1. A Importância do
Brincar na Educação Infantil
2.
A Língua Portuguesa e os Anos
Iniciais
3.
Alfabetização Matemática
4.
Artes Visuais na Educação Infantil
5.
O Ensino de
Ciências na Educação Infantil e Ensino Fundamental
6.
Educação Escola e Família
7.
Ética na Educação Infantil
8.
A Importância da Geografia na
Educação Infantil e Séries Iniciais
9.
Higiene Pessoal Infantil
10. Linguagem Oral e Escrita na Educação Infantil
11. Preservar Também É Coisa de Criança
12.
Socialização e Adaptação da Criança na Pré-Escola
13. Temas Transversais
|
A Educação Infantil e o Processo de Adaptação
A Evolução Histórica da Educação Infantil e suas Políticas Atuais
Artes Visuais na Educação Infantil
Cultura e Escola & Movimento e Linguagem na Educação de Crianças Pequenas
Aprendizagem na Perspectiva da Teoria do Interacionismo Sócio-Discursivo de Bronckart
Noção de Criança e Infância: Diálogos, Reflexões, Interlocuções
Manual de Boas Práticas de Higiene e de Cuidados com a Saúde para Centros de Educação Infantil
A Importância do Brincar na Educação Infantil
O presente artigo visa analisar a importância do brincar no
desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil.
1. RESUMO
O presente
artigo visa analisara importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem
na educação infantil. Tem como objetivo conhecer o significado do brincar,
conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar,
tornando-se também fundamental compreender o universo lúdico, onde a criança
comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros,
estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se
integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona no
ensino-aprendizagem infantil. Ainda este estudo traz algumas considerações
sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos e como influenciam na socialização
das crianças. Portanto, para realizar este trabalho, utilizamos a pesquisa
bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos,
revistas e sites, bem como pesquisa de grandes autores referente a este tema.
Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura mais consciente acerca da
importância do brincar na vida do ser humano, e, em especial na vida da
criança.
Palavras-chave: Brincar, aprendizagem e desenvolvimento infantil,
educação infantil.
2.
INTRODUÇÃO
Brincar é
uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode
reproduzir o seu cotidiano. O ato de brincar possibilita o processo de
aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia
e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre
jogo e aprendizagem.
Para definir
a brincadeira infantil, ressaltamos a importância do brincar para o
desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural,
afetivo, emocional e cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar
os pais, educadores e sociedade em geral sobre à ludicidade que deve estar
sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma
aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de
aprendizagem. Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona a
criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo, contribuindo na
integração do indivíduo na sociedade. Deste modo, à criança estará resolvendo
conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a
capacidade de compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e
de demonstrar sua opinião em relação aos outros. É importante perceber e
incentivar a capacidade criadora das crianças, pois esta se constitui numa
das formas de relacionamento e recriação do mundo, na perspectiva da lógica
infantil.
Neste
sentido, o objetivo central deste estudo é analisar a importância do brincar na
Educação Infantil, pois, segundo os autores pesquisados, este é um período
fundamental para a criança no que diz respeito ao seu desenvolvimento e
aprendizagem de forma significativa.
3. As
implicações do ato de brincar no desenvolvimento infantil
Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é
"divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar", também
pode ser "entreter-se com jogos infantis", ou seja, brincar é algo
muito presente nas nossas vidas, ou pelo menos deveria ser.
Segundo
Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais,
caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de
comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece
através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida. Assim,
através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a
atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o
desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade,
inteligência, sociabilidade e criatividade.
Vygotsky (1998), um dos representantes mais
importantes da psicologia histórico-cultural, partiu do princípio que o
sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades
caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e
semióticas. Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição
privilegiada para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo
com a visão tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de
instintos infantis. Ainda, o autor refere-se à brincadeira como uma maneira
de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis
dos adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos
conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar. A criança por
intermédio da brincadeira, das atividades lúdicas, atua, mesmo que
simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser humano,
reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes.
De acordo
com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p.
27, v.01):
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos.
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando
brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua atividade lúdica
que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai
compreendendo como são e como funcionam as coisas.” Assim, destacamos que quando
a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo que de forma
simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as
diversas situações.
Portanto, a
brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil na medida
em que a criança pode transformar e produzir novos significados. Nas
situações em que a criança é estimulada, é possível observar que rompe com a
relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que
expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento.
4. A
importância do brincar no universo lúdico (jogos, brincadeiras e brinquedos)
O ato de
brincar acontece em determinados momentos do cotidiano infantil, neste
contexto, Oliveira (2000) aponta o ato de brincar, como sendo um processo de
humanização, no qual a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma
efetiva, criando vínculos mais duradouros. Assim, as crianças desenvolvem sua
capacidade de raciocinar, de julgar, de argumentar, de como chegar a um consenso,
reconhecendo o quanto isto é importante para dar início à atividade em si.
O brincar se torna importante no desenvolvimento
da criança de maneira que as brincadeiras e jogos que vão surgindo
gradativamente na vida da criança desde os mais funcionais até os de regras.
Estes são elementos elaborados que proporcionarão experiências,
possibilitando a conquista e a formação da sua identidade. Como podemos
perceber, os brinquedos e as brincadeiras são fontes inesgotáveis de
interação lúdica e afetiva. Para uma aprendizagem eficaz é preciso que o
aluno construa o conhecimento, assimile os conteúdos. E o jogo é um excelente
recurso para facilitar a aprendizagem, neste sentido, Carvalho (1992, p.14)
afirma que:
(...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante. Carvalho (1992, p.28) acrescenta, mais adiante: (...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo.
As ações com
o jogo devem ser criadas e recriadas, para que sejam sempre uma nova
descoberta e sempre se transformem em um novo jogo, em uma nova forma de
jogar. Quando a criança brinca, sem saber fornece várias informações a
seu respeito, no entanto, o brincar pode ser útil para estimular seu
desenvolvimento integral, tanto no ambiente familiar, quanto no ambiente
escolar.
É brincando
também que a criança aprende a respeitar regras, a ampliar o seu
relacionamento social e a respeitar a si mesma e ao outro. Por meio da
ludicidade a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir,
respeitar e discordar de opiniões, exercendo sua liderança, e sendo liderados
e compartilhando sua alegria de brincar. Em contrapartida, em um ambiente
sério e sem motivações, os educandos acabam evitando expressar seus
pensamentos e sentimentos e realizar qualquer outra atitude com medo de serem
constrangidos. Zanluchi (2005, p.91) afirma que “A criança brinca daquilo que
vive; extrai sua imaginação lúdica de seu dia-a-dia.”, portanto, as crianças,
tendo a oportunidade de brincar, estarão mais preparadas emocionalmente para
controlar suas atitudes e emoções dentro do contexto social, obtendo assim
melhores resultados gerais no desenrolar da sua vida.
Entretanto,
Vygotsky (1998) toma como ponto de partida a existência de uma relação entre
um determinado nível de desenvolvimento e a capacidade potencial de
aprendizagem. Defende a ideia de que, para verificar o nível de
desenvolvimento da criança, temos que determinar pelo menos, dois níveis de
desenvolvimento. O primeiro deles seria o nível de desenvolvimento efetivo,
que se faz através dos testes que estabelecem a idade mental, isto é, aqueles
que a criança é capaz de realizar por si mesma, já o segundo deles se
constituiria na área de desenvolvimento potencial, que se refere a tudo
aquilo que a criança é capaz de fazer com a ajuda dos demais, seja por
imitação, demonstração, entre outros. O que a criança pode fazer hoje
com a ajuda dos adultos ou dos iguais certamente fará amanhã sozinha. Assim,
isso significa que se pode examinar, não somente o que foi produzido por seu
desenvolvimento, mas também o que se produzira durante o processo de
maturação.
Para
Vygotsky, citado por Baquero (1998), a brincadeira, o jogo são atividades
específicas da infância, na quais a criança recria a realidade usando
sistemas simbólicos. É uma atividade com contexto cultural e social. O autor
relata sobre a zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre o
nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver,
independentemente, um problema, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um
adulto, ou de um companheiro mais capaz.
Na visão de
Vygotsky (1998) o jogo simbólico é como uma atividade típica da infância e
essencial ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da aquisição da
representação simbólica, impulsionada pela imitação. Desta maneira, o jogo
pode ser considerado uma atividade muito importante, pois através dele a
criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, com funções que ainda não
amadureceram, mas que se encontram em processo de maturação, ou seja, o que a
criança irá alcançar em um futuro próximo. Aprendizado e desenvolvimento
estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida, é fácil concluir que o
aprendizado da criança começa muito antes de ela frequentar a escola. Todas
as situações de aprendizado que são interpretadas pelas crianças na escola já
têm uma história prévia, isto é, a criança já se deparou com algo relacionado
do qual pode tirar experiências.
Vygotsky
(1998, p. 137) ainda afirma “A essência do brinquedo é a criação de uma nova
relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja,
entre situações no pensamento e situações reais”. Essas relações irão permear
toda a atividade lúdica da criança, serão também importantes indicadores do
desenvolvimento da mesma, influenciando sua forma de encarar o mundo e suas
ações futuras.
Santos
(2002, p. 90) relata que “(...) os jogos simbólicos, também chamados
brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança
expressa capacidade de representar dramaticamente.” Assim, a criança
experimenta diferentes papéis e funções sociais generalizadas a partir da
observação do mundo dos adultos. Neste brincar a criança age em um mundo
imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a
submissão às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer que
ela experimenta no brincar.
De acordo
com Vygotsky (1998), ao discutir o papel do brinquedo, refere-se
especificamente à brincadeira de faz-de-conta, como brincar de casinha,
brincar de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um
cavalo. Faz referência a outros tipos de brinquedo, mas a brincadeira
faz-de-conta é privilegiada em sua discussão sobre o papel do brinquedo no
desenvolvimento. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do
comportamento habitual, o mesmo contém todas as tendências do desenvolvimento
sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento.
A criança se
torna menos dependente da sua percepção e da situação que a afeta de
imediato, passando a dirigir seu comportamento também por meio do significado
dessa situação, Vygotsky (1998, p.127) relata que “ No brinquedo, no entanto,
os objetos perdem sua força determinadora. A criança vê um objeto, mas age de
maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição
em que a criança começa a agir independentemente daquilo que vê.” No brincar,
a criança consegue separar pensamento, ou seja, significado de uma palavra de
objetos, e a ação surge das idéias, não das coisas.
Segundo
Craidy & Kaercher (2001) Vygotsky relata novamente que quando uma criança
coloca várias cadeiras uma através da outra e diz que é um trem, percebe-se
que ela já é capaz de simbolizar, esta capacidade representa um passo
importante para o desenvolvimento do pensamento da criança. Brincando, a
criança exercita suas potencialidades e se desenvolve, pois há todo um
desafio, contido nas situações lúdicas, que provoca o pensamento e leva as
crianças a alcançarem níveis de desenvolvimento que só as ações por
motivações essenciais conseguem. Elas passam a agir e esforça-se sem sentir
cansaço, não ficam estressadas porque estão livres de cobranças, avançam,
ousam, descobrem, realizam com alegria, sentindo-se mais capazes e, portanto,
mais confiantes em si mesmas e predispostas a aprender. Conforme afirma
Oliveira (2000, p. 19):
O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa, forte e confiável.
Nesse caso,
a brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança, ajuda a
internalizar as normas sociais e a assumir comportamentos mais avançados que
aqueles vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu conhecimento sobre as
dimensões da vida social.
Segundo
Vygotsky, Luria & Leontiev (1998, p. 125) O brinquedo “(...) surge a
partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais amplo
dos adultos.”, entretanto, a ação passa a ser guiada pela maneira como a
criança observa os outros agirem ou de como lhe disseram, e assim por diante.
À medida que cresce, sustentada pelas imagens mentais que já se formou, a
criança utiliza-se do jogo simbólico para criar significados para objetos e
espaços.
Assim,
seguindo este estudo os processos de desenvolvimento infantil apontam que o
brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e
aprendizagem. De acordo com Vygotsky (1998), um dos principais representantes
dessa visão, o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação,
fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir
relações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou adultos. Tal concepção se
afasta da visão predominante da brincadeira como atividade restrita à
assimilação de códigos e papéis sociais e culturais, cuja função principal
seria facilitar o processo de socialização da criança e a sua integração à
sociedade.
5.
Ensino-aprendizagem através do brincar na infância
Na educação
de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente
veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através do lúdico,
vivenciar a aprendizagem como processo social. A proposta do lúdico é
promover uma alfabetização significativa na prática educacional, é incorporar
o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. O lúdico
promove o rendimento escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o
sentido. Assim, Goés (2008, p 37), afirma ainda que:
(...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo.
Contudo,
compreender a relevância do brincar possibilita aos professores intervir de
maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o
lúdico proporciona. Portanto, o brincar utilizado como recurso pedagógico não
deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de
descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida por normas e tempos
determinados, por si só já favorece este mesmo processo, fazendo do brincar
na escola um brincar diferente das outras ocasiões. A incorporação de
brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica, podem desenvolver
diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a
ampliação da rede de significados construtivos tanto para crianças como para
os jovens.
Para
Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras,
histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a
pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras
utilizadas pelo adulto.
O lúdico
pode ser utilizado como uma estratégia de ensino e aprendizagem, assim o ato
de brincar na escola sob a perspectiva de Lima (2005) está relacionada ao
professor que deve apropriar-se de subsídios teóricos que consigam
convencê-lo e sensibilizá-lo sobre a importância dessa atividade para
aprendizagem e para o desenvolvimento da criança. Oliveira (1997, p. 57)
acrescenta o fato que a:
Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da informação do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a ideia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. (...) o conceito em Vygotsky tem um significado mais abrangente, sempre envolvendo interação social.
Com isso, é
possível entender que o brincar auxilia a criança no processo de
aprendizagem. Ele vai proporcionar situações imaginárias em que ocorrerá no
desenvolvimento cognitivo e facilitando a interação com pessoas, as quais
contribuirão para um acréscimo de conhecimento.
A essas
ideias associamos nossas convicções sobre o brincar como prática pedagógica,
sendo um recurso que pode contribuir não só para o desenvolvimento infantil,
como também para o cultural. Brincar não é apenas ter um momento reservado
para deixar a criança à vontade em um espaço com ou sem brinquedos e sim um
momento que podemos ensinar e aprender muito com elas. A atividade lúdica
permite que a criança se prepare para a vida, entre o mundo físico e social.
Observamos, deste modo que a vida da criança gira em torno do brincar, é por
essa razão que pedagogos têm utilizado a brincadeira na educação, por ser uma
peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de
construção de conhecimento.
Finalizando
Gonzaga (2009, p. 39), aponta:
(...) a essência do bom professor está na
habilidade de planejar metas para aprendizagem das crianças, mediar suas
experiências, auxiliar no uso das diferentes linguagens, realizar
intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores
sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a
sua prática pedagógica.
Importante para o desenvolvimento, físico,
intelectual e social, o jogo vem ampliando sua importância deixando de ser um
simples divertimento e tornando-se ponte entre a infância e a vida adulta.
Vygotsky (1998) afirma que o jogo infantil transforma a criança, graças à
imaginação, os objetivos produzidos socialmente. Assim, seu uso é favorecido
pelo contexto lúdico, oferecendo à criança a oportunidade de utilizar a
criatividade, o domínio de si, à firmação da personalidade, e o imprevisível.
De
acordo com Kishimoto (2002) o jogo é considerado uma atividade lúdica que tem
valor educacional, a utilização do mesmo no ambiente escolar traz muitas
vantagens para o processo de ensino aprendizagem, o jogo é um impulso natural
da criança funcionando, como um grande motivador, é através do jogo obtém
prazer e realiza um esforço espontâneo e voluntário para atingir o objetivo,
o jogo mobiliza esquemas mentais, e estimula o pensamento, a ordenação de
tempo e espaço, integra várias dimensões da personalidade, afetiva, social,
motora e cognitiva.
O
desenvolvimento da criança e seu consequente aprendizado ocorrem quando
participa ativamente, seja discutindo as regras do jogo, seja propondo
soluções para resolvê-los. É de extrema importância que o professor também
participe e que proponha desafios em busca de uma solução e de participação
coletiva, o papel do educador neste caso será de incentivador da atividade. A
intervenção do professor é necessária e conveniente no processo de
ensino-aprendizagem, além da interação social, ser indispensável para o
desenvolvimento do conhecimento.
De acordo
com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p.
23, v.01):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
Por isso o
educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um elemento
essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um
caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da
sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher
caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e
com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo
o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30,
v.01):
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas.
Educar é
acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a construção
do conhecimento. Segundo este processo educativo, a afetividade ganha
destaque, pois acreditamos que a interação afetiva ajuda mais a compreender e
modificar o raciocínio do aluno. E muitos educadores têm a concepção que se
aprende através da repetição, não tendo criatividade e nem vontade de tornar
a aula mais alegre e interessante, fazendo com que os alunos mantenham
distantes, perdendo com isso a afetividade e o carinho que são necessários
para a educação.
A
criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a
aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o sujeito e a
ludicidade em parceria com professor-aluno, ajuda a enriquecer o processo de
ensino-aprendizagem. E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam
as atividades lúdicas, percebe-se um maior encantamento do aluno, pois se
aprende brincando.
Santos
(2002) refere-se ao significado da palavra ludicidade que vem do latim ludus e
significa brincar. Onde neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e
divertimentos, tendo como função educativa do jogo o aperfeiçoamento da
aprendizagem do indivíduo.
Assim,
a ludicidade tem conquistado um espaço na educação infantil. O brinquedo é a
essência da infância e permite um trabalho pedagógico que possibilita a
produção de conhecimento da criança. Ela estabelece com o brinquedo uma
relação natural e consegue extravasar suas angústias e entusiasmos, suas
alegrias e tristezas, suas agressividades e passividades.
Ainda Santos
(2002, p. 12) relata sobre a ludicidade como sendo:
“(...) uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento.”
Ao assumir a
função lúdica e educativa, a brincadeira propicia diversão, prazer,
potencializa a exploração e a construção do conhecimento. Brincar é uma
experiência fundamental para qualquer idade, principalmente para as crianças
da Educação Infantil.
Dessa forma,
a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo professor apenas
para recrear as crianças, mas como atividade em si mesma, que faça parte do
plano de aula da escola. Pois, de acordo com Vygotsky (1998) é no brinquedo
que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Porque ela transfere para
o mesmo sua imaginação e, além disso, cria seu imaginário do mundo de faz de
conta.
Portanto,
cabe ao educador criar um ambiente que reúna os elementos de motivação para
as crianças. Criar atividades que proporcionam conceitos que preparam para a
leitura, para os números, conceitos de lógica que envolve classificação,
ordenação, dentre outros. Motivar os alunos a trabalhar em equipe na
resolução de problemas, aprendendo assim expressar seus próprios pontos de
vista em relação ao outro.
Oliveira
(1997, p. 61) afirma que:
A implicação dessa concepção de Vygotsky para o ensino escolar é imediata. Se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um papel essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em sociedades escolarizadas. Mas o desempenho desse papel só se dará adequadamente quando, conhecendo o nível de desenvolvimento dos alunos, a escola dirigir o ensino não para as etapas de desenvolvimento ainda não incorporados pelos alunos, funcionando realmente como um motor de novas conquistas psicológicas. Para a criança que frequenta a escola, o aprendizado escolar é elemento central no seu desenvolvimento.
O processo
de ensino e aprendizagem na escola deve ser construído, então, tomando como
ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança, num dado momento
e com sua relação a um determinado conteúdo a ser desenvolvido, e como ponto
de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, supostamente adequados à
faixa etária e ao nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo de
crianças. O percurso a ser seguido nesse processo estará demarcado pelas
possibilidades das crianças, isto é, pelo seu nível de desenvolvimento
potencial.
Enfim, estar
ao lado do aluno, acompanhando seu desenvolvimento, para levantar problemas
que o leve a formular hipóteses. Brinquedos adequados para idade, com
objetivo de proporcionar o desenvolvimento infantil e a aquisição de
conhecimentos em todos os aspectos.
A partir da
leitura desses autores podemos verificar que a ludicidade, as brincadeiras,
os brinquedos e os jogos são meios que a criança utiliza para se relacionar
com o ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade e
ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, nos aspectos físico, social,
cultural, afetivo, emocional e cognitivo, e assim, temos os fundamentos
teóricos para deduzirmos a importância que deve ser dada à experiência da
educação infantil.
6.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de
pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto brinca. De alguma
forma a brincadeira se faz presente e acrescenta elementos indispensáveis ao
relacionamento com outras pessoas. Assim, a criança estabelece com os
jogos e as brincadeiras uma relação natural e consegue extravasar suas
tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e agressividades,
é por meio da brincadeira que a criança envolve-se no jogo e partilha com o
outro, se conhece e conhece o outro.
Além da
interação, que a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam, são
fundamentais como mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a
atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a
aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver
capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como
atenção, afetividade, o hábito de concentrar-se, dentre outras habilidades.
Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir
significativamente para o importante desenvolvimento das estruturas
psicológicas e cognitivas do aluno.
Vemos que a
ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas
principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como
diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança,
visto que o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e trocas
recíprocas que se estabelecem durante toda a formação integral da criança.
Portanto,
a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito
importante, devido à influencia que os mesmos exercem frente aos alunos, pois
quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e
dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.
Conclui-se que o aspecto lúdico voltado para as
crianças facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos
físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, desenvolve o indivíduo
como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o lúdico como
parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na
aprendizagem da criança.
|
A LÍNGUA
PORTUGUESA E OS ANOS INICIAIS
Desde o início da vida o bebê
começa a se interagir com a sua língua, pois mesmo que ainda não fale, está
de ouvidos atentos à mãe, ao pai, aos familiares, à televisão, à música. De
modo quase que instintivo começa a querer falar, a provar e descobrir um
mundo de conhecimento ao seu redor, pois é tudo novo. Todos os que estão a
sua volta têm uma capacidade incrível de liberar um som, às vezes alto, baixo
ou sussurrado. Quando vai descansar a criança observa o som que acalma, a
cantiga de ninar...
Então, percebe que para cada
momento existe um som e começa a querer imitá-los. Chora e balbucia quando
está com fome, ri e libera alguns sons de possíveis letrinhas quando gosta de
alguma coisa, grita quando algo dá errado. Os adultos começam a ensinar as
primeiras palavras: mamãe, papai, vovó. E assim a criança vai se formando
como falante nativo de sua língua e com o passar do tempo, já sabe liberar o
som exato para cada momento. O falante nativo segue o mesmo princípio da
fixação da língua portuguesa como nativa no Brasil, ou seja, a qual se deu
primeiramente com a fala, originada do latim vulgar.
No último ano do ensino infantil
e, principalmente, no 1º ano da primeira fase, a criança começa a ter contato
com as letras, com o alfabeto, com a primeira letrinha do nome, e se encanta
por este universo de novas possibilidades. A associação da letra com o som
começa nessa fase da alfabetização. A criança começa a imitar a letra da
professora, de livrinhos, a se esforçar para que saia igual à letra do quadro
ou da tarefinha. Mais tarde a criança começa a entender que pode fazer o seu
número “2”, o número só dela, que ela criou, ou escrever seu nome do jeito
que gosta com o “l” maior do que a linha. É importante que a criança seja
monitorada, mas sem muita cobrança, já que a fase da educação infantil é a
fase de desenvolvimento da criatividade, do potencial artístico. No entanto,
com o passar de alguns meses, a criança vai perceber que as letrinhas
acompanham as linhas do caderno, para ficarem iguais mais harmônicas. Alguns
adéquam ao caderno de caligrafia, outros vão moldando a letra do próprio
modo. As primeiras sílabas são escritas com muito esforço através do “ditado”
da professora. Ao final do ano, a criança já sabe que “macaco” é a junção das
sílabas ma, ca, co, porque aprendeu as “famílias” de cada uma: a família do
“ba” de bolo, do “ca” de cama, e assim por diante.
Nos anos seguintes, já
iniciada a leitura, o aluno desenvolve ainda mais sua escrita e a velocidade
motora ao escrever. Tem facilidades com memória visual e aprendizagem a
partir do lúdico, ou seja, jogos pedagógicos que podem ser feitos em sala de
aula ou em casa. Os professores devem incentivar os jogos e também os pais:
jogo da memória, jogo de tabuleiro, de montar, quebra-cabeça, etc. E mais do
que incentivar, os pais e professores devem interagir com a criança.
Sabemos que nos dias de hoje, os
pais não tem tanto tempo disponível, mas é muito importante estar em contato
com a criança nesta fase, mesmo que seja aos finais de semana. Pode ser até
mesmo para um jogo de amarelinha, já que o convívio social entre os
“coleguinhas” e familiares é também primordial nessa fase. O bom convívio com
os demais oferece à criança maior percepção do mundo ao seu redor e de si
mesma, o que resulta em segurança e autoestima, e melhor entendimento e
respeito aos demais.
É importante que pais e
professores monitorem as crianças, mas como auxiliadores, facilitadores da
aprendizagem. A criança tem que fazer sua tarefinha, e se for preciso,
apagar, fazer de novo, até quando achar que está de acordo com o que ela é,
afinal, o que é a aprendizagem da língua, senão a expressão de si mesmo em um
papel.
Por
Sabrina Vilarinho
Graduada
em Letras
Equipe
Brasil Escola
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ALFABETIZAÇÃO
MATEMÁTICA
Aprender e ensinar Matemática na
Educação Infantil
A criança, desde o nascimento,
está imersa em um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte
integrante. A Educação Infantil representa uma etapa muito importante no
processo de ensino e aprendizagem na vida do aluno.
Na Educação Infantil, o trabalho
com noções matemáticas deve atender, por um lado, às necessidades da própria
criança de construir conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do
pensamento e, por outro, precisa corresponder a uma necessidade social de
melhor instrumentalizá-la para viver, participar e compreender um mundo que
exige diferentes conhecimentos e habilidades.
Objetivos do ensino da Matemática na Educação Infantil
Segundo o Referencial curricular
nacional para a Educação Infantil, "a abordagem da Matemática tem a
finalidade de proporcionar oportunidades para o aluno a fim de que possa se
comunicar matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar
resultados argumentando a respeito de suas conjecturas, utilizando, para
isso, a linguagem oral e a representação por meio de desenhos e da linguagem
matemática." (Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria do Ensino
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
Brasília: MEC/SEF, 1998.)
As normas para o currículo e a
avaliação da Matemática escolar, do National Council of Teachers
of Mathematics, afirmam:
"[...]
representar, falar, ouvir, escrever e ler são competências de comunicação e
devem ser encaradas como parte integral do currículo de Matemática. Questões
exploratórias que encorajam a criança a pensar e a explanar o seu pensamento,
oralmente ou por escrito, ajudam-na a compreender claramente as ideias que
quer exprimir."
(National Council of Teachers of Mathematics
(NCTM). Worthwhile mathematical tasks. In Professional standards for teaching
mathematics. Reston, VA: National Council of Teachers of
Mathematics, 1991. p. 34.)
Brincando, jogando, cantando,
ouvindo histórias, o aluno estabelece conexões entre seu cotidiano e a
Matemática, e entre a Matemática e as demais áreas. A presente coleção,
portanto, valoriza e propõe situações didáticas que estimulam e provocam a
necessidade de interação entre o aluno e você por meio de diálogos constantes,
troca de ideias e socialização de descobertas, visando sempre ao
desenvolvimento das habilidades descritas a seguir e que constam do Referencial curricular nacional para Educação Infantil.
·
Estabelecer
aproximações de algumas noções matemáticas presentes em seu cotidiano, como
contagem, relações espaciais etc.
·
Reconhecer e
valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções
espaciais como ferramentas necessárias ao seu cotidiano.
·
Comunicar
ideias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados
em situações-problema relativas à quantidade, ao espaço físico e à medida,
utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática.
·
Confiança em
suas próprias estratégias e em sua capacidade de lidar com situações matemáticas
novas, usando os conhecimentos prévios.
A oralidade e a Matemática
Desenvolver a oralidade na
Educação Infantil expande o universo de comunicação da criança. No entanto,
durante muito tempo o ensino da Matemática esteve centrado na escrita, excluindo
quase que completamente a fala, a oralidade.
A comunicação
auxilia na organização do pensamento, promovendo o intercâmbio social. Quanto
mais oportunidades o aluno tiver para falar, escrever, desenhar, compartilhar
sentidos e refletir sobre sua ação e a dos colegas, mais forte será a
apreensão do significado do que está sendo trabalhado.
Segundo Smole:
"Ouvir,
falar, ler, escrever, desenhar são competências básicas para que os alunos
aprendam conceitos em qualquer tempo e servem tanto para levá-los a interagir
uns com os outros quanto para que desenvolvam uma melhor compreensão das
noções envolvidas em uma dada atividade, pois qualquer meio que sirva para
registrar ou transmitir informação incentiva a capacidade de compreensão e de
análise sobre o que se está realizando."
(SMOLE, Kátia
Stocco; DINIZ, Maria Ignez (Org.). Ler,
escrever e resolver problemas: habilidades básicas para
aprender Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 25.)
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ARTES VISUAIS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Adriana Maria dos Santos* Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Católica de
Uberlândia-MG
Maria Helena Dias Fratari** Professora – Orientadora da Faculdade Católica de Uberlândia- MG
Resumo
O objetivo deste
artigo é mostrar a importância que a arte tem na vida da criança e as contribuições
do educador neste processo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
– LDB 9.394/96 – tornou obrigatório o ensino de arte na educação básica e como
o professor da educação infantil poderá promover situações de aprendizagem utilizando
as artes visuais? Através da arte a criança pode expressar seus sentimentos, medos
e frustrações? A educação através da arte constitui um importante meio para o
desenvolvimento da criança, o acesso a essa leitura permite grandes
descobertas Dessa maneira a criança apropria de diversas linguagens
adquirindo uma sensibilidade e capacidade de lidar com formas, cores,
imagens, gestos, fala e sons e outras expressões..
O contato com a obra se dá pela mediação de um educador sensível,
capaz de criar situações em que possa ampliar a leitura e compreensão da
criança sobre seu mundo e sua cultura. Tendo como objetivo aproximar a arte
do universo infantil, a criança passa a conhecer arte ao mesmo tempo em que
fazem Arte.
INTRODUÇÃO
Na realização
deste estudo foi utilizado como proposta metodológica a pesquisa bibliográfica,
que possibilita buscar informações e comprovações do assunto abordado.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros científicos.
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho
desta
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de
fontes bibliográficas (GIL, 1999, p.65).
Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB
9.394/96 – tornou obrigatório o ensino de arte na educação básica. Como
auxilio aos professores e, tendo em vista o cumprimento das determinações da nova LDB, foram
criados os Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997.
Mesmo no século XXI, após várias críticas ao ensino de arte e com diversas propostas renovadoras, a educação
brasileira, em geral, ainda segue o modelo da tendência tradicionalista. De acordo com os
Referenciais Curriculares Nacionais da
Educação Infantil (RCNEI)- 1998, as Artes Visuais na educação infantil ao longo da história, eram entendidas como mero passa tempo, não
tinha importância, as artes visuais
envolvem: desenho, pintura, colagem, gravura, escultura, fotografia,
desenho no
computador, vídeo, cinema, televisão e outros.
A definição de criança está organizada nos RCNEI (1988) como
sendo: a criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e
faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento
histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas
também o marca. . (BRASIL, 1998, p.21)
Assim a criança ao estabelecer interações com as pessoas e o meio
em que vive ela estará construindo seu conhecimento e ampliando suas
hipóteses sobre o mundo.
De acordo com os RCNEI, (1998):
as instituições de educação infantil devem favorecer um ambiente
físico e social onde as crianças se sintam protegidas e
acolhidas, e ao
mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto
mais
rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitará
a
ampliação de conhecimentos acerca de si mesmos, dos outros e do
meio em que vivem. (BRASIL, 1998,
p.15)
A arte está presente na vida do homem desde o período da
pré-história, quando ele já se pintava nas paredes das cavernas e assim ele
fazia sua arte. Iavelberg (2003) confirma que:
A Arte promove o desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos
necessários a diversas áreas de estudo, entretanto, não é isso que justifica
a sua inserção no currículo escolar, mas seu valor intrínseco como construção
humana, como patrimônio comum a ser apropriado por todos. (IAVELBERG, 2003,
p.43)
Uma das principais
atribuições da arte na educação infantil, é que ela possibilita que a
criança amplie seu conhecimento, suas habilidades e a descoberta de suas potencialidades.
Através da arte a criança expressa seus sentimentos, medos e frustrações. Ao
pintar uma tela, uma folha ou até mesmo uma parede de azulejo, ela está ampliando sua
relação com o mundo de forma espontânea. Dessa maneira a criança apropria de
diversas linguagens adquirindo uma sensibilidade e capacidade de lidar com formas, cores,
imagens, gestos, fala e sons e outras expressões.
A arte é
fundamental na educação infantil, o conhecimento da imagem é importante para o
desenvolvimento cognitivo e emocional, perceptivo da criança. O professor deverá
incentivá-la em suas criações, valorizando suas diferentes formas de expressar e
comunicar com o meio.
Segundo Eisner (2008): há quatro coisas
principais que as pessoas fazem com a arte. Elas a fazem. Elas as vêem. Elas entendem o lugar da arte na cultura,
através dos tempos. Elas fazem julgamentos sobre suas qualidades. Além disso,
[...] “as artes envolvem aspectos estéticos que estão
relacionados à educação da visão, ao saboreio das imagens, à
leitura do mundo em termos de cores, formas e espaço; e propiciam ao sujeito
construir a sua interpretação do mundo, pensar sobre as artes e por meio das artes. (EISNER, 2008, p.85),
O principal objetivo da arte na educação é formar o ser criativo
e reflexivo que possa relacionar-se como pessoa. A arte permeia nossas vidas,
nos encoraja a dialogar com o mundo, nos permite refletir sobre nós mesmos,
ensina a criança a valorizar o
trabalho do outro respeitando assim a diversidade cultural.
A criança na educação infantil precisa ser estimulada para que
ela conquiste novos saberes e aproprie de seu conhecimento. É importante que
o educador apresente obras de arte de diferentes artistas e movimentos da
história da arte, mas sempre deixando a criança criar a sua própria obra. A
arte transforma e possibilita novos caminhos na vida da criança. Valorizar as
produções infantis é valorizar o ser humano em seu desenvolvimento.
A imagem visual tem uma presença marcante no cotidiano das
pessoas, é preciso conhecer a produção artística tendo consciência da nossa
participação enquanto construtores da cultura do nosso tempo.
O Professor Mediador tem um papel fundamental na vida das
crianças
Esta pesquisa visa valorizar as produções infantis auxiliando as
crianças na construção de seu próprio conhecimento, se faz necessário que o
professor da educação infantil tenha um novo olhar para a produção plástica
da criança como os desenhos, pinturas, colagens e outras expressões
apropriando do seu universo de imagens.
O educador sendo mediador deverá auxiliar o educando a refletir
sobre as imagens de forma crítica, reflexiva e construtiva. O que se aprende
não se esquece, a criança é um ser criativo e está na mão dos mediadores
facilitarem esta aprendizagem que será para a vida inteira.
No dizer de Perrenoud (1993), ser mediador entre o aprendiz e o conhecimento
é torná-lo sanável no sentido de ajudar na mobilização da aprendizagem cultural
através da arte, é encontrar essas brechas de acesso, tangenciando assim os desejos,
os interesses e as necessidades das crianças “antenadas” aos saberes, aos sentimentos
e as informações que elas trazem consigo.
No encontro com a
arte enquanto objeto de conhecimento sempre há necessidade de um professor
sensível, capaz de criar situações em que possa ampliar a leitura e
compreensão do homem sobre seu mundo e sua cultura. Cabe ao professor abrir
diálogos internos, enriquecidos pela socialização dos saberes pessoais de cada
produtor, fruidor (Refere-se à
reflexão, conhecimento, emoção, sensação de prazer advindo da ação que a
criança ao se apropriados sentidos e emoções gerados o contato com as
produções artísticas.0 e aprendiz do conhecimento
O objetivo maior
não simplesmente propiciar aos aprendizes que conheçam apenas artistas como
Monet, Picasso ou Volpi, mas que a criança conheça tempos e lugares
diferentes podendo falar dos seus sonhos, de sua cultura, de sua realidade,
esperança e desesperança de seu modo singular de expressar por intermédio da
arte.
Nesse sentido
mediar é proporcionar o acesso ao modo como outras crianças, jovens e
artistas de outros tempos e lugares produziram artisticamente,
O papel do
professor é importante no ensino da arte, ele precisa instigar a criança para
que ela se expresse e represente o seu pensamento.
A criança a todo o
momento tem que ser desafiada, dessa forma ela vai perceber o seu potencial,
suas habilidades e capacidade de compreender o mundo que a cerca.
O professor tem
que resgatar a criação e a fantasia da criança permitindo que ela expresse a
sua maneira o que está sentindo e oferecendo assim vários materiais expressivos
(lápis, canetas, carvão, massas, tintas diversas, giz de cera, papéis,
papelão e outros) para que ela possa explorar sua criatividade.
Segundo Vygotsky (1984) [...] na
instituição chamada escola ensinar e aprender e fruto de um trabalho coletivo. Aprendizes e mestre celebram o conhecimento a cada dia, quando ensinam e quando aprendem, cabe ao professor mediador organizar estratégia que permitam a manifestação das
concepções prévias dos alunos. (VYGOTSKY, 1984, p.18)
Nessa perspectiva
o professor é o mediador entre a criança e o objeto de conhecimento, é ele
quem propicia situações que despertam a curiosidade e o interesse da criança
garantindo assim um ambiente prazeroso de experiências educativas e sociais.
Ferraz e Fusari (1999, p.84) “quando o educador sabe intermediar
os conhecimentos, ele é capaz de incentivar a construção e habilidades: do
ver, do observar, do ouvir, do sentir, do imaginar e do fazer da criança”.
A Importância das Artes Visuais na Educação Infantil
A criança sofre influência da cultura seja por imagens de
produções artísticas como: a TV, livros revistas obras de artes e outros.
Nesse sentido as Artes Visuais devem ser aceitas como uma linguagem que tem
estrutura e característica próprias cuja aprendizagem acontece por meio dos
seguintes aspectos de acordo com o RCNEI (1998):
Fazer artístico - centrado na exploração, expressão e comunicação de produção de
trabalhos de arte por meio de práticas artísticas, propiciando o
desenvolvimento de um percurso de criação pessoal;
Apreciação — percepção do sentido que o objeto propõe, articulando-o tanto
aos elementos da linguagem visual quanto aos materiais e suportes utilizados,
visando desenvolver, por meio da observação e da fruição, a capacidade de
construção de sentido, reconhecimento, análise e identificação de obras de
arte e de seus produtores;
Reflexão — considerada tanto no fazer artístico como na apreciação, é um
pensar sobre todos os conteúdos do objeto artístico que se manifesta em sala,
compartilhando perguntas e afirmações que a
criança realiza instigada pelo professor e no contato com suas próprias
produções e as dos artistas. (BRASIL.1998, p.89)
Segundo Barbosa
(1991, p.28) “a arte deve ser uma fonte de alegria e prazer para a criança
quando permite que a organizem seus pensamentos e sentimentos presentes em suas
atividades criadoras”. A arte tem influência importante sobre o desenvolvimento da
personalidade infantil e por isso a atividade artística deve ser estimulada por
meio dos sentidos da imaginação e de atividades lúdicas que ampliem as possibilidades
cognitivas, afetivas, sociais e criadoras da criança. Barbosa (1991)
comenta:
Arte não é apenas básica, mais fundamental na educação de um país
que se desenvolve. Arte não é enfeite, arte é cognição, é profissão e é uma
forma diferente da palavra interpretar o mundo, a realidade o imaginário e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho
do ser humano (BARBOSA, 1991,
p.4).
Ferreira (2008,
p.34) diz que é importante lembrar que a atividade artística na escola não é
para “acalmar” as crianças ou “descansar” o professor, ou simplesmente ser uma atividade
complementar. A arte é muito mais do que isso, arte tem a função de favorecer a ação
espontânea facilitar a livre expressão e permitir a comunicação, ela contribui para
formação intelectual da criança desenvolvendo conhecimentos e habilidades,
utilizando as mais diferentes linguagens para expressar experiências, sensíveis.
Para que a
aprendizagem infantil ocorra com sucesso temos que acreditar no potencial de
criação, imaginação e sensibilidade de cada criança. Através da arte a criança se
expressa, ao fazer suas produções artísticas ela cria usando a imaginação. No espaço escolar a
criança deverá ser incentivada a desenvolver variadas atividades como o desenhar,
modelar, pintar, ora com recursos da natureza, ora com sucatas ou papéis preferencialmente
coloridos.
Nessa perspectiva
a criança constrói o conhecimento a partir das interações com o meio em que
vive. A criança no seu desenvolvimento estético e artístico reconhece o objeto
independente da presença física e imediata.
De acordo com
Cunha (2002, p.170) no desenvolvimento da linguagem gráfico-plástico o
professor espera que a criança faça produções semelhantes ao real, mas ele esquece
que a constituição do vocabulário visual como as formas, as linhas, as cores, o espaço,
os pontos e volumes se estruturam na medida em que a criança entra em contato com os
materiais e os instrumentos como: buchas, pincéis, esponjas, rolhas, rolos e outros e a
criança vai deixando as suas marcas nos diferentes suportes: no papel, na argila, nas
pedras, na madeira e vai formar assim a linguagem visual da criança e criando o seu
vocabulário pictórico.
A relação que a
criança estabelece com os diferentes materiais se dá, no início, por meio
da exploração sensorial. As representações bidimensionais e construção de objetos
tridimensionais nascem do contato com novos materiais, no fluir da imaginação e no
contato com as obras de arte. Lowenfeld (1997,
p. 34), “no primeiro ano de vida a criança já é capaz de manter ritmos e
produzir seus primeiros traços gráficos conhecido como garatujas”. As garatujas infantis
são tão diferentes entre si como as crianças, umas são firmes e ousadas com
movimentos largos, outras delicadas e tímidas. Entre os três e quatro anos as crianças dão
nome a sua garatuja consegue relacionar suas imagens mentais com o que desenham são
as garatujas ordenadas.
A partir dos dois
anos começa a traçar linhas no papel assim que tem em mãos um lápis
sente-se feliz com esse movimento desordenado este exercício é essencial, à
medida que repetem os traços a criança passa a sentir mais confiante. Para a criança
os traçados em um pedaço de papel significam alegria, felicidade dessa forma consegue aos poucos
ter o domínio dos movimentos.
As estruturas
tridimensionais podem ser desenvolvidas por meio da colagem, montagem
e justaposição de sucatas de embalagens diversas, elementos da natureza, tecidos
etc. O professor deve oferecer às crianças sucatas que possam ser empilhadas,
encaixadas, justapostas para diversas construções.
Nos desenhos a criança age, reflete, abstrai sentidos de suas
experiências, pois ela constrói significados sobre o que é e foi o desenho na
sua história
À medida que a
criança cresce desenvolve o raciocínio crítico em relação ao seu trabalho e
proporciona intermináveis possibilidades de novas experimentações. Derdyk
(2003 p.64) afirma: “A criança em um determinado momento percebe que tudo que
está depositado no papel partiu dela. Não lhe foi dado, foi inventado por ela
mesma. Inaugura-se o terreno da criação”.
É de fundamental
importância possibilitar a criança a percepção, manipulação e transformação
de diferentes materiais. Propiciar a troca de experiência entre as crianças
de forma espontânea, fazer com que o prazer pelo lúdico seja o gerador processo
de produção, compreender a arte como linguagem que constrói objetivos plenos
com sentidos, valorizar e respeitar as criações artísticas das crianças.
Por tanto o trabalho com arte torna-se uma possibilidade de
auxiliar a criança em seu processo de aprendizagem facilitando e motivando a
construção do conhecimento de forma produtiva, criativa e prazerosa,
Considerações finais
Este estudo teve
como objetivo mostrar a importância da arte na educação infantil. Através de
pesquisas bibliográficas percebe-se que alguns autores citados falam das
possibilidades que a arte proporciona na vida das crianças. Por meio da arte adquirimos
novas habilidades fazemos novas descobertas expressamos nossas frustrações e
angústias, adquirimos autoconfiança, aprendemos a valorizar o nosso potencial
trocamos experiências.
A educação através
da arte auxilia no desenvolvimento criativo e estético, à medida que
adquirimos gosto pela arte nos tornamos seres mais críticos e reflexivos.
Nesse sentido as
artes visuais na educação infantil são importantes para as crianças vivenciarem
suas experiências e desenvolver o conhecimento em diferentes produções
artísticas.
A arte nos
proporciona um encantamento nas suas variadas formas. O contato com a arte
possibilita novos saberes. O universo infantil é rico dentro das diferentes
linguagens da arte e a criança se sente feliz quando é estimulada e
valorizada por suas produções. Às vezes o educador esquece que já foi
criança, e não leva em conta o saber da criança em suas produções.
As produções
infantis devem ser valorizadas e não comparadas, porque cada criança
estabelece um contato com a arte nas mais variadas formas. Portanto para conseguir
que uma sociedade valorize as produções artísticas em geral será necessário termos
um novo olhar para com a educação infantil. Aprender apreciar e valorizar as
produções infantis.
Uma sociedade só
aprende a valorizar sua cultura se for vivenciada desde criança. O papel do
educador e fazer esta mediação para que as motive e incentive superando assim
todos os obstáculos e sintam autoras da sua arte com autonomia e espontaneidade.
Ser criança é conquistar seu espaço de forma única, sendo assim o professor
deve entender um pouco desse universo infantil.
O aprendizado do ser humano se dá de várias maneiras e está em
constante busca de novos conhecimentos renovando- se a cada dia.
Referências
BARBOSA, Ana Mae.
Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte/Ana Mae Barbosa (org). In: conceitos
e terminologias Aquecendo uma transforma-ação: Atitudes e Valores no
da Arte. 2 ed .São Paulo: Cortez,2003.
BRASIL. Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.9.394, de 20 de dezembro
de 1996.
BRASIL. Ministério
da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para a educação infantil /Ministério da Educação e do
Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.
CUNHA, Susana
Rangel Vieira da.Cor, Som e movimento: a expressão plástica, musical e
dramática no cotidiano da criança/ organizadora Suzana Rangel Vieira da
Cunha. Porto Alegre: Mediação, 2002.
FERRAZ, M.H. C. de
T; FUSARI, M. F. de R. Metodologia do ensino da arte. São
Paulo: Cortez,
1999.
FERREIRA, Aurora. A
criança e arte: o dia - dia na sala de aula /Aurora Ferreira. 3.ed.-Rio
de Janeiro:Wak Ed.,2008.
GIL, Antonio
Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
IAVELBERG, Rosa. Para
gostar de aprender arte; sala de aula e formação de professores/Rosa
Iavelberg. Porto Alegre; Artemed,2003.
LOWENFELD, Viktor.
A criança e sua Arte/Victor Lowenfeld. 2.ed.São Paulo. MESTRE JOU ED.
1977.
MONTAGNINI, Rosely
Cardoso. Ensino das artes e música: pedagogia/Rosely Cardoso
Motagnini, Laura Celia Cabral Cava, Klésia Garcia Andrade. São Paulo: Pearsom
Prentice Hall 2009.
VYGOTSKY, Lev. A
formação social da mente. 4a edição. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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O ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL
Antônio Carlos
Dias de Santana
Darlan
Patrício da Nóbrega Santos
Francisco José
Pegado Abílio
RESUMO
A aprendizagem
das Ciências Naturais no Ensino Infantil e Fundamental é dificultada devido
à falta de integração intra e interdisciplinar. Essa integração depende
de vários fatores como: concepções dos professores, características dos
alunos e condições físicas onde há processos ensino-aprendizagem.
A fragmentação
dos conteúdos, sem uma interligação definida, dificulta para os discentes uma
maneira de sintetizar e dar coerência ao conjunto, tornando-se difícil
à visualização dos processos pedagógicos. Objetivou-se com este trabalho
contribuir para a formação dos alunos do curso de Pedagogia (CE/ UFPB),
tentado uma melhor integração dos conteúdos teóricos e práticos das
Ciências Naturais, desenvolvendo assim as habilidades de pesquisas e
magistérios. Foram realizadas revisões bibliográficas, participação na
organização e execução de aulas teórico-práticas, usando-se métodos,
técnicas, instrumentos e recursos
didáticos
variados, além da participação de debates e seminários com os alunos.
Procurou-se auxiliar os alunos de Pedagogia na busca de alternativas
metodológicas para o Ensino de Ciências Naturais nos níveis infantil e
fundamental, para que estes possam ajudar alunos a vislumbrar o conhecimento
de forma significativa.
INTRODUÇÃO
Atualmente o
aprendizado das ciências no ensino fundamental é dificultado devido à falta
de integração entre as várias disciplinas existentes no currículo escolar,
além da falta de interação do próprio conteúdo ministrado. Essa integração
depende de vários fatores tais como: a natureza da própria disciplina, as
características dos alunos, a formação do professor e até mesmo das condições
físicas onde ocorra o processo ensino-aprendizado.
Além disso,
ocorre a fragmentação dos conteúdos, sem uma interligação bem definida, assim
como, a falta de interesse de certas instituições, governamentais ou não, que
influenciam, direta ou indiretamente, nas organizações que criam as
diretrizes do ensino, dificultam para as escolas e os próprios discentes uma
maneira de sintetizar e dar coerência ao conjunto, sendo dessa forma quase
impossível à visualização dos processos de maneira integrada e
interdisciplinar.
O ensino de
Ciências deve partir do conhecimento cotidiano. E vivenciando este cotidiano
o aluno se sente motivado a aprender o conteúdo científico, porque faz parte
de sua cultura, do desenvolvimento tecnológico e no modo de pensar de todos
(DELIZOICOV & ANGOTTI, 1994; KRASILCHIK, 1987; BRASIL, 1997; PEREIRA,
1998).
Há décadas
discute-se em congressos, seminários, cursos e outros eventos semelhantes,
qual a formação ideal ou necessária do professor do ensino básico
(fundamental e médio), numa demonstração ostensiva de insatisfação
generalizada com relação aos modelos formativos vigentes (AZANHA, 2004), isto
coloca em evidência suas interfaces com a Psicologia do desenvolvimento, com
a Pedagogia, com a Sociologia, com a Antropologia, etc.
Nos últimos
anos, devido ao crescimento econômico global, porém, tal crescimento não é
tido para toda e por toda a população, tem se dado uma importância crescente
à relação das concepções que os alunos têm a respeito dos conceitos
científicos e suas repercussões na formulação curricular (DRIVER, 1985).
Neste sentido,
a aceitação cega do que é proposto pelos órgãos governamentais, sem antes
pesar se aquela dada norma é realmente cabível, pois pode colocar em cheque o
que esta sendo proposto por se tratar de uma única política nacional de
formação de professores. E isto pode conduzir à formulação de um modelo
abstrato e inviável na atual situação nacional.
Nessa linha,
as preocupações sobre a formação docente aproximam-se da concepção de Comênio,
na sua Didática Magna, no qual o “bom professor” seria aquele capaz de
dominar a
“arte de
ensinar tudo a todos” (AZANHA, 2004).
Neste sentido,
cabe ao professor o dever de captar a realidade cotidiana de cada aluno e
tentar fazê-lo
integrar essa
realidade aos conhecimentos adquiridos durante sua vida, chegando ao
conhecimento formalizado e significativo (HAMBÚRGUER & LIMA, 1989).
O ensino de
Ciências Naturais ajuda a criança desenvolver, de maneira lógica e racional,
facilitando o desenvolvimento de sua razão para os fatos do cotidiano e a
resolução dos problemas práticos.
As habilidades
intelectuais que serão desenvolvidas são valiosas para qualquer tipo de atividade
que venham a desenvolver em qualquer lugar onde viva. Pois, suas ideias sobre
o mundo que as rodeia são construídas durante os anos do ensino elementar, independentemente
do fato de as crianças serem educadas formalmente ou não. Não ensinar Ciências
para indivíduos nessa idade significa ignorar esse processo, abandonando a
criança a seus próprios pensamentos, privando-a de um contato mais
sistematizado com a realidade e de poder trocar pontos de vista com outras
pessoas (BIZZO, 2007).
Por tanto, faz-se
necessário à busca de alternativas metodológicas e instrumentais para o
ensino de Ciências que leve os professores a captar o cotidiano fragmentado
do conhecimento de seus alunos, incentivando e motivando-os para uma visão
total da Ciência de um modo tal que, na relação sujeito-objeto do
conhecimento, eles possam aos poucos se vislumbrar do esse conhecimento
adquirido.
E como dizem
os nossos pensadores na educação, Delizoicov & Angotti (1994), Krasilchik
(1987), Pereira (1998): “Pensar a ciência como um conjunto de fatos
científicos socialmente produzidos numa sociedade historicamente determinada
”.
OBJETIVOS
· Contribuir
para a capacitação discente dos alunos do curso de Pedagogia;
· Demonstrar
uma melhor interligação dos conteúdos teóricos e práticos das Ciências Naturais;
· Preparar e
executar aulas teórico--práticas de Ciências na educação básica;
· Desenvolver
oficinas pedagógicas e atividades lúdicos-exploratórios nas Ciências Naturais;
· Construir e
aplicar diferentes recursos didáticos e instrumentos na melhoria do desenvolvimento
das habilidades de pesquisas e magistérios em Ciências;
· .Ampliar a
atuação dos discentes em atividades práticas, organizando e preservando a coleção
do acervo do laboratório de ensino de Ciências do DME/CE/UFPB, demonstrando
assim a importância deste espaço educativo na aprendizagem significativa do
ensino de ciências.
METODOLOGIA
Durante o
período de monitoria, que abrange os períodos letivos de 2006.1 e 2006.2 (em
andamento), foram e estão sendo desenvolvidas várias atividades com os alunos
das disciplinas de Ensino de Ciências na Educação Infantil e Ensino
Fundamental: Conteúdo e Metodologia I e II do curso de Pedagogia da UFPB
foram realizados pesquisas bibliográficas (impressas e/ou digitais) de temas
relacionados ao estudo das Ciências Naturais a fim de aprofundar os
fundamentos teóricos sobre o Ensino das Ciências.
Ao longo da
duração da monitoria, foram e estão sendo produzindo alguns materiais instrucionais,
além da análise de livros didáticos de Ciências adotados em escolas de João Pessoa,
elaboração de Projetos escolares de Ciências e elaboração de relatórios de
Diagnose Ambiental.
Para tanto,
foram realizadas aulas expositivas dialogadas, utilizando-se como pressupostos
metodológicos a construção do conhecimento socializado; a explosão de ideia; leituras
analíticas; síntese pessoal e discussão de textos; dinâmicas de grupo para
análise diagnóstica do perfil discente: necessidades, interesses, habilidades
mentais e integração entre educador e educandos; aulas práticas e de campo,
seguidas da elaboração de relatórios; aplicação de atividades criativas e
momentos lúdicos (música, álbum seriado, exposições e realização de
experimentos); aulas práticas no laboratório e em campo.
Estas
modalidades didáticas tiveram a finalidade de tornar o ensino de Ciências
mais agradável, bem como, de facilitar e dinamizar o processo de ensino-aprendizagem,
buscando uma aprendizagem significativa dos conteúdos, tanto conceituais
quanto procedimentais e atitudinais.
RESULTADOS E
Rever os
conteúdos de Ciências na Educação Infantil e Ensino Fundamental dentro de uma
postura interdisciplinar, significa também rever aquilo que determina sua
essência, sua finalidade maior, o sentido do humano, em suas inter-relações na
busca da construção e reconstrução do conhecimento (HERNÁNDEZ & VENTURA,
1998) e na formação do cidadão crítico e reflexivo de sua realidade. O que
caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa, é a
transformação da insegurança num exercício do pensar, no construir.
Nas turmas de
Pedagogia foi observado um maior interesse e participação dos alunos com a
disciplina, uma maior facilidade de aprendizado e algumas conquistas tais
como:
· assimilação
de conhecimentos a partir de situações vivenciadas pelos participantes individualmente;
· produção
coletiva de conhecimentos que possibilitaram o aprofundamento da reflexão sobre
a educação, a escola e a prática que nela se efetiva;
· criação de
um acervo de material teórico e experimental constando de instrumentos pedagógicos
(brinquedos e modelos tridimensionais), protótipos, roteiros de construção,
roteiros de aplicação, artigos, livros, revistas;
· participação
nas oficinas pedagógicas sobre leitura de imagens, leitura da paisagem e estudos
do meio;
· criatividade
durante as atividades lúdico-pedagógicas, através de músicas, jogos e dramatização
com conteúdos de Ciências.
As atividades
lúdicas exploratórias podem contribuir na construção do conhecimento e no
desenvolvimento pessoal, social, cognitivo e psicomotor dos alunos. Estes
apropriam-se do conhecimento através do brincar, pois estará estimulando a
aprendizagem (MELO, 2004).
As oficinas
pedagógicas como uma prática peculiar, permitiram a reflexão e a troca de experiência,
produção coletiva e a descoberta de alternativas de solução para os impasses fundamentados
na necessidade de transformar a realidade educacional no Ensino de Ciências na
educação fundamental (ABÍLIO & GUERRA, 2005). As oficinas executadas
tiveram os seguintes temas: fauna e flora, ecossistema, pranchas de animais,
descoberta do outro, etc.
Foram
realizadas análises dos livros didáticos de Ciências, segundo os critérios estabelecidos
no PNLD para Ciências Naturais pelos alunos, para que estes desenvolvessem uma
consciência crítica acerca de erros conceituais que frequentemente são
encontrados nos mesmo.
Construíram-se
álbuns seriados sobre as seguintes temáticas: animais – dos poríferos até os
mamíferos; e plantas – algas, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas,
Objetivando-se
uma melhor aprendizagem da diversidade biológica.
Foram
demonstrados alguns instrumentos que podem ser utilizados para dinamizar o processo
ensino aprendizagem, como foi o caso de jogos didáticos e modelos
tridimensionais de ecossistemas aquáticos e terrestres do litoral paraibano.
A música
também foi usada como recurso didático, abordando as seguintes temáticas: conhecer
as enfermidades e seus agentes causadores, vírus, bactérias e outros; a fauna
e flora; problemáticas ambientais como, por exemplo, o uso dos recursos
hídricos e da biodiversidade brasileira.
Acreditamos
que a metodologia vivenciada durante as aulas propiciou o sucesso do processo
ensinoaprendizagem, pelas condições que lhes são peculiares, tais como:
utilizar o
saber
anteriormente adquirido; interação social dada pelos diferentes recursos
utilizados e o trabalho coletivo.
A busca de
novas alternativas para o Ensino de Ciências tem se mostrado eficiente no sentido
de minimizar as tensões, angústias e insegurança dos alunos, que são advindos
de um ensino fragmentado que lhes impede de enxergar uma realidade e os
impossibilita de pensar (ABILIO & GUERRA, 2005).
As aulas de
campo foram constituídas numa possibilidade por meio da qual a visita à natureza
pode ser intensificada, possibilitando maior interação entre as pessoas e o
meio onde vivem. Através das aulas de campo, intituladas “Ecologia das
Cidades”, onde foram realizadas visitas a locais estratégicos de João Pessoa
como: Parque Sólon de Lucena, Parque Arruda Câmara, Jardim Botânico, Mercado
Central, Ponta do Seixas, etc.
Tais
situações, por sua vez, permitiram que os alunos aprendessem de uma forma mais
leve e dinâmica, conteúdos que não podem ser meramente comentados pelo
educador em sala de aula. Além do que, as aulas de campo despertaram o
interesse pela conservação do meio ambiente, que muitas vezes se encontra
ameaçado, bem como, segundo os próprios alunos, atuaram como atividades de
prazer e alegria, já que fugiam da rotina das salas de aula.
Enfatiza-se que
a esperança de todo este conhecimento que foi passado aos alunos, já docentes,
e futuros professores, sejam de tal valia, assim como os princípios dos
ideais de Rogers (1999) sejam também repensados, para que cada nova criança
ao entrar numa sala de aula, veja seus professor como um exemplo ser
almejado.
CONCLUSÃO
A interação
dos discentes nas aulas discursivas e debates, participação de atividades lúdicas
foi de grande relevância para o desenvolvimento da disciplina. Isto demonstra
que a utilização de vários recursos e instrumentos didáticos para Ensino de
Ciências, faz com que os alunos enxerguem os conteúdos de maneira holística e
integrada.
No entanto,
apenas esses recursos não viabilizam totalmente o aprendizado, necessitando a
utilização de aulas expositivo-dialogadas para complementação e/ou introdução
de
determinados conteúdos específicos das Ciências Naturais.
Ressalta-se a
importância dos subsídios gerados pela disciplina Ensino de Ciências na Educação
Infantil e Ensino Fundamental I e II aos alunos de Pedagogia, onde a busca de
alternativas metodológicas para o Ensino de Ciências Naturais, auxiliará
estes futuros profissionais a ajudar seus alunos a vislumbrar o conhecimento
de uma forma mais significativa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABILIO,
F. J. P. & GUERRA, R. A.T. A questão ambiental mo ensino de Ciências e a formação
continuada de professores de ensino fundamental. UFPB/LEAL/SESUMEC, 132p,
2005.
AZANHA
J. M. P. Uma reflexão sobre a formação do professor da escola básica.
Educação e Pesquisa, São Paulo, v.30, n.2, p. 369378, 2004.
BIZZO,
N.C.V. Metodologia e Prática de Ensino de Ciências: a aproximação do Estudante
de Magistério das Aulas de Ciências no 1º Grau. Disponível em http://www.ufpa.br/eduquim/praticadeensino.htm
acesso em 20 de março de 2007.
BRASIL.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Secretaria de Educação Fundamental:
– Brasília, 1997.
DELIZICOV,
D. e ANGOTTI, J.A. Metodologia do Ensino de Ciências. São
Paulo: Cortez, 1994.
DRIVER, R. Children’s ideas in science. Milton
Keynes, Open University Press, 1985.
HAMBURGER,A.I.
& LIMA, E.C.A.S. O Ato de Ensinar Ciências. 1989. Disponível em http://www.pbh.gov.br/ensino/smed/cape/artigos/textos/amelia.htm
acesso em 20 de março de 2007.
HERNÁNDEZ,
F. & VENTURA, M. A organização do currículo por Projetos de Trabalho: o conhecimento
é um caleidoscópio. Ed. Artmed, São Paulo, 199p., 1998.
KRASILCHIK,
M. O Professor e o Currículo das Ciências. São Paulo: EPU. Editora da Universidade
de São Paulo, 1987.
MELO,
C. M. R. As atividades lúdicas são fundamentais para subsidiar o processo de construção
do conhecimento. Información Filosófica, I (2): 266270, 2004.
PEREIRA,
M.L. Métodos e Técnicas para o Ensino de Ciências. João Pessoa: Editora Universitária,
1998.
ROGERS,
C. Tornar-se pessoa . Ed. Martins Fontes, São Paulo, 1999.
|
A
qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a
escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os
saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas
beneficiadas são as nossas crianças pequenas. (Carraro, 2006)
Em seu
lar a criança experimenta o primeiro contato social de sua vida, convivendo
com sua família e os entes queridos. As pessoas que cuidam das crianças, em
suas casas, naturalmente possuem laços afetivos e obrigações específicas, bem
como diversas das obrigações dos educadores nas escolas. Porém, esses dois
aspectos se complementam na formação do caráter e na educação de nossas
crianças.
A
participação dos pais na educação dos filhos deve ser constante e consciente.
A vida familiar e escolar se completa.
Torna-se
necessária a parceria de todos para o bem-estar do educando. Cuidar e educar
envolve estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e, principalmente, amor
de todos os responsáveis pelo processo, que é dinâmico e está sempre em
evolução.
Os pais
e educadores não podem perder de vista que, apesar das transformações pelas
quais passa a família, esta continua sendo a primeira fonte de influência no
comportamento, nas emoções e na ética da criança.
É fato
que família e escola representam pontos de apoio e sustentação ao ser humano
e marcam a sua existência. A parceria família e escola precisa ser cada vez
maior, pois quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos serão os
resultados na formação do sujeito.
A
parceria com a família e os demais profissionais que se relacionam de forma
direta ou indireta com a criança é que vai ser o diferencial na formação
desse educando.
A vida
nessa instituição deve funcionar com base na tríade pais – educadores –
crianças, como destaca Bonomi (1998). O bom relacionamento entre esses três
personagens (dois dos quais são protagonistas na escola – educadores e
crianças) é fundamental durante o processo de inserção da criança na vida
escolar, além de representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma
pedagogia voltada para a infância.
A
Professora Di Santo (2007)[2] lembra que a fundamentação para a relação
educação/escola/família como um dever da última para com o processo de
escolarização e importância de sua presença no contexto escolar é
publicamente amparada pela legislação nacional e diretrizes do MEC, aprovadas
no decorrer dos anos 90.
Podemos
citar: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4º e
55; Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1º, 2º, 6º e
12; Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2007), que define
como uma de suas diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras
formas de participação da comunidade escolar (composta também pela família) e
local na melhoria do funcionamento das instituições de educação e no
enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos.
Citamos ainda, a Política Nacional de Educação Especial, que tem como uma de
suas diretrizes gerais: adotar mecanismos que oportunizem a participação
efetiva da família no desenvolvimento global do aluno.
A
importância da família na vida da criança
O
primeiro grupo de pessoas com quem a criança, ao nascer, tem contato é a
família. É interessante que logo a criança já demonstra suas preferências,
seus gostos e suas diferenças individuais. Também a família tem seus hábitos,
suas regras, enfim, seu modo de viver. É desse modo que a criança começará a
aprender a agir, a se comportar, a demonstrar seus interesses e tentará se
comunicar com esta família.
Está
aí, neste círculo de pessoas que rodeiam a criança, a fonte original da identidade
da criança.
Desde
cedo, os pais precisam transmitir à criança os seus valores, como, ética,
cidadania, solidariedade, respeito ao próximo, autoestima, respeito ao meio
ambiente, enfim, pensamentos que leve essa criança a ser um adulto flexível,
que saiba resolver problemas, que esteja aberto ao diálogo, às mudanças, às
novas tecnologias.
A
criança já aprende desde pequena o que a mãe não gosta, o que é perigoso, o
que pode e o que não pode fazer. Percebe-se, então, a importância da
orientação dos pais.
À
família cabe entender que a criança precisa de liberdade, mas por si só não
tem condições de avaliar o que é melhor ou pior para ela mesma. A família é o
suporte que toda criança precisa e, infelizmente, nem todas têm. É o
sustentáculo que vai ajudar a criança a desenvolver o conhecimento ajustado
de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física,
cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social,
para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da
cidadania.
[1] CARRARO, Renata. Reportagem Revista Criança –
MEC/SEB, 2006.
[2] DI SANTO, Joana Maria R. Centro de Referência
Educacional – Consultoria e Assessoria em Educação.
|
ÉTICA
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Lara
Mendes e Roseane Gomes
RESUMO
O artigo tem por objetivo discutir sobre a má
formação infantil derivada do atual contexto social. As crianças não têm mais
a mesma liberdade de tempos atrás. As brincadeiras eram criadas por elas,
sendo algo espontâneo e, de certa forma, “saudável” para sua formação. Hoje,
a diversão infantil limita-se a jogos de computador, de maneira a evitar que
elas saiam de casa. A situação do país exige que os pais tenham sua atenção
voltada para o lado profissional, o que torna seu tempo escasso para se
dedicarem a seus filhos que, por sua vez, acabam tendo uma educação defasada,
cuja base é a escola e a televisão. É possível perceber hoje que alguns
casais planejam filhos, mas não assumem a responsabilidade de educá-los, e
esse comportamento não é ético. Segundo Tânia Zagury, ética, na essência de
sua palavra, significa “o modo de ser, a relação intersocial com seus
parâmetros de vida” , o que reflete diretamente no comportamento e na
formação de cada um. É de suma importância alertar os pais que é preciso dar
amor, arrumar tempo para ficar ao lado do filho, perguntar se está bem e como
foi na escola, por exemplo, porque a comunicação no âmbito familiar é
essencial para a formação das crianças.
1.
INTRODUÇÃO
“Ética é um conjunto de decisões, princípios e
valores destinados a guiar e orientar as relações humanas”. Esses valores
devem ter característica universal, pois têm de ser válidos para todas as
pessoas por tempo indeterminado. No entanto, este conceito não tem sido posto
em prática, inclusive na criação dos filhos.
Nas últimas décadas, a escola e a mídia vêm
assumindo praticamente sozinhas um papel que deveria ser partilhado com os
pais: o de educar as crianças para a cidadania. A sociedade sofreu
transformações e, com isso, mudaram os valores éticos inseridos nela, sendo,
inclusive, refletidos nas relações familiares.
Antigamente, cabia à escola a transmissão da
cultura (tendo o professor como centro de conhecimento) e à televisão só
restava a função de entretenimento. Hoje, no entanto, o papel de transmitir
valores morais às crianças, antes realizados pelos pais, passou a ser
indiretamente executado pela escola e pela mídia.
Não que os pais estejam acomodados com a
situação. O que acontece é que eles trabalham mais e passam menos tempo com
os filhos. A mãe que antes ficava em casa e ensinava valores éticos agora
trabalha fora e, em alguns casos, é quem sustenta a família. Segundo a pesquisadora Tânia Zagury,
os pais, pelo fato de se sentirem culpados por essa ausência, ao chegarem do
trabalho, acabam tornando-se permissivos, deixando de estabelecer limites e
mostrar o que é certo ou errado.
Muitas vezes, os pais deixam de ensinar seus
filhos a girem com ética, porque na sociedade contemporânea os valores éticos
estão invertidos e eles temem que seus filhos sejam rotulados de “bobos” de
maneira que os antiéticos são considerados os mais espertos, logo os mais
privilegiados.
Cada vez mais cedo, os pais procuram dar
estímulos para o filho não ficar para trás. Isso faz parte de uma sociedade
competitiva inserida num mundo globalizado.
2.OS
PILARES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.1.
A FAMÍLIA
“Educar é promover o crescimento e o
amadurecimento da pessoa humana em todas as sua dimensões: material, moral e
religiosa”. Por isso educação se aprende, principalmente, no ambiente
familiar. Porém atualmente, muitos relacionamentos familiares sofrem com
conflitos de idéias e mal-entendidos, ate o ponto das relações serem
profundamente afetadas ou mesmo destruídas.
A principal carência dos jovens é a falta de
ética dos pais, pois estes deixam de dar amor e atenção aos filhos. Essa
necessidade de afeto acontece sobretudo pela ausência e omissão dos destes.
Observa-se um dos principais erros cometidos por eles: não ter tempo para os
filhos. Os adultos trabalham tanto, que o pouco tempo que sobra, eles
precisam descansar e acabam evitando as crianças. Os pais esquecem que educar
os filhos significa estar com eles e acompanhá-los no dia a dia.
Os pais a fim de suprir sua ausência na educação
dos filhos, assumem comportamentos que acabam por confundir e desestruturar
as crianças. Alguns adultos parecem não querer enxergar os problemas. Às
vezes, a criança esta sendo inconveniente, incomodando a todos com maus
hábitos e, mesmo assim, o pai e a mãe não tomam nenhuma providencia. Algumas
pessoas têm a mania de exibir os filhos como se fossem os melhores, e outras
não têm coragem de assumir que cometem erros, pois sentem vergonha de pedir
perdão aos filhos. Os pais, por terem essa atitude acabam tornando-se
negligentes. A negligencia psicológica segundo Belsk (1993, p. 295) “é a
incapacidade de fornecer a criança apoio emocional, amor carinho e afeto”.
Muitas vezes, os pais agem assim por sentirem-se
culpados pelo insucesso do filho que foi gerado e criado por eles, sendo,
portanto um produto dessa criação. Esse produto reflete a (in) competência da
família no processo formativo do indivíduo.
2.2.
A ESCOLA
Segundo Luiza Laforgia Gavaldon (1999, p.15),
“educação é saber se comportar e aprender; é a transmissão dos usos e
costumes da sociedade em que se vive, sendo que essa transmissão é levada
pelos mais velhos aos mais novos”.
Algumas pessoas julgam que a escola não deveria
se preocupar com a educação social e moral, mas centrar-se no ensino de temas
acadêmicos ou na promoção do desenvolvimento intelectual da criança. No
entanto, a escola acaba tendo essa função, quer pretenda fazer isso ou não,
até porque na sociedade atual essa é uma expectativa criada pelos pais. Devido à falta de tempo que as
pessoas têm tido para cuidar de seus filhos e lhes ensinar valores éticos,
elas acabam por transferir essa responsabilidade para a escola. Diversas
vezes, inclusive, optam por estabelecimentos que cuidam de seus filhos em
tempo integral. Dessa maneira,
as crianças têm suas necessidades intelectuais, emocionais e fisiológicas
atendidas pelo professor e pelos colegas de classe. Sendo assim, o ambiente
familiar deixa de estar presente de maneira suficiente na vida dessas
crianças, o que tem grande influência no seu desenvolvimento e formação.
Através das interações diárias com os filhos, os
pais determinam a natureza do ambiente sócio-moral. Quando este ambiente é
determinado pelo professor, este organiza a sala para atividades individuais
e de grupo relacionando-se com as crianças de modo autoritário ou
corporativo.
É necessário, no entanto, que o professor tenha
consciência plena de sua autoridade em sala de aula, mostrando, de forma
clara, quais caminhos deverão ser seguidos pelos alunos. Num mundo como o de hoje, onde os
valores estão em transição e as pessoas “perdidas” na permissividade, faltam
limites que estabeleçam equilíbrio nas relações entre elas, sendo, portanto,
necessário que sejam respeitadas, facilitando assim a convivência.
2.3.
A MÍDIA
A televisão tem um papel fundamental no mundo
globalizado. Por ser um meio de comunicação bastante acessível, cada vez
mais, ganha espaço na maioria dos lares de diversas classes, tornando-se um fenômeno
social e cultural.
A televisão é uma das principais fontes de
informação do país e as crianças são, em maioria, o público alvo. A TV supre
nelas a falta dos pais, tornando-se uma fonte fundamental de integração
social. Elas se identificam com os estereótipos e personagens apresentados,
trazendo graves consequências para sua formação.
Em ambientes familiares deficientes, a TV se
torna um atrativo para compensar as carências e frustrações sofridas em casa.
É possível demonstrar também o papel do professor assumido pela TV. Na
maioria das vezes, ela é a responsável pela transmissão de valores e
conhecimentos que trazem malefícios às crianças, como o amadurecimento
precoce e a banalização de assuntos como sexo e violência. São imagens que, a
partir de então, passam a interferir na construção da personalidade, do
caráter e na maneira do público infantil se ver e entender o mundo a sua
volta.
Quem decide que programa é bom ou não para a
criança é ela mesma. Uma pesquisa feita pelo diretor-executivo do Ibope
Mídia, Flávio Ferrari (2000, p.21), revelou que os dez programas de maior
audiência entre as crianças de 2 a 9 anos são todos destinados a adultos.
Esse grupo etário é um doa que mais assistem à televisão. Eles passam mais
tempo em frente a TV do que na escola ou com os próprios pais.
Dessa maneira, torna-se explícito um dos motivos
da má formação infantil nos dias atuais: a mídia. A influência desta na
educação infantil, muitas vezes, tem como reflexo as deturpações da ideia de
como devem ser os princípios e o comportamento das crianças, que serão os
futuros adultos e transmissores de valores da sociedade.
CONCLUSÃO
Quase que inconscientemente, os pais transmitem
para as crianças o seu comportamento e o seu equilíbrio. Toda a segurança e
apoio dos filhos estão nos pais, porém não se pode culpá-los por tudo, pois é
difícil criar e educar um filho devido à sociedade de consumo em que vivemos.
Com a mudança dos costumes e a vinda de novos
valores, houve uma reestruturação da sociedade. Hábitos foram mudados; o que
antes agredia, hoje pertence à normalidade. Essas transformações acabaram por
refletir não só nas famílias, mas também nas escolas e na mídia.
A realidade social é o fator determinante para a
má formação da educação infantil, já que exige das pessoas uma vida mais
atribulada, ocasionando a falta de companheirismo, amor e união entre as
mesmas.
As famílias passaram a ser formadas sem dar
importância aos valores sentimentais; tornou-se algo mecânico casar e ter
filhos. Então, a educação infantil acaba por ser de responsabilidade das
escolas e da TV que, indiretamente (ou diretamente), determinam a formação
das crianças. As pessoas serão
mais realizadas se a educação for transmitida às crianças por um processo
consciente, principalmente gerado pelos pais, não transferindo essa
responsabilidade à escola e, de certa forma, à mídia.
BIBLIOGRAFIA
BEZERRA, Wagner. Manual do Telespectador
Insatisfeito. 1.ed. São Paulo: Summus, 1999.
DE VRIES, Rheta; ZAN, Betty. A Ética na Educação
Infantil: um ambiente sócio-moral na escola. 1.ed. Porto Alegre: Artmed,
1998.
GAVALDON, Luiza Laforgia. Desnudando a Escola.
1.ed. São Paulo: Pioneira, 1997.
PAPALIA, Diane; OLDS, Sally; FELDMAN, Ruth. O
Mundo da Criança. 8.ed. Portugal: MC Graw
Hill, 2001.
|
A
IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS
O
ensino de geografia nos anos iniciais do ensino fundamental fornece subsídios
para que a criança se situe em seu lugar de vivência, por meio da apreensão
da paisagem que ela pode observar. Aprender a se relacionar socialmente com
outras pessoas de diferentes faixas etárias, ampliando a noção de espaço.
Buscar a organização de sua experiência e expectativa para com o território
em que vive.
A natureza onde a ação dos
indivíduos se faz notar nas formas de apropriação do espaço, como a produção
da cidade e campo, a construção de vias, os movimentos de população, a
produção de resíduos sólidos, os deslocamentos das pessoas para o lazer etc.
A
geografia, por meio de suas atividades de leitura de textos que tratam de
suas temáticas, pode auxiliar na alfabetização e no letramento, favorecendo a
ampliação do conhecimento do aluno.
O
estudo desta disciplina proporciona as crianças em seu nível de conhecimento
sobre o lugar em que vivem, podendo fazer relações com outros lugares, pois
elas convivem com ambientes (familiar e escolar), questionam e apresentam
suas próprias concepções sobre a natureza e a sociedade.
O
que as crianças podem aprender no ensino de geografia
· Estimular a criança a observar e
compreender as diferentes manifestações da natureza e a apropriação e transformação
dela pela ação de sua coletividade, de seu grupo social.
· Reconhecer semelhanças e diferenças
nos modos de diferentes grupos sociais.
· Utilizar a observação e a descrição
na leitura direta e indireta da paisagem, sobretudo por meio de ilustrações e
da linguagem oral.
· Reconhecer no seu cotidiano, os
referenciais espaciais de localização, orientação e distância de modo a
deslocar-se com autonomia.
· Representar os lugares onde vivem.
Existem alguns conceitos básicos que devemos introduzir na vida desse
estudante:
LUGAR; deve ser compreendido na
escala de vivência do aluno e na sua formação do horizonte mais próximo de
suas práticas cotidianas, isto é, no seu percurso para a escola, por meio de
suas brincadeiras, no território específico de sua residência.
PAISSAGEM; o que se descortina aos
olhos do observador, seja ele o aluno ou o professor, permitindo visualizar
as diferenças nas relações da sociedade com a natureza, diferenciando-se a
cidade do campo e o estabelecimento industrial da via de circulação: as
pessoas dos objetos fixos; os diferentes componentes da vegetação as
ondulações do relevo etc.
ESPAÇO; o ambiente global de relações
da sociedade e pode ser exemplificado pelo uso da telefonia, pela observação
dos aviões em movimento, pelas fotografias que abrangem grandes áreas, pelas
imagens de satélite na internet etc.
TERRITÓRIO; Traduz-se pelas relações
de apropriação do espaço, como a propriedade (a casa) onde o aluno vive, as
praças como espaços públicos etc.
|
HIGIENE
PESSOAL INFANTIL
É durante a infância que
se deve aprender a cuidar do próprio corpo. A responsabilidade de ensinar é
dos pais, em primeiro lugar, mas a escola também tem a obrigação de apoiar
essa fase tão importante da formação das crianças. Em princípio, os pequenos devem conhecer o
próprio corpo para entender a importância de cada hábito higiênico que vão
adquirir. Os pais devem criar uma rotina, como: antes de se sentar-se à mesa,
devem lavar as mãos; antes de se deitar-se, devem escovar os dentes e usar o
fio dental. Com o tempo, eles vão se acostumar a essas atividades e vão
fazê-las sem pensar.
Porém, eles devem entender
o motivo de fazer todas essas coisas.
Os pais têm que conversar com seus filhos e esclarecer as razões
dessas obrigações com a limpeza corporal, de forma simples e usando uma
linguagem que eles entendam. É preciso dizer, por exemplo, que lavar e
pentear os cabelos não permite que os piolhos se proliferem ou ainda que as
cáries danificam os dentes. Então, devemos escová-los e usar fio dental
várias vezes ao dias para evitar problemas.
Se na escola as crianças recebem apoio de maneira mais descontraída,
ouvindo historinhas e assistindo a teatro de fantoches, elas captam a
mensagem com mais precisão. Por isso os métodos pedagógicos devem se voltar
para chamar bastante atenção, nesse sentido.
O que a criança deve
aprender sobre higiene pessoal:
· Escovar os dentes. Os pais devem
explicar a maneira correta de fazê-lo, como escovar a língua e de que forma
usa-se o fio dental. Atenção: nos
primeiros dias, fique olhando para ver se seu filho faz certo; depois o deixe
fazer sozinho, mas fiscalize, veja se está bem feito. Depois de um tempo,
quando vir que ele desempenha bem essa função, pode deixá-lo fazer totalmente
sozinho.
· Lavar as mãos antes das refeições,
depois de usar o banheiro e quando chegar da rua. Até os quatro anos, os pais
devem levar a criança para lavar as mãos. Depois dessa idade, podem apenas
reforçar o recado, mas deixando que o façam. Lembre-se de ensinar cada passo
– água, sabão, enxágua e enxuga.
· Pentear os cabelos. Para os meninos,
essa tarefa é mais fácil; as meninas precisam de mais atenção, até pelo,
menos sete ou oito anos de idade para lavá-los e penteá-los. O importante é
ensinar desde cedo a pentear o cabelo ao acordar e depois do banho.
· Tomar banho. É preciso que a criança
tenham uma hora marcada para tomar o banho e seus utensílios (sabonetes,
xampu, condicionador e toalhas) devem estar sempre ao seu alcance quando
estão aprendendo a tomar banho sozinhas. Os pais devem mostrar a maneira
certa de lavar as partes íntimas, os pés e todo o corpo. Elas precisam de
auxílio até uns seis anos, quando podem exercer essa atividade totalmente
sozinhas.
Higiene Bucal
Cuidados com a higiene
bucal Os cuidados com a higiene bucal
são importantes porque a boca é o órgão receptor dos alimentos. Dentes fortes
e boca saudável: é sinônimo de boa alimentação, higiene constante e bem
feita. Dessa forma, é possível concluir que quando alguém se alimenta bem e
tem hábitos de higiene bucal corretos, ela evita doenças como a gengivite, as
cáries e o incômodo mau hálito. Além
da questão estética, os cuidados com os dentes garantem uma dicção correta (a
forma de pronunciar as palavras) e uma mastigação mais benéfica. Os cuidados
devem ser diários, a escovação deve ser feita pelo menos três vezes ao dia e
o fio dental tem que ser usado em seguida.
Esses hábitos são preventivos; através deles é que evitamos as doenças
bucais que causam a perda dos dentes. Eles devem ser adquiridos na infância e
as crianças devem entender a importância de fazer todos esses procedimentos e
os pais precisam levá-las frequentemente ao dentista.
O que é cárie dentária?
As cáries são orifícios
que aparecem na superfície dos dentes, causadas pela ação de bactérias que se
alimentam dos restos de comida acumulados nos dentes. O ácido que elas
produzem corrói o esmalte protetor dos dentes e, com isso, eles são
facilmente deteriorados. Se a cárie
não for devidamente tratada, sua ação corrosiva pode chegar até o nervo
dental, causando fortes dores. Uma das consequências são inflamações, maior
sensibilidade a alimentos frios e quentes e dor aguda, além de mau hálito. Ao
sentir esses sintomas, é preciso ir ao dentista, mas no caso de prevenção, as
medidas são simples: escovação e uso de fio dental diariamente.
Escovar os Dentes
Escovar os dentes. Para escovar os dentes,
é preciso seguir algumas regras que garantem a remoção de resíduos e placas
bacterianas. Lembrando que a escova de dentes é um objeto individual, que
deve ser trocado em um intervalo de três meses e o recomendado é usar as mais
macias. Os dentistas dizem que os
dentes superiores devem ser escovados de cima para baixo em movimentos
circulares, sendo que a escova deve ser posicionada em um ângulo de 45º em
relação à gengiva. Já para os dentes inferiores o aconselhado são os mesmos
movimentos circulares, porém de baixo para cima. As partes internas e de mastigação podem
ser escovadas delicadamente em movimentos curtos de trás para frente. A
língua não pode ser esquecida, não é necessário escová-la com força, faça-o
com cuidado apenas para remover as bactérias e para eliminar o mau hálito.
Importância do fio
dental
Na maioria das vezes, a
escovação, por mais bem feita, não consegue remover todos os resíduos,
principalmente entre os dentes, onde o acesso é mais difícil e onde também as
cáries acabam se instalando. Mas há uma solução, o uso do fio dental! O fio dental é uma ferramenta poderosa na
prevenção de doenças bucais, ajuda a manter o mau hálito bem longe e é o que
dá o toque final na higienização dos dentes. Por isso, deve-se usar todos os
dias, pelo menos uma vez. No entanto,
existe a forma certa de usá-lo. É preciso fazer a higienização com bastante
cuidado para não machucar a gengiva, evitando que ela sangre. O mais
aconselhável é que no momento de passá-lo você curve-o, formando um “C”, para
retirar aquelas placas que se acumulam entre cada dente.
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LINGUAGEM ORAL E ESCRITA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
A aprendizagem da
linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças
ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas
práticas sociais.
O trabalho com a linguagem
se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância
para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na
orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no
desenvolvimento do pensamento.
A educação
infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua,
por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um
dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de
acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao
desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas
básicas: falar, escutar, ler e escrever.
Nas sociedades
letradas, as crianças, desde os primeiros meses, estão em permanente contato
com a linguagem escrita. É por meio desse contato diversificado em seu
ambiente social que as crianças descobrem o aspecto funcional da comunicação
escrita, desenvolvendo interesse e curiosidade por essa linguagem. Diante do
ambiente de letramento em que vivem, as crianças podem fazer, a partir de
dois ou três anos de idade, uma série de perguntas, como “O que está escrito
aqui?”, ou “O que isto quer dizer?”, indicando sua reflexão sobre a função e
o significado da escrita, ao perceberem que ela representa algo.
Sabe-se que para
aprender a escrever a criança terá de lidar com dois processos de
aprendizagem paralelos: o da natureza do sistema de escrita da língua – o que
a escrita representa e como – e o das características da linguagem que se usa
para escrever. A aprendizagem da linguagem escrita está intrinsecamente
associada ao contato com textos diversos, para que as crianças possam
construir sua capacidade de ler, e às práticas de escrita, para que possam
desenvolver a capacidade de escrever autonomamente.
Diz-se que um
ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de situações de usos
reais de leitura e escrita nas quais as crianças têm a oportunidade de
participar. Se os adultos com quem as crianças convivem utilizam a escrita no
seu cotidiano e oferecem a elas a oportunidade de presenciar e participar de
diversos atos de leitura e de escrita, elas podem, desde cedo, pensar sobre a
língua e seus usos, construindo ideias sobre como se lê e como se escreve.
Na instituição de
educação infantil, são variadas as situações de comunicação que necessitam da
mediação pela escrita. Isso acontece, por exemplo, quando se recorre a uma
instrução escrita de uma regra de jogo, quando se lê uma notícia de jornal de
interesse das crianças, quando se informa sobre o dia e o horário de uma
festa em um convite de aniversário, quando se anota uma ideia para não
esquecê-la ou quando o professor envia um bilhete para os pais e tem a
preocupação de lê-lo para as crianças, permitindo que elas se informem sobre
o seu conteúdo e intenção.
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SOCIALIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA
NA PRÉ-ESCOLA
Nos dias de hoje,
em que a mulher assume cada vez mais atividades fora do lar, é comum as
crianças irem mais cedo para a escola.
Os pais diante do
fato de que a mãe precisa recomeçar a trabalhar, podem optar por deixar seu
filho em um Berçário (Pré-Escola), deixar com familiares ou contratar uma
babá. A escolha deve ser feita com maturidade, pois podem surgir críticas e
como os pais são os responsáveis pela criança devem estar seguros de sua
decisão.
A opção sendo por
uma escola, os pais e familiares podem fazer uma pesquisa no bairro em que
moram por uma escola que se adapte suas as expectativas ex: ( porte da escola
- pequena, média ou grande - número de alunos por sala, filosofia da escola,
valor da mensalidade, etc), sempre é bom uma visita pelo espaço físico e uma
conversa com a direção.
As escolas de
Educação Infantil - Pré-Escola oferecem serviços do Berçário ao Pré ou seja
crianças de 0 a 7 anos, divididos conforme faixa etária, ou seja:
Berçário - 0 a ± 1
e 3 meses *
Maternal - ± 1 e
3m a 3 anos *
Jardim I - 3 a 4
anos*
Jardim II - 4 a 5
anos*
Pré (primeiro ano)
- 5 a 7 anos *( a divisão por faixa etária pode variar conforme a escola)
A adaptação da
criança está na dependência da orientação da educadora, que deverá conhecer
suas necessidades básicas, suas características evolutivas e ter informações
quanto aos aspectos de saúde, higiene e nutrição infantil (todas estas
informações devem ser passadas pelos pais em entrevista prévia com a direção
através de anamnese). Sendo assim, a socialização da criança desenvolve-se
harmoniosamente adquirindo superioridade sob o ponto de vista da
independência, confiança em si, adaptabilidade e rendimento intelectual.
As atividades
programadas devem basear-se em suas necessidades e interesses; crianças são
ávidas para explorar, experimentar, colecionar, perguntar, aprendem depressa
e desejam exibir suas habilidades.
As atividades como percepção
visual, percepção visomotora e coordenação motora, percepção auditiva,
linguagem oral , percepções gustativas e olfativas, percepção tátil, Educação
Artística e Educação Física integram o processo de aprendizagem da criança
com o processo de socialização.
Caberá à
pré-escola estimular e orientar a criança, considerando os estágios de seu
desenvolvimento, aceitando-a e desafiando-a a pensar. O ambiente que estimule
a atividade criadora da criança, além de contribuir para o seus
desenvolvimento global, estará, certamente, favorecendo a aproximação da
criança à realidade escolar.
Saliento que o
desenvolvimento da criança deve ser acompanhada principalmente pelos pais
pois a escola é apenas um suporte facilitador para todo o processo. Os pais
também devem acompanhar a rotina da criança através da agenda escolar, onde a
educadora anota recados para os pais ou comunica como foi o dia da criança.
A seguir algumas
informações sobre o processo de adaptação no maternal:
1 - A decisão de
colocar seu filho na escola deve resultar de atitude pensada, consciente e
segura;
2 - A vinda da
criança para a escola deve ser preparada; entretanto, evite longas
explicações para ela, pois isso pode despertar suspeitas e insegurança;
3 - A separação,
apesar de necessária, é um processo doloroso tanto para a criança quanto para
a mãe, mas é superado em pouco tempo;
4 - Cuidados devem
ser tomados nesse período de adaptação em relação a: troca recente de
residência, retirada de chupeta ou fraldas, troca de mobília do quarto da
criança, perda de parente próximo ou animalzinho de estimação;
5 - O choro na
hora da separação é frequente e nem sempre significa que a criança não queira
ficar na escola;
6 - A ausência do
choro não significa que a criança não esteja sentindo a separação. Não force
com violência e ansiedade a criança a ficar na escola;
7 - Evite
comentários sobre a adaptação da criança em sua presença;
8 - Cabe à mãe
entregar a criança ao educador, colocando-a no chão e incentivando-a a ficar
na escola. Não é recomendável deixar o educador com o encargo de retirar a
criança do colo da mãe;
9 - Nunca saia
escondido de seu filho. Despeça-se naturalmente.
10 - A sala de
atividades é um espaço que deve ser respeitado e sua presença nela, além de
dificultar a compreensão da separação, fará as outras crianças cobrarem a
presença de suas mães;
11 - Incentive a
criança a procurar a ajuda do seu educador quando necessitar algo, para que
crie laço afetivo com ele;
12 - Lembre-se que
o educador atende às crianças em grupo, procurando distribuir sua atenção,
igualmente, promovendo junto com a mãe a integração da criança;
13 - Se os pais
confiam na escola, sentirão segurança na separação e esse sentimento será
transmitido à criança, que suportará melhor a nova situação;
14 - O período de
adaptação varia de criança para criança, é único e deve ser avaliado
individualmente;
15 - Evite
interrogatórios sobre o dia da criança na escola;
16 - Poderão
ocorrer algumas regressões de comportamento durante o período de adaptação,
assim como alguns sintomas psicossomáticos (febre, vômitos etc.)
17 - É comum
verificar-se nessa fase uma ambivalência de sentimentos. O desejo de
autonomia da criança e a necessidade de proteção ocorrem simultaneamente.
18 - Cuidado com a
aparente adaptação. Os pais devem respeitar o período estabelecido pela
escola.
19 - A adaptação
das crianças de período integral inicialmente deve ser feita em um
turno(manhã ou tarde).
No programa de
adaptação a mãe pode ficar do 1o. ao 3o. dia 2hs junto no pátio e visível à
entrada da sala de atividades. No 4o. dia a mãe pode se distanciar um pouco e
observar de longe e no 5o. dia ausentar-se 1 hora após a entrada. Na 2a.
semana o horário deverá ser normal sem a presença da mãe.
Existem crianças
que já no primeiro dia se despedem da mãe e se integram com as outras
crianças, neste caso não há necessidade do programa de adaptação.
Dúvidas de
Adaptação no Berçário:
No Berçário é
frequente o aparecimento de sentimentos de culpa, insegurança, ansiedade e
ciúmes pelo "abandono" do filho na escola. Se você estiver
deprimida por esse sentimento procure discuti-lo com a Psicóloga da escola.
A grosso modo, até
os sete meses não há apresentação de problemas de adaptação, pois o bebê não
distingue, visualmente, a sua mãe de outros adultos estranhos, sugere-se dois
ou três dias para adaptação da mãe. A partir dos 8 meses verifica-se o
"estranhar" (nível de maturação que permite ao bebê distinguir a
diferença visual entre o conhecido e o desconhecido). Nessa época a adaptação
pode ficar mais difícil e levar alguns dias. Comece deixando-o no berçário no
1o. dia por uma hora, fique por perto observando a rotina, o ambiente e vá
aumentando o tempo de permanência da criança progressivamente no 2o., 3o. dia
e assim por diante até a criança ficar o período normal sem a sua presença.
Em caso de dúvidas
quanto ao comportamento de seu filho ou quanto às condutas adotadas pela
escola, procure a direção que estará à sua disposição para esclarecê-lo e
ajudá-la sempre que necessário.
Débora Beni
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TEMAS TRANSVERSAIS
Introdução
Este trabalho consiste em explanar conceitualmente e
resumidamente os temas transversais: Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente,
Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo, sob forma de análise da
importância do papel da escola na construção dos conhecimentos dos educandos.
Voltados para a compreensão da realidade social e dos
direitos e responsabilidades individual, coletiva e ambiental, foram tomados
como base para sua formulação, os princípios e objetivos fundamentais, o
princípio da isonomia, etc., estabelecida pela constituição de 88 e alguns
critérios de eleição com vistas nas questões vividas pela sociedade como um
todo.
Os
objetivos e conteúdos dos temas transversais devem ser incorporados nas áreas
já existentes e no trabalho educativo da escola. É essa forma de organizar o
trabalho didático que recebeu o nome de transversalidade. ( PCN, 1997; v.8;
p.15 )
Temas Transversais
Os parâmetros Curriculares Nacionais ( PCN ), ao propor
uma educação voltada para a cidadania, o fez, baseando-se em alguns
princípios da Constituição de 88, norteando assim, a educação escolar. São os
princípios e objetivos fundamentais como: cidadania:
que qualifica uma pessoa como membro de uma sociedade democrática de direito,
a dignidade da pessoa humana: que
a protege de toda e qualquer opressão, valores
sociais do trabalho, no
qual, lhe garante uma remuneração digna ao trabalho produzido e direito como
férias, etc., e os objetivos que são o que o país deseja alcançar como
erradicar a pobreza, promover o bem de todos sem preconceito de raça, cor,
sexo, idade, religião, etc., e o princípio mais importante, o da isonomia no
qual compreende que todos são iguais perante a lei.
Um dos papeis das escolas é formar pessoas para o
exercício da cidadania, fazendo com que compreenda sua realidade, atue na
sociedade e a transforme. Sob a incumbência de formar cidadãos críticos,
democráticos e participativos, abordando para isto em suas práticas
pedagógicas os temas transversais. Ao elaborar um projeto educativo, a escola
tende refletir e repensar muito, para que este esteja coerente com a
comunidade, alunos, professores, etc., cumprindo assim seu papel de forma
eficiente e eficaz.
Segundo PCN (1997), sob a visão de uma prática
educacional em compreender a realidade social, dos direitos e
responsabilidades em relação à vida individual, coletiva e ambiental. Nessa
perspectiva é que foram incorporados como temas transversais as questões da
ética, da pluralidade cultural, do meio ambiente, da saúde, da orientação
sexual e do trabalho e consumo. Em suma, são temas de muita importância e
urgência a ser tratada, por relacionarem-se as questões vividas pela
sociedade como um todo, no seu cotidiano.
Critérios adotados para a eleição dos temas
transversais
Como todo e qualquer documento a serem redigidos exige
alguns critérios a serem adotado, o que não foi diferente com a elaboração
dos temas transversais a serem trabalhados nas escolas, que se baseou em
diferentes questões que envolvem a vida social.
Tomados como princípio de
escolhas a definir segundo PCN (1997):
·
Urgência Social:
·
Nesse critério,
escolhem-se questões graves a serem solucionadas que atentam contra a
dignidade da pessoa humana.
·
Abrangência Nacional:
·
Por se tratar de um
padrão nacional, as escolhas desses temas serão os mesmos para todo o país.
·
Possibilidades de Ensino
e Aprendizagem no ensino Fundamental:
·
Esse critério foi adotado
através das experiências pedagógicas, voltadas para um processo de
aprendizagem, a fim de conhecer seus direitos e deveres quanto a: saúde, meio
ambiente, orientação sexual, etc.
·
Favorecer a compreensão
da realidade e participação social:
·
Este critério foi adotado
a fim de promover nos educandos, uma visão da realidade social no seu
contexto cultural e atuar nessa sociedade e interferir de modo a
transformá-la.
A seguir, serão descritos conceitualmente os temas
transversais.
·
Ética
Ética quer
dizer: como agir perante os outros.
O objetivo da
ética trabalhada no âmbito escolar é promover autonomia moral no educando
como: respeito mútuo, justiça, solidariedade, diálogo, ou seja, é um conjunto
de valores e princípio a ser construídos nos alunos para que possam conviver
em harmonia com a sociedade.
·
Pluralidade Cultural
Para atuarmos
em uma sociedade pluriculturalista, é preciso conhecer cada cultura, saber
compreendê-las quanto a sua importância, consciente de que o ser humano nasce
em uma cultura e dela faz parte, e com isso respeitá-las. Para que essa
valorização e respeito ocorram, as escolas têm essa incumbência, em mediar
esse conhecimento nos educandos por meio da ética.
·
Meio Ambiente
Damos o nome
de Meio ambiente ao conjunto de seres e elementos que se relacionam e essa
relações aqui estabelecidas são as relações sociais, econômicas e culturais.
Constitui-se
também como parte do meio ambiente, as áreas ambientais, na qual, o ser
humano deveria viver de forma harmônica o que ainda é uma grande guerra a ser
vencida devido aos maus hábitos adquiridos no decorrer da existência humana.
Uma escola
preocupada em manter uma harmonia sustentável ente o homem e o meio ambiente
educarão seus alunos desde a educação infantil para essa relação pacífica.
·
Saúde
Saúde nada mais
é do que o bem estar físico, mental e social do indivíduo. Nessa perspectiva,
a escola prepara o aluno desde a infância para compreende a importância do
autocuidado e o cuidado com a coletividade, pois é desde criança, que se
começa a aprender a valorizar a importância de uma vida saudável, na promoção
e prevenção de doenças (doenças não só físicas como mentais), que afetam a
vida e o convívio social do ser humano.
Para PCN
(1997; v.8; p.33)O nível de saúde das pessoas reflete na maneira como vivem,
numa interação dinâmica entre potencialidades individuais e condições de
vida.
·
Orientação Sexual
Esse tema é
de grande importância a ser deliberado nas escolas. Por ser um assunto que
prepara, esclarece e alerta os alunos para se prevenirem contra doenças sexualmente
transmissíveis, se prevenirem contra o câncer, etc. esclarecê-los quanto ao
uso de métodos contraceptivos corretamente, quanto aos mitos e verdades e
prepará-los-á para como deverá se portar em determinadas situações, para que
estes não cometam atos de injustiça e discriminação. Mas infelizmente nem
todas as escolas abordam esse tema em seus projetos pedagógicos.
Já em uma
educação infantil, esse assunto é abordado de uma forma diferente. Nós,
professores, orientadores, podemos levar para o lado das diferenças que os
classificam como meninas e meninos, ao reconhecimento do corpo, a valorização
e flexibilização dos papeis desempenhados por cada um, etc.
·
Trabalho e Consumo
Trabalho e
consumo consistem na relação do homem/ sociedade, em seu caráter político,
social, econômico e cultural.
É um tema
também assegurado pela constituição de 88, que garante ao trabalhador seus
direitos como: salário digno, 13º salário, férias, plano de saúde, que se
estende a sua família, proporcionando o bem de todos, evitando assim que
sejam ludibriados e explorados.
Nessa relação
trabalho-ganho-consumo, as escolas tende a orientá-los quanto o livre
arbítrio de escolha de profissão, capacitando-os para que sejam profissionais
competentes e que os oriente quanto a um consumo consciente e garantido na
forma da lei pelo código do consumidor.
Conclusão
Com base no que foi citado anteriormente, fica clara e
objetiva a importância dos temas transversais a serem debatidos nas escolas
em diversas disciplinas esclarecendo-os e orientando-os, e a importância da
escola que adota esses temas em sua prática educativa, visando à formação de
cidadãos críticos e democráticos para o exercício da cidadania, conhecedores
e praticantes de seus direitos e deveres, valorizando e respeitando através
da ética, o meio social, cultural, político e econômico. Dessa forma,
interferindo na sociedade com o objetivo de um mundo melhor e mais
consciente.
Bibliografia
PCN. Apresentação dos temas
transversais e ética. Brasília:
MEC/SEF, v.8; 1997
Os Temas Transversais na
Escola Básica - Educador BrasilEscola
www.famesp.com.br/_pdf/5a8/trabalho_e_consumo.pdf
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