é um doa que mais assistem à televisão. Eles passam mais tempo em frente a TV do que na escola ou com os próprios pais. 
Dessa maneira, torna-se explícito um dos motivos da má formação infantil nos dias atuais: a mídia. A influência desta na educação infantil, muitas vezes, tem como reflexo as deturpações da ideia de como devem ser os princípios e o comportamento das crianças, que serão os futuros adultos e transmissores de valores da sociedade. 
CONCLUSÃO 
Quase que inconscientemente, os pais transmitem para as crianças o seu comportamento e o seu equilíbrio. Toda a segurança e apoio dos filhos estão nos pais, porém não se pode culpá-los por tudo, pois é difícil criar e educar um filho devido à sociedade de consumo em que vivemos. 
Com a mudança dos costumes e a vinda de novos valores, houve uma reestruturação da sociedade. Hábitos foram mudados; o que antes agredia, hoje pertence à normalidade. Essas transformações acabaram por refletir não só nas famílias, mas também nas escolas e na mídia. 
A realidade social é o fator determinante para a má formação da educação infantil, já que exige das pessoas uma vida mais atribulada, ocasionando a falta de companheirismo, amor e união entre as mesmas. 
As famílias passaram a ser formadas sem dar importância aos valores sentimentais; tornou-se algo mecânico casar e ter filhos. Então, a educação infantil acaba por ser de responsabilidade das escolas e da TV que, indiretamente (ou diretamente), determinam a formação das crianças. As pessoas serão mais realizadas se a educação for transmitida às crianças por um processo consciente, principalmente gerado pelos pais, não transferindo essa responsabilidade à escola e, de certa forma, à mídia. 
BIBLIOGRAFIA 
BEZERRA, Wagner. Manual do Telespectador Insatisfeito. 1.ed. São Paulo: Summus, 1999. 
DE VRIES, Rheta; ZAN, Betty. A Ética na Educação Infantil: um ambiente sócio-moral na escola. 1.ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. 
GAVALDON, Luiza Laforgia. Desnudando a Escola. 1.ed. São Paulo: Pioneira, 1997. 
PAPALIA, Diane; OLDS, Sally; FELDMAN, Ruth. O Mundo da Criança. 8.ed. Portugal: MC Graw Hill, 2001.


A IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS
            O ensino de geografia nos anos iniciais do ensino fundamental fornece subsídios para que a criança se situe em seu lugar de vivência, por meio da apreensão da paisagem que ela pode observar. Aprender a se relacionar socialmente com outras pessoas de diferentes faixas etárias, ampliando a noção de espaço. Buscar a organização de sua experiência e expectativa para com o território em que vive. 
        A natureza onde a ação dos indivíduos se faz notar nas formas de apropriação do espaço, como a produção da cidade e campo, a construção de vias, os movimentos de população, a produção de resíduos sólidos, os deslocamentos das pessoas para o lazer etc. 
            A geografia, por meio de suas atividades de leitura de textos que tratam de suas temáticas, pode auxiliar na alfabetização e no letramento, favorecendo a ampliação do conhecimento do aluno. 
         O estudo desta disciplina proporciona as crianças em seu nível de conhecimento sobre o lugar em que vivem, podendo fazer relações com outros lugares, pois elas convivem com ambientes (familiar e escolar), questionam e apresentam suas próprias concepções sobre a natureza e a sociedade.
            O que as crianças podem aprender no ensino de geografia 
  •           Observar 
  •           Descrever 
  •           Representar e construir explicações 

·              Estimular a criança a observar e compreender as diferentes manifestações da natureza e a apropriação e transformação dela pela ação de sua coletividade, de seu grupo social. 
·                     Reconhecer semelhanças e diferenças nos modos de diferentes grupos sociais. 
·                Utilizar a observação e a descrição na leitura direta e indireta da paisagem, sobretudo por meio de ilustrações e da linguagem oral. 
·             Reconhecer no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orientação e distância de modo a deslocar-se com autonomia. 
·               Representar os lugares onde vivem. 
      Existem alguns conceitos básicos que devemos introduzir na vida desse estudante: 

LUGAR; deve ser compreendido na escala de vivência do aluno e na sua formação do horizonte mais próximo de suas práticas cotidianas, isto é, no seu percurso para a escola, por meio de suas brincadeiras, no território específico de sua residência. 
PAISSAGEM; o que se descortina aos olhos do observador, seja ele o aluno ou o professor, permitindo visualizar as diferenças nas relações da sociedade com a natureza, diferenciando-se a cidade do campo e o estabelecimento industrial da via de circulação: as pessoas dos objetos fixos; os diferentes componentes da vegetação as ondulações do relevo etc. 
ESPAÇO; o ambiente global de relações da sociedade e pode ser exemplificado pelo uso da telefonia, pela observação dos aviões em movimento, pelas fotografias que abrangem grandes áreas, pelas imagens de satélite na internet etc. 
TERRITÓRIO; Traduz-se pelas relações de apropriação do espaço, como a propriedade (a casa) onde o aluno vive, as praças como espaços públicos etc.


HIGIENE PESSOAL INFANTIL
É durante a infância que se deve aprender a cuidar do próprio corpo. A responsabilidade de ensinar é dos pais, em primeiro lugar, mas a escola também tem a obrigação de apoiar essa fase tão importante da formação das crianças.  Em princípio, os pequenos devem conhecer o próprio corpo para entender a importância de cada hábito higiênico que vão adquirir. Os pais devem criar uma rotina, como: antes de se sentar-se à mesa, devem lavar as mãos; antes de se deitar-se, devem escovar os dentes e usar o fio dental. Com o tempo, eles vão se acostumar a essas atividades e vão fazê-las sem pensar.
Porém, eles devem entender o motivo de fazer todas essas coisas.  Os pais têm que conversar com seus filhos e esclarecer as razões dessas obrigações com a limpeza corporal, de forma simples e usando uma linguagem que eles entendam. É preciso dizer, por exemplo, que lavar e pentear os cabelos não permite que os piolhos se proliferem ou ainda que as cáries danificam os dentes. Então, devemos escová-los e usar fio dental várias vezes ao dias para evitar problemas.  Se na escola as crianças recebem apoio de maneira mais descontraída, ouvindo historinhas e assistindo a teatro de fantoches, elas captam a mensagem com mais precisão. Por isso os métodos pedagógicos devem se voltar para chamar bastante atenção, nesse sentido.
O que a criança deve aprender sobre higiene pessoal:  
·      Escovar os dentes. Os pais devem explicar a maneira correta de fazê-lo, como escovar a língua e de que forma usa-se o fio dental.  Atenção: nos primeiros dias, fique olhando para ver se seu filho faz certo; depois o deixe fazer sozinho, mas fiscalize, veja se está bem feito. Depois de um tempo, quando vir que ele desempenha bem essa função, pode deixá-lo fazer totalmente sozinho.
·      Lavar as mãos antes das refeições, depois de usar o banheiro e quando chegar da rua. Até os quatro anos, os pais devem levar a criança para lavar as mãos. Depois dessa idade, podem apenas reforçar o recado, mas deixando que o façam. Lembre-se de ensinar cada passo – água, sabão, enxágua e enxuga.
·       Pentear os cabelos. Para os meninos, essa tarefa é mais fácil; as meninas precisam de mais atenção, até pelo, menos sete ou oito anos de idade para lavá-los e penteá-los. O importante é ensinar desde cedo a pentear o cabelo ao acordar e depois do banho.
·       Tomar banho. É preciso que a criança tenham uma hora marcada para tomar o banho e seus utensílios (sabonetes, xampu, condicionador e toalhas) devem estar sempre ao seu alcance quando estão aprendendo a tomar banho sozinhas. Os pais devem mostrar a maneira certa de lavar as partes íntimas, os pés e todo o corpo. Elas precisam de auxílio até uns seis anos, quando podem exercer essa atividade totalmente sozinhas.
Higiene Bucal
Cuidados com a higiene bucal  Os cuidados com a higiene bucal são importantes porque a boca é o órgão receptor dos alimentos. Dentes fortes e boca saudável: é sinônimo de boa alimentação, higiene constante e bem feita. Dessa forma, é possível concluir que quando alguém se alimenta bem e tem hábitos de higiene bucal corretos, ela evita doenças como a gengivite, as cáries e o incômodo mau hálito.  Além da questão estética, os cuidados com os dentes garantem uma dicção correta (a forma de pronunciar as palavras) e uma mastigação mais benéfica. Os cuidados devem ser diários, a escovação deve ser feita pelo menos três vezes ao dia e o fio dental tem que ser usado em seguida.  Esses hábitos são preventivos; através deles é que evitamos as doenças bucais que causam a perda dos dentes. Eles devem ser adquiridos na infância e as crianças devem entender a importância de fazer todos esses procedimentos e os pais precisam levá-las frequentemente ao dentista.
O que é cárie dentária?
As cáries são orifícios que aparecem na superfície dos dentes, causadas pela ação de bactérias que se alimentam dos restos de comida acumulados nos dentes. O ácido que elas produzem corrói o esmalte protetor dos dentes e, com isso, eles são facilmente deteriorados.  Se a cárie não for devidamente tratada, sua ação corrosiva pode chegar até o nervo dental, causando fortes dores. Uma das consequências são inflamações, maior sensibilidade a alimentos frios e quentes e dor aguda, além de mau hálito. Ao sentir esses sintomas, é preciso ir ao dentista, mas no caso de prevenção, as medidas são simples: escovação e uso de fio dental diariamente.
Escovar os Dentes  
Escovar os dentes. Para escovar os dentes, é preciso seguir algumas regras que garantem a remoção de resíduos e placas bacterianas. Lembrando que a escova de dentes é um objeto individual, que deve ser trocado em um intervalo de três meses e o recomendado é usar as mais macias.   Os dentistas dizem que os dentes superiores devem ser escovados de cima para baixo em movimentos circulares, sendo que a escova deve ser posicionada em um ângulo de 45º em relação à gengiva. Já para os dentes inferiores o aconselhado são os mesmos movimentos circulares, porém de baixo para cima.  As partes internas e de mastigação podem ser escovadas delicadamente em movimentos curtos de trás para frente. A língua não pode ser esquecida, não é necessário escová-la com força, faça-o com cuidado apenas para remover as bactérias e para eliminar o mau hálito.
Importância do fio dental  
Na maioria das vezes, a escovação, por mais bem feita, não consegue remover todos os resíduos, principalmente entre os dentes, onde o acesso é mais difícil e onde também as cáries acabam se instalando. Mas há uma solução, o uso do fio dental!  O fio dental é uma ferramenta poderosa na prevenção de doenças bucais, ajuda a manter o mau hálito bem longe e é o que dá o toque final na higienização dos dentes. Por isso, deve-se usar todos os dias, pelo menos uma vez.   No entanto, existe a forma certa de usá-lo. É preciso fazer a higienização com bastante cuidado para não machucar a gengiva, evitando que ela sangre. O mais aconselhável é que no momento de passá-lo você curve-o, formando um “C”, para retirar aquelas placas que se acumulam entre cada dente.

LINGUAGEM ORAL E ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais.
O trabalho com a linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento.
A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever.
Nas sociedades letradas, as crianças, desde os primeiros meses, estão em permanente contato com a linguagem escrita. É por meio desse contato diversificado em seu ambiente social que as crianças descobrem o aspecto funcional da comunicação escrita, desenvolvendo interesse e curiosidade por essa linguagem. Diante do ambiente de letramento em que vivem, as crianças podem fazer, a partir de dois ou três anos de idade, uma série de perguntas, como “O que está escrito aqui?”, ou “O que isto quer dizer?”, indicando sua reflexão sobre a função e o significado da escrita, ao perceberem que ela representa algo.
Sabe-se que para aprender a escrever a criança terá de lidar com dois processos de aprendizagem paralelos: o da natureza do sistema de escrita da língua – o que a escrita representa e como – e o das características da linguagem que se usa para escrever. A aprendizagem da linguagem escrita está intrinsecamente associada ao contato com textos diversos, para que as crianças possam construir sua capacidade de ler, e às práticas de escrita, para que possam desenvolver a capacidade de escrever autonomamente.
Diz-se que um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de situações de usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças têm a oportunidade de participar. Se os adultos com quem as crianças convivem utilizam a escrita no seu cotidiano e oferecem a elas a oportunidade de presenciar e participar de diversos atos de leitura e de escrita, elas podem, desde cedo, pensar sobre a língua e seus usos, construindo ideias sobre como se lê e como se escreve.
Na instituição de educação infantil, são variadas as situações de comunicação que necessitam da mediação pela escrita. Isso acontece, por exemplo, quando se recorre a uma instrução escrita de uma regra de jogo, quando se lê uma notícia de jornal de interesse das crianças, quando se informa sobre o dia e o horário de uma festa em um convite de aniversário, quando se anota uma ideia para não esquecê-la ou quando o professor envia um bilhete para os pais e tem a preocupação de lê-lo para as crianças, permitindo que elas se informem sobre o seu conteúdo e intenção.
Preservar também é coisa de criança
A preocupação com o meio ambiente é atual e envolve toda a sociedade. Veja como tratar o assunto desde o início da Educação Infantil
A questão ambiental está em alta por uma razão simples: necessidade de sobrevivência. Quanto mais cedo o tema for abordado com as crianças, maiores as chances de despertar a consciência pela preservação. Por isso, a educação para uma vida sustentável deve começar já na pré-escola. O objetivo definido pelo Referencial Curricular Nacional é observar e explorar o meio ambiente com curiosidade, percebendo-se como ser integrante, dependente, transformador e, acima de tudo, que tem atitudes de conservação. 
Veja o exemplo da professora Nivânia Félix dos Santos, da Escola Municipal Ausônio Araújo, de Currais Novos, a 196 quilômetros de Natal, que implantou um projeto sobre o tema no ano passado. "A natureza dá condições para a sobrevivência do homem", explicou. "Por isso a necessidade de mostrar como preservar e minimizar a ação negativa."
Síntese do trabalho
Tema: Cuidados com o meio ambiente
Objetivo: Apresentar a natureza com suas belezas, curiosidades e fragilidades. Mostrar lados negativos e positivos da ação do homem e valorizar a preservação 
Como chegar lá: Levante o conhecimento inicial da turma. Esse passo revela a direção que o trabalho deve tomar. Para que eles entrem em contato com o mundo real, leve-os para aulas-passeio. Todas as observações devem ser registradas em escritos e desenhos. Prepare uma passeata ecológica com todo o material produzido. Em uma conversa posterior, veja que conceitos foram ampliados. Por fim, confronte os conhecimentos prévios com os atuais 
Dica: Para falar sobre Educação Ambiental com crianças é importante abordar assuntos que produzam resultados ao alcance delas. Um bom exemplo é cultivar uma horta e depois comer as verduras e os legumes plantados.
Apresentação do tema 
O trabalho começou com uma roda de conversa. A professora potiguar levou para a classe imagens que ilustram o assunto. Nesse momento já foi possível perceber que a atividade não se esgotaria ali. "Essa é uma questão que todo professor quer abordar, mas não sabe por onde começar", explica Andréa Diniz, do Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. "Esse projeto prova que as crianças se interessam pela temática e chegam a formar suas próprias opiniões." 
A curiosidade das crianças incentivou a continuidade e Nivânia preparou uma aula-passeio nos arredores da escola. O objetivo era observar a quantidade de lixo jogado nas ruas. Aqui fica registrado a importância dessa ação, pois em atividades desse tipo mostram o mundo real. "Ela poderia ter feito essa apresentação usando livros e fotos, mas preferiu mostrar a realidade", avalia Andréa. Na volta, já em sala, a garotada registrou o que viu em desenhos e escritos. 
No dia seguinte, Nivânia fez uma comparação entre a situação das ruas e a do pátio. Era comum a sujeira após o lanche. Saíram, então, pelos corredores limpos antes do recreio apenas para observar. Na hora do intervalo, todos lancharam e aí veio a segunda parte. A professora pediu que eles notassem como o espaço tinha ficado sujo. Ela dividiu a turma em grupos e organizou uma competição. Distribuiu luvas, máscaras, sacos plásticos e pediu que fizessem a coleta. 
Nirvânia e as crianças de pré-escola no lixão:
mostrando a vida real
O lixo recolhido foi levado para a classe. "Nesse momento pude trabalhar a seleção de materiais", lembra-se Nivânia. Entre a sujeira havia papel, plástico e alumínio. As crianças fizeram uma poesia e a ilustraram. A educadora pediu que eles pesquisassem mais sobre a coleta da cidade. 
As crianças descobriram que todo o lixo de Currais Novos ia parar no lixão. E por que não ir até lá? Foi o que fizeram. Em mais uma aula-passeio as crianças conheceram catadores, alguns tão pequenos quanto eles, e os entrevistaram. Na sala, construíram uma maquete com sucata que simbolizava o local. 
Outros tipos de poluição 
Primeira etapa cumprida. Era hora de falar sobre a importância da água e, para isso, mais aula-passeio. Na primeira, ao rio São Bento, o foco eram as condições do local, que recebe todo o esgoto da cidade. "Eles ficaram incomodados com os restos de alimentos, animais mortos e utensílios que viram", constata Nivânia. Na sala, nova produção de textos. Na segunda saída, a turma foi ao povoado de Totoró conhecer um dessalinizador, que torna potável a água subterrânea, em geral imprópria para o consumo por causa do alto índice de sais. Na região Nordeste essa prática é comum em função da seca. 
Para falar sobre a poluição do ar, Nivânia programou uma visita à Cerâmica Currais Novos Ltda. Antonio Izidorio, gerente do estabelecimento, mostrou o processo de fabricação de telhas e tijolos. Duas coisas incomodaram. A primeira foi a grande quantidade de madeira utilizada para manter acesos os fornos que secam a produção e; a segunda, a fumaça que sai pelas chaminés. 
O educador ambiental Marcelo de Queiroz Telles garante que o passeio à olaria, como forma de mostrar esse tipo de poluição, foi um bom exemplo. "Na verdade, qualquer fumaça representa isso", afirma Telles. Nivânia acertou quando foi à cerâmica, mas é preciso esclarecer que, independentemente dos prejuízos ao ar, a empresa também traz benefícios, como empregar pessoas que dependem dessa atividade para viver e fabricar produtos importantes para o ser humano. "Não se pode deixar a impressão de que a empresa é a única vilã", explica Telles. Nesse caso, é importante mostrar outras maneiras de aquecer os fornos. "É interessante fazer um exercício de listar formas de produção menos poluentes." 
Depois dessa experiência, as crianças produziram desenhos e escritos e ainda discutiram o desmatamento e suas consequências. Nivânia reforçou a importância de preservar a natureza e direcionou o trabalho para um fechamento. Reuniu todo o material produzido e organizou uma passeata ecológica. "As pessoas na rua paravam para ver a manifestação", lembra-se a diretora Rita do Carmo Bezerra Cruz Dantas. Na volta, apresentaram um teatro aos pais. "Mesmo que a comunidade não seja envolvida em todas as etapas do trabalho, é importante que participe da finalização, porque ela toma conhecimento do trabalho", avalia Andréa. 
É bom ressaltar que Nivânia valorizou todas as brincadeiras e a expressão por meio de diferentes linguagens, como desenhar, cantar, dramatizar e escrever, que são essenciais na Educação Infantil. "Sem dúvida, esse trabalho tem muitos méritos, mas é necessário tomar alguns cuidados", alerta Andréa. "Não é preciso contemplar tantos assuntos, pois isso pode cansar." Outra coisa que faltou foi levantar o conhecimento prévio das crianças, para compará-lo com o posterior. "Essa etapa traz informações preciosas que garantem uma avaliação eficaz." 
O trabalho, sem dúvida, contribui para a formação de uma consciência ecológica infantil. E isso está mais que provado, pois eles conseguiram resolver problemas que lhes foram propostos. "Agora a sujeira do recreio é menor e todos incentivam a limpeza", garante Rita do Carmo.
Para conhecer meio ambiente
O professor em geral resiste a abordar qualquer assunto que não domine. Educação Ambiental é um deles. "Não é necessário, porém, ter um grande conhecimento sobre a natureza para falar sobre ela", garante o educador ambiental Marcelo de Queiroz Telles. "É preciso, sim, o básico para criar habilidades e ter a capacidade de compartilhar o saber." 
Telles lista uma sequência pela qual o docente deve passar antes de qualquer ação em sala: 
Sensibilização — uma pessoa só consegue parceiros se estiver sensibilizada. Isso pode ser feito por meio do lúdico. Além de ser uma forma prazerosa de aprender, atinge tanto crianças quanto adultos; 
Informação — o conhecimento inicial pode ser adquirido em palestras, materiais impressos e sites; 
Mudança de comportamento — é fundamental mudar as atitudes, pois não convence uma pessoa ter um bom discurso sobre a importância da água, por exemplo, e continuar escovando os dentes com a torneira aberta; 
Incentivo — é muito difícil trabalhar sozinho e sem o apoio dos colegas. Se a iniciativa não for de cima para baixo, ou seja, da direção para o corpo docente, é uma boa oportunidade para sensibilizar e despertar em todos o interesse por participar; 
Estratégia — o professor deve escolher um caminho, ou seja, selecionar um assunto (água, lixo, desmatamento, ar) e uma forma de trabalhá-lo. 
É importante ter claro que essa atividade não deve se limitar a datas comemorativas, como o Dia da Árvore. "É preciso fazer já, pois o planeta não suporta mais o modelo atual de desenvolvimento. Ele é insustentável", afirma Telles. "Essa é uma responsabilidade não só dos ecologistas, mas de cada um de nós, cidadãos e educadores."


SOCIALIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NA PRÉ-ESCOLA
Nos dias de hoje, em que a mulher assume cada vez mais atividades fora do lar, é comum as crianças irem mais cedo para a escola.
Os pais diante do fato de que a mãe precisa recomeçar a trabalhar, podem optar por deixar seu filho em um Berçário (Pré-Escola), deixar com familiares ou contratar uma babá. A escolha deve ser feita com maturidade, pois podem surgir críticas e como os pais são os responsáveis pela criança devem estar seguros de sua decisão.
A opção sendo por uma escola, os pais e familiares podem fazer uma pesquisa no bairro em que moram por uma escola que se adapte suas as expectativas ex: ( porte da escola - pequena, média ou grande - número de alunos por sala, filosofia da escola, valor da mensalidade, etc), sempre é bom uma visita pelo espaço físico e uma conversa com a direção.
As escolas de Educação Infantil - Pré-Escola oferecem serviços do Berçário ao Pré ou seja crianças de 0 a 7 anos, divididos conforme faixa etária, ou seja:
Berçário - 0 a ± 1 e 3 meses *
Maternal - ± 1 e 3m a 3 anos *
Jardim I - 3 a 4 anos*
Jardim II - 4 a 5 anos*
Pré (primeiro ano) - 5 a 7 anos *( a divisão por faixa etária pode variar conforme a escola)
A adaptação da criança está na dependência da orientação da educadora, que deverá conhecer suas necessidades básicas, suas características evolutivas e ter informações quanto aos aspectos de saúde, higiene e nutrição infantil (todas estas informações devem ser passadas pelos pais em entrevista prévia com a direção através de anamnese). Sendo assim, a socialização da criança desenvolve-se harmoniosamente adquirindo superioridade sob o ponto de vista da independência, confiança em si, adaptabilidade e rendimento intelectual.
As atividades programadas devem basear-se em suas necessidades e interesses; crianças são ávidas para explorar, experimentar, colecionar, perguntar, aprendem depressa e desejam exibir suas habilidades.
As atividades como percepção visual, percepção visomotora e coordenação motora, percepção auditiva, linguagem oral , percepções gustativas e olfativas, percepção tátil, Educação Artística e Educação Física integram o processo de aprendizagem da criança com o processo de socialização.
Caberá à pré-escola estimular e orientar a criança, considerando os estágios de seu desenvolvimento, aceitando-a e desafiando-a a pensar. O ambiente que estimule a atividade criadora da criança, além de contribuir para o seus desenvolvimento global, estará, certamente, favorecendo a aproximação da criança à realidade escolar.
Saliento que o desenvolvimento da criança deve ser acompanhada principalmente pelos pais pois a escola é apenas um suporte facilitador para todo o processo. Os pais também devem acompanhar a rotina da criança através da agenda escolar, onde a educadora anota recados para os pais ou comunica como foi o dia da criança.
A seguir algumas informações sobre o processo de adaptação no maternal:
1 - A decisão de colocar seu filho na escola deve resultar de atitude pensada, consciente e segura;
2 - A vinda da criança para a escola deve ser preparada; entretanto, evite longas explicações para ela, pois isso pode despertar suspeitas e insegurança;
3 - A separação, apesar de necessária, é um processo doloroso tanto para a criança quanto para a mãe, mas é superado em pouco tempo;
4 - Cuidados devem ser tomados nesse período de adaptação em relação a: troca recente de residência, retirada de chupeta ou fraldas, troca de mobília do quarto da criança, perda de parente próximo ou animalzinho de estimação;
5 - O choro na hora da separação é frequente e nem sempre significa que a criança não queira ficar na escola;
6 - A ausência do choro não significa que a criança não esteja sentindo a separação. Não force com violência e ansiedade a criança a ficar na escola;
7 - Evite comentários sobre a adaptação da criança em sua presença;
8 - Cabe à mãe entregar a criança ao educador, colocando-a no chão e incentivando-a a ficar na escola. Não é recomendável deixar o educador com o encargo de retirar a criança do colo da mãe;
9 - Nunca saia escondido de seu filho. Despeça-se naturalmente.
10 - A sala de atividades é um espaço que deve ser respeitado e sua presença nela, além de dificultar a compreensão da separação, fará as outras crianças cobrarem a presença de suas mães;
11 - Incentive a criança a procurar a ajuda do seu educador quando necessitar algo, para que crie laço afetivo com ele;
12 - Lembre-se que o educador atende às crianças em grupo, procurando distribuir sua atenção, igualmente, promovendo junto com a mãe a integração da criança;
13 - Se os pais confiam na escola, sentirão segurança na separação e esse sentimento será transmitido à criança, que suportará melhor a nova situação;
14 - O período de adaptação varia de criança para criança, é único e deve ser avaliado individualmente;
15 - Evite interrogatórios sobre o dia da criança na escola;
16 - Poderão ocorrer algumas regressões de comportamento durante o período de adaptação, assim como alguns sintomas psicossomáticos (febre, vômitos etc.)
17 - É comum verificar-se nessa fase uma ambivalência de sentimentos. O desejo de autonomia da criança e a necessidade de proteção ocorrem simultaneamente.
18 - Cuidado com a aparente adaptação. Os pais devem respeitar o período estabelecido pela escola.
19 - A adaptação das crianças de período integral inicialmente deve ser feita em um turno(manhã ou tarde).
No programa de adaptação a mãe pode ficar do 1o. ao 3o. dia 2hs junto no pátio e visível à entrada da sala de atividades. No 4o. dia a mãe pode se distanciar um pouco e observar de longe e no 5o. dia ausentar-se 1 hora após a entrada. Na 2a. semana o horário deverá ser normal sem a presença da mãe.
Existem crianças que já no primeiro dia se despedem da mãe e se integram com as outras crianças, neste caso não há necessidade do programa de adaptação.
Dúvidas de Adaptação no Berçário:
No Berçário é frequente o aparecimento de sentimentos de culpa, insegurança, ansiedade e ciúmes pelo "abandono" do filho na escola. Se você estiver deprimida por esse sentimento procure discuti-lo com a Psicóloga da escola.
A grosso modo, até os sete meses não há apresentação de problemas de adaptação, pois o bebê não distingue, visualmente, a sua mãe de outros adultos estranhos, sugere-se dois ou três dias para adaptação da mãe. A partir dos 8 meses verifica-se o "estranhar" (nível de maturação que permite ao bebê distinguir a diferença visual entre o conhecido e o desconhecido). Nessa época a adaptação pode ficar mais difícil e levar alguns dias. Comece deixando-o no berçário no 1o. dia por uma hora, fique por perto observando a rotina, o ambiente e vá aumentando o tempo de permanência da criança progressivamente no 2o., 3o. dia e assim por diante até a criança ficar o período normal sem a sua presença.
Em caso de dúvidas quanto ao comportamento de seu filho ou quanto às condutas adotadas pela escola, procure a direção que estará à sua disposição para esclarecê-lo e ajudá-la sempre que necessário.
Débora Beni


        
TEMAS TRANSVERSAIS
            Monalisa Barbosa
            Introdução
            Este trabalho consiste em explanar conceitualmente e resumidamente os temas transversais: Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo, sob forma de análise da importância do papel da escola na construção dos conhecimentos dos educandos.
            Voltados para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades individual, coletiva e ambiental, foram tomados como base para sua formulação, os princípios e objetivos fundamentais, o princípio da isonomia, etc., estabelecida pela constituição de 88 e alguns critérios de eleição com vistas nas questões vividas pela sociedade como um todo.
            Os objetivos e conteúdos dos temas transversais devem ser incorporados nas áreas já existentes e no trabalho educativo da escola. É essa forma de organizar o trabalho didático que recebeu o nome de transversalidade. ( PCN, 1997; v.8; p.15 )
            Temas Transversais
            Os parâmetros Curriculares Nacionais ( PCN ), ao propor uma educação voltada para a cidadania, o fez, baseando-se em alguns princípios da Constituição de 88, norteando assim, a educação escolar. São os princípios e objetivos fundamentais como: cidadania: que qualifica uma pessoa como membro de uma sociedade democrática de direito, a dignidade da pessoa humana: que a protege de toda e qualquer opressão, valores sociais do trabalho, no qual, lhe garante uma remuneração digna ao trabalho produzido e direito como férias, etc., e os objetivos que são o que o país deseja alcançar como erradicar a pobreza, promover o bem de todos sem preconceito de raça, cor, sexo, idade, religião, etc., e o princípio mais importante, o da isonomia no qual compreende que todos são iguais perante a lei.
            Um dos papeis das escolas é formar pessoas para o exercício da cidadania, fazendo com que compreenda sua realidade, atue na sociedade e a transforme. Sob a incumbência de formar cidadãos críticos, democráticos e participativos, abordando para isto em suas práticas pedagógicas os temas transversais. Ao elaborar um projeto educativo, a escola tende refletir e repensar muito, para que este esteja coerente com a comunidade, alunos, professores, etc., cumprindo assim seu papel de forma eficiente e eficaz.
            Segundo PCN (1997), sob a visão de uma prática educacional em compreender a realidade social, dos direitos e responsabilidades em relação à vida individual, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram incorporados como temas transversais as questões da ética, da pluralidade cultural, do meio ambiente, da saúde, da orientação sexual e do trabalho e consumo. Em suma, são temas de muita importância e urgência a ser tratada, por relacionarem-se as questões vividas pela sociedade como um todo, no seu cotidiano.
            Critérios adotados para a eleição dos temas transversais
            Como todo e qualquer documento a serem redigidos exige alguns critérios a serem adotado, o que não foi diferente com a elaboração dos temas transversais a serem trabalhados nas escolas, que se baseou em diferentes questões que envolvem a vida social.
Tomados como princípio de escolhas a definir segundo PCN (1997):
·         Urgência Social:
·         Nesse critério, escolhem-se questões graves a serem solucionadas que atentam contra a dignidade da pessoa humana.
·         Abrangência Nacional:
·         Por se tratar de um padrão nacional, as escolhas desses temas serão os mesmos para todo o país.
·         Possibilidades de Ensino e Aprendizagem no ensino Fundamental:
·         Esse critério foi adotado através das experiências pedagógicas, voltadas para um processo de aprendizagem, a fim de conhecer seus direitos e deveres quanto a: saúde, meio ambiente, orientação sexual, etc.
·         Favorecer a compreensão da realidade e participação social:
·         Este critério foi adotado a fim de promover nos educandos, uma visão da realidade social no seu contexto cultural e atuar nessa sociedade e interferir de modo a transformá-la.

A seguir, serão descritos conceitualmente os temas transversais.
·         Ética
Ética quer dizer: como agir perante os outros.
O objetivo da ética trabalhada no âmbito escolar é promover autonomia moral no educando como: respeito mútuo, justiça, solidariedade, diálogo, ou seja, é um conjunto de valores e princípio a ser construídos nos alunos para que possam conviver em harmonia com a sociedade.
·         Pluralidade Cultural
Para atuarmos em uma sociedade pluriculturalista, é preciso conhecer cada cultura, saber compreendê-las quanto a sua importância, consciente de que o ser humano nasce em uma cultura e dela faz parte, e com isso respeitá-las. Para que essa valorização e respeito ocorram, as escolas têm essa incumbência, em mediar esse conhecimento nos educandos por meio da ética.
·         Meio Ambiente
Damos o nome de Meio ambiente ao conjunto de seres e elementos que se relacionam e essa relações aqui estabelecidas são as relações sociais, econômicas e culturais.
Constitui-se também como parte do meio ambiente, as áreas ambientais, na qual, o ser humano deveria viver de forma harmônica o que ainda é uma grande guerra a ser vencida devido aos maus hábitos adquiridos no decorrer da existência humana.
Uma escola preocupada em manter uma harmonia sustentável ente o homem e o meio ambiente educarão seus alunos desde a educação infantil para essa relação pacífica.
·         Saúde
Saúde nada mais é do que o bem estar físico, mental e social do indivíduo. Nessa perspectiva, a escola prepara o aluno desde a infância para compreende a importância do autocuidado e o cuidado com a coletividade, pois é desde criança, que se começa a aprender a valorizar a importância de uma vida saudável, na promoção e prevenção de doenças (doenças não só físicas como mentais), que afetam a vida e o convívio social do ser humano.
Para PCN (1997; v.8; p.33)O nível de saúde das pessoas reflete na maneira como vivem, numa interação dinâmica entre potencialidades individuais e condições de vida.
·         Orientação Sexual
Esse tema é de grande importância a ser deliberado nas escolas. Por ser um assunto que prepara, esclarece e alerta os alunos para se prevenirem contra doenças sexualmente transmissíveis, se prevenirem contra o câncer, etc. esclarecê-los quanto ao uso de métodos contraceptivos corretamente, quanto aos mitos e verdades e prepará-los-á para como deverá se portar em determinadas situações, para que estes não cometam atos de injustiça e discriminação. Mas infelizmente nem todas as escolas abordam esse tema em seus projetos pedagógicos.
Já em uma educação infantil, esse assunto é abordado de uma forma diferente. Nós, professores, orientadores, podemos levar para o lado das diferenças que os classificam como meninas e meninos, ao reconhecimento do corpo, a valorização e flexibilização dos papeis desempenhados por cada um, etc.
·         Trabalho e Consumo
Trabalho e consumo consistem na relação do homem/ sociedade, em seu caráter político, social, econômico e cultural.
É um tema também assegurado pela constituição de 88, que garante ao trabalhador seus direitos como: salário digno, 13º salário, férias, plano de saúde, que se estende a sua família, proporcionando o bem de todos, evitando assim que sejam ludibriados e explorados.
Nessa relação trabalho-ganho-consumo, as escolas tende a orientá-los quanto o livre arbítrio de escolha de profissão, capacitando-os para que sejam profissionais competentes e que os oriente quanto a um consumo consciente e garantido na forma da lei pelo código do consumidor.
            Conclusão
            Com base no que foi citado anteriormente, fica clara e objetiva a importância dos temas transversais a serem debatidos nas escolas em diversas disciplinas esclarecendo-os e orientando-os, e a importância da escola que adota esses temas em sua prática educativa, visando à formação de cidadãos críticos e democráticos para o exercício da cidadania, conhecedores e praticantes de seus direitos e deveres, valorizando e respeitando através da ética, o meio social, cultural, político e econômico. Dessa forma, interferindo na sociedade com o objetivo de um mundo melhor e mais consciente.
            Bibliografia
PCN. Apresentação dos temas transversais e ética. Brasília: MEC/SEF, v.8; 1997
Os Temas Transversais na Escola Básica - Educador BrasilEscola
www.famesp.com.br/_pdf/5a8/trabalho_e_consumo.pdf

Um comentário:

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