quinta-feira, 12 de maio de 2016

Técnicas Agrícolas


1.     A Importância da Matéria Orgânica
2.     Adubação & Fertilização
3.     Agroecologia: Respeito à Terra
4.     Constituição do Solo
5.     Criação de Codornas
6.     Cultivo de Arroz
7.     Erosão
8.     Manejo do Gado Leiteiro
9.     Normas Gerais Sobre o Uso de Agrotóxicos
10.  Plantio Direto
11.  Principais Sistemas de Cultivo de Arroz Irrigado
12.  Produção da Soja no Brasil
13.  Produção de Cana-de-Açúcar
14.  Produção de Milho
15.  Propriedades Físicas e Químicas dos Solos


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A IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA
            Conforme sua própria denominação e princípios, a agricultura orgânica, emprega os nutrientes na forma orgânica. O objetivo é que o produtor regenere o solo com matéria orgânica, de forma que o mesmo solo vivo, forneça os nutrientes necessários para as plantas, sem necessidade de contínuas incorporações, como ocorre na agricultura convencional.
            A matéria orgânica presente nos solos é formada por restos animais e vegetais em diferentes fases de decomposição, decomposição esta realizada pelos organismos decompositores – a micro e mesovida do solo – fungos, bactérias, minhocas, cupins, etc. Portanto, a matéria orgânica é o alimento da vida do solo e como ela está em constante decomposição, nós precisamos também repô-la com frequência. Durante a decomposição são liberados nutrientes, água e gás carbônico, e são formadas outras substâncias orgânicas entre as quais o húmus, que além de funcionar como cimento na formação dos agregados de areia-silte-argila, tem também a mesma capacidade da argila de atrair e reter nutrientes, só que em grau muito mais elevado.
            A matéria orgânica tem a capacidade de reter duas a três vezes maior o seu volume a água, que será fornecido para as plantas e para a vida de toda flora e fauna presente no solo, assim como manter a sua temperatura em condições adequadas à vida. Além dos nutrientes encontrados nos adubos orgânicos, as plantas podem absorver grandes quantidades de moléculas orgânicas como: aminoácidos, proteínas, enzimas, vitaminas, antibióticos naturais, alcaloides, etc. Estes produtos promovem uma maior vitalidade e resistência das planta, sendo resultados da atividade biológica do solo e da decomposição da matéria orgânica.
            As plantas cultivadas em solos adubados com matéria orgânica são mais resistentes às pragas e às doenças por dois motivos principais: estão nutricionalmente equilibradas porque recebem todos os nutrientes que necessitam, tanto macro como micronutrientes, sem falta nem excesso; a atividade biológica produz diversas outras substâncias, inclusive antibióticos, que protegem as plantas dos microorganismos que causam doenças.


            ADUBAÇÃO & FERTILIZAÇÃO
         O que é adubação e para  que serve ?
       Normalmente as plantas são capazes de produzir seu próprio alimento, retirando do solo, da água e das condições de luminosidade, tudo o que precisam para crescerem fortes e sadias.  No entanto, nem sempre as condições são ideais para que elas possam realizar esta tarefa satisfatoriamente: é aí que entra em cena a fertilização, garantindo os nutrientes necessários para  um crescimento saudável.
     Ter plantas bonitas até mesmo dentro de casa é sonho de muitas pessoas. Acontece que , com o passar do tempo, a terra dos vasos, jardineiras ou mesmo do jardim começa a ficar esgotada, além de nem sempre conter boas doses de nutrientes.  Nessa hora, temos de dar uma mãozinha para a natureza e reforçar a nutrição das plantas. Não é difícil perceber quando as plantas estão apresentando sinais de nutrição deficiente.  Estes são os mais comuns:
·        Crescimento se torna lento;
·        Espécies floríferas apresentam floração pobre ou ausente, com colorido   apagado ou sem vida;
·        A planta fica com os caules e as hastes fracas e debilitadas;
·        A folhagem apresenta-se pequena, com folhas miúdas, sem brilho ou amareladas.
·      As folhas interiores caem com facilidade e a planta fica menos resistente ao ataque de pragas ou doenças.
             Como aplicar um fertilizante:
             Antes de tudo, é preciso lembrar que existem vários tipos de fertilizantes disponíveis no mercado: em pó, líquido, na forma de cristais solúveis, em bastões  ou em pastilhas.  Os fertilizantes em pó, cristais solúveis e líquidos são bem práticos, é só diluir em água.  Já os fertilizantes em forma de bastões ou pastilhas, são colocados diretamente na terra e têm a vantagem de apresentar uma ação lenta e gradativa, pois vão liberando os nutrientes aos poucos.  Por outro lado, eles tendem a concentrar os sais minerais na área de terra em que foram fixados, podendo queimar as raízes mais próximas.
Existem, também, os chamados adubos foliares que, diluídos em água,  são aplicados em aspersão sobre as plantas.  É o tipo de fertilizante mais recomendado quando se deseja  um efeito imediato, em plantas muito subnutridas.
             O que eles têm
             Normalmente, as plantas necessitam de três elementos essenciais  para  o seu bom desenvolvimento: Nitrogênio, Fósforo e Potássio: a famosa trinca NPK. Veja porque eles são tão importantes:
·         Nitrogênio   N
·         Fósforo         P
·         Potássio       K
(N) Nitrogênio: Fabrica a clorofila, estimula o crescimento de folhas e brotos. Uso: em todos os tipos de folhagem de interior.
(P) Fósforo: Ajuda a produzir raízes saudáveis e estimula o surgimento de botões de flores. Uso: em todos os tipos de plantas de interior, principalmente floríferas.
(K) Potássio: Produz folhas saudáveis e estimula a produção de flores e frutos.  Uso: Todas as plantas floríferas, com bulbos e plantas com frutos.
             Além destes elementos, microelementos como o  ferro, zinco, cobre, manganês e magnésio também fazem parte da maioria das fórmulas.  Eles participam de processos essênciais como fotossíntese e respiração.  Os elementos mais importantes, geralmente vêm descritos com seus símbolos e as respectivas porcentagens. Por exemplo: NPK 10-20-10
             Quando há comida demais...
            Fertilizar uma planta em excesso, pode ser tão prejudicial quanto deixar de fazê-lo.  É preciso não confundir fertilizante com remédio, por isso, procure antes de mais nada,  determinar as causas de uma planta fraca e pouco saudável.  Às vezes, o problema pode ser causado por um ataque de pragas e doenças.  Neste caso é preciso tratar a planta para acabar com o mal.  Outro cuidado: use sempre as doses indicadas na embalagem dos produtos. No caso de dúvidas, aplique sempre uma dose menor.  Adubação em excesso somente causa problemas, veja o que pode ocorrer quando a “comida” é demais:
Surgimento de manchas amarronzadas nas folhas, parecendo queima;
Folhas com as bordas murchas ou enroladas
Má formação das folhas
Distúrbios no desenvolvimento: a planta pode ficar mais ativa no inverno e crescer menos na primavera e verão, por exemplo;
Surgem massas ou crostas brancas na superfície da terra ou dos vasos, principalmente nos de barro ou cerâmica;
Em casos mais graves, a planta pode secar temporariamente e até morrer.
 Mas, cuidado! Excesso de adubação pode matar a planta.

            MICRO NUTRIENTES
            São dez no total e como o próprio nome sugere, são usados em pequenas quantidades pelas plantas. Sua ação nas mesmas é muito variada, participam de todo complexo fisiológico das plantas.
            Normalmente os solos são auto suficientes em relação a estes minerais. E você não precisa se preocupar com o uso dos mesmos. Se você estiver escolhendo um adubo e o mesmo contiver também micro nutrientes é sinal de que este produto é mais completo do que um adubo que não os contém.
            Micro Nutrientes Principais:
            Cálcio, Magnésio e Enxofre.
            Micro Nutrientes Secundários:
            Cobre, Ferro, Manganês, Zinco, Boro, Cloro e Molibdênio.
            PORQUE SE TÊM QUE ADUBAR SEMPRE ?
            Quando você prepara uma “terra” para plantar em um vaso, a mesma pode estar rica em nutrientes. Passado algumas semanas, estes nutrientes tornam-se escassos ou inexistentes nesta terra, devido ao seu uso pelas plantas e por perdas naturais (lixiviação). É por esta razão que você tem que fazer adubação freqüente, mas sempre com orientação especializada. 
            QUANDO NÃO ADUBAR ?
A – No período que compreende os mês de maio à 15 de julho. Neste caso o período de descanso das plantas está sendo respeitado.
B – Pouco antes e depois da floração. Se incrementarmos ocrescimento vegetativo a partir de adubações, a planta perderia os botões florais. Uma vez que se tenha aparecido os frutos, pode começar de novo com o processo de adubação
C – Logo após transplantar e cortar raízes, é necessário que o sistema radicular se regenere. Espere para adubar após 4 semanas.
     Em caso de adubação mineral em excesso, regue copiosamente a planta ou a mergulhe num tanque com água, de forma que o excesso de adubo se perca por lixiviação. (Lavagem da terra) Esta providencia pode ser eficaz mas não é totalmente garantida. Tem de torcer e esperar que não haja maiores problemas ou morte da planta.
              ADUBAÇÃO ORGÂNICA:
             QUAIS AS FUNÇÕES DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA ?
            Quando incorporada ao solo, a matéria orgânica ou estercos diversos, estará:
A – Deixando o solo mais fofo e evitando sua compactação;
B – Retendo uma maior quantidade de umidade no solo;
C – Tornando as plantas mais resistentes à pragas e doenças;
D – Fazendo que as plantas absorvam melhor os nutrientes minerais;
E – Melhorando a estrutura física do solo possibilitando um melhor desenvolvimento das raízes de sua planta;
F – Alimentando uma série de organismos, desde a minhoca a bactérias diversas.
            A minhoca é um ser benéfico para os solos e para as plantas. Quando existentes no solo é sinal de que o mesmo está adequado para elas e estando adequado para as minhocas estará adequado para as plantas.
        A minhoca torna o solo mais arejado devido as galerias que as mesmas fazem quando de  sua movimentação dentro deste. Elas aceleram o processo de humificação da matéria orgânica pelo fato de se alimentarem desta. Quando a matéria orgânica passa pelo seu trato digestivo, a mesma sai em forma de fezes,
        Solo habitado por minhocas, é sinal de que o mesmo tem propriedades físicas adequadas à elas e para as plantas também. São ricos em matéria orgânica, tem umidade e temperatura na medida certa.
            As bactérias também se alimentam de matéria orgânica e quando as alimentamos proporcionamos um aumento das mesmas no solo. Elas melhoram a estrutura física do solo e o motivo principal é que as mesmas retiram o Nitrogênio do ar e fixam no solo ou, diretamente nas raízes das plantas.
            E já sabemos que o Nitrogênio tem função direta na parte verde das plantas ou seja, na sua folhagem. Portanto, um solo rico em matéria orgânica, é rico também em organismos benéficos às plantas, que por sua vez aumentam a quantidade de Nitrogênio disponível no solo, tornando suas plantas lindas e saudáveis.
            FREQUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA:
            No caso de jardim ou de plantas em vasos grandes, você deve fazer uma adubação orgânica a cada 60 dias pelo menos. Você deve colocar uma camada de esterco de 01 a02 cm de espessura ou 20 litros de esterco por metro quadrado de canteiro de jardim.
            Chamamos esta providencia de adubação de cobertura e neste caso você não precisa se preocupar se o esterco está ou não curtido.
            Você pode fazer uso de Torta de Mamona e Farinha de Ossos, encontrados em casa de produtos agrícolas. - Lembramos mais uma vez que você deve seguir as orientações contidas no rótulo destes produtos.

AGROECOLOGIA: RESPEITO À TERRA
            Existem hoje vários conceitos sobre agroecologia. Tem gente que fala de agricultura orgânica, agricultura pura, agricultura biodinâmica. Mas a ideia da agroecologia é muito mais ampla. Além de falar da terra, de produção, fala de preservação de meio ambiente, de responsabilidade social e de responsabilidade econômica. Traz conceitos de respeito à vida em todas as suas formas.  E é neste contexto que entra o respeito ao solo, considerado por algumas ramificações da agroecologia, como o maior organismo vivo do planeta. Considerado por outras, o próprio gerador da vida.
            A agroecologia é um sistema de produção que procura imitar os processos como ocorrem na natureza, evitando romper o equilíbrio ecológico que dá a estabilidade aos ecossistemas naturais. É uma tradição fundada em conhecimentos praticados pela maioria das culturas antigas em todo o mundo e pelas comunidades que vivem em contato mais próximos com a natureza.
            O princípio fundamental da agroecologia é considerar a propriedade agrícola como um todo. É muito importante entender que deve haver interação entre todos os seres vivos. As plantas devem se relacionar como os micro-organismos que produzem nutrientes, com as minhocas que soltam o solo para que as raízes se desenvolvam, com os insetos que servem de alimento para os inimigos naturais. Nas propriedades em que se trabalha a agroecologia é muito normal ver todo o tipo de organismo como insetos, aranhas, lesmas, nematoides, bactérias, fungos e algas. Sabe-se que todos os seres possuem papel importante no equilíbrio deste ecossistema.
            O engenheiro agrônomo Ricardo Schiavinato, proprietário da unidade agroecológica Fazenda Sula, costuma dar o seguinte exemplo: “O solo mais pobre do Brasil se encontra na Amazônia e lá existe a maior floresta do mundo, com a maior biodiversidade, com a maior quantidade de plantas, insetos e animais possíveis. Como é que pode existir aquilo em um solo que é pobre? A realidade é a seguinte, a fertilidade do solo está relacionada ao que existe sobre ele, a biodiversidade, o equilíbrio do ecossistema. Isso é a vida do solo”.
            No cultivo orgânico não basta eliminar o uso de agrotóxicos. Esta é somente a primeira medida para recuperar o equilíbrio biológico natural. O reequilíbrio do solo e a busca pela biodiversidade original são outros passos importantes que devem ser dados logo no início da modificação da propriedade. Felizmente a Natureza é tão poderosa que é capaz de regenerar-se quase por completo em dois ou três anos de manejos adequados. E neste processo o agricultor tem uma importantíssima participação: a assimilação dos conceitos orgânicos, de responsabilidade social, econômica e ambiental. A organização, a cooperação e o trabalho em grupo também são necessidades básicas para a construção de uma propriedade agroecológica. 
            Fazenda Agroecológica é exemplo 
            Quem vai a Fazenda Sula, no município de Serra Negra, a 150 km de São Paulo, não acredita que há 17 anos, na propriedade de quase 100 hectares, não havia quase nada além morros com solo degradado, várzeas alagadas, terras abandonadas e matas nativas. Hoje a Fazenda Sula é um patrimônio agroecológico, que serve de exemplo para propriedades do Brasil e do exterior. Da consciência ecológica do proprietário à prática da agroecologia propriamente dita, foram muitas as transformações que a fazenda passou. A mudança inicial foi na assimilação de princípios sustentáveis, depois, muitas árvores foram plantadas e o ambiente árido da antiga propriedade se transformou em vida, cores, flores e pássaros.
A Fazenda Sula em 1998 e atualmente
                                                                                      As primeiras atividades da fazenda eram relacionadas à criação de gado leiteiro. Em 1991 começou o processo de reflorestamento dos morros descobertos. Foram plantadas cerca de 50 mil mudas de Eucalipto que, mais tarde, se transformaram num belo bosque. Três anos depois o café passou a ser cultivado e foram construídos sete tanques destinados à piscicultura. Mas foi em 1997 que iniciou o processo de conversão da propriedade para o cultivo agroecológico. Ricardo montou a infraestrutura necessária para a implantação da agricultura orgânica. Investiu na construção de estufas, sistemas de irrigação, fertiirrigação, tudo com a mais alta tecnologia. Comprou implementos, treinou a de mão-de-obra, desenvolveu e aplicou o plano de manejo vegetal e animal. 
Estufas para agricultura orgânica 


Cultivo de morangos orgânicos

Os resultados foram satisfatórios. Com o passar do tempo as colheitas foram cada vez melhores. Passou a produzir alimentos ricos em nutrientes e sabor e, principalmente, isentos de adubos químicos e agrotóxicos. Ganhou um ambiente muito mais equilibrado e a propriedade se tornou sustentável e autossuficiente. Passou o tempo e a criação de gado também foi convertida para o manejo orgânico.
         “Na Fazenda Sula fazemos um trabalho que tende ao equilíbrio, porque o equilíbrio verdadeiro era a mata inicial, e hoje trabalhamos com agricultura. E quando se fala de agricultura, mesmo orgânica, sabe-se que o ambiente inicial foi modificado. Dentro deste contexto, tentamos encontrar o equilíbrio mesmo assim. Tento imitar o que existia antigamente, da melhor forma possível, e passar todos estes conceitos para minhas plantações”, afirma.
         Agrotóxicos: o veneno da Terra
         Sabe-se que não existe a utilização de agrotóxicos numa mata inicial, numa floresta. Todos os processos microbiológicos que acontecem, as relações entre insetos, micro-organismos, bactérias, fungos, entre as plantas e animais nunca tiveram a interferência de agroquímicos. Estes produtos só começaram a ser utilizados porque o homem retirou todo o equilíbrio do sistema que existia anteriormente. A falta do equilíbrio criou diferença nas relações, facilitando o aparecimento de pragas e doenças. Neste momento o homem passou a utilizar o agroquímico para tentar resolver um problema que já existia, um problema que deveria ser resolvido com o reequilíbrio do sistema. Surgiu um problema maior: quanto mais agroquímicos forem usados, mais desequilíbrio se cria. Surge um ciclo vicioso de problemas.
         O engenheiro agrônomo confirma este ciclo maléfico. “Infelizmente, no manejo convencional, os produtores acabam matando toda a vida do solo e a cada ano precisam utilizar mais insumos, por causa do desequilíbrio que causaram, e assim matam mais e mais a vida do solo. Os agricultores ficam dependentes dos agroquímicos, dos adubos químicos. É um processo que nunca acaba”. E o pior é que muitos dos pesticidas ainda utilizados no Brasil estão proibidos em vários países, devido às suas consequências nocivas para a saúde humana.
         O Sistema de produção orgânica
     Uma das principais preocupações da agricultura orgânica é com o solo. A manutenção da fertilidade do solo é feita com processos biológicos, que equilibram e harmonizam o ambiente. Os fertilizantes sintéticos, agrotóxicos e outros produtos químicos são eliminados por completo desta forma de produção. A agricultura orgânica utiliza somente insumos naturais renováveis. “Com relação à parte técnica de produção, na Fazenda Sula todas as práticas utilizadas são de conservação do solo. O solo sempre fica coberto, faz-se a rotação de culturas, e há grande preocupação com a qualidade de matéria orgânica viva”, diz. Os adubos orgânicos são feitos a partir da decomposição, por micro-organismos, de palhas, estercos e outros resíduos. O resultado da utilização destes produtos aumenta a vida do solo e torna as plantas muito mais vigorosas.
A agricultura orgânica preserva sementes por muitos anos e impede o desaparecimento de espécies, pois incentiva as culturas mistas e fortalece o ecossistema. Assim, a fauna permanece em equilíbrio e todos os seres permanecem em harmonia, graças à não utilização de agrotóxicos. Uma planta que cresce em condições ideais, normalmente, é mais resistente aos variados eventos climáticos e biológicos que se sucedem. O cultivo pode até alimentar outros seres vivos sem se afetar exageradamente.
         Agropecuária orgânica
    Os alimentos de origem animal estão contaminados pela ação de antibióticos, hormônios e outros medicamentos que são aplicados na pecuária convencional, quer o animal esteja doente ou não. Este gado também se alimenta de pasto envenenado com insumos químicos, que tem efeito cumulativo nos animais e, conseqüentemente, nos homens que se alimentam da carne ou do leite.

Filhotes junto às mães 

Na Fazenda Sula, as atividades pecuárias também são desenvolvidas com o manejo orgânico. As vacas são tratadas com base no princípio de que a qualidade do solo é o fator determinante para a saúde do animal e para a produção de um alimento equilibrado em nutrientes.  “Nossas vacas são criadas soltas, sem stress e recebem uma alimentação 100% natural, sem agrotóxicos, aditivos químicos, nem hormônios. Os bezerros são mantidos junto às mães, pois existe uma real preocupação com o lado afetivo do animal”, diz Ricardo. Neste rebanho de vacas girolandas – nascidas do cruzamento do gado holandês com o gado gir – o tratamento de saúde dispensa o uso de antibióticos, vermífugos, inseticidas e outras drogas, sendo unicamente utilizado o sistema homeopático, feito de forma preventiva. O leite orgânico é considerado muito mais puro e saudável.

         Benefícios: social, ambiental, econômico e da saúde
         A produção orgânica se sustenta em quatro grandes pilares. O primeiro é a questão ambiental, pois é um sistema produtivo que utiliza práticas de conservação e de preservação, de manejo e respeito à natureza. O segundo e o terceiro ponto são intimamente relacionados: a questão social e econômica. Hoje existe o problema de inchaço das metrópoles, ocasionado pelo êxodo rural. As pessoas saem do campo, chegam nas cidades e não arranjam um trabalho digno porque não estão preparadas. A agricultura orgânica inverte este processo, criando empregos. Como trabalha com diversidades, que são vários processos que acontecem ao mesmo tempo, precisa de mais mão de obra.  Também seria utopia achar que é só oferecer trabalho ao homem no campo, sem considerar a questão econômica. Normalmente, nas propriedades orgânicas o trabalhador rural é parceiro no trabalho realizado na fazenda. Existem vários tipos de parceria: além de o trabalhador ter um salário fixo, pode ganhar um percentual da produção. Schiavinato explica que na Fazenda Sula o trabalho é feito num sistema de meação. “Cinquenta por cento do lucro da lavoura é dividido. O que eu dou? Dou a infraestrutura produtiva. O que ele me dá? O trabalho, a mão-de-obra. No final a gente divide todos os lucros”.
         Outra questão importante está relacionada à saúde do trabalhador rural e dos consumidores. A agricultura orgânica ajuda a diminuir o envenenamento causado por agrotóxicos, situação que prejudica milhões de agricultores no mundo inteiro. Alimentos sem agroquímicos não causam problemas de saúde para quem os consome. “Os produtos orgânicos possuem, em média, 40% a mais de nutrientes do que os produtos convencionais”.
         Vantagens do consumo de produtos agroecológicos
         Existe um extenso debate sobre os preços dos produtos orgânicos, relacionando-os a questões técnicas como produtividade, custo de produção e oferta geral dos produtos.     Daí a necessidade de se levantar algumas questões para reflexão: o alimento orgânico não é mais caro que o alimento convencional se for considerada, indiretamente, a redução das despesas com médicos e medicamentos, pois alimentos orgânicos não contêm substâncias tóxicas nocivas à saúde. É importante observar quantidade de nutrientes, vitaminas e sais minerais que os alimentos orgânicos possuem a mais do que os convencionais, além da garantia de não se consumir alimentos geneticamente modificados. 
         Ao optar por produtos orgânicos, as pequenas propriedades poderão manter-se sem assumir dívidas pela compra de defensivos tóxicos. Nos solos balanceados e fertilizados com adubos naturais, as plantas crescem mais saudáveis e mantém suas características originais, produzem alimentos mais nutritivos e saborosos. A agricultura orgânica não está apenas associada aos conceitos de saúde e qualidade de vida, mas também à distribuição de renda, justiça e democracia, além dos ganhos ambientais.
         Educação Ambiental e Agroecologia
         Além de comercializar seus produtos, a Fazenda Sula procura utilizar o sistema agroecológico para conscientizar as pessoas não só da importância de se consumir um alimento orgânico, mas também da necessidade vital de se preservar o meio ambiente e o ecossistema. Para isso, o proprietário da fazenda desenvolveu, a partir de 2002, o turismo rural.  “Os visitantes têm uma aula de educação ambiental através da agricultura ecológica. Também oferecemos o turismo educativo, onde escolas podem desenvolver conteúdos e projetos associados às diversas disciplinas de seus planos de ensino”, diz o proprietário.
         Ricardo Schiavinato, que também desenvolve trabalhos de consultoria para produtores que desejam praticar agricultura orgânica, destaca a importância da agroecologia. “Na realidade, o que se precisa é de mudança de comportamento. Por isso que a agroecologia e educação ambiental estão intimamente relacionadas. Nós podemos falar da agroecologia de outra forma: como o uso racional de embalagens ou coleta seletiva, por exemplo. Quando falo de agroecologia falo de mudança. Mudança na cabeça do ser humano”.

CONSTITUIÇÃO DO SOLO
            Constituído essencialmente por matéria mineral e orgânica (fração sólida), água (fração líquida) e ar (fração gasosa) o solo é, por este motivo, considerado um sistema trifásico. As proporções de cada constituinte variam, principalmente, de acordo com a natureza deste.
            A matéria orgânica do solo é constituída por restos de plantas e outros organismos, em estado mais ou menos avançado de decomposição, acumulando principalmente na superfície. A água e o ar do solo ocupam os espaços existentes entre as partículas terrosas e entre agregados de partículas. O ar ocupa os espaços não preenchidos pela água e a quantidade de água é variável em razão da precipitação e irrigação, à textura, estrutura, relevo e teor em matéria orgânica, podendo estar associada a uma grande variedade de substâncias.
            O solo é o resultado de mudanças ocorridas nas rochas – denominadas intemperismo. Ações dos ventos, chuvas e organismos vivos (processos físicos, químicos e biológicos) são os responsáveis por este lento processo – calcula-se que cada centímetro do solo se forma em intervalo de tempo de 100 a 400 anos. As condições climáticas existentes são a principal influência das características de cada solo.
            A análise do perfil do solo, ou seja: as parcelas horizontais que o constituem desde sua origem até a superfície - local da ação do intemperismo, é um referencial para entendermos a constituição e intemperismos que sofreu. Ao nos referirmos ao perfil do solo, devemos considerar 5 parcelas, denominadas horizontes. Vale ressaltar que nem todo solo possui todos os horizontes bem definidos:
- Horizonte O: Camada orgânica superficial. Drenado, com cor escura.

- Horizonte A: Constituído, basicamente, de rocha alterada e húmus, sendo a região onde se fixa a maior parte das raízes e vivem organismos decompositores e detritívoros.
- Horizonte E (ou B): Camada mineral constituída de quantidade reduzida de matéria orgânica, acúmulo de compostos de ferro e minerais resistentes, como o quartzo. Pode ser atingido por raízes mais profundas.
- Horizonte C: Camada mineral pouco ou parcialmente alterada.
- Horizonte R: Rocha não alterada que deu origem ao solo.
            Quanto à cor, essa varia de acordo com o material de origem, localização, organismos relacionados, conteúdo de matéria orgânica, dentre outros fatores. Solos ricos em matéria orgânica tendem a ser mais escuros, ao passo que solos bem drenados, por exemplo, tendem a tonalidades acinzentadas.
            Partículas de solo são definidas de acordo com o tamanho relativo destas, sendo considerada argila partículas com diâmetro inferior a 0,005mm; silte as com diâmetro entre 0,005mm e 0,05mm; areia finas com diâmetro entre 0,05mm e 0,42mm; areia média, entre 0,42mm e 2mm; areia grossa, entre 2mm e 4,8 mm e, finalmente, pedregulho, entre 4,8 e 76mm de diâmetro.

           
                                 CRIAÇÃO DE CODORNAS
     A codorna existe desde a antiguidade na Europa como ave migratória - de plumagem cinza-bege e pequenas listas brancas e pretas - foi levada primeiramente para a Ásia - China, Coréia e, depois, para o Japão. A codorna, hoje criada em cativeiro, é o resultado de vários cruzamentos efetuados, no Japão e na China, a partir da subespécie selvagem Coturnix coturnix, de origem europeia. Já no ano de 1300 d.C. a codorna foi domesticada pelos japoneses em função do canto melodioso dos machos. Na primeira década do Século XX os japoneses conseguiram, após inúmeras tentativas, promover sua criação de forma racional, em pequenas gaiolas, com produção em série, com vistas à exploração comercial. Graças à sua alta fertilidade, abundante postura de ovos e exigência de pouco espaço para seu confinamento, mais a facilidade de transporte, a codorna tornou-se uma das principais fontes de alimentação para os vietnamitas durante a guerra contra os Estados Unidos. 
     No Brasil, as codornas foram trazidas por imigrantes italianos e japoneses na década de 50. A partir daí sua produção vem se consolidando, tornando-a uma importante alternativa alimentar no país.
     Mercado 
            A criação de codornas (cotonicultura) tem apresentado um desenvolvimento bastante acentuado nos últimos tempos. Os principais fatores que contribuem para isso são: o excepcional sabor exótico de sua carne, responsável por iguarias finas e sofisticadas; o baixo custo para implantar uma pequena criação, podendo se tornar uma fonte de renda complementar dos pequenos produtores rurais. Do lado técnico-econômico, torna-se ainda mais atrativa, ao verificar-se o rápido crescimento e atingimento da idade de postura, a elevada prolificidade e o pequeno consumo de ração.
 
     Vantagens da criação de codornas 
     Este tipo de criação apresenta algumas vantagens, tais como:
- Rápido crescimento;
- Precocidade sexual;
- Alta postura;
- Elevada rusticidade;
- Baixo consumo alimentar.
     A criação 
     A criação de codornas pode ser em dois níveis, que são:
- Criação Doméstica: É aquela feita em residências ou em apartamentos, não exige um rigor técnico acentuado, porém, são necessários alguns cuidados básicos, como por exemplo com os dejetos.
- Criação Comercial: É aquela feita em grande escala, onde o objetivo do criador será a comercialização do produto final.
     A implantação
     No momento da implantação da criação deve-se dar atenção a alguns fatores importantes, que são a:
- Localização: É de fundamental importância, já que se devem ser respeitadas as condições de conforto exigidas pelas aves;
- Temperatura: A temperatura ideal deve estar entre 20 e 23ºC;
- Luminosidade: Este fator é o responsável pela postura, no caso da criação comercial, recomenda-se 18 horas de luz entre natural e artificial;
- Água: Responsável pelo metabolismo da ave, como também pela desinfecção das instalações. Ter uma água de boa qualidade é fundamental;
- Circulação de ar: Ter um ar que possa ser renovável é muito importante, visto que, isto possibilitará a eliminação do excesso de umidade do ambiente, do calor e dos gases formados pelo metabolismo da ave.
     Estrutura 
            A estrutura básica deve contar com uma boa disponibilidade de área, água, além é claro de um clima favorável, lembrando que estes requisitos são indicados para o empreendedor que deseja ter uma criação comercial.
     Instalações e Equipamentos 
Irão variar de acordo com o tipo de criação, ou seja, doméstica ou comercial, porém, se torna válido citar alguns tipos de instalações e equipamentos:
- Galpões Fechados (laterais). Apresenta um alto custo, além do que não podem ser muito grandes e largos, pois dificultam a circulação de ar, recomenda-se que se tenha várias janelas.
- Galpões Abertos (laterais). Apresentam maior economia quando implantados em regiões de alta temperatura, porém, deve-se controlar a temperatura durante o inverno. Este tipo de instalação exige telas nas laterais, a fim de evitar a fuga das aves e impedir a entrada de predadores.
- Telhados. Influência na temperatura interna do galpão, as telhas de barro oferecem maior conforto térmico, porém, exigem maior gasto com madeiramento, por outro lado, as telhas de cimento amianto são de custo mais baixo, porém, aumentam a temperatura interna. 
- Piso. Pode ser de cimento rústico ou outro material, deve apresentar uma pequena declividade.
- Gaiolas de Postura. Possibilita um melhor controle produtivo das aves, recomenda-se as gaiolas de arame galvanizado, são padronizadas nas medidas 100cm X 30cm (comporta 30 aves) ou 100cm X 40cm (comporta 40 aves), com duas ou três repartições. Pode-se utilizar gaiolas de madeira (com fundo de arame), tem como vantagem o baixo custo.
- Gaiolas de Recria. São utilizadas na fase intermediária de crescimento. As aves são alojadas com 15 dias de vida e saem quando atingem os 35 dias.
- Gaiolas para Codornas de Corte. São de tamanho 100cm X 40cm.
- Bebedouro. O mais comum é o do tipo nipple, pois possibilita obter melhor qualidade da água, economia na sua administração e maior controle nos medicamentos.
- Comedouros. Geralmente vem junto com a gaiola.
     Investimento Inicial
     Há uma série de fatores que influenciam nos custos a serem empregados num empreendimento, os quais irão variar de acordo com as escolhas do empreendedor e do
capital que o investidor dispõe para montar uma criação de codorna. Para uma criação de 30 aves adultas com os equipamentos necessários e montados numa área de 20m², será
necessário desembolsar uma quantia de R$ 1. 500,00 (mil e quinhentos reais) aproximadamente.
            Os Sistemas de Criação
     Existem três tipos:
- Criação Sobre Camas. É o de menor tecnologia, consiste basicamente em criar as aves sobre um material absorvente, denominado cama, geralmente de sabugo de milho picado, casca de arroz ou aparas de madeira.
- Criação em Gaiolas no Sistema de Baterias. Muito utilizado na fase de crescimento (15 a 35 dias) e na fase de postura. Este nome bateria é dado devido ao conjunto de 4 ou 5 gaiolas, uma sobre a outra, com espaçamento de 15cm.
- Criação em Gaiolas no Sistema escada. É o sistema mais moderno de criação, consiste no uso de gaiolas de arame galvanizado, idênticas as utilizadas no sistema de baterias, fixadas de maneira a dar a impressão de uma escada. Apresenta como desvantagem o seu alto custo. 
     Alimentação 
            É constituída basicamente da:
     - Ração. Há no mercado rações fareladas de uso exclusivo de codornas, pintinho de codorna. Após a eclosão, deve ser mantido em jejum durante 24 horas. A partir deste período receberá ração à vontade. Esta ração contendo 26% de proteína bruta deverá ser oferecida à ave até a idade de 45 dias, quando é levada ao abate ou para a produção de ovos. O consumo estimado no período é de 500 gramas por aves. A partir de 45 dias, as fêmeas receberão a ração de postura com cerca de 23% de proteína bruta. Devem ser oferecidos, diariamente, entre 30 a 35 gramas desta ração por ave.           
     A ração deve ser armazenada em local seco e fresco, não ter contato direto da embalagem com o piso e não ser guardada por período superior a 30 dias. Deve-se evitar, ainda, que seja atacada por roedores.
     - Água. A água deve ser potável e sempre à vontade.
     O Manejo 
     Divide-se em: 
- Manejo de Reprodução. As codornas de reprodução devem, preferentemente, ser mantidas em gaiolas coletivas de macho e fêmea. Semanalmente, o macho de um abrigo deve ser trocado de lugar com o macho do abrigo vizinho e assim sucessivamente. Recomenda-se um macho para cada 2 a 3 fêmeas. Devido à grande sensibilidade das codornas à consanguinidade, com marcados efeitos nocivos, recomenda-se evitar os cruzamentos entre parentes próximos. Os ovos férteis de codornas podem ser incubados naturalmente com galinhas anãs ou pombas, muito embora seja um método de pouca eficiência, devido às grandes perdas. O mais recomendável é através da incubação artificial. 
- Manejo do Pintinho. Decorridas as primeiras 24 horas da eclosão, os pintinhos devem receber aquecimento, ração e água à vontade. A temperatura inicial de criação deve ser 38ºC. A partir do terceiro dia de vida, procede-se à redução diária de 1ºC até que a temperatura se torne ambiente. O piso da criadeira é forrado com papel durante os três primeiros dias de vida. A ração será distribuída na própria forração de papel por sobre o piso, nos três primeiros dias. Depois oferecida em cochos do tipo bandeja. Os bebedouros devem ser lavados e sua água trocada, no mínimo, duas vezes ao dia. 
- Manejo da Recria. A recria compreende o período entre 16 e 45 dias de idade. Nesta época, as aves continuam recebendo ração e água à vontade. 
- Manejo de Postura. A quantidade de ração por ave deve ser de 30 a 35 gramas, e a água deverá ser fornecida a vontade. Para um índice elevado de postura, o ambiente da criação das codornas em produção deve ser iluminado na base de uma lâmpada incandescente de 15 WATTS para cada 5 metros quadrados de galpão. 
- Manejo dos Ovos. Os ovos serão colhidos duas vezes ao dia. A primeira coleta realizada pela manhã e a outra, à tarde. Eles devem ser acondicionados nos pentes próprios, mantidos sobre refrigeração, para que as suas qualidades nutritivas sejam conservadas. Os ovos destinados à incubação serão mantidos em ambiente fresco, arejado e nunca por um período superior a 7 dias.
     Prevenção de Doenças 
     Constituem-se práticas que contribuem para a saúde das codornas a limpeza e a higienização do ambiente da criação, a limpeza frequente dos bebedouros e comedouros, assim como, a retirada periódica das fezes nas bandejas coletoras. Deve-se lavar e desinfetar a bateria ou a gaiola toda vez que dela for retirado um lote. 
- Vacinação. As codornas devem ser vacinadas contra as doenças de Newcastle e Coriza, por se constituírem naquelas de maior importância econômica. 
* Vacinação de Newcastle:
- 1ª dose. Aos 21 dias de idade, vacina vírus vivo, amostra La Sota - via ocular, instilando-se uma gota de vacina no olho.
- 2ª dose. Aos 45 dias de idade, vacina vírus morto, oleosa -via injetável, no músculo do peito, ou subcutânea, na dose de 0,5ml (meio mililitro).
* Vacinação de Coriza Infecciosa:
- 1ª dose. Aos 28 dias de idade, vacina amostra morta, a absorvida em hidróxido de alumínio - via injetável, no músculo do peito ou subcutânea, na dose de 0,5ml.
- 2ª dose. Aos 45 dias de idade, vacina amostra morta, emulsão oleosa - via injetável, no músculo do peito ou subcutânea, na dose de 0,5ml.
- Vermifugação . Aos 30 dias de idade, vermifugar as aves, através da ração, com drogas à base de mebendazole. Repetir a medicação 3 semanas após. A dosagem deverá ser o dobro daquela recomendada a galinhas.
     Comercialização 
            Qualquer criação comercial tem por objetivo o lucro. Na criação de codornas, seja para a produção de ovos, produção de carne ou pintos de um dia de vida, não poderia deixar de ser diferente. Por ser uma criação exótica, existem alguns fatores para os quais o criador deve se atentar, são eles:
- Considerar que o consumo de produtos é maior nos grandes centros urbanos;
- Regiões onde existam cooperativas que tenham cooperativas que tenham atividades relacionadas à avicultura, principalmente de postura, poderão ser um excelente meio de escoar a produção, por estarem envolvidas na comercialização de ovos;
- A venda para atacadistas também é uma forma de escoar a produção. Neste caso, é possível a associação entre o produtor e o comerciante, ficando cada um com a sua responsabilidade;
- A comercialização direta ao consumidor é vantajosa para pequenas criações (5.000 aves poedeiras, por exemplo), por permitir maior lucratividade. Esta vantagem, no entanto, diminui quando são granjas maiores, devido aos custos envolvidos na comercialização do produto.
     Criação Doméstica 
     Se o objetivo é ter uma criação pequena no fundo de casa, ela pode ser iniciada com codorninhas de 1 a 28 dias. Outra opção é começar com algumas matrizes e reprodutores e depois selecionar, em cada geração, os machos e fêmeas mais robustos, para dar origem a novos reprodutores. Não há muito rigor técnico para a criação doméstica, pois, geralmente, o objetivo do criador é o de obter ovos para seus familiares e ter as aves como um hobby. Contudo, mesmo nestas condições, são necessários alguns cuidados. Os dejetos, por exemplo, precisam ser adequadamente eliminados, pois o seu acúmulo irá ocasionar a proliferação de moscas ou outros insetos e mau cheiro em excesso. As gaiolas existentes no mercado podem ser utilizadas neste tipo de criação, com pequenas modificações quando necessário.
     Lembretes Importantes 
     Alguns fatores que devem ser considerados por parte do empreendedor:
- Manter um controle rígido de qualidade e o conhecimento, por parte do criador, das principais características do animal é fundamental; 
- A criação racional de codornas segue regras básicas de manejo, alimentação, sanidade e instalações. 


EROSÃO
            Erosão é um impacto destrutivo do solo causado pela agricultura, desmatamento, construção em locais inadequados, técnicas agrícolas impróprias, ocupação do solo etc. As partículas do solo impactado pela erosão se desprendem antes do cultivo e são levadas pela água, pelo vento ou por atividades humanas. Pode ser:
  • Erosão por Gravidade: É provocada pela movimentação de rochas e sedimentos causados pela força da gravidade.
  • Erosão Pluvial: É provocada por deslizamentos de terras motivados pela água das chuvas que desprendem a camada de terra superior e esta desliza.
  • Erosão Eólica: É provocada pela ação dos ventos quando este transporta partículas que ao se chocarem transformam-se em partículas menores.
  • Erosão Marinha: É provocada pela força das ondas quando estas se chocam contra a costa originando as falésias.
  • Erosão Química: É provocada pelo calor, frio, água, umidade e outras ações que reagem quimicamente nas rochas.
  • Erosão Glacial: É provocada pelo deslocamento das geleiras provocadas pela força da gravidade.

Podem ser classificadas como:
  • Sulcos: Quando são formados canais de até 10 cm de profundidade.
  • Ravinas: Quando são formados canais de até 50 cm de profundidade.
  • Voçorocas: Quando são formados canais com mais de 50 cm de profundidade.

    A erosão é bastante prejudicial à vida já que encobre terrenos férteis com materiais áridos, soterra lagos e rios provocando a morte de espécies animais e vegetais, dificulta o processo de oxigenação da água, provoca o desequilíbrio da fauna e da flora, provoca enchentes com grande preenchimento de lagos e rios.
    Para amenizar e/ou anular um processo erosivo pode-se utilizar algumas técnicas que dificultam tais formações. O terraceamento  consiste em formar degraus no solo, as curvas de nível, consiste em arar o solo e semeá-lo seguindo cotas altimétricas e a associação de culturas em plantios que permitem a exposição do solo, com legumes que o recobrem bem. Todas essas técnicas objetivam a perda de velocidade no escoamento da água para que esta não leve as partículas que não estão presas.


MANEJO DO GADO LEITEIRO
            O manejo do gado leiteiro exige muitos cuidados, desde o nascimento da terneira, pois se o agricultor descuidar com a mesma estes aspectos terão consequência no futuro, quando esta será vaca. Então os cuidados mais indicados com a terneira são fornecer o colostro assim que a terneira nasceu, para que adquira a imunidade passiva que é passada da mãe através do colostro, aconselha-se ainda o fornecimento do colostro na quantidade de 4 litros diariamente, o fornecimento do mesmo deve ser dividido fornecendo-o duas vezes ao dia. É de fundamental importância o fornecimento de água desde a primeira semana de vida, para que a mesma vá se acostumando a tomar água, mas lembrando que deve se ter o cuidado de não fornecer água logo após o fornecimento do leite, pois neste caso a terneira poderá confundir a água com o leite e ingeri-la em excesso acarretando em problemas como diarreia. De preferência as terneiras devem ser criadas em abrigos, mas onde as mesmas tenham liberdade para pastar e estar em contato com o sol, assim estas futuramente terão menos problemas com doenças, pois estão acostumadas com a variação de temperatura. 
          O manejo da vaca em ordenha também exige muito cuidado, principalmente cuidados relacionados com a higiene do animal, durante a ordenha, deve-se sempre lavar os tetos com água corrente e logo após a lavagem secá-los, o papel toalha seria o mais aconselhável para efetuar a secagem, mas para uma melhor viabilidade pode se utilizar um pano, mas este pano deve ser lavado bem após cada ordenha, com sabão em pó, secado e depois passado para eliminar as bactérias existentes no mesmo, o aconselhável é que se tenha uma toalha identificada para cada vaca, pois através da toalha pode ocorrer a contaminação das outras vacas, o indicado é sempre eliminar os três primeiros jatos de leite de cada teto, através deste método é diagnosticada a mastite clínica ou até mesmo a ambiental, mas a eliminação destes três primeiros jatos de leite deve ser feita, pois são os primeiros jatos de leite que arrastam as bactérias que ficam no canal do teto e que se não tirados contaminam o leite. Para evitar problemas de mastite devem ser seguidos os passos acima relacionados durante a ordenha, e para combater as bactérias indica-se esterilizar todos os utensílios de ordenha com água quente.
            A alimentação das vacas em muitos casos é a base de silagem, pastagem e suplementação com ração. Mas como sabemos que para realizar uma silagem de boa qualidade estão envolvidos altos custos, da mesma forma a suplementação com ração também eleva os custos da produção. Já a pastagem é a fonte mais econômica de nutrientes, sendo assim a vantagem é produzir leite com baixos custos o que automaticamente vai gerar mais renda para o agricultor, assim este terá maior capacidade para fazer maiores investimentos em sua propriedade, melhorando sua qualidade de vida.
             O agricultor deve ter conhecimento para saber que mantendo o gado em pastagens extensas vai encontrar uma série de inconvenientes, entre os quais: menor aproveitamento das forrageiras, menor controle sobre os animais, baixo rendimento do leite e uma reprodução mal orientada. Por estes motivos o agricultor deve adotar o sistema de rotação de pastagens.
            As pastagens devem ser manejadas de forma rotativa, preferencialmente em forma de piquetes, evitando o pisoteio excessivo e facilitando o manejo, nesta forma de manejo deixa-se os animais pernoitarem nos piquetes facilitando assim o manejo dos mesmos, este sistema permite que o gado corte o pasto e faça a adubação do mesmo, repondo assim ao solo parte dos nutrientes que tinha no pasto. Assim o esterco e a urina que o gado depositar no pasto consecutivamente vai melhorar o solo e automaticamente também a pastagem. Desta forma o gado sendo bem manejado nos piquetes o esterco deixa de ser um problema ao redor dos galpões, desempenhando uma grande solução para as pastagens. São recomendadas pastagens mistas de gramíneas, leguminosas e outras plantas, buscando assim maximizar a biodiversidade e evitando-se as monoculturas de forrageiras, e através desta forma de pastagem o agricultor/a terá pastagem praticamente durante todo o ano, por exemplo, efetuando o consórcio de trigo, aveia, azevém e ervilhaca e debaixo dessas culturas tiver um determinado tipo de grama, o agricultor terá pastagem para o gado durante todo o ano. 
            Devemos fazer um bom manejo das pastagens, pois a pastagem do início do rebrote é pobre em fibra e rica em compostos nitrogenados solúveis que podem provocar diarreia. As pastagens em estágio ótimo para largar o gado no pasto, produzem mais matéria seca/ha, tem sua composição mais equilibrada, teor de fibra melhor e o nitrogênio se encontra sob forma de aminoácidos, substâncias mais saudáveis que os nitritos e nitratos. Quando a pastagem está em ponto ótimo de repouso nutricionalmente ele será superior para o gado. Fazer a colheita do pasto antes do tempo ótimo significa perder em quantidade e comprometer a perenidade e fazer a colheita depois significa perder qualidade e quantidade. Precisamos ter presente que para realizar a pastagem rotativa em piquetes fazendo com que o gado permaneça nos piquetes durante o tempo todo precisamos ter a viabilidade de água nos mesmos. O agricultor/a deve ter em mente que a pastagem é a fonte mais econômica de nutrientes, ou seja, o agricultor/a que utilizar a pastagem vai produzir leite com menos custo, o que torna a produção mais viável. Como afirma Luiz Carlos Pinheiro Machado “Antes de se tornar um bom produtor de leite, ou de carne, o produtor precisa se tornar um excelente produtor de capim”.


NORMAS GERAIS SOBRE O USO DE AGROTÓXICOS
             Os defensivos agrícolas são produtos de ação biológica e visam, a defender as plantas de agentes nocivos. Alguns, como os inseticidas, têm por fim combater formas de vida animal e, por consequência, tendem a ser mais perigosos para o homem. A avaliação toxicológica efetuada pelo Ministério da Saúde antes do registro do produto visa a permitir a comercialização daqueles que, usados de forma adequada, não causem danos à saúde nem deixem resíduos perigosos sobre os alimentos. Já a avaliação de impacto ambiental realizada pelo IBAMA tem por objetivo permitir o uso apenas de produtos compatíveis com a preservação do meio ambiente. As classes de risco de toxicidade, caracterizadas pelas faixas coloridas e por símbolos e frases, indicam o grau de periculosidade de um produto, mas não definem de forma exata quais sejam esses riscos. O conceito que as pessoas, geralmente, possuem do assunto é de que a toxicidade oral aguda é o dado mais importante. Isso não corresponde à realidade, pois raramente alguém ingere um produto.    
           Na realidade, os maiores riscos de intoxicação estão relacionados ao contato do produto ou da calda com a pele. A via mais rápida de absorção é pelos pulmões; daí, a inalação constituir-se em grande fator de risco. Assim, os trabalhadores que aplicam rotineiramente agrotóxicos devem se submeter periodicamente a exames médicos.
            A aplicação de defensivos agrícolas, tal como se conhece hoje, não difere essencialmente daquela praticada há 100 anos, e se caracteriza por um considerável desperdício de energia e de produto químico. O crescente aumento nos custos do produtos químicos, da mão-de-obra e da energia, e a preocupação cada vez maior em relação à poluição ambiental, têm realçado a necessidade de uma tecnologia mais acurada na colocação do produto químico, bem como no procedimentos e equipamentos adequados à maior proteção ao trabalho.    
            Os equipamentos de aplicação de agrotóxicos devem ser regularmente revisados e calibrados, o uso dos mesmos deve ser no momento certo e com mão de obra treinada.     Para melhorar a qualidade e eficiência dos tratamentos e reduzir o desperdício de produtos e contaminação do ambiente, os pulverizadores devem ser calibrados periodicamente, utilizando-se equipamentos e métodos reconhecidos internacionalmente.
            Legislação sobre os agrotóxicos
            Com a promulgação da Lei 7.802, em 11 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto 4.074, de 04 de janeiro de 2002, pode-se dizer que o Brasil deu o passo definitivo no sentido de alinhar-se as exigências de qualidade para produtos agrícolas reclamadas em âmbito doméstico e internacional. A classificação dos produtos agrotóxicos é apresentada no parágrafo único do art. 2º, sendo classificados de acordo com a toxicidade em: I- extremamente tóxico (faixa vermelha); classe II - altamente tóxica (faixa amarela); classe III - medianamente tóxica (faixa azul) e classe IV - pouco tóxica (faixa verde). O artigo 72, trata das responsabilidades para todos os envolvidos no setor. São responsáveis, administrativa, civil e penalmente, pelos danos causados à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, a comercialização, a utilização e o transporte, cumprirem o disposto na legislação em vigor, na sua regulamentação e nas legislações estaduais e municipais, as seguintes pessoas:
·         o profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou indevida (caso de imperícia, imprudência ou negligência).
·         o usuário ou o prestador de serviços, quando não obedecer o receituário. o comerciante que vender o produto sem receituário próprio ou em desacordo com a receita. o registrante, isto é, aquele que tiver feito o registro do produto, que, por dolo ou culpa, omitir informações ou fornecer informações incorretas;
·         o produtor que produzir mercadorias em desacordo com as especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto ou da propaganda.
·         o empregador que não fornecer equipamentos adequados e não fizer a sua manutenção, necessários à proteção da saúde dos trabalhadores ou não fornecer os equipamentos necessários à produção, distribuição e aplicação dos produtos.

    A Portaria Normativa IBAMA N° 84, de 15 de outubro de 1996, no seu Art. 3° classifica os agrotóxicos quanto ao potencial de periculosidade ambiental baseiando-se nos parâmetros bioacumulação, persistência, transporte, toxicidade a diversos organismos, potencial mutagênico, teratogênico, carcinogênico, obedecendo a seguinte graduado:
·         Classe I - Produto Altamente Perigoso
·         Classe II - Produto Muito Perigoso
·         Classe III - Produto Perigoso
·         Classe IV - Produto Pouco Perigoso
            Calibração
            A calibração é fundamental para a correta aplicação de defensivos agrícolas. Uma vez acoplado o pulverizador e abastecido com água, deve-se verificar o funcionamento da máquina, se não há eventuais vazamentos, e se os componentes estão funcionando a contento.
            Equipar o pulverizador com bicos apropriados é um dos pontos mais cruciais nesta fase. O pulverizador deve ser levado até o local de trabalho e várias opções de bicos devem ser testadas para se decidir por aquele que melhor atenda aos requisitos do tratamento, isto é, o que melhor coloca o produto no alvo, sem perda por escorrimento nem por deriva.
            Os componentes dos equipamentos que devem ser considerados para melhorar qualidade e eficiência nos tratamentos fitossanitários, são os seguintes:
·         Bicos - utilizar bicos de cerâmica, pela maior resistência, durabilidade e qualidade de gotas. É considerado o principal órgão do pulverizador, pois dele depende a vazão e a qualidade das gotas. Apresenta uma durabilidade média de 400 horas com 150 a 200 libras de pressão;
·         Filtro - utilizar filtros na entrada do tanque, antes da bomba e antes dos bicos, para prevenir o desgaste e/ou entupimento. A limpeza do filtro na entrada do tanque deve ser frequente, no mínimo diário;
·         Agitadores - após a diluição dos produtos, é necessário que durante a pulverização a calda seja mantida homogeneizada, para uniformizar a distribuição do produto na planta, e a vazão não deve ser superior a 8% da capacidade da bomba. O agitador é indispensável quando se está trabalhando com produtos de formulação pó molhável ou suspensão concentrada;
·         Manômetro - utilizado para aferir a pressão de saída da calda pelos bicos. Devem ter escala visível e serem banhados com glicerina, para maior resistência. O manômetro comum apresenta problemas de durabilidade, pois lhe falta robustez para suportar as árduas condições de trabalho (vibração e líquido agressivo circulando no seu interior).
            Preparo da calda
            O preparo da calda pode ser realizado pela adição direta do produto no tanque, ou através de pré-diluição. Quando são utilizados produtos na formulação líquida, podem ser adicionados diretamente no tanque com a quantidade da água desejada. Para produtos na formulação de pó molhável, é recomendado fazer pré-mistura , seguindo as etapas:
·         Dissolver o produto em pequena quantidade de água, agitando-se até a completa suspensão do produto;
·         Despejar a suspensão no tanque, contendo aproximadamente dois terços do volume de água a ser utilizada. Após, completar o volume. Quando usado mais de um produto, deve ser seguida a recomendação para cada produto, individualmente. Em alguns casos, a associação de produtos permite a redução de dosagens dos mesmos.
            Cuidados durante o preparo e aplicação dos produtos fitossanitários
·         Evitar a contaminação ambiental;
·         Utilizar equipamento de proteção individual -EPI (macacão de PVC, luvas e botas de borracha, óculos protetores e máscara contra eventuais vapores). Em caso de contaminação substituí-lo imediatamente;
·         Não trabalhar sozinho quando manusear produtos tóxicos;
·         Não permitir a presença de crianças e pessoas estranhas ao local de trabalho;
·         Preparar o produto em local fresco e ventilado, nunca ficando a frente do vento;
·         Ler atentamente e seguir as instruções e recomendações indicadas no rótulo dos produtos;
·         Evitar inalação, respingo e contato com os produtos;
·         Não beber, comer ou fumar durante o manuseio e a aplicação dos tratamentos;
·         Preparar somente a quantidade de calda necessária à aplicação a ser consumida numa mesma jornada de trabalho;
·         Aplicar sempre as doses recomendadas;
·         Evitar pulverizar nas horas quentes do dia, contra o vento e em dias de vento forte ou chuvosos;
·         Não aplicar produtos próximos à fonte de água, riachos, lagos, etc.;
·         Não desentupir bicos, orifícios, válvulas, tubulações com a boca;
·         Não reutilizar as embalagens vazias;
·         O preparo da calda exige muito cuidado, pois é o momento em que o trabalhador está manuseando o produto concentrado;
·         A embalagem deverá ser aberta com cuidado para evitar derramamento do produto;
·         Utilizar balanças aferidas (INMETRO), copos graduados, baldes e funis específicos para o preparo da calda. Nunca utilizar esses mesmos equipamentos para outras atividades;
·         Fazer a lavagem da embalagem vazia logo após o esvaziamento da embalagem, longe de locais que provoquem contaminações ambientais e causem riscos a saúde das pessoas;
·         Após o preparo da calda, lavar os utensílios e secá-los ao sol;
·         Usar apenas o agitador do pulverizador para misturar a calda;
·         Utilizar sempre água limpa para preparar a calda e evitar o entupimento dos bicos do pulverizador;
·         Verificar o pH da água e corrigir caso necessário, seguindo as intruções do fabricante do agrotóxico que será aplicado;
·         Verificar se todas as embalagens usadas estão fechadas e guarde-as no depósito;
·         Manter os equipamentos aplicadores sempre bem conservados
·         Fazer a revisão e manutenção periódica nos pulverizadores substituindo as mangueiras furadas e bicos com diferenças de vazões acima de 10%;
·         Lavar o equipamento e verifique o seu funcionamento após cada dia de trabalho;
·         Jamais utilizar equipamentos com defeitos vazamentos ou em condições inadequadas de uso e, se necessário substitua-os;
·         Ler o manual de instruções do fabricante do equipamento pulverizador e saber como calibrá-lo corretamente;
·         Pressão excessiva na bomba causa deriva e perda da calda de pulverização;
·         Jamais misturar no tanque produtos incompatíveis e observe a legislação local.
            Cuidados com embalagens de agroquímicos
            É obrigatório fazer a tríplice lavagem e a inutilização das embalagens, após a utilização dos produtos, não permitindo que possam ser utilizadas para outros fins. É necessário observar a legislação para o descarte de embalagens. As embalagens, após tríplice lavagem, devem ser destinadas a uma central de recolhimento para reciclagem.
            A legislação brasileira obriga o agricultor a devolver todas as embalagens vazias dos produtos na unidade de recebimento de embalagens indicada pelo revendedor. Antes de devolver, o agricultor deverá preparar as embalagens, ou seja, separar as embalagens lavadas das embalagens contaminadas. O agricultor que não devolver as embalagens ou não prepará-las adequadamente poderá ser multado, além de ser enquadrado na Lei de Crimes Ambientais.
            A lavagem das embalagens vazias é uma prática realizada no mundo inteiro para reduzir os riscos de contaminação das pessoas (SEGURANÇA), proteger a natureza (AMBIENTE) e aproveitar o produto até a última gota (ECONOMIA).
Cuidados no armazenamento de agrotóxicos na propriedade
·         O depósito deve ficar num local livre de inundações e separado de outras construções, como residências e instalações para animais;
·         A construção deve ser de alvenaria, com boa ventilação e iluminação natural;
·         O piso deve ser cimentado e o telhado sem goteiras para permitir que o depósito fique sempre seco;
·         As instalações elétricas devem estar em bom estado de conservação para evitar curto-circuito e incêndios;
·         O depósito deve estar sinalizado com uma placa "cuidado veneno";
·         As portas devem permanecer trancadas para evitar a entrada de crianças, animais e pessoas não autorizadas;
·         Os produtos devem estar armazenados de forma organizada, separados de alimentos, rações animais, medicamentos e sementes;
·         Não é recomendável armazenar estoques de produtos além das quantidades para uso a curto prazo (no máximo para uma safra);
·         Nunca armazene restos de produtos em embalagens sem tampa ou com vazamentos;
·         Mantenha sempre os produtos ou restos em suas embalagens originais.
            Primeiros socorros em caso de acidentes
            Via de regra os casos de contaminação são resultado de erros cometidos durante as etapas de manuseio ou aplicação de produtos fitossanitários e são causados principalmente pela falta de informação ou displicência do operador. Antes de mais nada é importante conhecer as instruções dos primeiros socorros do rótulo ou da bula do produto. Deve-se descontaminar as partes atingidas por meio de um banho com o objetivo de eliminar a absorção do produto pelo corpo e vista a vítima com roupas limpas, antes de levar a vítima para o hospital. Ligue para o telefone de emergência do fabricante, informando o nome e idade do paciente, o nome do médico e o telefone do hospital.
            Cuidados com a higiene
            Contaminações podem ser evitadas com hábitos simples de higiene. Os produtos químicos normalmente penetram no corpo do aplicador através do contato com a pele. Roupas ou equipamentos contaminados deixam a pele do trabalhador em contato direto com o produto e aumentam a absorção pelo corpo. Outra via de contaminação é através da boca, quando se manuseiam alimentos, bebidas ou cigarros com as mãos contaminadas. Após o manuseio de produtos fitossanitários é importante lavar bem as mãos e o rosto antes de comer, beber ou fumar. As roupas usadas na aplicação, no final do dia de trabalho, devem ser lavadas separadamente das outras roupas de uso da família. Também é importante tomar banho com bastante água e sabonete, lavando bem o couro cabeludo, axilas, unhas e regiões genitais e usar sempre roupas limpas.
            Cuidados com a lavagem dos EPIs
·         Os EPI devem ser lavados separadamente da roupa comum;
·         As roupas e aventais de proteção devem ser enxaguadas com bastante água corrente para diluir e remover os resíduos da calda de pulverização. A lavagem deve ser feita de forma cuidadosa com sabão neutro (sabão de côco), a fim de evitar o desgaste e o rompimento das mesmas. As roupas não devem ficar de molho. Em seguida, as peças devem ser bem enxaguadas para remover todo sabão; Não use alvejantes, pois poderá danificar a resistência das vestimentas;
·         As botas, as luvas e a viseira devem ser enxaguadas com água abundante após cada uso;
·         Guarde os EPI separados da roupa comum para evitar contaminação;
·         Substitua os EPIs danificados.
            Período de carência ou intervalo de segurança
            É o número de dias que deve ser respeitado entre a última aplicação e a colheita. O período de carência vem escrito na bula do produto. Este prazo é importante para garantir que o alimento colhido não possua resíduos acima do limite máximo permitido.
            A comercialização de produtos agrícolas com resíduo acima do limite máximo permitido pelo Ministério da Saúde é ilegal. A colheita poderá ser apreendida e destruída. Além do prejuízo da colheita, o agricultor ainda poderá ser multado e processado.


PLANTIO DIRETO
            Sistema de Plantio Direto (SPD) é um sistema de manejo do solo, onde a palha e os demais restos culturais são deixados na superfície do solo. No SPD, o revolvimento do solo não é realizado entre a colheita e o plantio do cultivo seguinte. Ou seja, as operações de preparo do solo (aragem e gradagem) são eliminadas do processo de produção, mantendo assim a palhada intacta sobre o solo antes e depois do plantio. Outro princípio do Plantio Direto é a utilização da rotação de culturas.
            O preparo do solo se mostra necessário e por vezes imprescindível em locais de clima temperado, já que o revolvimento do solo acelera o lento processo de descongelamento do solo após o inverno nessas regiões. Inicialmente, as técnicas brasileiras de produção agrícola foram importadas quase integralmente desses locais. As fortes chuvas das regiões tropicais geraram inúmeros esforços para a contenção da erosão do solo (perda de solo), que constitui um dos maiores problemas da agricultura tropical. O desenvolvimento e adoção do Plantio Direto no Brasil foram tardios, tendo sido adotado pela primeira vez somente na década de 1970, ajudando na redução em cerca de 75% das perdas de solo nas regiões de adoção do sistema. Entretanto, a expansão do sistema só se tornou expressivo na década de 1990.
Vantagens do SPD
Erosão em sistema convencional e direto
· Controle da erosão
· Aumento dos teores de matéria orgânica do solo.
· Melhoria da estrutura do solo.
· Redução das perdas de água do solo.
· Redução da variação de temperatura do solo.
· Aumento da atividade biológica do solo.
· Menor número de operação com maquinários.
· Maior controle sobre a época de semeadura.
 · Sequestro de carbono no solo.


A erosão é controlada de forma eficiente pelo Plantio Direto devido à proteção fornecida pela palhada ao impacto das gotas de chuva no solo, associada à maior rugosidade da superfície, reduzindo a velocidade de escorrimento superficial da água.

           
Perfil do solo em plantio direto 
- alto teor de matéria orgânica
Matéria orgânica

            A degradação da matéria orgânica do solo é essencialmente gerada pela ação de microrganismos aeróbios, que necessitam de oxigênio para atuarem. Quando revolvemos o solo, há grande oxigenação do solo, o que em climas tropicais gera o quase desaparecimento dos restos culturais devido às altas temperaturas e umidade. No SPD, onde o solo é mantido sem revolvimento, os processos de oxidação da matéria orgânica são mantidos em níveis mais baixos, aumentando o seu acúmulo no solo. Entretanto, o aumento da matéria orgânica não ocorre nos primeiros anos de adoção do sistema, mas sim após 6 ou 7 anos do seu início. [19] É importante salientarmos que a presença de matéria orgânica melhora a estrutura do solo, já que a esta é essencial à formação e manutenção dos macro e micro-agregados que formam a estrutura do solo.

            Temperatura e umidade do solo

            A maior cobertura do solo gerada pela palha aumenta a reflexão dos raios solares e promove o isolamento térmico da superfície, reduzindo a temperatura do solo em até 4°C, assim como diminui a oscilação de temperatura do solo durante o dia, o que beneficia os cultivos. Uma boa cobertura morta também reduz as perdas d’água por evaporação em torno de 25%, sendo que a maior retenção de água gera economia de água de até 30% em sistemas irrigados, além da redução dos efeitos negativos dos veranicos (estiagens) em áreas não irrigadas.

            Economia e compactação
Colheita (frente) seguida de plantio (trás)

            O menor uso de maquinários é gerado pela eliminação das operações de preparo do solo, que geram alto consumo de combustível e alto desgaste do maquinário em sistemas convencionais, por serem operações pesadas. Com menos combustível gasto, o custo de produção tende a ser reduzido nos SPDs. Com menor tráfego de máquinas pesadas, há menor compactação do solo.

           



 Flexibilidade no plantio



            Outra grande vantagem do sistema é a possibilidade de realizarmos o plantio logo em seguida à colheita. Podemos colher o milho em um dia e no mesmo dia semearmos a soja no campo. Em sistemas convencionais, esse intervalo é geralmente igual ou superior a 3 meses, devido ao preparo do solo. Na figura ao lado, podemos observar o plantio e a colheita sendo realizados simultaneamente.
            Dificuldades do SPD:

·    Necessidade de maior conhecimento técnico.
· Dificuldades na erradicação de algumas plantas daninhas.
·    Dependência do uso de herbicidas dessecantes.
·    Problemas de compactação do solo.
            Algumas plantas daninhas, em especial as perenes, podem ser de difícil controle nesse sistema. Estas plantas devem ser eliminadas ao máximo antes de iniciarmos a implantação do sistema. O uso de herbicidas dessecantes é essencial no Plantio Direto, sendo necessário antes da emergência da nova cultura. A dependência das poucas opções viáveis de herbicidas tem gerado aumento do número de casos de resistência de plantas daninhas a esses herbicidas.
O tráfego de maquinários gera compactação do solo, prejudicando o desenvolvimento da cultura. O não revolvimento anual elimina a possibilidade de correção paliativa do problema com a subsolagem e aragem do solo sem que saiamos do voltemos ao sistema convencional. Os maiores problemas de compactação têm sido gerados por falhas técnicas, como a entrada de implementos em solo molhado.

            O sucesso do Plantio Direto na Palha depende muito do nível de conhecimento técnico do agricultor e do treinamento da mão-de-obra, devido à maior complexidade do sistema. A banalização da assistência técnica agrícola nas fazendas é sem dúvidas uma grande barreira ao desenvolvimento da agricultura brasileira. Com o oferecimento de baixos salários e condições precárias de trabalho, os bons profissionais agrônomos têm se deslocado para a área de vendas, onde os ganhos comissionados lhes geram melhores condições de vida. Este fator tem gerado a utilização de profissionais pouco qualificados e com baixo conhecimento técnico na produção, gerando erros e grandes prejuízos ao produtor, levando muitas vezes ao abandono do sistema.

           
PRINCIPAIS SISTEMAS DE CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO
        Convencional: 
       Neste sistema o solo precisa ser preparado em duas etapas. O preparo primário consiste em operações mais profundas, normalmente realizadas com arado que visam, principalmente o rompimento das camadas compactadas e eliminação e/ou enterro de cobertura vegetal. No preparo secundário, as operações são mais superficiais, utilizando-se grades ou plainas para nivelar, destorroar, destruir crostas superficiais, incorporar agroquímicos e eliminar plantas daninhas no inicio do seu desenvolvimento. Criando assim, ambientes favoráveis à germinação, emergência e desenvolvimento da cultura implantada. Convém ressaltar que todas essas atividades de intensa mecanização agrícola podem contribuir para a deformação da estrutura do solo. Neste sistema, a semeadura é realizada a lanço ou em linha.
     Um aspecto importante que deve ser considerado no preparo do solo é o ponto de umidade ideal. Se o processo for realizado com umidade elevada, o solo sofre danos físicos na estrutura (compactação no lugar onde trafegam as rodas do trator) e tende a aderir (principalmente em solos argilosos) com maior força nos implementos agrícolas até o ponto de inviabilizar a operação desejada. Por outro lado, quando o preparo é feito com o solo muito seco, pode-se formar "torrões" difíceis de serem quebrados, aumentando o número de operações e, consequentemente, aumentará o consumo de combustível e tempo, o que encarece o processo.
     Este não é um sistema muito vantajoso, pois ocorre degradação da estrutura dos solos e agressão à vida microbiana, causada pela pulverização; além do risco de ocorrerem perdas de solo pelo processo erosivo dos ventos e da água. Além de apresentar inúmeras desvantagens, como os citados anteriormente e um exagerado número de operações realizadas, necessitando de grande mão-de-obra e elevando o custo.
          Plantio Direto: 
      Neste sistema o solo não precisa ser previamente preparado para receber a semente. Abre-se um pequeno sulco (ou cova) de profundidade e largura suficientes para garantir uma boa cobertura e contato da semente com o solo sendo que, não mais que 25 ou 30% da superfície do solo são movimentados. O desenvolvimento inicial do plantio direto baseia-se em três princípios: a mínima movimentação do solo, a permanente cobertura do mesmo e a prática de rotação de culturas. Esses fundamentos viabilizam o objetivo principal do objetivo direto: a conservação do solo. Neste sistema também deve-se realizar o entaipamento de base larga e de perfil baixo na adequação da área para o plantio do arroz irrigado, que compreende as operações de sistematização da superfície do solo ou aplainamento, calagem quando for necessário, e construção da infraestrutura de irrigação, drenagem e estradas.
     Este sistema apresenta boa umidade para o nascimento, menor custo de produção, racionalização do uso dos insumos, melhor uso do solo, menor necessidade de maquinário (menor custo). E se o processo for realizado de acordo com as instruções, é quase que impossível descrever alguma desvantagem.
        Pré-Germinado: 
     Este sistema caracteriza-se pela semeadura de sementes pré-germinadas em solo previamente inundado. No preparo do solo, há necessidade de formação de lama e o nivelamento e alisamento são realizados, normalmente, com o solo inundado. A primeira fase do preparo do solo visa trabalhar a camada superficial para a formação de lama, podendo ser realizada em solo seco com posterior inundação ou em solo já inundado.
     As principais técnicas utilizadas nessa fase envolvem:
·         aração em solo úmido, seguindo-se o descorçoamento sob inundação com enxada rotativa;
·         aração seguida de destorroamento com grade de disco ou enxada rotativa em solo seco, sendo a lama formada após a inundação utilizando-se a enxada rotativa;
·         uso de enxada rotativa sem aração, preferencialmente em solo inundado, repetindo-se a operação, de modo a permitir a formação de lama sem deixar restos de plantas daninhas.
     Uma alternativa para a formação de lama é a utilização da roda de ferro tipo "gaiola", que oferece maior sustentação e deixa menos rastro das rodas do trator.
     A segunda fase compreende o renivelamento e o alisamento, após a formação da lama, utilizando-se pranchões de madeira, com o intuito de tornar a superfície lisa e nivelada, própria para receber a semente pré-germinada. As operações descritas nestas duas fases foram desenvolvidas principalmente para pequenas áreas. Em áreas mais extensas, vem se buscando um sistema próprio de preparo do solo, que consiste das seguintes operações: 
1. Uma ou duas arações em solo seco;
2. Uma ou duas gradagens, para destorrar o solo, tendo-se o cuidado de não "pulverizá-lo", para que pequenos torrões impeçam o arraste de sementes pelo vento;
3. Aplainamento e entaipamento;
4. Inundação da área com uma lâmina de, no máximo, 10 cm, mantendo-a por, no mínimo, 15 dias antes da semeadura, para controlar o arroz vermelho;
5. Alisamento com pranchões de madeira;
6. Semeadura das sementes pré-germinadas.
        Transplante de Mudas: 
     Este método tem como principal objetivo a obtenção de sementes de alta qualidade. Para se conseguir alta pureza varietal, o "roguing" é prática fundamental e é facilitado neste sistema devido ao transplante de mudas, que é realizado em linhas. O sistema divide-se em duas partes:
     1 -  Produção de mudas: as mudas são produzidas em caixas, com fundo perfurado, com as seguintes dimensões: 60 cm de comprimento x 30 cm de largura x 5 cm de altura (as medidas de largura e comprimento das caixas, poderão variar de acordo com o tipo de transplantadeira). O solo a ser utilizado deve ser, preferencialmente, de textura franco arensa, baixo teor de matéria orgânica e livre de sementes nocivas. Após peneirado, em malha de 5 mm, o solo é colocado nas caixas numa espessura de 2,5 cm. São semeadas em torno de 300 g de sementes pré-germinadas por caixa e cobertas com 1 cm de solo. Após a semeadura, as caixas são irrigadas abundantemente, empilhadas e cobertas com lona plástica por 2-4 dias, até a emergência das plântulas (esta fase é variável em função da temperatura). Quando as plântulas iniciam a emergência, as caixas espalhadas em um viveiro protegido contra o ataque de pássaros e ratos são irrigadas diariamente, até a fase de duas folhas (12-18 dias). Caso haja ocorrência de doenças nas plântulas, estas devem ser controladas com a aplicação de fungicidas específicos.
     2 -  Transplantio: o transplante é feito quando as mudas alcançam 10-12 cm de altura (12-18 dias após a semeadura). No momento de transplante, as caixas devem estar com umidade adequada, para facilitar o desempenho da transplantadeira. Esta operação deve ser realizada com área previamente drenada.  As transplantadeiras normalmente utilizadas, possuem um sistema de regulagem que permite o plantio de 3 a 10 mudas por cova, espaçamentos de 14 a 22 cm entre covas e 30 cm entre linhas. O rendimento médio de uma transplantadeira com 6 linhas é em torno de 3.000 metros quadrados por hora de trabalho, sendo necessárias 110-130 caixas de mudas/ha (30-40 kg de sementes/ha). A inundação permanente deve ser evitada por uns 2 ou 3 dias, até o pegamento das mudas. O preparo do solo, manejo da água, controle de plantas daninhas, de pragas e doenças é idêntico ao recomendado para o sistema pré-germinado.

        
PRODUÇÃO DA SOJA NO BRASIL
            Conheça o processo de produção da soja, a evolução do cultivo no Brasil, os custos de produção e os tratos culturais: desde a semeadura até a colheita.
A soja é um grão proteico e oleaginoso, pois cerca de 40% do seu peso seco é formado por proteínas, e 20% formado por óleo. Por este motivo, ela tem sido utilizada principalmente com duas finalidades: para a produção de óleo vegetal e para a alimentação animal. Entretanto, a aplicação da soja e dos seus derivados é muito extensa, sendo empregada na a alimentação humana e animal, para a produção de biocombustíveis, cosméticos, entre outros. Somente em exportações, o Complexo Soja (grão, farelo e óleo) movimentou US$ 17,1 bilhões em 2010.
            História
            O cultivo da soja no Brasil ainda é relativamente recente. Apesar de ter sido trazida dos Estados Unidos em 1882, ela só veio a possuir importância econômica em nível de país em meados da década de 1960, tendo sido impulsionada pelo crescimento do cultivo do trigo na região sul. A produção brasileira que era de 1,5 milhões de toneladas em 1970, hoje gira em torno das 75 milhões de toneladas anuais, sendo superada somente pelos EUA. Cerca de 1 em cada 4 sacos de soja consumidos no mundo é produzido no Brasil. A produtividade média da soja também cresceu em ritmo acelerado, saltando de 700 kg por hectare em 1941 para 3.106 kg por hectare em 2010, nos 24,2 milhões de hectares plantados.[
            Regiões produtoras

            A região sul era durante os anos 60 e 70 a região produtora de soja dominante no Brasil, mas a produção foi gradualmente expandida para a região centro-oeste durante os anos 80 e 90. A política de expansão agrícola no cerrado, com incentivos fiscais, baixo valor da terra, melhoria da infraestrutura de transportes, e adaptação das variedades às condições de baixa latitude do cerrado, gerou grande impulso da produção na região centro-oeste. Em 2007, o Mato Grosso produzia cerca de 26% da soja brasileira, seguido do Paraná (20%) e Rio Grande do Sul (17%).
            Custo de produção
            Cada decisão a ser tomada deve levar em conta não somente o aumento da produção, mas principalmente o retorno econômico que ela gerará. Segundo estimativas da Fundação MS, o custo de produção da soja convencional na safra 2009/2010 foi de aproximadamente R$ 1.130 por hectare, sendo 75% do custo proveniente da compra de insumos, como adubos, sementes, defensivos e inoculantes. Com os preços de venda da soja oscilantes entre 20 e 50 reais por saca de 60 kg, o custo de produção relativo que era de 31 sacas por hectare em 2004, ficou em 27 sacas por hectare em 2009.
           
     Semeadura
    A semeadura da soja no Brasil costuma ocorrer entre 20 de outubro a 10 de dezembro, sendo que a época ideal geralmente é durante o mês de novembro.
  A soja é semeada por grandes semeadoras, que depositam a semente no espaçamento desejado. A tecnologia atual permite que semeemos tanto em solo preparado (arado e gradeado), como em solo sem preparo prévio, como é o caso do Sistema de Plantio Direto, onde não há o revolvimento do solo antes do plantio. O emprego da técnica aumenta o teor de matéria orgânica do solo, reduz as perdas de solo por erosão, reduz o número de operações com o trator, entre outros benefícios. O plantio direto já é empregado em mais da metade dos plantios de soja do país.
            Adubação e Fixação de Nitrogênio
            As plantas precisam de nutrientes para se desenvolver, sendo eles geralmente obtidos através de adubações. Dentre os nutrientes, o mais crítico na produção agrícola é o nitrogênio, pois é necessário em grandes quantidades e custa caro, devido à grande quantidade de energia gasta para produzi-lo. Entretanto, os produtores de soja brasileiros não aplicam nenhum adubo nitrogenado nos cultivos de soja, sendo isso possível através do tratamento das sementes com bactérias capazes de captar o nitrogênio presente no ar, dispensando a adição de nitrogênio por adubos. Os demais nutrientes, como o Potássio e o Fósforo são normalmente fornecidos através de adubos minerais.
           
      Doenças
    Entre 4 a 7 dias após o plantio da soja, as plantas começam a emergir do solo. Nesse período, é importante ao produtor cuidar para que as plantas não sejam dizimadas por insetos e doenças, pois as pequenas plantas são um alvo fácil para eles. Entretanto, as plantas poderão ser atacadas durante todo o seu ciclo de vida.
    Existem hoje cerca de 40 doenças presentes nas lavouras de soja brasileiras, causando perdas médias estimadas em cerca de 15% a 20%, sendo que algumas doenças, mesmo quando tratadas geram perdas de quase 100%. O grau de incidência das doenças depende principalmente de fatores climáticos, como temperatura e chuvas. Dentre as principais doenças está o fungo causador da ferrugem asiática, que gera altos gastos com agrotóxicos para o seu controle. O controle químico de doenças pode exigir até 6 pulverizações ou mais de fungicias em situações mais problemáticas. A maioria das doenças pode ser transmitida pelas sementes, por isso, é necessário plantarmos sementes absolutamente sadias, e obtidas de produtores confiáveis.
            Insetos
            Os insetos também são um grande problema aos produtores de soja, levando-os a pulverizar inseticidas de frequentemente. Dentre as principais pragas estão as lagartas desfolhadoras e os percevejos. No Brasil, um grande projeto foi desenvolvido para disseminar o controle de lagartas através da introdução de uma doença que as ataca, chamada de Baculovírus.
          Transgênico Bt
Comparação entre a soja
convencional (esq.) e a
Bt (dir.) no ataque da lagarta

         Hoje, genes de bactéria introduzidos nas plantas de soja geraram plantas transgênicas chamadas “Bt”. Estas plantas matam lagartas após a ingestão de partes das suas folhas, o que reduz as perdas e os gastos com inseticidas, mas tem gerado muita polêmica em todo o mundo.
            Plantas daninhas
          Outro grande desafio da produção é o crescimento de plantas indesejáveis junto à lavoura. As plantas daninhas crescem mais rápido que a soja, utilizando os nutrientes e a água do solo, além de gerar sombra sobre a soja, impedindo a fotossíntese. Além disso, as sementes das plantas indesejáveis poderão acabar sendo colhidas junto à soja, diminuindo o valor da soja, causando prejuízos ao produtor. Para auxiliar no controle de plantas daninhas, são utilizados agrotóxicos herbicidas, que matam as plantas daninhas já desenvolvidas, e evitam a germinação de novas plantas indesejáveis.
           
Soja RR pulverizada com
glifosato. As plantas ao redor 
morrem, mas a soja não

    
Transgênico Soja RR
O custo do controle de plantas daninhasfacilmente se torna um dos mais representativos nos gastos do agricultor, gerando a busca constante por alternativas mais viáveis economicamente. Esta preocupação tornou o lançamento do transgênico intitulado “Roundup Ready” uma verdadeira revolução na produção da soja. O transgênico permite que com somente um herbicida de baixo custo, o agricultor seja capaz de matar praticamente
todas as plantas da lavoura, exceto a soja, por esta possuir um gene de resistência ao herbicida glifosato.
           
    Colheita
    Após todo o desenvolvimento da soja finalizado, e com os grãos prontos para serem colhidos, ainda temos que retirá-los do campo, através da colheita feita por máquinas. O momento ideal para colher a soja é determinado principalmente através da umidade dos grãos, que deve estar entre 13% e 15% para obtermos perdas mínimas. Para as variedades brasileiras isso leva em média de 100 a 160 dias após o plantio.
            As perdas são muito variáveis, e dependem dos tipos de maquinário, grau de manutenção, grau de instrução do operador, etc. A média brasileira de perdas na colheita da soja no Brasil está em torno dos 120 kg por hectare, ou seja, mais de 2,5 milhões de toneladas são perdidos no campo anualmente, gerando um prejuízo de aproximadamente 1,7 bilhões de reais.

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