1. A Importância da Matéria
Orgânica
2. Adubação & Fertilização
3. Agroecologia: Respeito à Terra
4. Constituição do Solo
5. Criação de Codornas
6. Cultivo de Arroz
7. Erosão
8. Manejo do Gado Leiteiro
9. Normas Gerais Sobre o Uso de
Agrotóxicos
10. Plantio Direto
11. Principais Sistemas de Cultivo de
Arroz Irrigado
12. Produção da Soja no Brasil
13. Produção de Cana-de-Açúcar
14. Produção de Milho
15. Propriedades Físicas e Químicas
dos Solos
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Links:
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A IMPORTÂNCIA
DA MATÉRIA ORGÂNICA
Conforme sua própria
denominação e princípios, a agricultura orgânica, emprega os nutrientes na
forma orgânica. O objetivo é que o produtor regenere o solo com matéria
orgânica, de forma que o mesmo solo vivo, forneça os nutrientes necessários
para as plantas, sem necessidade de contínuas incorporações, como ocorre na
agricultura convencional.
A matéria orgânica
presente nos solos é formada por restos animais e vegetais em diferentes
fases de decomposição, decomposição esta realizada pelos organismos
decompositores – a micro e mesovida do solo – fungos, bactérias, minhocas,
cupins, etc. Portanto, a matéria orgânica é o alimento da vida do solo e como
ela está em constante decomposição, nós precisamos também repô-la com
frequência. Durante a decomposição são liberados nutrientes, água e gás
carbônico, e são formadas outras substâncias orgânicas entre as quais o
húmus, que além de funcionar como cimento na formação dos agregados de
areia-silte-argila, tem também a mesma capacidade da argila de atrair e reter
nutrientes, só que em grau muito mais elevado.
A matéria orgânica
tem a capacidade de reter duas a três vezes maior o seu volume a água, que
será fornecido para as plantas e para a vida de toda flora e fauna presente
no solo, assim como manter a sua temperatura em condições adequadas à vida.
Além dos nutrientes encontrados nos adubos orgânicos, as plantas podem absorver
grandes quantidades de moléculas orgânicas como: aminoácidos, proteínas,
enzimas, vitaminas, antibióticos naturais, alcaloides, etc. Estes produtos
promovem uma maior vitalidade e resistência das planta, sendo resultados da
atividade biológica do solo e da decomposição da matéria orgânica.
As plantas cultivadas em solos adubados com matéria orgânica são mais resistentes às pragas e às doenças por dois motivos principais: estão nutricionalmente equilibradas porque recebem todos os nutrientes que necessitam, tanto macro como micronutrientes, sem falta nem excesso; a atividade biológica produz diversas outras substâncias, inclusive antibióticos, que protegem as plantas dos microorganismos que causam doenças. |
ADUBAÇÃO & FERTILIZAÇÃO
O
que é adubação e para que serve ?
Normalmente
as plantas são capazes de produzir seu próprio alimento, retirando
do solo, da água e das condições de luminosidade, tudo o que precisam
para crescerem fortes e sadias. No entanto, nem sempre as condições são
ideais para que elas possam realizar esta tarefa satisfatoriamente: é aí que
entra em cena a fertilização, garantindo os nutrientes necessários
para um crescimento saudável.
Ter
plantas bonitas até mesmo dentro de casa é sonho de muitas pessoas. Acontece
que , com o passar do tempo, a terra dos vasos, jardineiras ou mesmo do
jardim começa a ficar esgotada, além de nem sempre conter boas doses de
nutrientes. Nessa hora, temos de dar uma mãozinha para a natureza e
reforçar a nutrição das plantas. Não é difícil perceber quando as plantas estão
apresentando sinais de nutrição deficiente. Estes são os mais comuns:
· Crescimento
se torna lento;
· Espécies
floríferas apresentam floração pobre ou ausente, com colorido
apagado ou sem vida;
· A planta
fica com os caules e as hastes fracas e debilitadas;
· A folhagem
apresenta-se pequena, com folhas miúdas, sem brilho ou amareladas.
· As folhas
interiores caem com facilidade e a planta fica menos resistente ao ataque de
pragas ou doenças.
Como
aplicar um fertilizante:
Antes
de tudo, é preciso lembrar que existem vários tipos de fertilizantes
disponíveis no mercado: em pó, líquido, na forma de cristais solúveis, em
bastões ou em pastilhas. Os fertilizantes em pó, cristais
solúveis e líquidos são bem práticos, é só diluir em água. Já os fertilizantes
em forma de bastões ou pastilhas, são colocados diretamente na terra e têm a
vantagem de apresentar uma ação lenta e gradativa, pois vão liberando os
nutrientes aos poucos. Por outro lado, eles tendem a concentrar os sais
minerais na área de terra em que foram fixados, podendo queimar as raízes
mais próximas.
Existem, também, os chamados adubos foliares
que, diluídos em água, são aplicados em aspersão sobre as
plantas. É o tipo de fertilizante mais recomendado quando se
deseja um efeito imediato, em plantas muito subnutridas.
O
que eles têm
Normalmente,
as plantas necessitam de três elementos essenciais para o seu bom
desenvolvimento: Nitrogênio, Fósforo e Potássio: a famosa trinca NPK. Veja
porque eles são tão importantes:
·
Nitrogênio N
·
Fósforo P
·
Potássio K
(N) Nitrogênio: Fabrica a clorofila,
estimula o crescimento de folhas e brotos. Uso: em todos os tipos de folhagem
de interior.
(P) Fósforo: Ajuda a produzir raízes
saudáveis e estimula o surgimento de botões de flores. Uso: em todos os tipos
de plantas de interior, principalmente floríferas.
(K) Potássio: Produz folhas saudáveis e
estimula a produção de flores e frutos. Uso: Todas as plantas
floríferas, com bulbos e plantas com frutos.
Além
destes elementos, microelementos como o ferro, zinco, cobre, manganês e
magnésio também fazem parte da maioria das fórmulas. Eles participam de
processos essênciais como fotossíntese e respiração. Os elementos mais
importantes, geralmente vêm descritos com seus símbolos e as respectivas
porcentagens. Por exemplo: NPK 10-20-10
Quando
há comida demais...
Fertilizar
uma planta em excesso, pode ser tão prejudicial quanto deixar de
fazê-lo. É preciso não confundir fertilizante com remédio, por isso,
procure antes de mais nada, determinar as causas de uma planta fraca e
pouco saudável. Às vezes, o problema pode ser causado por um ataque de
pragas e doenças. Neste caso é preciso tratar a planta para acabar com
o mal. Outro cuidado: use sempre as doses indicadas na embalagem dos
produtos. No caso de dúvidas, aplique sempre uma dose menor. Adubação
em excesso somente causa problemas, veja o que pode ocorrer quando a “comida”
é demais:
Surgimento de manchas amarronzadas nas folhas,
parecendo queima;
Folhas com as bordas murchas ou enroladas
Má formação das folhas
Distúrbios no desenvolvimento: a planta pode
ficar mais ativa no inverno e crescer menos na primavera e verão, por
exemplo;
Surgem massas ou crostas brancas na superfície da
terra ou dos vasos, principalmente nos de barro ou cerâmica;
Em casos mais graves, a planta pode secar
temporariamente e até morrer.
Mas, cuidado! Excesso de adubação pode
matar a planta.
MICRO NUTRIENTES
São
dez no total e como o próprio nome sugere, são usados em pequenas quantidades
pelas plantas. Sua ação nas mesmas é muito variada, participam de todo
complexo fisiológico das plantas.
Normalmente
os solos são auto suficientes em relação a estes minerais. E você não
precisa se preocupar com o uso dos mesmos. Se você estiver escolhendo um
adubo e o mesmo contiver também micro nutrientes é sinal de que este produto
é mais completo do que um adubo que não os contém.
Micro
Nutrientes Principais:
Cálcio,
Magnésio e Enxofre.
Micro
Nutrientes Secundários:
Cobre,
Ferro, Manganês, Zinco, Boro, Cloro e Molibdênio.
PORQUE
SE TÊM QUE ADUBAR SEMPRE ?
Quando
você prepara uma “terra” para plantar em um vaso, a mesma pode estar
rica em nutrientes. Passado algumas semanas, estes nutrientes
tornam-se escassos ou inexistentes nesta terra, devido ao seu uso pelas
plantas e por perdas naturais (lixiviação). É por esta razão que você tem que
fazer adubação freqüente, mas sempre com orientação especializada.
QUANDO
NÃO ADUBAR ?
A – No período que compreende os mês de maio à 15
de julho. Neste caso o período de descanso das plantas está sendo respeitado.
B – Pouco antes e depois da floração. Se
incrementarmos ocrescimento vegetativo a partir de adubações, a planta
perderia os botões florais. Uma vez que se tenha aparecido os frutos, pode
começar de novo com o processo de adubação
C – Logo após transplantar e cortar raízes, é
necessário que o sistema radicular se regenere. Espere para adubar após 4
semanas.
Em
caso de adubação mineral em excesso, regue copiosamente a planta ou a
mergulhe num tanque com água, de forma que o excesso de adubo se perca por
lixiviação. (Lavagem da terra) Esta providencia pode ser eficaz mas não é
totalmente garantida. Tem de torcer e esperar que não haja maiores problemas
ou morte da planta.
ADUBAÇÃO
ORGÂNICA:
QUAIS AS FUNÇÕES DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA ?
Quando
incorporada ao solo, a matéria orgânica ou estercos diversos, estará:
A – Deixando o solo mais fofo e evitando sua
compactação;
B – Retendo uma maior quantidade de umidade no
solo;
C – Tornando as plantas mais resistentes à pragas
e doenças;
D – Fazendo que as plantas absorvam melhor os
nutrientes minerais;
E – Melhorando a estrutura física do solo
possibilitando um melhor desenvolvimento das raízes de sua planta;
F – Alimentando uma série de organismos, desde a
minhoca a bactérias diversas.
A
minhoca é um ser benéfico para os solos e para as plantas. Quando existentes
no solo é sinal de que o mesmo está adequado para elas e estando
adequado para as minhocas estará adequado para as plantas.
A
minhoca torna o solo mais arejado devido as galerias que as mesmas fazem
quando de sua movimentação dentro deste. Elas aceleram o processo de
humificação da matéria orgânica pelo fato de se alimentarem desta. Quando a
matéria orgânica passa pelo seu trato digestivo, a mesma sai em forma de
fezes,
Solo
habitado por minhocas, é sinal de que o mesmo tem propriedades físicas
adequadas à elas e para as plantas também. São ricos em matéria orgânica, tem
umidade e temperatura na medida certa.
As
bactérias também se alimentam de matéria orgânica e quando as alimentamos
proporcionamos um aumento das mesmas no solo. Elas melhoram a estrutura
física do solo e o motivo principal é que as mesmas retiram o Nitrogênio do
ar e fixam no solo ou, diretamente nas raízes das plantas.
E
já sabemos que o Nitrogênio tem função direta na parte verde das
plantas ou seja, na sua folhagem. Portanto, um solo rico em matéria orgânica,
é rico também em organismos benéficos às plantas, que por sua vez aumentam a
quantidade de Nitrogênio disponível no solo, tornando suas plantas lindas e
saudáveis.
FREQUÊNCIA
DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA:
No
caso de jardim ou de plantas em vasos grandes, você deve fazer uma adubação
orgânica a cada 60 dias pelo menos. Você deve colocar uma camada de esterco
de 01 a02 cm de espessura ou 20 litros de esterco por
metro quadrado de canteiro de jardim.
Chamamos
esta providencia de adubação de cobertura e neste caso você não precisa se
preocupar se o esterco está ou não curtido.
Você
pode fazer uso de Torta de Mamona e Farinha de Ossos, encontrados em casa de
produtos agrícolas. - Lembramos mais uma vez que você deve seguir as
orientações contidas no rótulo destes produtos.
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CONSTITUIÇÃO
DO SOLO
Constituído essencialmente por
matéria mineral e orgânica (fração sólida), água (fração líquida) e ar
(fração gasosa) o solo é, por este motivo, considerado um sistema trifásico.
As proporções de cada constituinte variam, principalmente, de acordo com a
natureza deste.
A matéria orgânica do solo é
constituída por restos de plantas e outros organismos, em estado mais ou
menos avançado de decomposição, acumulando principalmente na superfície. A
água e o ar do solo ocupam os espaços existentes entre as partículas terrosas
e entre agregados de partículas. O ar ocupa os espaços não preenchidos pela
água e a quantidade de água é variável em razão da precipitação e
irrigação, à textura, estrutura, relevo e teor em matéria orgânica, podendo
estar associada a uma grande variedade de substâncias.
O solo é o resultado de mudanças
ocorridas nas rochas – denominadas intemperismo. Ações dos ventos, chuvas e
organismos vivos (processos físicos, químicos e biológicos) são os
responsáveis por este lento processo – calcula-se que cada centímetro do solo
se forma em intervalo de tempo de 100 a 400 anos. As condições climáticas
existentes são a principal influência das características de cada solo.
A análise do perfil do solo, ou
seja: as parcelas horizontais que o constituem desde sua origem até a
superfície - local da ação do intemperismo, é um referencial para entendermos
a constituição e intemperismos que sofreu. Ao nos referirmos ao perfil do
solo, devemos considerar 5 parcelas, denominadas horizontes. Vale ressaltar
que nem todo solo possui todos os horizontes bem definidos:
-
Horizonte O: Camada
orgânica superficial. Drenado, com cor escura.
- Horizonte A: Constituído,
basicamente, de rocha alterada e húmus, sendo a região onde se fixa a maior
parte das raízes e vivem organismos decompositores e detritívoros.
- Horizonte E (ou B): Camada
mineral constituída de quantidade reduzida de matéria orgânica, acúmulo de
compostos de ferro e minerais resistentes, como o quartzo. Pode ser atingido
por raízes mais profundas.
- Horizonte C: Camada
mineral pouco ou parcialmente alterada.
- Horizonte R: Rocha não
alterada que deu origem ao solo.
Quanto à cor, essa varia de acordo
com o material de origem, localização, organismos relacionados, conteúdo de
matéria orgânica, dentre outros fatores. Solos ricos em matéria orgânica
tendem a ser mais escuros, ao passo que solos bem drenados, por exemplo,
tendem a tonalidades acinzentadas.
Partículas de solo são definidas
de acordo com o tamanho relativo destas, sendo considerada argila partículas
com diâmetro inferior a 0,005mm; silte as
com diâmetro entre 0,005mm e 0,05mm; areia finas
com diâmetro entre 0,05mm e 0,42mm; areia média, entre 0,42mm e 2mm; areia
grossa, entre 2mm e 4,8 mm e, finalmente, pedregulho,
entre 4,8 e 76mm de diâmetro.
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CRIAÇÃO DE
CODORNAS
A
codorna existe desde a antiguidade na Europa como ave migratória - de
plumagem cinza-bege e pequenas listas brancas e pretas - foi levada
primeiramente para a Ásia - China, Coréia e, depois, para o Japão. A codorna,
hoje criada em cativeiro, é o resultado de vários cruzamentos efetuados, no
Japão e na China, a partir da subespécie selvagem Coturnix coturnix, de
origem europeia. Já no ano de 1300 d.C. a codorna foi domesticada pelos
japoneses em função do canto melodioso dos machos. Na primeira década do Século
XX os japoneses conseguiram, após inúmeras tentativas, promover sua criação
de forma racional, em pequenas gaiolas, com produção em série, com vistas à
exploração comercial. Graças à sua alta fertilidade, abundante postura de
ovos e exigência de pouco espaço para seu confinamento, mais a facilidade de
transporte, a codorna tornou-se uma das principais fontes de alimentação para
os vietnamitas durante a guerra contra os Estados Unidos.
No
Brasil, as codornas foram trazidas por imigrantes italianos e japoneses na
década de 50. A partir daí sua produção vem se consolidando, tornando-a uma
importante alternativa alimentar no país.
Mercado
A criação de codornas (cotonicultura) tem apresentado um desenvolvimento bastante acentuado nos últimos tempos. Os principais fatores que contribuem para isso são: o excepcional sabor exótico de sua carne, responsável por iguarias finas e sofisticadas; o baixo custo para implantar uma pequena criação, podendo se tornar uma fonte de renda complementar dos pequenos produtores rurais. Do lado técnico-econômico, torna-se ainda mais atrativa, ao verificar-se o rápido crescimento e atingimento da idade de postura, a elevada prolificidade e o pequeno consumo de ração.
Vantagens da criação de codornas
Este
tipo de criação apresenta algumas vantagens, tais como:
- Rápido crescimento;
- Precocidade sexual;
- Alta postura;
- Elevada rusticidade;
- Baixo consumo alimentar.
A criação
A
criação de codornas pode ser em dois níveis, que são:
- Criação Doméstica: É aquela feita em
residências ou em apartamentos, não exige um rigor técnico acentuado, porém,
são necessários alguns cuidados básicos, como por exemplo com os dejetos.
- Criação Comercial: É aquela feita em grande
escala, onde o objetivo do criador será a comercialização do produto final.
A implantação
No
momento da implantação da criação deve-se dar atenção a alguns fatores
importantes, que são a:
- Localização: É de fundamental importância, já
que se devem ser respeitadas as condições de conforto exigidas pelas aves;
- Temperatura: A temperatura ideal deve estar
entre 20 e 23ºC;
- Luminosidade: Este fator é o responsável pela
postura, no caso da criação comercial, recomenda-se 18 horas de luz entre
natural e artificial;
- Água: Responsável pelo metabolismo da ave, como
também pela desinfecção das instalações. Ter uma água de boa qualidade é
fundamental;
- Circulação de ar: Ter um ar que possa ser
renovável é muito importante, visto que, isto possibilitará a eliminação do
excesso de umidade do ambiente, do calor e dos gases formados pelo
metabolismo da ave.
Estrutura
A estrutura básica deve contar com uma boa disponibilidade de área, água, além é claro de um clima favorável, lembrando que estes requisitos são indicados para o empreendedor que deseja ter uma criação comercial.
Instalações e Equipamentos
Irão variar de acordo com o tipo de criação, ou
seja, doméstica ou comercial, porém, se torna válido citar alguns tipos de
instalações e equipamentos:
- Galpões Fechados (laterais). Apresenta um alto
custo, além do que não podem ser muito grandes e largos, pois dificultam a
circulação de ar, recomenda-se que se tenha várias janelas.
- Galpões Abertos (laterais). Apresentam maior
economia quando implantados em regiões de alta temperatura, porém, deve-se
controlar a temperatura durante o inverno. Este tipo de instalação exige
telas nas laterais, a fim de evitar a fuga das aves e impedir a entrada de
predadores.
- Telhados. Influência na temperatura interna do
galpão, as telhas de barro oferecem maior conforto térmico, porém, exigem
maior gasto com madeiramento, por outro lado, as telhas de cimento amianto
são de custo mais baixo, porém, aumentam a temperatura interna.
- Piso. Pode ser de cimento rústico ou outro
material, deve apresentar uma pequena declividade.
- Gaiolas de Postura. Possibilita um melhor
controle produtivo das aves, recomenda-se as gaiolas de arame galvanizado,
são padronizadas nas medidas 100cm X 30cm (comporta 30 aves) ou 100cm X 40cm
(comporta 40 aves), com duas ou três repartições. Pode-se utilizar gaiolas de
madeira (com fundo de arame), tem como vantagem o baixo custo.
- Gaiolas de Recria. São utilizadas na fase
intermediária de crescimento. As aves são alojadas com 15 dias de vida e saem
quando atingem os 35 dias.
- Gaiolas para Codornas de Corte. São de tamanho
100cm X 40cm.
- Bebedouro. O mais comum é o do tipo nipple,
pois possibilita obter melhor qualidade da água, economia na sua administração
e maior controle nos medicamentos.
- Comedouros. Geralmente vem junto com a gaiola.
Investimento Inicial
Há uma
série de fatores que influenciam nos custos a serem empregados num
empreendimento, os quais irão variar de acordo com as escolhas do
empreendedor e do
capital que o investidor dispõe para montar uma criação de codorna. Para uma criação de 30 aves adultas com os equipamentos necessários e montados numa área de 20m², será necessário desembolsar uma quantia de R$ 1. 500,00 (mil e quinhentos reais) aproximadamente. Os Sistemas de Criação
Existem
três tipos:
- Criação Sobre Camas. É o de menor tecnologia,
consiste basicamente em criar as aves sobre um material absorvente,
denominado cama, geralmente de sabugo de milho picado, casca de arroz ou
aparas de madeira.
- Criação em Gaiolas no Sistema de Baterias.
Muito utilizado na fase de crescimento (15 a 35 dias) e na fase de postura.
Este nome bateria é dado devido ao conjunto de 4 ou 5 gaiolas, uma sobre a
outra, com espaçamento de 15cm.
- Criação em Gaiolas no Sistema escada. É o
sistema mais moderno de criação, consiste no uso de gaiolas de arame
galvanizado, idênticas as utilizadas no sistema de baterias, fixadas de
maneira a dar a impressão de uma escada. Apresenta como desvantagem o seu
alto custo.
Alimentação
É constituída basicamente da:
-
Ração. Há no mercado rações fareladas de uso exclusivo de codornas, pintinho
de codorna. Após a eclosão, deve ser mantido em jejum durante 24 horas. A
partir deste período receberá ração à vontade. Esta ração contendo 26% de
proteína bruta deverá ser oferecida à ave até a idade de 45 dias, quando é
levada ao abate ou para a produção de ovos. O consumo estimado no período é
de 500 gramas por aves. A partir de 45 dias, as fêmeas receberão a ração de
postura com cerca de 23% de proteína bruta. Devem ser oferecidos,
diariamente, entre 30 a 35 gramas desta ração por ave.
A ração
deve ser armazenada em local seco e fresco, não ter contato direto da
embalagem com o piso e não ser guardada por período superior a 30 dias.
Deve-se evitar, ainda, que seja atacada por roedores.
- Água.
A água deve ser potável e sempre à vontade.
O Manejo
Divide-se
em:
- Manejo de Reprodução. As codornas de reprodução
devem, preferentemente, ser mantidas em gaiolas coletivas de macho e fêmea.
Semanalmente, o macho de um abrigo deve ser trocado de lugar com o macho do
abrigo vizinho e assim sucessivamente. Recomenda-se um macho para cada 2 a 3
fêmeas. Devido à grande sensibilidade das codornas à consanguinidade, com
marcados efeitos nocivos, recomenda-se evitar os cruzamentos entre parentes
próximos. Os ovos férteis de codornas podem ser incubados naturalmente com
galinhas anãs ou pombas, muito embora seja um método de pouca eficiência,
devido às grandes perdas. O mais recomendável é através da incubação
artificial.
- Manejo do Pintinho. Decorridas as primeiras 24
horas da eclosão, os pintinhos devem receber aquecimento, ração e água à
vontade. A temperatura inicial de criação deve ser 38ºC. A partir do terceiro
dia de vida, procede-se à redução diária de 1ºC até que a temperatura se
torne ambiente. O piso da criadeira é forrado com papel durante os três
primeiros dias de vida. A ração será distribuída na própria forração de papel
por sobre o piso, nos três primeiros dias. Depois oferecida em cochos do tipo
bandeja. Os bebedouros devem ser lavados e sua água trocada, no mínimo, duas
vezes ao dia.
- Manejo da Recria. A recria compreende o período
entre 16 e 45 dias de idade. Nesta época, as aves continuam recebendo ração e
água à vontade.
- Manejo de Postura. A quantidade de ração por
ave deve ser de 30 a 35 gramas, e a água deverá ser fornecida a vontade. Para
um índice elevado de postura, o ambiente da criação das codornas em produção
deve ser iluminado na base de uma lâmpada incandescente de 15 WATTS para cada
5 metros quadrados de galpão.
- Manejo dos Ovos. Os ovos serão colhidos duas
vezes ao dia. A primeira coleta realizada pela manhã e a outra, à tarde. Eles
devem ser acondicionados nos pentes próprios, mantidos sobre refrigeração,
para que as suas qualidades nutritivas sejam conservadas. Os ovos destinados
à incubação serão mantidos em ambiente fresco, arejado e nunca por um período
superior a 7 dias.
Prevenção de Doenças
Constituem-se
práticas que contribuem para a saúde das codornas a limpeza e a higienização
do ambiente da criação, a limpeza frequente dos bebedouros e comedouros,
assim como, a retirada periódica das fezes nas bandejas coletoras. Deve-se
lavar e desinfetar a bateria ou a gaiola toda vez que dela for retirado um
lote.
- Vacinação. As codornas devem ser vacinadas
contra as doenças de Newcastle e Coriza, por se constituírem naquelas de
maior importância econômica.
* Vacinação de Newcastle:
- 1ª dose. Aos 21 dias de idade, vacina vírus
vivo, amostra La Sota - via ocular, instilando-se uma gota de vacina no olho.
- 2ª dose. Aos 45 dias de idade, vacina vírus
morto, oleosa -via injetável, no músculo do peito, ou subcutânea, na dose de
0,5ml (meio mililitro).
* Vacinação de Coriza Infecciosa:
- 1ª dose. Aos 28 dias de idade, vacina amostra
morta, a absorvida em hidróxido de alumínio - via injetável, no músculo do
peito ou subcutânea, na dose de 0,5ml.
- 2ª dose. Aos 45 dias de idade, vacina amostra
morta, emulsão oleosa - via injetável, no músculo do peito ou subcutânea, na
dose de 0,5ml.
- Vermifugação . Aos 30 dias de idade, vermifugar
as aves, através da ração, com drogas à base de mebendazole. Repetir a
medicação 3 semanas após. A dosagem deverá ser o dobro daquela recomendada a
galinhas.
Comercialização
Qualquer criação comercial tem por objetivo o lucro. Na criação de codornas, seja para a produção de ovos, produção de carne ou pintos de um dia de vida, não poderia deixar de ser diferente. Por ser uma criação exótica, existem alguns fatores para os quais o criador deve se atentar, são eles:
- Considerar que o consumo de produtos é maior
nos grandes centros urbanos;
- Regiões onde existam cooperativas que tenham
cooperativas que tenham atividades relacionadas à avicultura, principalmente
de postura, poderão ser um excelente meio de escoar a produção, por estarem
envolvidas na comercialização de ovos;
- A venda para atacadistas também é uma forma de
escoar a produção. Neste caso, é possível a associação entre o produtor e o
comerciante, ficando cada um com a sua responsabilidade;
- A comercialização direta ao consumidor é
vantajosa para pequenas criações (5.000 aves poedeiras, por exemplo), por
permitir maior lucratividade. Esta vantagem, no entanto, diminui quando são
granjas maiores, devido aos custos envolvidos na comercialização do produto.
Criação Doméstica
Se o
objetivo é ter uma criação pequena no fundo de casa, ela pode ser iniciada
com codorninhas de
Lembretes Importantes
Alguns
fatores que devem ser considerados por parte do empreendedor:
- Manter um controle rígido de qualidade e o
conhecimento, por parte do criador, das principais características do animal
é fundamental;
- A criação racional de codornas segue regras
básicas de manejo, alimentação, sanidade e instalações.
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Erosão é um impacto destrutivo do
solo causado pela agricultura, desmatamento, construção em locais
inadequados, técnicas agrícolas impróprias, ocupação do solo etc. As
partículas do solo impactado pela erosão se desprendem antes do cultivo e são
levadas pela água, pelo vento ou por atividades humanas. Pode ser:
Podem ser classificadas como:
A erosão é bastante prejudicial à vida já que encobre terrenos férteis
com materiais áridos, soterra lagos e rios provocando a morte de espécies
animais e vegetais, dificulta o processo de oxigenação da água, provoca o
desequilíbrio da fauna e da flora, provoca enchentes com grande preenchimento
de lagos e rios.
Para amenizar e/ou
anular um processo erosivo pode-se utilizar algumas técnicas que dificultam tais
formações. O terraceamento consiste em
formar degraus no solo, as curvas de nível, consiste em arar o solo e semeá-lo
seguindo cotas altimétricas e a associação de culturas em plantios que permitem
a exposição do solo, com legumes que o recobrem bem. Todas essas técnicas
objetivam a perda de velocidade no escoamento da água para que esta não leve as
partículas que não estão presas.
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MANEJO
DO GADO LEITEIRO
O manejo do
gado leiteiro exige muitos cuidados, desde o nascimento da terneira, pois se
o agricultor descuidar com a mesma estes aspectos terão consequência no
futuro, quando esta será vaca. Então os cuidados mais indicados com a
terneira são fornecer o colostro assim que a terneira nasceu, para que
adquira a imunidade passiva que é passada da mãe através do colostro,
aconselha-se ainda o fornecimento do colostro na quantidade de 4 litros
diariamente, o fornecimento do mesmo deve ser dividido fornecendo-o duas
vezes ao dia. É de fundamental importância o fornecimento de água desde a
primeira semana de vida, para que a mesma vá se acostumando a tomar água, mas
lembrando que deve se ter o cuidado de não fornecer água logo após o
fornecimento do leite, pois neste caso a terneira poderá confundir a água com
o leite e ingeri-la em excesso acarretando em problemas como diarreia. De
preferência as terneiras devem ser criadas em abrigos, mas onde as mesmas
tenham liberdade para pastar e estar em contato com o sol, assim estas
futuramente terão menos problemas com doenças, pois estão acostumadas com a
variação de temperatura.
O manejo da
vaca em ordenha também exige muito cuidado, principalmente cuidados
relacionados com a higiene do animal, durante a ordenha, deve-se sempre lavar
os tetos com água corrente e logo após a lavagem secá-los, o papel toalha
seria o mais aconselhável para efetuar a secagem, mas para uma melhor
viabilidade pode se utilizar um pano, mas este pano deve ser lavado bem após
cada ordenha, com sabão em pó, secado e depois passado para eliminar as
bactérias existentes no mesmo, o aconselhável é que se tenha uma toalha
identificada para cada vaca, pois através da toalha pode ocorrer a
contaminação das outras vacas, o indicado é sempre eliminar os três primeiros
jatos de leite de cada teto, através deste método é diagnosticada a mastite
clínica ou até mesmo a ambiental, mas a eliminação destes três primeiros
jatos de leite deve ser feita, pois são os primeiros jatos de leite que
arrastam as bactérias que ficam no canal do teto e que se não tirados
contaminam o leite. Para evitar problemas de mastite devem ser seguidos os
passos acima relacionados durante a ordenha, e para combater as bactérias
indica-se esterilizar todos os utensílios de ordenha com água quente.
A alimentação
das vacas em muitos casos é a base de silagem, pastagem e suplementação com
ração. Mas como sabemos que para realizar uma silagem de boa qualidade estão
envolvidos altos custos, da mesma forma a suplementação com ração também
eleva os custos da produção. Já a pastagem é a fonte mais econômica de
nutrientes, sendo assim a vantagem é produzir leite com baixos custos o que
automaticamente vai gerar mais renda para o agricultor, assim este terá maior
capacidade para fazer maiores investimentos em sua propriedade, melhorando
sua qualidade de vida.
O
agricultor deve ter conhecimento para saber que mantendo o gado em pastagens
extensas vai encontrar uma série de inconvenientes, entre os quais: menor
aproveitamento das forrageiras, menor controle sobre os animais, baixo
rendimento do leite e uma reprodução mal orientada. Por estes motivos o
agricultor deve adotar o sistema de rotação de pastagens.
As pastagens
devem ser manejadas de forma rotativa, preferencialmente em forma de
piquetes, evitando o pisoteio excessivo e facilitando o manejo, nesta forma
de manejo deixa-se os animais pernoitarem nos piquetes facilitando assim o
manejo dos mesmos, este sistema permite que o gado corte o pasto e faça a
adubação do mesmo, repondo assim ao solo parte dos nutrientes que tinha no
pasto. Assim o esterco e a urina que o gado depositar no pasto
consecutivamente vai melhorar o solo e automaticamente também a pastagem.
Desta forma o gado sendo bem manejado nos piquetes o esterco deixa de ser um
problema ao redor dos galpões, desempenhando uma grande solução para as
pastagens. São recomendadas pastagens mistas de gramíneas, leguminosas e
outras plantas, buscando assim maximizar a biodiversidade e evitando-se as
monoculturas de forrageiras, e através desta forma de pastagem o agricultor/a
terá pastagem praticamente durante todo o ano, por exemplo, efetuando o
consórcio de trigo, aveia, azevém e ervilhaca e debaixo dessas culturas tiver
um determinado tipo de grama, o agricultor terá pastagem para o gado durante
todo o ano.
Devemos fazer
um bom manejo das pastagens, pois a pastagem do início do rebrote é pobre em
fibra e rica em compostos nitrogenados solúveis que podem provocar diarreia.
As pastagens em estágio ótimo para largar o gado no pasto, produzem mais
matéria seca/ha, tem sua composição mais equilibrada, teor de fibra melhor e
o nitrogênio se encontra sob forma de aminoácidos, substâncias mais saudáveis
que os nitritos e nitratos. Quando a pastagem está em ponto ótimo de repouso
nutricionalmente ele será superior para o gado. Fazer a colheita do pasto
antes do tempo ótimo significa perder em quantidade e comprometer a perenidade
e fazer a colheita depois significa perder qualidade e quantidade. Precisamos
ter presente que para realizar a pastagem rotativa em piquetes fazendo com
que o gado permaneça nos piquetes durante o tempo todo precisamos ter a
viabilidade de água nos mesmos. O agricultor/a deve ter em mente que a
pastagem é a fonte mais econômica de nutrientes, ou seja, o agricultor/a que
utilizar a pastagem vai produzir leite com menos custo, o que torna a
produção mais viável. Como afirma Luiz Carlos Pinheiro Machado “Antes de se
tornar um bom produtor de leite, ou de carne, o produtor precisa se tornar um
excelente produtor de capim”.
|
NORMAS GERAIS SOBRE O USO DE AGROTÓXICOS
Os defensivos agrícolas são produtos de ação biológica e visam, a
defender as plantas de agentes nocivos. Alguns, como os inseticidas, têm por
fim combater formas de vida animal e, por consequência, tendem a ser mais
perigosos para o homem. A avaliação toxicológica efetuada pelo Ministério da
Saúde antes do registro do produto visa a permitir a comercialização daqueles
que, usados de forma adequada, não causem danos à saúde nem deixem resíduos
perigosos sobre os alimentos. Já a avaliação de impacto ambiental realizada
pelo IBAMA tem por objetivo permitir o uso apenas de produtos compatíveis com
a preservação do meio ambiente. As classes de risco de toxicidade,
caracterizadas pelas faixas coloridas e por símbolos e frases, indicam o grau
de periculosidade de um produto, mas não definem de forma exata quais sejam
esses riscos. O conceito que as pessoas, geralmente, possuem do assunto é de
que a toxicidade oral aguda é o dado mais importante. Isso não corresponde à
realidade, pois raramente alguém ingere um produto.
Na
realidade, os maiores riscos de intoxicação estão relacionados ao contato do
produto ou da calda com a pele. A via mais rápida de absorção é pelos
pulmões; daí, a inalação constituir-se em grande fator de risco. Assim, os
trabalhadores que aplicam rotineiramente agrotóxicos devem se submeter
periodicamente a exames médicos.
A
aplicação de defensivos agrícolas, tal como se conhece hoje, não difere
essencialmente daquela praticada há 100 anos, e se caracteriza por um
considerável desperdício de energia e de produto químico. O crescente aumento
nos custos do produtos químicos, da mão-de-obra e da energia, e a preocupação
cada vez maior em relação à poluição ambiental, têm realçado a necessidade de
uma tecnologia mais acurada na colocação do produto químico, bem como no
procedimentos e equipamentos adequados à maior proteção ao trabalho.
Os
equipamentos de aplicação de agrotóxicos devem ser regularmente revisados e
calibrados, o uso dos mesmos deve ser no momento certo e com mão de obra
treinada. Para melhorar a qualidade e eficiência dos
tratamentos e reduzir o desperdício de produtos e contaminação do ambiente,
os pulverizadores devem ser calibrados periodicamente, utilizando-se
equipamentos e métodos reconhecidos internacionalmente.
Legislação sobre os agrotóxicos
Com
a promulgação da Lei 7.802, em 11 de julho de 1989, regulamentada pelo
Decreto 4.074, de 04 de janeiro de 2002, pode-se dizer que o Brasil deu o
passo definitivo no sentido de alinhar-se as exigências de qualidade para
produtos agrícolas reclamadas em âmbito doméstico e internacional. A
classificação dos produtos agrotóxicos é apresentada no parágrafo único do
art. 2º, sendo classificados de acordo com a toxicidade em: I- extremamente
tóxico (faixa vermelha); classe II - altamente tóxica (faixa amarela); classe
III - medianamente tóxica (faixa azul) e classe IV - pouco tóxica (faixa
verde). O artigo 72, trata das responsabilidades para todos os envolvidos no
setor. São responsáveis, administrativa, civil e penalmente, pelos danos
causados à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, a comercialização,
a utilização e o transporte, cumprirem o disposto na legislação em vigor, na
sua regulamentação e nas legislações estaduais e municipais, as seguintes
pessoas:
·
o profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou
indevida (caso de imperícia, imprudência ou negligência).
·
o usuário ou o prestador de serviços, quando não obedecer o
receituário. o comerciante que vender o produto sem receituário próprio ou em
desacordo com a receita. o registrante, isto é, aquele que tiver feito o
registro do produto, que, por dolo ou culpa, omitir informações ou fornecer
informações incorretas;
·
o produtor que produzir mercadorias em desacordo com as especificações
constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto ou da
propaganda.
·
o empregador que não fornecer equipamentos adequados e não fizer a sua
manutenção, necessários à proteção da saúde dos trabalhadores ou não fornecer
os equipamentos necessários à produção, distribuição e aplicação dos
produtos.
A Portaria Normativa IBAMA N° 84,
de 15 de outubro de 1996, no seu Art. 3° classifica os agrotóxicos quanto ao
potencial de periculosidade ambiental baseiando-se nos parâmetros
bioacumulação, persistência, transporte, toxicidade a diversos organismos,
potencial mutagênico, teratogênico, carcinogênico, obedecendo a seguinte
graduado:
·
Classe I - Produto Altamente Perigoso
·
Classe II - Produto Muito Perigoso
·
Classe III - Produto Perigoso
·
Classe IV - Produto Pouco Perigoso
Calibração
A calibração é fundamental para a correta aplicação de defensivos
agrícolas. Uma vez acoplado o pulverizador e abastecido com água, deve-se
verificar o funcionamento da máquina, se não há eventuais vazamentos, e se os
componentes estão funcionando a contento.
Equipar o pulverizador com bicos apropriados é um dos pontos mais cruciais nesta fase. O pulverizador deve ser levado até o local de trabalho e várias opções de bicos devem ser testadas para se decidir por aquele que melhor atenda aos requisitos do tratamento, isto é, o que melhor coloca o produto no alvo, sem perda por escorrimento nem por deriva.
Os componentes dos equipamentos que devem ser
considerados para melhorar qualidade e eficiência nos tratamentos
fitossanitários, são os seguintes:
·
Bicos - utilizar bicos de cerâmica, pela maior resistência, durabilidade
e qualidade de gotas. É considerado o principal órgão do pulverizador, pois
dele depende a vazão e a qualidade das gotas. Apresenta uma durabilidade
média de 400 horas com 150 a 200 libras de pressão;
·
Filtro - utilizar filtros na entrada do tanque, antes da bomba e antes
dos bicos, para prevenir o desgaste e/ou entupimento. A limpeza do filtro na
entrada do tanque deve ser frequente, no mínimo diário;
·
Agitadores - após a diluição dos produtos, é necessário que durante a
pulverização a calda seja mantida homogeneizada, para uniformizar a
distribuição do produto na planta, e a vazão não deve ser superior a 8% da
capacidade da bomba. O agitador é indispensável quando se está trabalhando
com produtos de formulação pó molhável ou suspensão concentrada;
·
Manômetro - utilizado para aferir a pressão de saída da calda pelos bicos.
Devem ter escala visível e serem banhados com glicerina, para maior
resistência. O manômetro comum apresenta problemas de durabilidade, pois lhe
falta robustez para suportar as árduas condições de trabalho (vibração e
líquido agressivo circulando no seu interior).
Preparo da calda
O
preparo da calda pode ser realizado pela adição direta do produto no tanque,
ou através de pré-diluição. Quando são utilizados produtos na formulação líquida,
podem ser adicionados diretamente no tanque com a quantidade da água
desejada. Para produtos na formulação de pó molhável, é recomendado fazer
pré-mistura , seguindo as etapas:
·
Dissolver o produto em pequena quantidade de água, agitando-se até a completa
suspensão do produto;
·
Despejar a suspensão no tanque, contendo aproximadamente dois terços
do volume de água a ser utilizada. Após, completar o volume. Quando usado
mais de um produto, deve ser seguida a recomendação para cada produto,
individualmente. Em alguns casos, a associação de produtos permite a redução
de dosagens dos mesmos.
Cuidados durante o preparo e aplicação dos produtos
fitossanitários
·
Evitar a contaminação ambiental;
·
Utilizar equipamento de proteção individual -EPI (macacão de PVC,
luvas e botas de borracha, óculos protetores e máscara contra eventuais
vapores). Em caso de contaminação substituí-lo imediatamente;
·
Não trabalhar sozinho quando manusear produtos tóxicos;
·
Não permitir a presença de crianças e pessoas estranhas ao local de
trabalho;
·
Preparar o produto em local fresco e ventilado, nunca ficando a frente
do vento;
·
Ler atentamente e seguir as instruções e recomendações indicadas no
rótulo dos produtos;
·
Evitar inalação, respingo e contato com os produtos;
·
Não beber, comer ou fumar durante o manuseio e a aplicação dos
tratamentos;
·
Preparar somente a quantidade de calda necessária à aplicação a ser
consumida numa mesma jornada de trabalho;
·
Aplicar sempre as doses recomendadas;
·
Evitar pulverizar nas horas quentes do dia, contra o vento e em dias
de vento forte ou chuvosos;
·
Não aplicar produtos próximos à fonte de água, riachos, lagos, etc.;
·
Não desentupir bicos, orifícios, válvulas, tubulações com a boca;
·
Não reutilizar as embalagens vazias;
·
O preparo da calda exige muito cuidado, pois é o momento em que o
trabalhador está manuseando o produto concentrado;
·
A embalagem deverá ser aberta com cuidado para evitar derramamento do
produto;
·
Utilizar balanças aferidas (INMETRO), copos graduados, baldes e funis
específicos para o preparo da calda. Nunca utilizar esses mesmos equipamentos
para outras atividades;
·
Fazer a lavagem da embalagem vazia logo após o esvaziamento da
embalagem, longe de locais que provoquem contaminações ambientais e causem
riscos a saúde das pessoas;
·
Após o preparo da calda, lavar os utensílios e secá-los ao sol;
·
Usar apenas o agitador do pulverizador para misturar a calda;
·
Utilizar sempre água limpa para preparar a calda e evitar o
entupimento dos bicos do pulverizador;
·
Verificar o pH da água e corrigir caso necessário, seguindo as
intruções do fabricante do agrotóxico que será aplicado;
·
Verificar se todas as embalagens usadas estão fechadas e guarde-as no
depósito;
·
Manter os equipamentos aplicadores sempre bem conservados
·
Fazer a revisão e manutenção periódica nos pulverizadores substituindo
as mangueiras furadas e bicos com diferenças de vazões acima de 10%;
·
Lavar o equipamento e verifique o seu funcionamento após cada dia de
trabalho;
·
Jamais utilizar equipamentos com defeitos vazamentos ou em condições
inadequadas de uso e, se necessário substitua-os;
·
Ler o manual de instruções do fabricante do equipamento pulverizador e
saber como calibrá-lo corretamente;
·
Pressão excessiva na bomba causa deriva e perda da calda de
pulverização;
·
Jamais misturar no tanque produtos incompatíveis e observe a
legislação local.
Cuidados com embalagens de agroquímicos
É
obrigatório fazer a tríplice lavagem e a inutilização das embalagens, após a
utilização dos produtos, não permitindo que possam ser utilizadas para outros
fins. É necessário observar a legislação para o descarte de embalagens. As
embalagens, após tríplice lavagem, devem ser destinadas a uma central de
recolhimento para reciclagem.
A legislação brasileira obriga o agricultor a devolver todas as embalagens vazias dos produtos na unidade de recebimento de embalagens indicada pelo revendedor. Antes de devolver, o agricultor deverá preparar as embalagens, ou seja, separar as embalagens lavadas das embalagens contaminadas. O agricultor que não devolver as embalagens ou não prepará-las adequadamente poderá ser multado, além de ser enquadrado na Lei de Crimes Ambientais.
A
lavagem das embalagens vazias é uma prática realizada no mundo inteiro para
reduzir os riscos de contaminação das pessoas (SEGURANÇA), proteger a natureza
(AMBIENTE) e aproveitar o produto até a última gota (ECONOMIA).
Cuidados no armazenamento de
agrotóxicos na propriedade
·
O depósito deve ficar num local livre de inundações e separado de
outras construções, como residências e instalações para animais;
·
A construção deve ser de alvenaria, com boa ventilação e iluminação
natural;
·
O piso deve ser cimentado e o telhado sem goteiras para permitir que o
depósito fique sempre seco;
·
As instalações elétricas devem estar em bom estado de conservação para
evitar curto-circuito e incêndios;
·
O depósito deve estar sinalizado com uma placa "cuidado
veneno";
·
As portas devem permanecer trancadas para evitar a entrada de
crianças, animais e pessoas não autorizadas;
·
Os produtos devem estar armazenados de forma organizada, separados de
alimentos, rações animais, medicamentos e sementes;
·
Não é recomendável armazenar estoques de produtos além das quantidades
para uso a curto prazo (no máximo para uma safra);
·
Nunca armazene restos de produtos em embalagens sem tampa ou com
vazamentos;
·
Mantenha sempre os produtos ou restos em suas embalagens originais.
Primeiros socorros em caso de acidentes
Via
de regra os casos de contaminação são resultado de erros cometidos durante as
etapas de manuseio ou aplicação de produtos fitossanitários e são causados
principalmente pela falta de informação ou displicência do operador. Antes de
mais nada é importante conhecer as instruções dos primeiros socorros do
rótulo ou da bula do produto. Deve-se descontaminar as partes atingidas por
meio de um banho com o objetivo de eliminar a absorção do produto pelo corpo
e vista a vítima com roupas limpas, antes de levar a vítima para o hospital.
Ligue para o telefone de emergência do fabricante, informando o nome e idade
do paciente, o nome do médico e o telefone do hospital.
Cuidados com a higiene
Contaminações
podem ser evitadas com hábitos simples de higiene. Os produtos químicos
normalmente penetram no corpo do aplicador através do contato com a pele.
Roupas ou equipamentos contaminados deixam a pele do trabalhador em contato
direto com o produto e aumentam a absorção pelo corpo. Outra via de
contaminação é através da boca, quando se manuseiam alimentos, bebidas ou
cigarros com as mãos contaminadas. Após o manuseio de produtos
fitossanitários é importante lavar bem as mãos e o rosto antes de comer,
beber ou fumar. As roupas usadas na aplicação, no final do dia de trabalho,
devem ser lavadas separadamente das outras roupas de uso da família. Também é
importante tomar banho com bastante água e sabonete, lavando bem o couro
cabeludo, axilas, unhas e regiões genitais e usar sempre roupas limpas.
Cuidados com a lavagem dos EPIs
·
Os EPI devem ser lavados separadamente da roupa comum;
·
As roupas e aventais de proteção devem ser enxaguadas com bastante
água corrente para diluir e remover os resíduos da calda de pulverização. A
lavagem deve ser feita de forma cuidadosa com sabão neutro (sabão de côco), a
fim de evitar o desgaste e o rompimento das mesmas. As roupas não devem ficar
de molho. Em seguida, as peças devem ser bem enxaguadas para remover todo
sabão; Não use alvejantes, pois poderá danificar a resistência das
vestimentas;
·
As botas, as luvas e a viseira devem ser enxaguadas com água abundante
após cada uso;
·
Guarde os EPI separados da roupa comum para evitar contaminação;
·
Substitua os EPIs danificados.
Período de carência ou intervalo de segurança
É
o número de dias que deve ser respeitado entre a última aplicação e a
colheita. O período de carência vem escrito na bula do produto. Este prazo é
importante para garantir que o alimento colhido não possua resíduos acima do
limite máximo permitido.
A comercialização de produtos agrícolas com resíduo acima do limite máximo permitido pelo Ministério da Saúde é ilegal. A colheita poderá ser apreendida e destruída. Além do prejuízo da colheita, o agricultor ainda poderá ser multado e processado. |
PLANTIO DIRETO
Sistema
de Plantio Direto (SPD) é
um sistema de manejo do solo, onde a palha e os demais restos culturais são
deixados na superfície do solo. No SPD, o revolvimento do solo não é
realizado entre a colheita e o plantio do cultivo seguinte. Ou seja, as
operações de preparo do solo (aragem e gradagem) são eliminadas do processo
de produção, mantendo assim a palhada intacta sobre o solo antes e depois do
plantio. Outro princípio do Plantio Direto é a utilização da rotação de
culturas.
O
preparo do solo se mostra necessário e por vezes imprescindível em locais de
clima temperado, já que o revolvimento do solo acelera o lento processo de
descongelamento do solo após o inverno nessas regiões. Inicialmente, as
técnicas brasileiras de produção agrícola foram importadas quase
integralmente desses locais. As fortes chuvas das regiões tropicais geraram
inúmeros esforços para a contenção da erosão do solo (perda de solo), que
constitui um dos maiores problemas da agricultura tropical. O desenvolvimento
e adoção do Plantio Direto no Brasil foram tardios, tendo sido adotado pela
primeira vez somente na década de 1970, ajudando na redução em cerca de 75%
das perdas de solo nas regiões de adoção do sistema. Entretanto, a expansão
do sistema só se tornou expressivo na década de 1990.
· Controle da erosão
· Aumento dos teores de matéria orgânica do solo.
· Melhoria da estrutura do solo.
· Redução das perdas de água do solo.
· Redução da variação de temperatura do solo.
· Aumento da atividade biológica do solo.
· Menor número de operação com maquinários.
· Maior controle sobre a época de semeadura.
· Sequestro de carbono no solo.
A erosão é
controlada de forma eficiente pelo Plantio Direto devido à proteção fornecida
pela palhada ao impacto das gotas de chuva no solo, associada à maior
rugosidade da superfície, reduzindo a velocidade de escorrimento superficial
da água.
![]()
A degradação da
matéria orgânica do solo é essencialmente gerada pela ação de microrganismos
aeróbios, que necessitam de oxigênio para atuarem. Quando revolvemos o solo,
há grande oxigenação do solo, o que em climas tropicais gera o quase
desaparecimento dos restos culturais devido às altas temperaturas e umidade.
No SPD, onde o solo é mantido sem revolvimento, os processos de oxidação da
matéria orgânica são mantidos em níveis mais baixos, aumentando o seu acúmulo
no solo. Entretanto, o aumento da matéria orgânica não ocorre nos primeiros
anos de adoção do sistema, mas sim após 6 ou 7 anos do seu início. [19] É
importante salientarmos que a presença de matéria orgânica melhora a
estrutura do solo, já que a esta é essencial à formação e manutenção dos macro
e micro-agregados que formam a estrutura do solo.
Temperatura e umidade do solo
Economia e
compactação
![]() Colheita (frente) seguida de plantio (trás) |
O menor uso de
maquinários é gerado pela eliminação das operações de preparo do solo, que
geram alto consumo de combustível e alto desgaste do maquinário em sistemas
convencionais, por serem operações pesadas. Com menos combustível gasto, o
custo de produção tende a ser reduzido nos SPDs. Com menor tráfego de máquinas
pesadas, há menor compactação do solo.
Flexibilidade no plantio
Dificuldades do
SPD:
· Necessidade de maior conhecimento técnico.
· Dificuldades na erradicação de algumas plantas daninhas.
· Dependência do uso de herbicidas dessecantes.
· Problemas de compactação do solo.
Algumas plantas
daninhas, em especial as perenes, podem ser de difícil controle nesse
sistema. Estas plantas devem ser eliminadas ao máximo antes de iniciarmos a
implantação do sistema. O uso de herbicidas dessecantes é essencial no
Plantio Direto, sendo necessário antes da emergência da nova cultura. A
dependência das poucas opções viáveis de herbicidas tem gerado aumento do
número de casos de resistência de plantas daninhas a esses herbicidas.
O sucesso do
Plantio Direto na Palha depende muito do nível de conhecimento técnico do
agricultor e do treinamento da mão-de-obra, devido à maior complexidade do
sistema. A banalização da assistência técnica agrícola nas fazendas é sem
dúvidas uma grande barreira ao desenvolvimento da agricultura brasileira. Com
o oferecimento de baixos salários e condições precárias de trabalho, os bons
profissionais agrônomos têm se deslocado para a área de vendas, onde os
ganhos comissionados lhes geram melhores condições de vida. Este fator tem
gerado a utilização de profissionais pouco qualificados e com baixo
conhecimento técnico na produção, gerando erros e grandes prejuízos ao
produtor, levando muitas vezes ao abandono do sistema.
|
PRINCIPAIS SISTEMAS DE
CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO
Convencional:
Neste sistema o solo precisa ser
preparado em duas etapas. O preparo primário consiste em operações mais
profundas, normalmente realizadas com arado que visam, principalmente o
rompimento das camadas compactadas e eliminação e/ou enterro de cobertura vegetal.
No preparo secundário, as operações são mais superficiais, utilizando-se
grades ou plainas para nivelar, destorroar, destruir crostas superficiais,
incorporar agroquímicos e eliminar plantas daninhas no inicio do seu
desenvolvimento. Criando assim, ambientes favoráveis à germinação, emergência
e desenvolvimento da cultura implantada. Convém ressaltar que todas essas
atividades de intensa mecanização agrícola podem contribuir para a deformação
da estrutura do solo. Neste sistema, a semeadura é realizada a lanço ou em
linha.
Um aspecto importante que deve ser
considerado no preparo do solo é o ponto de umidade ideal. Se o processo for
realizado com umidade elevada, o solo sofre danos físicos na estrutura
(compactação no lugar onde trafegam as rodas do trator) e tende a aderir
(principalmente em solos argilosos) com maior força nos implementos agrícolas
até o ponto de inviabilizar a operação desejada. Por outro lado, quando o
preparo é feito com o solo muito seco, pode-se formar "torrões" difíceis
de serem quebrados, aumentando o número de operações e, consequentemente,
aumentará o consumo de combustível e tempo, o que encarece o processo.
Este não é um sistema muito vantajoso,
pois ocorre degradação da estrutura dos solos e agressão à vida microbiana,
causada pela pulverização; além do risco de ocorrerem perdas de solo pelo
processo erosivo dos ventos e da água. Além de apresentar inúmeras
desvantagens, como os citados anteriormente e um exagerado número de
operações realizadas, necessitando de grande mão-de-obra e elevando o custo.
Plantio Direto:
Neste sistema o solo não precisa ser
previamente preparado para receber a semente. Abre-se um pequeno sulco (ou
cova) de profundidade e largura suficientes para garantir uma boa cobertura e
contato da semente com o solo sendo que, não mais que 25 ou 30% da superfície
do solo são movimentados. O desenvolvimento inicial do plantio direto
baseia-se em três princípios: a mínima movimentação do solo, a permanente
cobertura do mesmo e a prática de rotação de culturas. Esses fundamentos
viabilizam o objetivo principal do objetivo direto: a conservação do solo.
Neste sistema também deve-se realizar o entaipamento de base larga e de
perfil baixo na adequação da área para o plantio do arroz irrigado, que
compreende as operações de sistematização da superfície do solo ou
aplainamento, calagem quando for necessário, e construção da infraestrutura
de irrigação, drenagem e estradas.
Este sistema apresenta boa umidade para
o nascimento, menor custo de produção, racionalização do uso dos insumos,
melhor uso do solo, menor necessidade de maquinário (menor custo). E se o
processo for realizado de acordo com as instruções, é quase que impossível
descrever alguma desvantagem.
Pré-Germinado:
Este sistema caracteriza-se pela
semeadura de sementes pré-germinadas em solo previamente inundado. No preparo
do solo, há necessidade de formação de lama e o nivelamento e alisamento são
realizados, normalmente, com o solo inundado. A primeira fase do preparo do
solo visa trabalhar a camada superficial para a formação de lama, podendo ser
realizada em solo seco com posterior inundação ou em solo já inundado.
As principais técnicas utilizadas nessa
fase envolvem:
·
aração em solo úmido, seguindo-se o
descorçoamento sob inundação com enxada rotativa;
·
aração seguida de destorroamento com
grade de disco ou enxada rotativa em solo seco, sendo a lama formada após a
inundação utilizando-se a enxada rotativa;
·
uso de enxada rotativa sem aração,
preferencialmente em solo inundado, repetindo-se a operação, de modo a
permitir a formação de lama sem deixar restos de plantas daninhas.
Uma alternativa para a formação de lama
é a utilização da roda de ferro tipo "gaiola", que oferece maior
sustentação e deixa menos rastro das rodas do trator.
A segunda fase compreende o renivelamento
e o alisamento, após a formação da lama, utilizando-se pranchões de madeira,
com o intuito de tornar a superfície lisa e nivelada, própria para receber a
semente pré-germinada. As operações descritas nestas duas fases foram
desenvolvidas principalmente para pequenas áreas. Em áreas mais extensas, vem
se buscando um sistema próprio de preparo do solo, que consiste das seguintes
operações:
1.
Uma ou duas arações em solo seco;
2.
Uma ou duas gradagens, para destorrar o solo, tendo-se o cuidado de não
"pulverizá-lo", para que pequenos torrões impeçam o arraste de
sementes pelo vento;
3.
Aplainamento e entaipamento;
4.
Inundação da área com uma lâmina de, no máximo, 10 cm, mantendo-a por, no
mínimo, 15 dias antes da semeadura, para controlar o arroz vermelho;
5.
Alisamento com pranchões de madeira;
6.
Semeadura das sementes pré-germinadas.
Transplante
de Mudas:
Este método tem como principal objetivo
a obtenção de sementes de alta qualidade. Para se conseguir alta pureza
varietal, o "roguing" é prática fundamental e é facilitado neste
sistema devido ao transplante de mudas, que é realizado em linhas. O sistema
divide-se em duas partes:
1 - Produção de mudas: as mudas são produzidas em caixas, com fundo
perfurado, com as seguintes dimensões: 60 cm de comprimento x 30
cm de largura x 5 cm de altura (as medidas de largura e
comprimento das caixas, poderão variar de acordo com o tipo de
transplantadeira). O solo a ser utilizado deve ser, preferencialmente, de
textura franco arensa, baixo teor de matéria orgânica e livre de sementes
nocivas. Após peneirado, em malha de 5 mm, o solo é colocado nas caixas numa
espessura de 2,5 cm. São semeadas em torno de 300 g de sementes
pré-germinadas por caixa e cobertas com 1 cm de solo. Após a semeadura, as caixas
são irrigadas abundantemente, empilhadas e cobertas com lona plástica por 2-4
dias, até a emergência das plântulas (esta fase é variável em função da
temperatura). Quando as plântulas iniciam a emergência, as caixas espalhadas
em um viveiro protegido contra o ataque de pássaros e ratos são irrigadas
diariamente, até a fase de duas folhas (12-18 dias). Caso haja ocorrência de
doenças nas plântulas, estas devem ser controladas com a aplicação de
fungicidas específicos.
2 - Transplantio: o transplante é feito quando as mudas alcançam
10-12 cm de altura (12-18 dias após a semeadura). No momento de transplante,
as caixas devem estar com umidade adequada, para facilitar o desempenho da
transplantadeira. Esta operação deve ser realizada com área previamente
drenada. As transplantadeiras
normalmente utilizadas, possuem um sistema de regulagem que permite o plantio
de 3 a 10 mudas por cova, espaçamentos de 14 a 22 cm entre covas e 30 cm
entre linhas. O rendimento médio de uma transplantadeira com 6 linhas é em
torno de 3.000 metros quadrados por hora de trabalho, sendo necessárias
110-130 caixas de mudas/ha (30-40 kg de sementes/ha). A inundação permanente
deve ser evitada por uns 2 ou 3 dias, até o pegamento das mudas. O preparo do
solo, manejo da água, controle de plantas daninhas, de pragas e doenças é
idêntico ao recomendado para o sistema pré-germinado.
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PRODUÇÃO
DA SOJA NO BRASIL
Conheça o processo de produção da
soja, a evolução do cultivo no Brasil, os custos de produção e os tratos
culturais: desde a semeadura até a colheita.
A
soja é um grão proteico e oleaginoso, pois cerca de 40% do seu peso seco é
formado por proteínas, e 20% formado por óleo. Por este motivo, ela tem sido
utilizada principalmente com duas finalidades: para a produção de óleo
vegetal e para a alimentação animal. Entretanto, a aplicação da soja e dos
seus derivados é muito extensa, sendo empregada na a alimentação humana e
animal, para a produção de biocombustíveis, cosméticos, entre outros. Somente
em exportações, o Complexo Soja (grão, farelo e óleo) movimentou US$ 17,1
bilhões em 2010.
História
O cultivo da soja no Brasil ainda
é relativamente recente. Apesar de ter sido trazida dos Estados Unidos em
1882, ela só veio a possuir importância econômica em nível de país em meados
da década de 1960, tendo sido impulsionada pelo crescimento do cultivo do
trigo na região sul. A produção brasileira que era de 1,5 milhões de
toneladas em 1970, hoje gira em torno das 75 milhões de toneladas anuais,
sendo superada somente pelos EUA. Cerca de 1 em cada 4 sacos de soja
consumidos no mundo é produzido no Brasil. A produtividade média da soja
também cresceu em ritmo acelerado, saltando de 700 kg por hectare em 1941
para 3.106 kg por hectare em 2010, nos 24,2 milhões de hectares plantados.[
Regiões produtoras
A região sul era durante os anos
60 e 70 a região produtora de soja dominante no Brasil, mas a produção foi
gradualmente expandida para a região centro-oeste durante os anos 80 e 90. A
política de expansão agrícola no cerrado, com incentivos fiscais, baixo valor
da terra, melhoria da infraestrutura de transportes, e adaptação das
variedades às condições de baixa latitude do cerrado, gerou grande impulso da
produção na região centro-oeste. Em 2007, o Mato Grosso produzia cerca de 26%
da soja brasileira, seguido do Paraná (20%) e Rio Grande do Sul (17%).
Custo de produção
Cada decisão a ser tomada deve
levar em conta não somente o aumento da produção, mas principalmente o
retorno econômico que ela gerará. Segundo estimativas da Fundação MS, o custo
de produção da soja convencional na safra 2009/2010 foi de aproximadamente R$
1.130 por hectare, sendo 75% do custo proveniente da compra de insumos, como
adubos, sementes, defensivos e inoculantes. Com os preços de venda da soja
oscilantes entre 20 e 50 reais por saca de 60 kg, o custo de produção
relativo que era de 31 sacas por hectare em 2004, ficou em 27 sacas por
hectare em 2009.
A semeadura da soja no Brasil
costuma ocorrer entre 20 de outubro a 10 de dezembro, sendo que a época ideal
geralmente é durante o mês de novembro.
A soja é semeada por grandes
semeadoras, que depositam a semente no espaçamento desejado. A tecnologia
atual permite que semeemos tanto em solo preparado (arado e gradeado), como
em solo sem preparo prévio, como é o caso do Sistema de Plantio Direto, onde
não há o revolvimento do solo antes do plantio. O emprego da técnica aumenta
o teor de matéria orgânica do solo, reduz as perdas de solo por erosão, reduz
o número de operações com o trator, entre outros benefícios. O plantio direto
já é empregado em mais da metade dos plantios de soja do país.
Adubação e Fixação de Nitrogênio
As plantas precisam de nutrientes
para se desenvolver, sendo eles geralmente obtidos através de adubações.
Dentre os nutrientes, o mais crítico na produção agrícola é o nitrogênio,
pois é necessário em grandes quantidades e custa caro, devido à grande
quantidade de energia gasta para produzi-lo. Entretanto, os produtores de
soja brasileiros não aplicam nenhum adubo nitrogenado nos cultivos de soja,
sendo isso possível através do tratamento das sementes com bactérias capazes
de captar o nitrogênio presente no ar, dispensando a adição de nitrogênio por
adubos. Os demais nutrientes, como o Potássio e o Fósforo são normalmente
fornecidos através de adubos minerais.
Entre 4 a 7 dias após o plantio da
soja, as plantas começam a emergir do solo. Nesse período, é importante ao
produtor cuidar para que as plantas não sejam dizimadas por insetos e
doenças, pois as pequenas plantas são um alvo fácil para eles. Entretanto, as
plantas poderão ser atacadas durante todo o seu ciclo de vida.
Existem hoje cerca de 40 doenças
presentes nas lavouras de soja brasileiras, causando perdas médias estimadas
em cerca de 15% a 20%, sendo que algumas doenças, mesmo quando tratadas geram
perdas de quase 100%. O grau de incidência das doenças depende principalmente
de fatores climáticos, como temperatura e chuvas. Dentre as principais
doenças está o fungo causador da ferrugem asiática, que gera altos gastos com
agrotóxicos para o seu controle. O controle químico de doenças pode exigir
até 6 pulverizações ou mais de fungicias em situações mais problemáticas. A
maioria das doenças pode ser transmitida pelas sementes, por isso, é
necessário plantarmos sementes absolutamente sadias, e obtidas de produtores
confiáveis.
Insetos
Os insetos também são um grande
problema aos produtores de soja, levando-os a pulverizar inseticidas de frequentemente.
Dentre as principais pragas estão as lagartas desfolhadoras e os percevejos.
No Brasil, um grande projeto foi desenvolvido para disseminar o controle de
lagartas através da introdução de uma doença que as ataca, chamada de
Baculovírus.
Hoje, genes de bactéria
introduzidos nas plantas de soja geraram plantas transgênicas chamadas “Bt”.
Estas plantas matam lagartas após a ingestão de partes das suas folhas, o que
reduz as perdas e os gastos com inseticidas, mas tem gerado muita polêmica em
todo o mundo.
Plantas daninhas
Outro grande desafio da produção é
o crescimento de plantas indesejáveis junto à lavoura. As plantas daninhas
crescem mais rápido que a soja, utilizando os nutrientes e a água do solo,
além de gerar sombra sobre a soja, impedindo a fotossíntese. Além disso, as
sementes das plantas indesejáveis poderão acabar sendo colhidas junto à soja,
diminuindo o valor da soja, causando prejuízos ao produtor. Para auxiliar no
controle de plantas daninhas, são utilizados agrotóxicos herbicidas, que
matam as plantas daninhas já desenvolvidas, e evitam a germinação de novas
plantas indesejáveis.
Soja RR pulverizada com
Transgênico Soja RR
O custo do controle de plantas
daninhasfacilmente se torna um dos mais representativos nos gastos do
agricultor, gerando a busca constante por alternativas mais viáveis
economicamente. Esta preocupação tornou o lançamento do transgênico
intitulado “Roundup Ready” uma verdadeira revolução na produção da soja. O
transgênico permite que com somente um herbicida de baixo custo, o agricultor
seja capaz de matar praticamente
todas
as plantas da lavoura, exceto a soja, por esta possuir um gene de resistência
ao herbicida glifosato.
Após todo o desenvolvimento da
soja finalizado, e com os grãos prontos para serem colhidos, ainda temos que
retirá-los do campo, através da colheita feita por máquinas. O momento ideal
para colher a soja é determinado principalmente através da umidade dos grãos,
que deve estar entre 13% e 15% para obtermos perdas mínimas. Para as
variedades brasileiras isso leva em média de 100 a 160 dias após o plantio.
As perdas são muito variáveis, e
dependem dos tipos de maquinário, grau de manutenção, grau de instrução do
operador, etc. A média brasileira de perdas na colheita da soja no Brasil
está em torno dos 120 kg por hectare, ou seja, mais de 2,5 milhões de
toneladas são perdidos no campo anualmente, gerando um prejuízo de
aproximadamente 1,7 bilhões de reais.
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