Sumário
Aquecimento Global
Aquecimento
global é a elevação da temperatura do planeta, gerando sérias complicações
como: furacões, secas, enchentes, extinção de milhares de animais e vegetais.
Derretimento dos polos e vários outros problemas que o homem não tem
condições de enfrentar ou controlar.
Há muitos anos, o homem destrói
o planeta (matando e poluindo) e os pesquisadores alertam sobre as
consequências graves desses atos.
Existem
várias evidências que a temperatura do planeta aumentou: os termômetros
subiram 0,6ºC desde o meio do século XIX, o nível dos oceanos também subiu e
as regiões glaciais do planeta estão diminuindo. Os cientistas também
consideram prova do aquecimento global, a diferença de temperatura entre a
superfície terrestre e a troposfera (zona atmosférica mais próxima do solo).
A
maioria dos cientistas climáticos acredita que o aumento da quantidade de gases estufa (gás
carbônico, metano, etc.) lançados na atmosfera provoca uma elevação da temperatura,
a emissão desses gases (fruto do desmatamento e da queima de combustíveis fósseis) formam uma barreira impedindo que o
calor se propague aumentando a temperatura da terra. (veja Efeito Estufa).
Os
maiores responsáveis pela emissão desses gases são os Estados Unidos (que
lideram a lista com cerca de 36% do total mundial), a União Europeia, China, Rússia, Japão e Índia.
O
Brasil já contribui para mudar esse triste quadro, aqui já existe o
desenvolvimento de matrizes energéticas de origens vegetais (etanol, biodiesel).
No Brasil, conforme relatório
divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (órgão ligado
às Nações Unidas, que avalia as mudanças climáticas, o IPCC), as previsões
apontam para o aumento da temperaturas na Amazônia (podendo se transformar em
um grande cerrado);
cidades litorâneas como Rio de Janeiro e Recife correm risco de desaparecer
(com a elevação do nível do mar); o Nordeste será muito castigado (pode virar
um grande deserto); as regiões Sul e Sudeste poderão ser assoladas por
furacões, enquanto as grandes cidades ficarão mais quentes e mais suscetíveis
a inundações, enchentes e desmoronamentos.
Em
2005, entrou em vigor o Protocolo de Kyoto que
conta com a participação de centenas de nações que se comprometeram a reduzir
as emissões de gás na atmosfera; porém, os EUA ainda não assinaram o acordo.
Os
cientistas climáticos alertam que as consequências do aquecimento global
terão dimensões imensas, e põem em risco
a vida no
planeta. A maioria deles prevê a falta de água potável,
mudanças nas condições de produção de alimentos, mudanças
climáticas (com ondas de calor intenso) aumento
do número de mortes causado pelas várias catástrofes (inundações, calor,
secas, etc.), além do aumento do nível do mar, de ecossistemas
destruídos e a extinção de várias espécies animais e
vegetais. , aumento do nível do mar (por causa do
derretimento das calotas polares), além do surgimento de novas doenças, mais
fome e ainda mais miséria.
Provavelmente,
as nações mais prejudicadas serão aquelas que não têm muitas condições de
combater esse problema, pois não possuem recursos financeiros, tecnológicos e
científicos.
Efeito Estufa
Efeito estufa é
um fenômeno natural de aquecimento térmico da Terra. É imprescindível para
manter a temperatura do
planeta em condições ideais de sobrevivência. Sem ele, a Terra seria muito
fria, dificultando o desenvolvimento das
espécies.
Acontece
da seguinte forma: os raios provenientes do Sol, ao serem emitidos à Terra, têm dois destinos.
Parte deles é absorvida, e transformada em calor, mantendo o planeta quente,
enquanto outra parte é refletida e direcionados ao espaço, como radiação
infravermelha. Ou seja: cerca de 35% da radiação é refletida de volta para o
espaço, enquanto os outros 65% ficam retidos na superfície do planeta. Isso por
causa da ação refletora de uma camada de gases que a Terra tem, os gases estufa. Eles agem como isolantes por absorver uma parte da energia irradiada e
são capazes de reter o calor do Sol na atmosfera, formando uma espécie de cobertor em torno do
planeta, impedindo que ele escape de volta para o espaço.
Nas ultimas décadas, contudo, a
concentração natural desses gases isolantes tem sido aumentada demasiadamente
pela ação do homem, como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e a ação das indústrias, aumentando a poluição do ar. O excesso dessa camada está fazendo que parte desses
raios não consigam voltar para o espaço, provocando uma elevação na temperatura
de todo o planeta, o aquecimento global.Por isso, o nome estufa é usado para descrevê-lo.
Uma estufa é um lugar úmido,
abafado, semelhante a uma sauna, usado para guardar plantas em desenvolvimento
e que precisam de calor e umidade. Os gases do efeito estufa (GEEs), misturando-se à
atmosfera, comportam-se como uma estufa, retendo o calor solar próximo à
superfície terrestre.
Gases do Efeito Estufa
Os
principais gases que provocam esse fenômeno são:
§ dióxido
de carbono (CO2);
§ óxido
nitroso (N2O);
§ metano
(CH4);
§ cloro-fluor-carboneto
(CFC);
São oriundos, principalmente, da
queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. Em excesso, o efeito estufa
causa um superaquecimento, provocando consequências desastrosas, como o
derretimento de parte das calotas polares; mudanças climáticas; elevação do
nível dos oceanos; maior incidência de fenômenos como furacões, tufões e ciclones secas; extinção de espécies; destruição de ecossistemas
e ondas de calor.
Visando diminuir as emissões dos
GEEs, a ONU convocou vários países para
assinar um tratado, em 1997, denominado “Protocolo de Kyoto",
na ocasião da Ri-92 ou Eco-92 O acordo determina que os
países industrializados diminuam entre 2008 a 2012 suas emissões de gases
poluentes a um nível 5,2% menor que a média de 1990. Os Estados Unidos, o país
que mais contribui para esses danos ambientais, o maior poluente do planeta,
porém, não ratificaram o documento.
O Brasil está em 4º lugar no ranking
dos países que mais emitem gases de efeito estufa na atmosfera. A maior
contribuição brasileira fica por conta dos desmatamentos.
El Niño
O El
Niño é um fenômeno causado pelo aquecimento das águas do Pacífico além do
normal e pela redução dos ventos alísios na região equatorial. Sua
principal característica é a capacidade de afetar o clima a nível mundial através da
mudança nas correntes atmosféricas.
O
nome “El Niño” foi escolhido pelo fato do fenômeno de aquecimento das águas na
costa do Peru acontecer em dezembro, próximo ao Natal, e faz referência ao “Menino
Jesus” ou, em espanhol “Niño Jesus”. O fenômeno já era conhecido entre os pescadores da região por causar
diminuição na oferta de pescados nesse período, mas, só ganhou fama mundial
após o período de 1997 a 1998 quando alcançou seu período de maiores efeitos.
O El Niño
provoca o enfraquecimento dos ventos alísios na região equatorial, ou seja, nos
ventos que sopram de leste para oeste, provocando mudanças nas correntes atmosféricas que irão acarretar em precipitações e secas
anormais em diversas partes do globo, além de aumento ou queda de temperatura,
também anormais
Os ventos alísios ao soprar
no sentido leste-oeste, resfriam a superfície do mar próxima ao litoral do Peru
e, de certa forma, “empurram” as águas mais quentes na direção contrária,
caracterizando uma diferença de temperatura entre as duas regiões. Então, na
região de águas mais quentes ocorre a evaporação mais rápida da água e
a formação de nuvens. Para isso, ou seja, para formar as nuvens, o ar quente
sobe ao mesmo tempo em que o ar mais frio desce na região oposta, formando o
fenômeno que os meteorologistas chamam de “célula de
circulação de Walker”. A ocorrência deste outro fenômeno forma outro, conhecido
como “ressurgência”, ou, afloramento das águas frias do oceano à superfície,
dando continuidade ao ciclo.
O El Niño é justamente a ocorrência
anormal desses fenômenos ocasionada pelo superaquecimento das águas do
Pacífico.
Ao se tornar mais
quentes que o normal, as águas oceânicas do Pacífico tendem a evaporar mais
rapidamente e em uma região, ou superfície, mais extensa, e não apenas na parte
oeste como ocorreria normalmente.
Os principais impactos causados pelo
fenômeno no Brasil são:
- secas na região norte, aumentando a
incidência de queimadas;
- precipitações abundantes na região sul, principalmente nos períodos de maio a julho e aumento da temperatura; - aumento da temperatura na região sudeste, mas sem mudanças características nas precipitações; - secas severas no nordeste; - e tendência de chuvas acima da média e temperaturas mais altas na região centro-oeste.
Na Colômbia há a redução das
precipitações e na vazão dos rios, no Equador e noroeste do Peru ocorre
justamente o contrário, enquanto que na região do altiplano da Bolívia e do
Peru o el Niño causa secas intensas.
O fenômeno do El Niño vem sendo
registrado desde 1877, tendo alcançado seu pico no período de 1997 a 1998,
quando houve o maior número de catástrofes. O El Niño ocorre periodicamente com
variação de 1 a 10 anos entre cada ocorrência
Outro termo para se referir ao El Niño é a sigla “ENOS” de “El Niño Oscilação-Sul” que designa a interação atmosfera-oceano, associada às alterações nos ventos alísios e nos padrões normais de Temperatura da Superfície do Mar (TSM).
La Niña
La
Niña é o fenômeno oposto ao El Niño enquanto que este é devido ao aumento da temperatura do oceano Pacífico, a La Nina ocorre devido à
diminuição da temperatura ocasionada pelo aumento da força dos ventos alísios.
Explicando
melhor: ao aumentar a intensidade dos ventos alísios, o fenômeno de
ressurgência (afloramento das águas profundas do oceano – mais frias e com mais
nutrientes) das águas do Pacífico tende a se intensificar e ocorre a diminuição
da temperatura da superfície oceânica.
Além
disso, a corrente atmosférica tende a “empurrar” as águas mais quentes com
maior força, fazendo com que ela se acumule mais a oeste do que ocorreria
normalmente.
Ao contrário do que seria de se
esperar pela afirmativa de La Niña ser o contrário do El Niño, os efeitos
causados nas correntes atmosféricas são praticamente os mesmos: a maior
concentração de águas quentes a oeste do Pacífico gera uma área onde a
evaporação também é maior. Intensificando o processo da célula de circulação de
Walker (o ar quente sobe na região de águas mais quentes, ao mesmo tempo em que
o ar mais frio desce na região oposta, gerando um ciclo).
A
diferença principal, além da variação de temperatura, é que no fenômeno do El
Niño a variação média costuma chegar facilmente a 4ºC ou 5ºC enquanto que na
ocorrência do fenômeno La Nina a variação de temperatura mal chega aos 4ºC.
A La Niña costuma ocorrer em
períodos alternados com o El Niño, em intervalos que variam de 3 a 7 anos e
pode durar de dois a sete anos. Mas, na maioria das vezes foi registrada uma
duração média de nove a doze meses.
Outra
diferença é que nas últimas décadas o fenômeno do El Niño vem se intensificando
enquanto que a La Niña vem ocorrendo com menos frequência. O ultimo registro da
La Niña foi em 1998/1999.
Seus
efeitos sobre o Brasil divergem daqueles causados pelo El Niño: na região norte
ocorrem chuvas mais abundantes e aumento da vazão dos rios. O mesmo ocorre no
nordeste, enquanto que na região sul ocorrem secas prolongadas; nas regiões
centro-oeste e sudeste os efeitos são pouco previsíveis podendo variar de
ocorrência para ocorrência.
Na
Colômbia costumam ocorrer chuvas abundantes e enchentes. No oeste do Chile e da
Argentina ocorre diminuição da precipitação de outubro a dezembro, e no Uruguai
e no Peru ocorrem secas intensas.
Embora
os efeitos mais intensos sejam nas regiões próximas à Linha do Equador e
regiões subtropicais, os efeitos da La Niña (e do El Niño) podem ser percebidos
em diversas partes do mundo.
Camada de Ozônio
Chamamos de “camada de ozônio” a uma porção da atmosfera terrestre
onde a concentração do gás ozônio (O3) é maior
do que nas outras camadas. Esta camada fica na estratosfera e está à cerca de
30 km de altura, nível onde o ozônio atinge sua concentração máxima.
O
ozônio é um gás instável, formado por três átomos de oxigênio
(forma alotrópica do oxigênio). É um agente oxidante extremamente poderoso,
adquirindo características tóxicas em altas concentrações e nas camadas mais
baixas da atmosfera. Na temperatura ambiente
ele possui uma cor azul-pálida e em estado líquido possui características
explosivas.
O
ozônio é produzido na própria estratosfera através de uma reação fotoquímica onde a
radiação ultravioleta decompõe o oxigênio em sua forma atômica. O oxigênio
atômico logo em seguida, pela ação de um catalisador (), se une a uma molécula
de oxigênio originando o ozônio que então sobe pára camadas mais altas e sofre
novamente a ação dos raios UV que decompõem a molécula de ozônio em uma reação
de destruição e criação constante e equilibrada.
A
camada de ozônio formou-se há aproximadamente 400 milhões de anos e de lá até
hoje mantém praticamente a mesma espessura, com exceção da região do chamado “buraco
na camada de ozônio”. Foi a camada de ozônio que permitiu o surgimento
da vida sobre a terra ao refletir a maior parte dos raios ultravioletas. Sem o
ozônio o mundo seria um
lugar extremamente quente, praticamente inabitável. Por isso a destruição da
camada de ozônio é algo tão preocupante.
Elementos
como o cloro, bromo, hidrogênio e
carbono, ao atingir a camada de ozônio reagem com o oxigênio livre resultante
da decomposição do ozônio
impedindo que ele reaja novamente com a molécula de oxigênio. Esses elementos
atingem a camada de ozônio na forma de moléculas como o CFC, BrFC ou outras
moléculas bastante estáveis que passam pelas camadas da atmosfera sem reagir e
se acumulam na camada de ozônio onde, por ação dos raios UVB, são enfim
decompostos em seus átomos constituintes.
A
questão é que quanto mais substâncias deste tipo foram lançadas na
atmosfera mais rapidamente a camada de ozônio vai perdendo sua capacidade de se
regenerar e o buraco na camada de ozônio tende a aumentar tornando incerto o
futuro do planeta.
Tsunami
Tsunami é
um nome derivado do japonês tsu (porto, ancoradouro) e nami (onda, mar) e que
designa ondas gigantes provocadas por fenômenos geológicos como maremotos,
vulcões e o movimento das placas tectônicas ou até mesmo o deslizamento de
grandes placas de gelo e rocha, ou ainda, eventos meteorológicos extremos e
meteoritos.
O
que diferencia uma onda normal de um tsunami é a frequência. Enquanto uma onda
normal possui uma frequência de alguns segundos, os tsunamis podem ter
intervalos que variam de horas a até dias, com no caso ocorrido em 1979, em
Nice, na França onde o intervalo entre dois tsunamis foi de uma semana.
No
caso do tsunami que tornou o termo conhecido no mundo todo, o que atingiu a
Indonésia em 2004, o fenômeno foi provocado pelo movimento da placa Filipina e
da placa Indo-Australiana causando um terremoto de 9 graus na escala Richter (escala criada
para medir a intensidade dos terremotos e que vai de 2 a 9). Para se ter uma ideia,
de acordo com esta escala, abalos desta magnitude ocorrem uma vez a cada 20
anos.
Neste
caso, o abalo provocou primeiro, uma elevação da água do oceano Índico na
região sobre a falha geológica próxima
a costa da ilha de Sumatra. A elevação começou com 0,5 metros de altura e 160
km de amplitude que propagaram a 800 km/h. Conforme a onda se aproximava do
continente e a profundidade do oceano diminuía sua velocidade ia caindo, mas,
em compensação, sua altura ia aumentando. Até que, ao chegar ao continente (em
algumas regiões, dependendo da profundidade do oceano e da distância do ponto
inicial) a tsunami havia atingido 10 metros de altura a uma velocidade de 48
km/h.
Embora
outros tsunamis já tenham ocorrido, os cientistas consideram o de 2004 como sem
precedentes na história tamanho o seu poder destrutivo.
Outra característica importante é
que o tsunami não é uma onda isolada, mas uma sucessão de ondas gigantes que se
propagam pelo oceano até encontrar uma barreira que as freie. Ignorar isso é um
dos motivos que levou a morte milhares de pessoa que, após a primeira onda
voltam para suas casas e são surpreendidas por mais uma onda gigante.
O
primeiro registro que se tem de um tsunami data de 1692 em Port Royal, na
Jamaica e também foi causado por um terremoto seguido de um maremoto que foi
responsável por colocar debaixo d’água cerca de 2/3 da cidade. O número de
mortos pode ter chegado a 3.000 pessoas.
Desde
então, cerca de 18 tsunamis ocorreram em diversas regiões do globo sendo que o
mais famoso deles, até o tsunami de 2004, era o causado pela erupção vulcânica na
ilha de Krakatoa, também, na Indonésia e que causou a morte de 36.000 pessoas.
Outro
fenômeno que pode ocasionar um tsunami, por exemplo, é o deslocamento de
grandes porções de terra (ilhas, por exemplo) ou gelo, como o que ocorreu em
1958 em Lituya Bay, no Alasca.
Atmosfera
Atmosfera é o
nome dado à camada gasosa que envolve os planetas. No caso da atmosfera terrestre ela é
composta por inúmeros gases que ficam retidos por causa da força da gravidade e
do campo magnético que envolve a Terra.
Camadas da Atmosfera.
No
início da formação do planeta Terra a atmosfera era composta basicamente por
gases (Metano, amônia,
nitrito, vapor de água e dióxido de carbono) resultantes das constantes erupções e colisões na
superfície inóspita da terra primitiva, além dos que eram expelidos por
rachaduras na crosta terrestre.
Então,
em uma segunda fase, surgem os primeiros organismos vivos que realizam fotossíntese (processo bioquímico que transforma dióxido de carbono
em oxigênio com
o auxílio da luz solar, realizado pelos vegetais e algumas algas), absorvendo o gás carbônico da atmosfera e
transformando-o em oxigênio. Com isso acontece uma das maiores transformações
causadas no planeta por algum organismo vivo: a atmosfera torna-se saturada de
oxigênio. Ironicamente, os primeiros organismos a realizar a fotossíntese eram
anaeróbios (organismo que vivem sem oxigênio e morrem na presença dele), e são
extintos. Alguns organismos, entretanto, continuam evoluindo e se adaptam a
nova atmosfera cheia de oxigênio.
Atualmente,
o nitrogênio e o
oxigênio juntos, somam cerca de 99% dos gases que compõem a atmosfera
terrestre. O oxigênio é consumido pelo seres vivos através do processo de
respiração e transformado em dióxido de carbono e vapor de água que serão
depois reabsorvidos pelos organismos. O dióxido de carbono será consumido no
processo de fotossíntese, e o vapor de água, responsável, por redistribuir a
energia na terra através da troca de energia de calor latente, produzir o
efeito estufa e causar as chuvas, será novamente consumido pelos organismos
vivos na sua forma líquida.
Outros
gases que compõem a atmosfera terrestre são: dióxido de carbono, argônio, metano,
óxido nitroso, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxido e dióxido de nitrogênio, os clorofluorcarbonos, ozônio, e
outros que integram o 1% restante da atmosfera.
Para
fins de estudos a atmosfera terrestre é dividida em algumas camadas de acordo
com a variação das transições de temperatura:
A estratosfera,
estende-se até aproximadamente 50 km com temperaturas parecidas com as da
troposfera até o limite de 20km. Esta camada é mais quente por causa do ozônio
que se acumula e que absorve os raios ultravioletas.
Na mesosfera,
a temperatura novamente diminui. Esta camada vai até cerca de 80 km. A esta
altura, a temperatura chega a -90ºC!
E
a termosfera, que não possui um limite inferior muito bem definido.
Aqui as moléculas se agitam com uma velocidade enorme, o que significaria uma
temperatura altíssima. Entretanto, a concentração dessas moléculas é muito
baixa o que diminui drasticamente a quantidade de energia que essas moléculas
poderiam transmitir para qualquer corpo que se encontrasse ali, anulando, de
certa forma, a temperatura. A termosfera, por sua vez, compreende uma camada
situada entre 80 a 900 km, chamada de ionosfera.
A ionosfera,
como o próprio nome já diz, é composta por uma infinidade de íons criados a partir da radiação solar que incide nas
moléculas de oxigênio e nitrogênio, liberando elétrons. A ionosfera é composta
por três camadas (da mais próxima a mais distante) D, E e F que possuem
concentrações diferentes de íons. Durante a noite as camadas D e E praticamente
desaparecem, porque não há incidência de raios solares e, consequentemente, não
há formação de íons. Ou seja, durante a noite, os íons se recombinam formando
novamente as moléculas de oxigênio e nitrogênio. Mas, à noite ainda há
incidência de raios solares, mesmo que de menor intensidade, o que explica
porque a camada F não se extingue também.
Poluição Atmosférica
Muitos contaminantes procedem de locais facilmente
identificados. O dióxido de enxofre, por exemplo, procede de centrais
energéticas que queimam carvão ou petróleo. Outros se formam pela ação da luz
solar sobre materiais reativos previamente emitidos à atmosfera. Por
exemplo, o ozônio (um perigoso contaminante que faz parte da poluição), é
produzido pela interação de hidrocarbonetos e óxido de nitrogênio sob
influência da luz solar. O ozônio também tem causado muitos prejuízos nas
lavouras. Por outro lado, o descobrimento, na década de 80, de que alguns
contaminantes atmosféricos, como o clorofluorcarboneto (CFC), estão produzindo
a diminuição da camada de ozônio, fez com
que o CFC venha sendo cada vez menos utilizado.
A
concentração de dos elementos contaminantes se reduz à medida que estes são
dispersados na atmosfera, processo que depende de fatores climatológicos, como
a temperatura, a velocidade do vento, o movimento de sistemas de alta e baixa
pressão e a interação destes com a topografia local, por exemplo, montanhas e
vales. A temperatura normalmente diminui com a altitude, mas quando uma camada
de ar frio fica sob uma camada de ar quente produzindo uma inversão térmica, a
mistura atmosférica acontece muito lentamente e os contaminantes se acumulam perto
do solo. As inversões podem ser duradouras sob um sistema estacionário de altas
pressões unido à baixa velocidade do vento. Num período de três dias de escassa
mistura atmosférica pode levar a concentrações elevadas de produtos perigosos
em áreas de alta contaminação e, em casos extremos, produzir doenças e até a
morte. Em 1948, uma inversão térmica sobre Donora (Pennsylvania) causou doenças respiratórias em
mais de 6000 pessoas e a morte de vinte delas.
Protocolo de Kyoto
Como
o próprio nome já diz, o Protocolo foi assinado em Kyoto (Japão),
em 1997.O documento estabelece aos países
industrializados a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2, gás carbônico) e
outros gases do efeito
estufa (gases que contribuem para o aquecimento
global), ou seja, o protocolo impõe uma meta de redução desses gases na atmosfera.
Apenas
as nações ricas são obrigadas a reduzir suas emissões, as outras (em desenvolvimento) como
Brasil, China e Índia, embora sejam grandes poluentes, podem participar do
acordo, mas não são obrigados a nada. Isso não significa que elas não devem se
importar; pelo contrário, o mundo inteiro
tem responsabilidade no combate ao aquecimento, mas a ideia é que os países que
mais lançaram gases na atmosfera têm maior obrigação de reduzir as emissões.
Aqueles
que conseguirem um resultado satisfatório, receberão os chamados “Créditos de Carbono”, que valem
dinheiro.
O
Brasil embora não tenha muitos deveres no acordo, só sai ganhando com esse
protocolo, pois qualquer projeto elaborado aqui com a finalidade de diminuir
o efeito estufa pode
se transformar em crédito de carbono. Se por acaso algum país rico não
conseguir ou tiver dificuldade de atingir a meta, ele poderá comprar esse
crédito do Brasil.
O álcool da cana-de-açúcar polui
menos que os combustíveis fósseis (gasolina,
diesel) e é um substituto dos combustíveis provenientes do petróleo (o Brasil é um grande
produtor de álcool); além disso, nosso país possui grandes projetos de
reflorestamento aumentando a quantidade de árvores que absorvem o dióxido de
carbono.
O
documento conta com a participação de centenas de países; porém, infelizmente,
o sucesso do acordo não é total, pois os Estados Unidos (maior emissor de gases
estufa na atmosfera) recusa-se a assinar o documento, bem como alguns outros
países, como a Austrália.
O
presidente George W. Bush alega
que não existem provas suficientes que liguem o aquecimento global à poluição
industrial e além disso, ele diz que a economia de seu país seria prejudicada,
já que são dependentes de combustíveis fósseis (o desmatamento e a queima de
combustíveis fósseis contribuem para a emissão desses gases no ar). Em vez de
diminuir as emissões, os EUA optaram por desenvolver tecnologias menos
poluentes.
Protocolo
de Kyoto e Aquecimento Global são duas coisas que andam juntas, é impossível
falar de um sem citar o outro.
O
Protocolo foi criado justamente para impedir que o aquecimento cresça e
prejudique cada vez mais o planeta e seus habitantes.
Cronologia
Em
1988 em Toronto (Canadá), ocorreu a 1ª reunião entre governantes e cientistas
sobre as mudanças climáticas. Esta reunião descreveu os tristes impactos que
tais mudanças causam ao nosso planeta. Dois anos depois, o IPCC informa e
adverte sobre a importância de reduzir a emissão do principal gás do efeito
estufa (CO2 – Dióxido de Carbono). Em 1995, o IPCC novamente
faz um alerta aos cientistas comunicando que os primeiros sinais das mudanças
climáticas já são evidentes. No ano de 1997, é assinado o Protocolo de Kyoto e
em 29 de abril de 1998, o Brasil assina o documento.
Segundo
o Banco Mundial, o projeto de controlar ou precificar o carbono liberado nas
atividades econômicas e sociais está sendo executado e analisado por 40 países
e 20 jurisdições subnacionais. A iniciativa visa mitigar os efeitos das
mudanças climáticas.
Mas,
em nível internacional ainda não há um padrão ou um mecanismo que verifique o
real resultado dos projetos em cada país, não sendo possível prever a
veracidade e a eficácia de cada projeto de controle das
emissões. Em agosto de 2013, durante a realização da LACCF (Fórum Latino-americano
e do Caribe de Carbono), especialistas concluíram que o mercado
internacional de carbono está fragmentado, sendo necessário conectar as
ações e experiências entre os países.
Pesquisadores afirmam
que os países que implementam projetos de precificação das emissões de
gases de efeito estufa deveriam agir de maneira compartilhada por meio de um
sistema padronizado de controle e precificação que permitisse ações
internacionais coletivas contra o aquecimento global. Caso o mercado
internacional permaneça fragmentado, há o risco de o mesmo não se tornar grande
o suficiente para alcançar os objetivos estabelecidos para evitar mudanças
climáticas violentas no século XXI.
É
necessário que as políticas de controle da emissões, compra e venda do direito
de emissões siga uma unidade de valores e regras abrangente e multilateral
entre os países que investem e aplicam nesse novo mercado. Caso contrário,
poderemos assistir uma espécie de vazamento das metas de redução de emissão de
gases de efeito estufa.
Portanto, é urgente termos um modelo coerente de
mercado de carbono ao redor do mundo que obedeça uma série de regras
respeitando as características ambientais, sociais e econômicas de cada país.
Uma unidade global de mercado poderá incluir métodos e projetos já existentes
como o MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), créditos setoriais de carbono,
entre outros.
A ideia do mercado de carbono surgiu
durante a criação da UNFCCC, sigla em inglês que significa Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre a Mudança Climática, realizada durante a Rio-92. No ano de
1997, nas reuniões de KYoto, Japão, as partes aceitaram que todos os países
signatários deveriam assumir compromissos mais rígidos de redução das
emissões. Considerando a principal convenção desse mercado, uma tonelada de
dióxido de carbono (CO2) equivale a um crédito de carbono que pode ser
negociado. O país que emite pouco carbono pode vender o seu excedente de
direito de emissão para países que emitem muito carbono e necessitam continuar
emitindo para manter a sua produção econômica.
Chuva Ácida
A verdade é que a chuva já é
naturalmente ácida devido à presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Com um pHem
torno de 5,4, a chuva comum não traz nenhum prejuízo ao homem ou à natureza.
Isso porque, a acidez é baixa. (A escala utilizada para medir o pH vai de 0 a
14, sendo que 7 é o pH neutro. Acima disso, é básico e abaixo é ácido. Quanto
mais baixo, mais ácido.) O problema, é que com a queima de combustíveis fósseis,
como o petróleo, e o aumento considerável do acúmulo de dióxido de carbono na
atmosfera (além do normal) fazem com que o pH da chuva caia para algo entre 5 e
2,2 e se torne extremamente nociva ao homem e à natureza.
Robert Angus Smith (climatologista
inglês) foi quem usou pela primeira vez o termo “chuva ácida”, em 1872, ao
presenciar o fenômeno em Manchester (Inglaterra) no início da revolução industrial.
Foi ele, também, o primeiro a relacionar o fenômeno com a poluição atmosférica.
Formação da Chuva Ácida: A chuva
ácida ocorre quando existe na atmosfera um número muito grande de enxofre (SO2)
e óxidos de nitrogênio (NO,
NO2, N2O5) que, quando em contato com o hidrogênio em
forma de vapor, formam ácidos como o ácido nítrico (HNO3),
ou o ácido sulfúrico (H2SO4).
Estima-se, embora não haja dados
concretos, que o fenômeno da chuva ácida tenha surgido com a Revolução
Industrial e a crescente queima de combustíveis fósseis.
As grandes cidades
como Nova York (EUA), Berlim (Alemanha) e até a Atenas (Grécia) já sofrem com
os efeitos da chuva ácida há muito tempo, mas, há apenas 10 anos que este tema
começou a ser investigado mais a fundo pelos ecologistas e cientistas do clima.
Os efeitos mais nocivos da chuva
ácida ocorrem no meio ambiente. Um lago, por exemplo, que possui um pH em torno
de 6,5 não sobrevive a um pH abaixo de 4 ou 4,5, podendo ocorrer a morte de
todos os seres que vivem ali.
A chuva ácida também
causa a acidificação do solo tornando-o improdutivo e mais suscetível à erosão.
A acidez do solo, inclusive, é um dos principais fatores para a diminuição da
cobertura vegetal em diversos países. Estudos recentes publicados pelo WWF
apontam que a chuva ácida já um dos principais responsáveis pelo desmatamento
na Mata Atlântica.
Para o homem o acúmulo de dióxido de enxofre no organismo pode
levar à formação de ácidos no corpo humano causando até danos irreversíveis aos
pulmões. Na Inglaterra, em 1952, na cidade de Londres, cerca de 4000 pessoas
morreram por causa da emissão de dióxido de enxofre pela queima de carvão nas
indústrias e nas casas. O pior de tudo é que nem sempre a chuva ácida cai sobre
a local onde foi feita a emissão de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio.
Como essas substâncias estão em forma de gás, elas podem ser transportadas pelo
vento por quilômetros de distância antes de cair na forma de chuva.
Desertificação
Desertificação
é o fenômeno de transformação de terras com potencial produtivo em terras
inférteis. Esse fenômeno ocorre em regiões de clima árido, semiárido e sub-úmido
seco, destruindo cerca de 60mil km² de terras por ano no mundo todo.
A
desertificação começou a ser estudada durante os anos 30, quando uma série de
tempestades de areia varreu o meio oeste dos EUA, passando pelos estados de
Oklahoma, Kansas, Novo México e Colorado e cobrindo cidades inteiras. O
desastre, que apelidou a região de “Dust Bowl” (“Prato de poeira”), forçou a
migração de milhares de pessoas para outros estados, trazendo, também,
problemas socioeconômicos como o desemprego e a pressão sobre a infraestrutura
das cidades. Aliás, este é um dos vários problemas causados pelo processo de
desertificação.
As
perdas econômicas anuais devido ao processo de desertificação chegam a 4
bilhões de dólares no mundo todo e 100 milhões de dólares só no Brasil. O
problema se agrava ainda mais pelo fato de a maior parte das regiões atingidas
pelo processo de desertificação ser de regiões pobres em países
subdesenvolvidos, como por exemplo, a África onde em meados da década de 70,
500 mil pessoas morreram de fome na região conhecida como Sahel devido a
processos de desertificação .
Mais
tarde, a Eco 92 (a
Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente),
traçaria como objetivo principal das nações o Desenvolvimento Sustentável do
Planeta, bem como a elaboração de uma Convenção para o Combate a
Desertificação. Nessa Convenção foram elaborados estudos sobre os principais
problemas decorrentes da desertificação a suas causas.
Dentre
as causas listadas pela Convenção encontra-se o uso intensivo e inadequado do
solo em regiões de ecossistemas frágeis com baixa capacidade de recuperação
resultando na salinização de solos pela irrigação mal planejada. O
sobre-pastoreio, o desmatamento, o esgotamento do solo e dos recursos hídricos
e o manejo inadequado na agropecuária são outros fatores que agravam o
problema.
Além
de tornar a região vulnerável à seca causando prejuízos diretos na agricultura
e pecuária com perdas sensíveis para a economia dos locais atingidos, a
desertificação causa perda da biodiversidade, perda
dos solos por erosão e diminuição dos recursos hídricos levando ao abandono das
terras pela população, que migra para as cidades gerando outro problema: o
aumento dos problemas ambientais e socioeconômicos urbanos.
No
Brasil algumas regiões apresentam características geoclimáticas e ecológicas
que favoreceram a aceleração do processo totalizando uma área de 18,7 mil km²
de áreas chamadas de núcleos de desertificação em cidades do Piauí, Rio Grande
do Norte, Ceará e Pernambuco. Outras regiões atingidas pelo processo de
desertificação no Brasil são as regiões do Semiárido, da Bahia, Sergipe,
Paraíba, Amazônia, Rondônia, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande
do Sul e Minas Gerais.
Entretanto,
atualmente, as regiões que apresentam maiores estágios de desertificação
encontram-se na China. O país que costumava apresentar uma média de 6
tempestades de areia por ano, registrou 8 tempestades até abril de 2006,
prejudicando seriamente sua capacidade produtiva. O que não significa prejuízo
apenas para a China, mas para a economia do mundo inteiro.
Iniciativas -
Felizmente iniciativas vêm sendo tomadas. A Agenda 21 (Documento da Eco 92 que estipula ações para
o desenvolvimento sustentável) prevê a criação de políticas e ações efetivas
dos 181 países que a ratificaram na tentativa de deter o processo de
desertificação. O Programa de Combate à Desertificação e Mitigação dos
Efeitos da Seca na América do Sul vem funcionando com o apoio do Fundo
Especial de Governo do Japão, do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação
para a Agricultura) e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) através de
Programas de Ação Nacional (PAN) que visam combater a desertificação com ações
para recuperar áreas degradadas e iniciativas educativas para evitar que mais
áreas sejam utilizadas inadequadamente.
Contudo,
podemos concluir que a recuperação de uma área em processo de desertificação é
muito complexa devido à necessidade de se controlar o avanço da degradação e
combater o uso irracional do solo através de medidas educativas que irão
prevenir que mais áreas sejam transformadas em desertos.
Erosão
A
erosão é o processo de
desagregação e arraste das partículas do solo pela água (erosão hídrica) ou pelo
vento (erosão eólica). Pode ocorrer
também em locais onde há neve ou gelo, sendo chamada de “remoção” e ocasionada
pelo arrancamento de fragmentos da rocha assoalho da geleira devido à ação da água ou pelo congelamento e
degelo.
A
erosão é um processo natural responsável pela alteração do relevo terrestre
desde a sua formação. No entanto, a ação antrópica tem acelerado este processo
de forma nociva através da supressão da vegetação e uso e ocupação incorreta do
solo.
A erosão se inicia sempre de
forma quase imperceptível pelo que é chamado de “lixiviação” ou “erosão
laminar”, quando as partículas superficiais do solo, junto com os nutrientes e
sais minerais, começam a ser removidos pela ação da água ou do vento. Essa
remoção da camada superficial do solo deixa-o desprotegido, improdutivo e vulnerável à ação da força cinética da chuva, dos ventos, e
da gravidade. Em seguida forma-se o que é chamado de “erosão em sulcos”, quando
vão sendo formados caminhos como se fossem rasgos no solo.
A
vegetação, de modo geral, protege o solo ao diminuir a força cinética da chuva.
As gotas de água ao cair encontram uma barreira composta pela vegetação e perdem
força antes de chegar ao solo, o que também diminui a velocidade de escoamento
superficial, fator determinante na ocorrência de erosão hídrica. Sem contar que
as raízes das plantas agem como uma rede agregando o solo e absorvendo parte da
água que cai nele, evitando a saturação e, consequentemente, deslizamentos que
podem agravar o processo erosivo.
Como
já citamos, a ação do homem é, atualmente, a grande responsável pela
aceleração das erosões e ocorrência de erosões graves, chamadas de voçorocas.
As voçorocas podem atingir quilômetros de extensão e são muito comuns em
regiões mais secas, onde a vegetação é escassa ou de pequeno e médio porte, com
predominância de solo arenoso.
Outro
fator importante para a maior ou menor incidência de erosões é a composição do
solo. Os argilosos são mais resistentes aos processos erosivos enquanto que os
solos arenosos são mais frágeis por apresentar menor
coesão.
Biodiversidade
Biodiversidade nada mais é do que a diversidade, ou
a variedade, de formas de vida no planeta. Ou seja, biodiversidade é a diversidade de
espécies, genes, variedades, ecossistemas, gêneros
e famílias, enfim,
a variedade da natureza viva.
Na
“Convenção da Diversidade Biológica” apresentada na Eco92, biodiversidade é definida como “a
variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre
outros, os ecossistemas terrestres,
marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem
parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e
ecossistemas” (Artigo 2).
A
ideia da diversidade das espécies surgiu com a junção da taxonomia e da biogeografia. A
segunda é uma ciência que se ocupa da localização geográfica da ocorrência das
espécies, e a primeira, do estudo, descrição e classificação de novas espécies,
a Taxonomia. Na verdade, antes da taxonomia surgir como ciência, haviam
os estudiosos que
eram chamados de “naturalistas”. Dentre eles estavam, inclusive, alguns
filósofos como Aristóteles e
Plínio. Mas, foi só à partir do século XVIII, quando Lineu criou um sistema de
classificação de espécies que formaria a base do sistema atual, que o estudo
das espécies começou a se tornar um ramo distinto das outras ciências trazendo
a idéia da “diversidade da vida” no planeta. Ou, biodiversidade.
Entretanto,
o termo biodiversidade só ganharia mais importância à partir de 1988 quando
o ecólogo de
Harvard, Edward Wilson publicou um livro onde trazia o termo utilizado em uma
convenção nos EUA.
A
biodiversidade é o que garante o equilíbrio dos ecossistemas e, por tabela, do
mundo todo. Os danos causados à biodiversidade não afetam somente as espécies
que habitam determinado local, mas, todas as outras e o próprio ambiente uma
vez que afeta a fina rede de relações entre as espécies e entre estas e o meio
em que vivem.
Para
tentar preservar toda a riqueza de vida do planeta é necessário conhecer os
diversos mecanismos ligados à sua preservação e, principalmente, não
interferir. A principal ameaça à biodiversidade do planeta é justamente a ação
humana através de desmatamentos, queimadas e
alterações antrópicas no clima e nos ecossistemas. Podemos citar como exemplo,
a intervenção humana nas Ilhas de Fernando de Noronha, onde foi introduzida uma
espécie de lagarto, o teju, para que se alimentasse dos roedores que infestaram
a ilha por causa dos navios que ali aportavam. Entretanto,
o teju preferiu se alimentar de ovos das aves e tartarugas que se reproduzem no
local pondo em risco a biodiversidade do arquipélago e se tornando uma praga.
Mas
o pior é que por causa dos desmatamentos e queimadas diversas espécies são
extintas antes mesmo de poderem ser estudadas ou de que alguma ação seja tomada
para se tentar preservá-las.
Por
ano são descobertas em média cerca de 13.000 novas espécies e estima-se que
existam cerca de 1,7 milhões de espécies conhecidas no planeta. Mas, esses
números são ainda muito distantes do que pode existir na realidade, pois não existe
nenhuma lista geral de espécies e mesmo com todos os esforços, a classificação
e estudo das diversas espécies do planeta é quase uma corrida contra o tempo,
antes que o homem termine por destruir o que ainda nem foi conhecido.
Os principais refúgios da biodiversidade brasileira são a Floresta Amazônica e Mata Atlântica.
Agenda 21
A “Agenda 21” é um
documento lançado na ECO92 (ou Rio92, a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD – realizada em
1992 na cidade do Rio de Janeiro), que sistematiza um plano de ações com o
objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável.
Durante
dois anos governos e entidades de diversos países contribuíram com propostas
para a criação deste
plano de ações para concretizar o ideal de desenvolver sem agredir ao meio
ambiente.
A inovação trazida por essa agenda foi colocar em
primeira ordem o que geralmente costumava ficar sempre em último lugar quando o
assunto era desenvolvimento: o meio ambiente. Até então, todas as políticas de
desenvolvimento visavam sempre o crescimento econômico legando ao último lugar
a preocupação com o futuro ambiental do planeta, isso quando ainda se atribuía
alguma preocupação a este assunto.
A
partir de então, 179 países assumiram o compromisso de contribuir para a
preservação do meio ambiente.
Composta
por quarenta capítulos, a Agenda 21 é um instrumento de planejamento
participativo onde se admite de forma explícita a responsabilidade dos governos
em impulsionar programas e projetos ambientais através de políticas que visam a
justiça social e a preservação do meio ambiente. Entretanto, a Agenda pode ( e
deve) ser implementada tanto pelos governos quanto pela sociedade,
concretizando o lema da ECO92: “pensar
globalmente, agir localmente”.
A
implementação local da Agenda 21 (Agenda 21 local, citada no capítulo 28 da Agenda
21 global) se baseia no princípio de que as mudanças não podem ser realizadas
somente “de baixo para cima”, como uma imposição. Isso porque as pessoas tendem
a se preocupar apenas com as mudanças que afetam diretamente suas vidas e
estejam ligadas diretamente as suas necessidades. Além do que, é também, uma
forma de agilizar o processo, uma vez que, uma população envolvida passará a
exigir mais de seus governantes.
A Agenda 21 Brasileira começou a
ser criada em 1996 pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e
da Agenda 21 Nacional (CPDS). Cerca de 40.000 pessoas contribuíram para a
criação da Agenda 21 brasileira que começou a ser implantada em 2003.
Entre
as conquistas da Agenda 21 no Brasil podemos citar a criação de Agendas 21 nos
municípios, a ampliação da CPDS através do Decreto Presidencial de 03 de
fevereiro de 2004, a formação de gestores municipais e ONGs em todo o país e
sua inclusão no Plano Plurianual do Governo Federal (PPA) com o objetivo de
assegurar a implementação das ações prioritárias da Agenda 21 brasileira, a
instalação de Fóruns locais de desenvolvimento sustentável, além de
estimular e acompanhar a elaboração e implementação de planos locais de
desenvolvimento sustentável por meio das Agenda 21 locais e desenvolver um
método de avaliação e monitoramento do Programa Agenda 21 Locais.
Área de Preservação
Permanente
As
APPs são Áreas de Preservação Permanente.
Possuem importância ecológica pois abrangem vegetação em encosta e topos de
morros, margens de rios, e
mananciais. Essas área estão sob proteção da Lei Federal 4.771/65, alterada
pela Lei Federal n°7.803/89.
São
regiões cobertas por vegetação nativa ou remanescente, o verde nessas
áreas protege o
solo, os recursos hídricos, a paisagem e a estabilidade ecológica. Costumam ser
regiões frágeis por onde escorrem as águas do rios.
Segundo o antigo Código
Florestal, as APP’s estaria situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso
d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura de 30
(trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
de 50 (cinquenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50
(cinquenta) metros de largura; de 100 (cem) metros para os cursos d’água que
tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; de 200 (duzentos)
metros para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)
metros de largura; de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham
largura superior a 600 (seiscentos) metros.
Também
ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios. Considera ainda a vegetação
presente nas nascentes e nos chamados “olhos d’água”. Nas encostas, refere-se a
declividade superior a 45o, equivalente a 100% na linha de maior declive. A
partir de 2010, por meio das discussões do novo Código Florestas, iniciaram-se
forte debate no meio político pela diminuição ou manutenção dos limites das
APP’s e pela possibilidade de conceder “anistia” a quem destruiu essas áreas em
anos anteriores à aprovação do novo código.
No
Brasil, grande parte das APP’s foram desmatadas para a abertura de terreno para
a produção agrícola e pecuária. Nas APP’s é proibido desmatar, retirar
vegetação, ou plantar. No nosso país, o melhor vinho e a melhor maçã são
cultivados a partir de árvores situadas nas encostas de morros. Mais
precisamente, em Minas Gerais, o café é uma cultural presente nas encostas e,
no Pantanal, o gado e o arroz estão presentes em áreas de várzea, também
consideradas Áreas de Preservação Permanente.
Biomassa
Biomassa é o nome dado a
qualquer combustível proveniente de fonte orgânica utilizado para a geração de
energia elétrica. Desta forma, podemos classificar como biomassa, o bagaço
da cana-de-açúcar, a
lenha, o lixo urbano ou industrial, carvão, resíduos agrícolas, biogás, etc.
A
biomassa, na verdade, sempre foi utilizada pelo homem como combustível para geração de energia se
considerarmos a lenha, que é usada desde o começo das civilizações (porém não
para gerar eletricidade…), e o gás natural (CH4) muito utilizado na Europa, por
exemplo.
A
questão é que de uns tempos para cá, com o aumento da preocupação relativa
ao efeito estufa, o uso
da biomassa como forma de obter energia limpa e barata vem representando um
enorme atrativo principalmente para as indústrias.
Mas,
é importante ressaltar
que a biomassa não é necessariamente “a mocinha” da história. A combustão de
qualquer material de origem orgânica produz material particulado, CO2 ou CO e
outros óxidos dependendo do material combustível. A questão é que ultimamente
tem se valorizado a utilização de biomassa proveniente de resíduos urbanos,
florestais e industriais com o fim de diminuir a quantidade de resíduos em
aterros (isso quando existem aterros!), além do que, alguns processos de
obtenção de energia a partir da biomassa não produzem os gases causadores do efeito
estufa, ou produzem uma quantidade bem menor do que os combustíveis fósseis (como
o gás natural).
Devido
à variabilidade de materiais que podem ser considerados biomassa, existem
diversos processos onde se transforma a biomassa em energia, eles são divididos
em três tipos: os que envolvem combustão direta, os que envolvem processos
termoquímicos (gaseificação, pirólise,
liquefação e transesterificação) e os que envolvem processos biológicos
(biodigestores); a saber:
Combustão
direta: é a queima da biomassa em fornos, caldeiras ou fogões. O problema deste
tipo de combustão é a baixa eficiência, por causa da umidade da biomassa (que
na lenha pode ser de 20% ou até mais, por exemplo) e da baixa densidade
energética dos combustíveis envolvidos neste tipo de geração de energia. Sem
contar, que neste tipo de combustão é praticamente impossível obter a queima
completa o que pode gerar grandes quantidades de emissões atmosféricas.
Gaseificação:
conversão do combustível sólido em gás por meio de reações termoquímicas e em
seguida utilização do gás obtido (que contém basicamente CO, H2, CH4, CO2 e N2)
para obtenção da energia. Este método é bem mais eficiente que a combustão
direta por utilizar um combustível mais puro, além de produzir emissões
atmosféricas mais limpas. O gás obtido a partir deste método pode ser usado em
turbinas a gás ou mesmo em motores de combustão interna, comprovando sua maior
versatilidade.
Pirólise:
é a combustão da biomassa (geralmente lenha) praticamente sem a presença de
oxigênio, o que faz com ela se transforme em carvão que possui duas vezes mais
densidade energética que a biomassa original. A pirólise convencional produz
alcatrão e ácido piro-lenhoso como resíduos que, depois de tratamento prévio,
podem ser utilizados como óleo combustível. A desvantagem é que são necessárias
cerca de 4 t de biomassa para produzir apenas 1 t de carvão. Outro tipo de
pirólise, mais avançada, que usa temperaturas mais altas gera como produtos um
gás rico em hidrogênio e
monóxido de carbono (60%) e apenas 10% de carvão sólido o que a torna
comparável a gaseificação.
Digestão
anaeróbia: também ocorre na ausência de ar, porém o processo de decomposição da
biomassa é feito por bactérias (biológico) que ao decompor o material (processo
que ocorre normalmente com a biomassa, porém nesse caso, é acelerado em um
biodigestor), produz o biogás composto por metano e
dióxido de carbono que tem um conteúdo energético em torno de 5.500 kcal/m³. É
muito usado na conversão de lixo urbano (em aterros) e agrícola em combustível.
Fermentação:
outro processo biológico, mas aqui os micro-organismos conhecidos como
leveduras convertem os açúcares de plantas, como a cana de açúcar, em álcool
(etanol e metanol).
Transesterificação:
processo químico que transforma óleos vegetais em glicerina e
uma mistura de ésteres etílicos ou metílicos, conhecidos como biodiesel
Reserva Legal
A Reserva
Legal é uma área dentro da propriedade rural que deve ser
preservada pelo proprietário por abrigar parcela representativa do ambiente
natural da região onde está inserida e, que por isso, se torna necessária à
manutenção da biodiversidade local.
Prevista já no primeiro Código Florestal em
1934, a Reserva Legal é obrigatória e aparece no Novo Código
Florestal (Lei 12.651 de 2012) definida como: “… área
localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de
preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à
conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à
conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora
nativas;”.
O percentual da propriedade que deve
ser averbado como Reserva Legal vai variar de acordo com o bioma e a região em questão,
sendo:
35% em propriedades situadas em
áreas de cerrado na
Amazônia Legal, sendo no mínimo 20% na propriedade e 15% na forma de
compensação ambiental em
outra área, porém na mesma microbacia;
20% na propriedade situada em
área de floresta, outras formas de vegetação nativa nas demais regiões do país;
20% na propriedade em área de campos gerais em qualquer região do país;
Em geral (as especificidades para
averbação da reserva legal vão depender da legislação de cada Estado), nas
áreas de reserva legal é proibida a extração de recursos naturais, o
corte raso, a alteração do uso do solo e a exploração comercial exceto nos
casos autorizados pelo órgão ambiental via Plano de Manejo ou, em casos
de sistemas
agroflorestais e ecoturismo.
Em alguns Estados também é permitida
a incorporação das Áreas de Preservação Permanente à
área de Reserva Legal em casos especiais previstos na legislação Estadual e a
compensação da área de Reserva Legal por outra localizada na mesma microbacia
hidrográfica.
Caso o proprietário não possua em
seu imóvel área com parcela representativa da vegetação que possa ser averbada
como Reserva Legal, fica condicionada à autorização do órgão ambiental a
escolha de uma das seguintes alternativas: compensação (como mencionado no
parágrafo anterior); recuperação da área ou aquisição de gleba contígua ou não
à propriedade destinada à constituição da Reserva Legal.
A ideia da criação da Reserva Legal,
que junto com as Áreas de Preservação Permanente tem o objetivo de garantir a
preservação da biodiversidade local, foi um grande avanço na tentativa de
conter o desmatamento e a pressão da agropecuária sobre as áreas de florestas e
vegetação nativa.
Mas, a grande questão que tem
colocado ambientalistas e ruralistas em pé de guerra é sobre as propriedades
que já se encontravam totalmente exploradas antes da criação da legislação
sobre Reserva Legal e onde a criação de tais áreas poderia significar a
diminuição da capacidade produtiva para uns. Mas que segundo os ambientalistas,
representam um dano ambiental que deve ser reparado.
Para tentar resolver essa questão
optou-se em alguns Estados pelo regime de compensação da área de Reserva Legal,
só que nesse caso, o ônus fica por conta do proprietário. Assim, ruralistas
mais ferrenhos defendem a extinção da Reserva Legal e os menos ortodoxos, que o
governo deveria indenizar os proprietários pela manutenção de tais reservas.
Enfim, enquanto não se resolve a
questão, o fato é que os proprietários devem averbar a Reserva Legal em suas
propriedades ou compensá-las de acordo com a legislação do Estado onde se
encontram. Na dúvida, o melhor é zelar pela conservação do que ainda resta de
vegetação nativa.
Convenção de Estocolmo
A Convenção
de Estocolmo
foi feita em 2001, na cidade de
Estocolmo na Suécia, com o objetivo de “… proteger a saúde humana e o meio
ambiente dos efeitos danosos dos poluentes orgânicos persistentes.”, também
chamados de POP.
A Convenção que só entrou em vigor
em 2004, define como “poluentes orgânicos persistentes” aqueles que atendem aos
critérios de classificação de seu Anexo D que inclui critérios sobre
persistência, bioacumulação, potencial para transporte
ambiental de longo alcance e efeitos adversos.
Segundo a Convenção, as partes se
comprometem a proibir a produção e utilização dos produtos do anexo A, que
inclui os seguintes POPs: aldrin, dieldrin, endrin, hexaclorobenzeno (HCB),
heptacloro, clordano, mirex, toxafeno e bifenilas policloradas (PCB).
As partes devem também proibir a
comercialização dos produtos do Anexo B da Convenção sendo que estes só poderão
ser produzidos de acordo com o que dispõe a convenção. Ex.: DDT.
Em seu Anexo C a Convenção trata
daqueles POPs que são obtidos de forma não intencional, através do
processamento de alguns resíduos, como o tratamento térmico de matéria
orgânica. Alguns POPs obtidos do anexo C são: dibenzeno-p-dioxinas policloradas
e dibenzenofuranos policlorados (PCDD/PCDF), hexaclorobenzeno (HCB) e bifenilas
policloradas. Os elementos deste anexo, mesmo sendo de geração não intencional,
podem ter sua geração minimizada ou mesmo eliminada segundo algumas disposições
do próprio Anexo C que inclui a não utilização de cloro elementar ou outras
substâncias que o gerem, em processos de branqueamento, utilização de
tecnologia de baixo-resíduo e substituição de matérias primas.
A Convenção determina, também, que
as partes tomem medidas para evitar que novos POPs, ou produtos químicos e
pesticidas contendas estas substâncias, sejam produzidos e comercializados.
Eco 92
A Eco 92 foi realizada de
3 de junho a 14 de junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro.
Oficialmente era referida como Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD),
e , popularmente, como Rio 92.
O objetivo da conferência era a
busca de meios que permitisse o desenvolvimento socioeconômico aliado à
conservação da natureza. Ficou amadurecido o conceito de desenvolvimento
sustentável, a Eco 92 ajudou a popularizar as questões ambientais no Brasil e
em diversos países, conscientizando as nações ricas a ajudarem os países em
desenvolvimento na implementação de uma economia sustentável.
A Eco 92 foi responsável por
estruturar uma responsabilidade comum sobre o planeta, principalmente por parte
das nações desenvolvidas, gerando uma mudança de percepção perante à
complexidade das questões ambientais por parte dos governos e da opinião
pública.
Na época da Eco 92, líderes de quase
todos os países do mundo reuniram-se para discutir condições e medidas para
mitigar a degradação do meio ambiental em nível global para as futuras
gerações, sobretudo, por meio do desenvolvimento sustentável.
Ficou nítida a necessidade de se
planejar para as sociedades a possibilidade da gestão de uma economia
sustentável através de um modelo econômico menos consumista e equilibrado com
as necessidades ambientais.
Além da reunião e representação dos
chefes de estado, as ONG´s ambientalistas realizaram um encontro extra-oficial
no Aterro do Flamengo. Durante o período de realização da Eco 92, o então
presidente da república, Fernando Collor de Mello, transferiu, provisoriamente,
a capital federal de Brasília para o Rio de Janeiro, cidade que recebeu reforço
de segurança das forças armadas.
A Eco 92 gerou importantes
documentos como a “Carta da Terra”; “Declaração do Rio sobre Ambiente e
Desenvolvimento”, “Agenda 21”,
“Declaração de Princípios sobre florestas” e as convenções da biodiversidade,
desertificação e mudanças climáticas.
Muitas das convenções e acordos
gerados pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, não foram efetivas e muito menos implementadas pelos países
signatários. A respeito da Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB), dos 175 países que assinaram durante a
Eco 92, somente 168 confirmaram a possibilidade de obedecê-la.
Um dos documentos mais relevantes, a
Agenda 21, era referente à implementação do desenvolvimento sustentável nos
países, até os dias atuais, ficou registrado o atraso da elaboração da Agenda
21 em muitos países. O Brasil criou a Agenda 21 Nacional no objetivo de
selecionar as áreas ambientais mais urgentes no trato ambiental. Foram seis
áreas selecionadas: Infraestrutura e Integração Regional; Cidades Sustentáveis;
Agricultura Sustentável; Gestão de Recursos Naturais; Redução das Desigualdades
Sociais; C&T e Desenvolvimento Sustentável.
Agrossistema
O
agrossistema compreende um sistema agrário de produção agropecuária que se
ocupa a analisar o tipo de cultura e criações presentes na produção, sobretudo
está atento às técnicas elaboradas e utilizadas no estudo da
relação e impacto produtivo da agricultura e pecuária no campo.
Busca-se analisar a produtividade em
termos de densidade e dimensão de uma determinada propriedade e o destino final
da produção. Há diversos estilos de agrossistemas praticados em diferentes
regiões, níveis econômicos, condições naturais e traço cultural.
Agropecuária
intensiva - Apresenta alto nível de densidade de criação de animais
(gado) e cultivo, numa área em que plantas e animais ficam concentrados com
maior aproveitamento da terra.
Agropecuária
extensiva - Apresenta baixa densidade da criação do gado e das culturas
semeadas, estando mais dispersos num determinado terreno, com baixo
aproveitamento da terra.
Agropecuária
comercial - Produção voltada para a demanda do comércio e
necessidades do mercado
consumidor.
Agropecuária
de subsistência - A produção é realizada para o suprimento
das necessidades alimentares de quem trabalha na terra, o que é excedente é
comercializado.
Relativo ao tipo de propriedade,
podemos definir como privada, quando a posse da terra pertence a um indivíduo,
empresa ou instituição; estatal, quando a terra é de posse do estado e
governo; e coletiva, quando pertence a uma comunidade. As propriedades podem
ser de grandes como os latifúndios
que, em geral, são improdutivos ou geram baixo aproveitamento da extensão da
terra; médias dependendo do nível de produção e aproveitamento da extensão da
terra por região, mas na maioria dos casos são propriedades que atendem a um
mercado regional; e as pequenas propriedades, também referidas como minifúndios
onde há produção de subsistência.
O agrossistema tradicional é o que
apresenta maior utilização do trabalho humano e menos uso da tecnologia.
O agrossistema moderno é o que
utiliza mais máquinas, adubos e menos trabalho manual.
Há também os agrossistemas
alternativos que utilizam projetos ecológicos e orgânicos para mitigar
possíveis impactos ambientais e sociais.
O agrossistema tradicional pode ser
divido em:
Plantations
– originário do estilo colonial inglês, cultivam um único produto para fim
comercial com trabalho mal remunerado.
Agricultura
itinerante – referido como sistema de roças, praticado em áreas, cujo solo
é pobre por culturas anteriores.
Agricultura
de jardinagem – Há o predomínio em pequenas propriedades agrárias para
atender a uma população local, referente à rizicultura (cultura do arroz)
Transumante
– Criação de animais em áreas áridas e semiáridas, cujo pastoreiro é nômade na
busca de água para o rebanho.
Agricultura
mediterrânea – Uma prática milenar que se concentra ao redor do mar
Mediterrâneo para a produção de azeite, cereais, especiaria e vinho.
Licenciamento Ambiental
O licenciamento ambiental
é um processo obrigatório de regularização prévia de qualquer empreendimento
que causa, ou pode vir a causar poluição (potencialmente
poluidor) ambiental e que consome recursos naturais.
Estabelecido pela
Lei. 6.938, que institui também o SISNAMA, o licenciamento é uma ferramenta da
política nacional de meio ambiente criada com o intuito de regularizar e
fiscalizar os empreendimentos que consomem recursos naturais e podem causar
impacto ambiental.
Através do SISNAMA (Sistema Nacional
de Meio Ambiente), a obrigação tanto de ceder, quanto de fiscalizar estas
licenças é dividida entre a União e os Estados através do IBAMA (Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e dos órgãos
Estaduais de Meio Ambiente (no Paraná, por exemplo, é a SEMA – Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos que faz o licenciamento).
Apenas os empreendimentos que afetam
a jurisdição de
dois ou mais Estados são licenciados pelo IBAMA através da Diretoria de
Licenciamento Ambiental. Aqueles que se restringem a apenas um Estado, devem
ser licenciados de acordo com a legislação específica deste Estado e pelo órgão
competente do Estado. Por exemplo, em São Paulo, o órgão que cede as licenças é
a CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) que é ligada à
Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Já em Minas Gerais, este
licenciamento é feito por órgãos diferentes de acordo com a classe do
empreendimento e o tipo de atividade.
De qualquer forma, todo
empreendimento primeiro é avaliado quanto à necessidade ou não de ser
licenciado. Cada Estado determina critérios para avaliar se o empreendimento
deve ou nãos ser licenciado, de acordo com o porte e potencial poluidor.
Aqueles empreendimentos que são dispensados de licença ambiental devem fazer o
Certificado de Dispensa (SP) ou Autorização Ambiental de Funcionamento (MG), mais
uma vez, o nome do documento e critérios para emissão são dados de acordo com o
Estado e as características do empreendimento.
Outro ponto em comum e bastante
interessante, é que todos os Estados têm como parte integrante do licenciamento
uma consulta à opinião pública através das audiências públicas, onde são
expostos os processos de licenciamento, as características do empreendimento e
qualquer cidadão tem oportunidade de se inteirar do assunto e, inclusive de
participar expressando sua opinião.
Alimentos Transgênicos
Os alimentos transgênicos são
geneticamente modificados com o objetivo de melhorar a qualidade e
aumentar a produção e a resistência às pragas, visando o lucro.
Em algumas técnicas, são implantados fragmentos DNA de bactérias, vírus ou fungos no DNA da planta. Esses fragmentos contêm
genes que codificam a produção de herbicidas. As plantas que receberam esses genes produzem as
toxinas contra as pragas da lavoura, não necessitando de certos agrotóxicos. Algumas são resistentes a certos agrotóxicos, pois
em determinadas lavouras precisa-se exterminar outro tipo de vegetal, como
ervas daninhas, e o mesmo agrotóxico acaba prejudicando a produção total.
Alguns produtos são modificados para que contenha um maior
valor nutricional, como o arroz dourado da Suíça, que é muito rico em betacaroteno, substância
precursora de Vitamina A. O arroz é um alimento muito consumido em todo o mundo, e quando rico
em betacaroteno, ajuda a combater as doenças por deficiência de vitamina A.
Alguns vegetais são
modificados para resistirem ao ataque de vírus e fungos, como a batata, o
mamão, o feijão e banana. Outros são modificados para que a produção seja
aumentada e os vegetais sejam de maior tamanho. Existem também alimentos que
têm o seu amadurecimento prolongado, resistindo por muito mais tempo após a
colheita.
Pontos positivos:
§ Aumento
da produção
§ Maior
resistência à pragas (vírus, fungos, bactérias e insetos)
§ Resistência
aos agrotóxicos
§ Aumento
do conteúdo nutricional
§ Maior
durabilidade e tempo de estocagem
Pontos negativos:
§ Eliminação
de populações naturais de insetos, animais e outras espécies de plantas.
§ Aumento
de reações alérgicas em determinadas pessoas
Segurança
Muitas plantas são cultivadas e
analisadas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), porém a
comercialização dessas especialidades ainda não está autorizada.
Muitos transgênicos ainda não são
autorizados para serem comercializados em decorrência da polêmica gerada pelo
impacto ambiental e reações alérgicas já observadas em algumas pessoas.
A empresa responsável pela
autorização do plantio e comercialização é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança(CTNBio).
Rotulagem
Muitos transgênicos estão chegando à
mesa dos consumidores sem as devidas informações. Todos os consumidores têm o
direito de saber o conteúdo do produto que está consumindo e as consequências
disso, inclusive qual foi a técnica empregada para a melhoria daquele alimento.
Biocombustíveis
Biocombustível é todo
combustível derivado de fonte orgânica e não fóssil, como por exemplo, o
álcool etanol, a biomassa ou o biodiesel.
Sua aplicação é bastante antiga e extensa, ao contrário do que possa parecer
devido à supervalorização do biodiesel atualmente.
A partir dessa
definição podemos concluir então, que o Biocombustível sempre existiu. A lenha
(biomassa) é utilizada como combustível desde que o homem descobriu o fogo.
O
que fez com que os biocombustíveis virassem moda nos últimos anos foi,
principalmente, uma melhora na tecnologia para utilização desses combustíveis e
o crescente aumento no preço do petróleo, além é claro do apelo ambiental.
Henry
Ford e Rudolf Diesel conceberam suas invenções (o automóvel e o diesel
respectivamente) visando à utilização de combustíveis derivados de fontes
vegetais. Entretanto, a tecnologia da época tornava a utilização do petróleo
muito mais fácil e barata do que de qualquer outra fonte de energia.
Desde
o final do século XVIII quando James Watt melhorou o motor a vapor que
utilizava como combustível o carvão, as fontes renováveis de energia, que até
então eram nada mais do que a utilização da madeira como lenha e alguns poucos
e não muito eficientes mecanismos que utilizavam a água e o vento, foram sendo
deixadas de lado. Com a Revolução
Industrial a demanda pelo carvão aumentou ainda mais declinando
apenas com a descoberta do petróleo já no século XX.
Foi nos anos 70 que o Clean Air Act (Ato Institucional
do Ar Limpo) nos EUA preparou
o terreno para a discussão em torno de combustíveis que poluem menos ao
estabelecer padrões para aditivos de combustíveis automotivos. Mas, só em 1973
com o “Embargo do Petróleo” que se começou a discutir a utilização de
outras fontes de energia.
Em
1982 foi realizada a primeira Conferência Internacional sobre
Óleos Vegetais em Dakota do Norte nos EUA. E em 1992 a Agência de Proteção
Ambiental dos EUA aprovou o EPATC – Ato Institucional de Política Energética
(Energy Policy Act) – fomentando o uso do biodiesel nas frotas do governo
americano.
A
princípio o álcool é a melhor alternativa à gasolina, uma vez que ele já é
produzido e comercializado em muitos países e polui bem menos do que a gasolina
– a queima de 1 litro de gasolina pura, forma 2.382 gramas de CO2,
contra 1.520 gramas por litro de álcool hidratado. O grande problema
apresentado por muitos ambientalistas é o fato de que na grande maioria das
plantações de cana-de-açúcar, a
principal cultura de onde se extrai o álcool, ainda é feita a queima do canavial antes
da colheita, liberando uma grande quantidade de material particulado e CO2.
O que acaba tornando o ciclo de produção do etanol mais poluente do que, por
exemplo, o biodiesel, que pode ser produzido inclusive a partir de óleo de
cozinha usado.
É
justamente a possibilidade de se utilizar materiais que até então eram
considerados lixo como matéria-prima para biocombustíveis que atrai tantas
expectativas.
Além
de diminuir os custos, essa medida ajuda a resolver o problema do lixo nas
grandes cidades como é o caso da biomassa. Alguns lugares utilizam o metano (CH4)
liberado nos lixões para através dele gerar eletricidade (biodigestores).
Contudo,
mesmo que se resolva o problema na produção do etanol, ainda não poderemos nos
esquecer que mesmo toda a produção mundial de álcool não seria suficiente para
substituir a gasolina utilizada atualmente no mundo todo.
O
que trouxe de volta toda essa discussão em torno de fontes de energia limpa e
biocombustíveis é a necessidade de se reduzir as emissões de poluentes devido
aos diversos problemas ambientais (como o Efeito Estufa) e de
saúde pública (como doenças provocadas pela poluição). Fato que só se
concretizará com uma mudança significativa nos padrões de consumo atuais e um
maior investimento no transporte público em detrimento do transporte
individual.
Imigração e Emigração
Imigração e emigração são palavras que descrevem
o fluxo de indivíduos em um país. A imigração é o movimento de entrada de
estrangeiros em um país de forma temporária ou permanente e a emigração é a
saída de indivíduos do país.
A
relação entre a imigração e a emigração resulta no “saldo migratório”,
utilizado para ajudar na caracterização da população de um determinado
território (país, continente, etc.). Se a imigração for maior que a emigração
diz-se que o saldo migratório foi positivo (pois saíram mais indivíduos do país
do que entraram), se ocorrer o contrário, o saldo migratório foi negativo. Ou
ainda, o saldo migratório pode ser nulo, quando ambos os movimentos
populacionais se igualam.
Os
fenômenos de emigração e imigração estão sempre relacionados com as condições
sociais dos locais nos quais se inserem a apresentam especificidades de acordo
com estas condições. O emigrante é geralmente levado a deixar seu país por
falta de condições que o permitam ascender socialmente e acaba se tornando o
imigrante de algum outro país no qual ele deposita suas esperanças de melhoria
de vida.
Mas
existem outras motivações que podem levar um cidadão a se tornar emigrante, em
seu país, e imigrante, no país de destino. Como os refugiados que abandonam
seus países devido a conflitos civis, ou por
causa de perseguições raciais/religiosas, ou ainda por causa de desastres
naturais/ambientais.
De
qualquer forma o imigrante enfrentará quase sempre as mesmas dificuldades de se
estabelecer em um país de costumes diferentes dos seus e de língua desconhecida
enfrentando, muitas vezes, a xenofobia, as restrições impostas aos estrangeiros
pelas legislações, o trabalho escravo ou quando muito o subemprego.
Por
outro lado, a mobilidade dos indivíduos sempre foi um fator importante e
presente na história da civilização. Desde os tempos primitivos em que o
nomadismo era prática comum até os tempos atuais em que a globalização tornou
mais fácil (ou pelo menos, mais comum) os movimentos migratórios.
“Êxodo”
significa “emigração”, “saída”. Ou ainda, no antigo teatro romano, o “episódio
cômico subsequente a uma tragédia”. Mas, no caso de êxodo rural, o
episódio definitivamente não é cômico, mas, é subsequente a uma tragédia. Ou
pelo menos indicativo de uma.
Geralmente
o êxodo rural ocorre devido à perda da capacidade produtiva, ou à falta de condições de
subsistência, em determinado local que acarretarão no êxodo rural para outra
localidade rural, ou, o êxodo rural para localidades urbanas.
O
mais comum, o êxodo rural para localidades urbanas, acarreta uma série de
problemas sociais, estruturais e econômicos para os lugares para onde os
“retirantes” se deslocam, legando ao “êxodo” um significado bastante
pejorativo.
O
êxodo pode também ser chamado de “migração” quando dentro das fronteiras de um
país ou território, ou “emigração” quando acontece de um país, ou território,
para outro.
No
caso do Brasil, podemos citar vários períodos de migração ao longo de sua história que se caracterizam pelo abandono do campo em
busca de melhores condições de vida nas cidades.
Na
história do Brasil, por exemplo, podemos citar a migração das regiões do
nordeste onde predominava a agricultura da cana, para o sudeste onde floresciam
as culturas de café ou mesmo para o norte, para os seringais. E, mais tarde, em
tempos mais recentes, lá pela década de 50, se inicia uma nova migração, desta
vez para a nova capital do país, Brasília. A migração para Brasília fez surgir
inúmeras cidadelas que não estavam nos planos de infraestrutura e que, por
terem se instalado nos arredores da grande capital, foram chamadas de “cidades-satélites”.
O
Brasil presenciou o seu período de maior êxodo rural entre as décadas de 60 e
80 quando aproximadamente 13 milhões de pessoas abandonaram o campo e rumaram
em direção aos centros urbanos. Isso equivale a 33% da população rural do
início da década de 60.
Os
principais motivos dessa migração em massa foram a expansão da fronteira
agrícola, o modelo de urbanização que incentivava o crescimento das médias e grandes cidades criando
oportunidades de empregos que atraíam os moradores do campo, e, a estratégia de
modernização da agricultura que incentivava as culturas de exportação e os
sistemas modernos de agricultura, práticas que, por sua vez, utilizam menos
mão-de-obra que a agricultura tradicional, forçando os trabalhadores excedentes
a procurarem outra forma de sustento.
Tanto
no Brasil, quanto em outras regiões do mundo, o êxodo rural ocasiona o
crescimento desordenado dos centros urbanos, gerando um verdadeiro caos social.
Sem planejamento as cidades não conseguem fornecer as condições sanitárias e de
infraestrutura básicas aos novos moradores gerando miséria, doenças e mais
bagunça.
Em lugares como a África e a Palestina, por exemplo, a migração (ou
emigração no caso da Palestina) foi o estopim de conflitos civis que perduram
até hoje. Outros episódios históricos de êxodo rural ocorreram na Roma Antiga quando
os escravos começaram a substituir os trabalhadores livres no campo e, estes,
começaram, então, a abandonar o campo em direção aos centros urbanos. Episódio
semelhante aconteceria novamente na Idade Média, mas dessa vez, o êxodo rural
para as cidades se deu pelo surgimento de uma nova classe social, a burguesia,
que impulsionou o comércio fazendo prosperar os grandes centros.
Mas
o êxodo rural também traz prejuízos para o campo podendo, inclusive,
transformar algumas cidades em verdadeiras “cidades fantasma”. Isso ocorre
quando toda a população deixa a cidade em busca de melhores oportunidades ou
por causa de alguma tragédia natural (como uma grande seca ou um furacão, por
exemplo).
A expectativa de vida da população, em nível mundial, é crescente. O IBGEdefine expectativa de vida, ou esperança de vida como:
Número
médio de anos que um indivíduo de idade x esperaria viver a partir desta idade,
se estivesse sujeito a uma lei de mortalidade observada. Particularmente, se x
= 0, tem-se a expectativa de vida ao nascer (2008, p. 87).
Ou
seja, a expectativa de vida ao nascer é o número de anos que se calcula que um
recém-nascido pode viver caso as taxas de mortalidade registradas
da população residente, no ano de seu nascimento, permaneçam as mesmas ao longo
de sua vida. A mesma fórmula é utilizada para o cálculo de sobrevida de uma
pessoa aos 60 anos, por exemplo.
A expectativa
de vida ao nascer é calculada considerando, além da taxa de mortalidade,
a expectativa de sobrevida da população residente na região em que o individuo nasceu.
Fatores como saúde, educação,
situação socioeconômica, criminalidade, e poluição, entre outros, são
determinantes para uma maior expectativa de vida.
Nesse
sentido, o aumento da expectativa de vida da população está associado a
melhoria das condições de vida dessa população. Políticas públicas e
avanços tecnológicos promovem essas melhorias, tais como:
· Os cuidados com gestantes (acompanhamento
pré-natal), bem como o acompanhamento do recém-nascido e o aleitamento materno
diminuem as taxas de mortalidade infantil;
·
Escolarização
·
Campanhas de vacinação
·
Avanços na medicina
A
expectativa de vida ao nascer é utilizada para cálculo previdenciário, seguro
de vida e é um dos índices que compõe o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH). A partir desses índices, e de projeções
calculadas a partir dele, políticas públicas devem ser estudadas e elaboradas
para que sejam atendidas as necessidades da população no presente e no futuro.
No
Brasil, a menor taxa de fecundidade, associada ao aumento na expectativa de
vida ao nascer tem como resultado, o aumento no número de idosos (pessoas com
mais de 60 anos), sobretudo entre as mulheres, devido ao auto índice de
mortalidade entre os homens por fatores externos.
Segundo
dados do IBGE (2008, p. 45), a expectativa de vida ao nascer, em nível mundial,
para 2008 foi estimada em 67,2 anos. De acordo com esse relatório, no Brasil, a
expectativa de vida ao nascer (2008) é de 72, 8 anos (sendo 76,7 anos para as
mulheres e 69,1 anos para os homens). O Brasil ocupa a 87ª posição entre os
países, quanto a expectativa de vida ao nascer. O país com maior expectativa de
vida é o Japão (82,6 anos), e o país no qual a expectativa é menor (39,60) é a Suazilândia,
país localizado no interior da África, entre Moçambique (penúltimo país no
ranking, no qual a expectativa é de 42,10 anos) e a África do Sul (expectativa
de 49, 30 anos).
É
denominada pirâmide populacional ou etária
um determinado gráfico no formato de barras, utilizado para representar a
diferença quantitativa da estrutura de
gênero de determinada população em masculina e feminina combinada com suas
respectivas faixas etárias. Em outras palavras, o gráfico em formato de
pirâmide analisa diversas variáveis de um conjunto populacional a partir da
idade e sexo.
Pirâmide
populacional brasileira (IBGE/2010)
A
composição da pirâmide populacional pode ser dividida em três partes: na base
temos a população jovem,
entre zero e 19 anos; no meio está a população adulta, entre 19 e 59 anos, e
finalmente, no topo fica a população idosa, acima dos 60 anos. Os números
atribuídos às idades podem variar de acordo com o autor do estudo ou o objetivo
deste.
Neste
tipo de gráfico, o grupo da base, o primeiro, costuma surgir em maior número
que o grupo seguinte, e este por sua vez, apresenta-se maior que o grupo do
topo, formando o
desenho de uma pirâmide, sendo esta a razão de seu nome.
A pirâmide dá origem a um código
de barras no qual o eixo vertical indica a escala de idades, e o horizontal a
população masculina de um lado e a feminina no outro, representada por barras,
de acordo com o número absoluto ou percentual desejado.
É
de grande importância o estudo da estrutura etária, pois esta aponta a
tendência do tipo de crescimento que experimenta determinada população em
determinado período. Para a administração pública, por exemplo, a elaboração da
pirâmide populacional ajuda a canalizar os recursos disponíveis: se a pirâmide
aponta aumento no número de jovens, os investimentos terão maior eficácia caso
sejam direcionados a tal grupo. Caso a pirâmide mostre um envelhecimento da
população, certamente a natureza dos investimentos serão bem diversos da
situação anterior.
Os
tipos de pirâmides etárias e suas características são:
pirâmide jovem: possui
uma base larga, resultado de elevada natalidade e um topo estreito em
consequência de uma elevada mortalidade e uma esperança média de vida reduzida.
Tal tipo de pirâmide representa uma população muito jovem, típica de países
menos desenvolvidos.
pirâmide envelhecida: sua
base é mais estreita do que a classe dos adultos, e reflete diminuição da
natalidade e um aumento da esperança média de vida. É representativa de países
desenvolvidos.
Entre
as duas modalidades comuns, há ainda outras duas situações intermédias:
pirâmide adulta: nesta
pirâmide, a base é ainda larga mas existe um aumento das classes adulta e
idosa. A taxa de natalidade é decadente e a expectativa média de vida apresenta
tendência de aumento.
pirâmide rejuvenescida: reflete
uma recuperação do grupo dos jovens, consequência do aumento da fecundidade.
Desenvolvido pelo
economista paquistanês Mahbud Ul Haq, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
é utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento desde o ano
de 1993; este índice utiliza certos critérios de avaliação (renda, longevidade
e educação) para
medir o desenvolvimento humano em 177 países, podendo ser utilizado também,
observando-se as modificações para adequá-lo a núcleos sociais menores.
O
IDH varia de 0 a 1, sendo considerados de baixo desenvolvimento os países que
atingem menos de 0,499 pontos, de médio desenvolvimento os que possuem notas de
0,500 até 0,799, e de alto desenvolvimento os países que atingem pontuação
superior a 0,800.
No
critério educação, considera-se a taxa de alfabetização e a taxa de matrícula;
no critério longevidade considera-se a expectativa de vida ao
nascer; e no critério renda considera-se o PIB per capita (PIB total
dividido pelo número de habitantes do país) medido em dólares.
No
último relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento em 2006, o Brasil ocupava a 69º posição, alcançando 0,792
pontos, o que mantém o país no grupo dos 83 países com desenvolvimento médio.
No entanto, devido à reformulação realizada pelo IBGE no cálculo do PIB,
divulgada este ano (2007), o Brasil pode obter resultados ainda melhores no
IDH, chegando a se posicionar no grupo dos 63 países com “alto índice de
desenvolvimento humano”. Porém, devemos ressaltar que o IDH, apesar de ser um
dos melhores parâmetros para avaliação das políticas públicas, não poderá ser
considerado sozinho para medir o “desenvolvimento humano” de um país, pois este
conceito é bastante subjetivo, afinal é necessário avaliar também diversos
outros fatores que influenciam neste “desenvolvimento”, como a distribuição da
renda entre a população, que no Brasil, apesar de sermos classificados como um
dos países com maior concentração de renda, obteve melhoras significativas, fazendo com que
saíssemos da quarta posição que ocupávamos no relatório de 2002, para a oitava
posição no ranking dos países com pior distribuição de renda em 2004.
País com maior IDH Noruega – IDH
= 0,965
A
teoria criada por Tomas Robert Malthus
(1766-1834), economista e demógrafo inglês, e que ganhou o nome de “Malthusianismo” foi a primeira teoria
populacional a relacionar o crescimento da população com a fome, afirmando a
tendência do crescimento populacional em progressão geométrica, e do
crescimento da oferta de alimentos em progressão aritmética.
Durante
os séculos XVIII e XIX houve um acentuado crescimento demográfico devido à
consolidação do capitalismo e à
Revolução Industrial que proporcionou a elevação da produção de alimentos nos
países em processo de industrialização diminuindo a taxa de mortalidade
(principalmente na Europa e nos EUA). Isto fez com que os índices de
crescimento da população subissem provocando discussões que culminariam em
diversas teorias sobre o crescimento populacional, destacando-se o
malthusianismo.
Lançada
sob o título “Ensaio sobre o princípio de população e seus efeitos sobre o
aperfeiçoamento futuro da sociedade, com observações sobre as especulações de
Mr. Godwin, Mr. Condorcet e outros autores”, a teoria de Malthus caracteriza-se
pelo grande pessimismo em relação ao crescimento populacional.
Malthus acreditava que o crescimento
demográfico iria ultrapassar a capacidade produtiva da terra gerando fome e
miséria.
Segundo
Malthus, as únicas formas de evitar que isso acontecesse seria reduzindo a taxa
de natalidade através da proibição de que casais muito jovens tivessem filhos,
do controle da quantidade de filhos por família nos países pobres, do aumento
do preço dos alimentos e da redução dos salários para forçar as populações mais
pobres a ter menos filhos.
Entretanto,
Malthus argumentava que a alta taxa de mortalidade e fecundidade seriam
praticamente impossíveis de reduzir uma vez que eram consequências de fatores
fora do alcance da intervenção humana. Por isso, ele defendia que desastres
como a fome, a epidemia e a guerra eram benéficas no sentido de serem um
controle para o crescimento populacional.
Dentre
os que se opunham à teoria de Malthus destacou-se Jean-Antonio Nicholas
Caritat, o Marquês de Condorcet (1743-1794). Ele acreditava que as altas taxas
de mortalidade e fecundidade registradas na época eram devidas à ignorância, às
superstições e ao preconceito e que apenas “as luzes da razão” seriam capazes
de reverter essa situação. Sua teoria, publicada entre 1793 e 1974, se
intitulava “Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano”
e, ao contrário de Malthus, apresentava uma visão bastante positiva do
progresso humano.
ONU/FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
A FAO é
a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. É uma
instituição que trabalha para a erradicação da fome do mundo. A instituição foi fundada em 1945,
promove debates políticos igualitários entre diversas nações desenvolvidas, em
desenvolvimento e subdesenvolvidas na busca de acordos multilaterais.
São 189 nações que compõem a FAO, a
sede mundial da instituição está situada em Roma. Busca desenvolver a
agricultura em todas as nações, principalmente nas mais pobres.
Através da agricultura, visa elevar
a qualidade nutricional do planeta, desenvolver a segurança alimentar e a saúde
das pessoas. Acredita que, somente através da sustentabilidade, será possível
aumentar a produção agrícola a longo prazo. A entidade monitora a produção de
alimentos e a segurança alimentar através de estudos direcionados.
Em 2009, devido a crise mundial, a
FAO afirmou que mais de 1 bilhão de pessoas sofreriam de desnutrição em todo planeta. A informação fez parte do
relatório sobre segurança
alimentar da entidade.
Por
outro lado, mesmo com a decorrência da crise econômica, o mundo bateu recordes
de colheita de grãos, o problema está no acesso. As estimativas da FAO foram
baseadas em estudos do Departamentos de Agricultura dos EUA, dentre as vítimas
de subnutrição, a maior parte está nos países em desenvolvimento.
Entre os anos de 1995 a 1997, o
número de subnutridos era de 825 milhões, número que aumentou para 873 milhões
nos anos de 2004 e 2006. Depois de 2006, o número oscilou entre 963 a 915
milhões.
A Unicef – traduzindo de
seu significado na língua inglesa: Fundos das Nações Unidas para a
Infância – é uma instituição originária da Organização
das Nações Unidas; ela tem
como meta proteger os direitos infantis, procurar oferecer soluções às suas
carências elementares e promover seu desenvolvimento integral.
Ela é a única associação planetária
devotada completamente ao público infantil, por este motivo é orientada pelos
artigos contidos na Convenção sobre os Direitos da Criança, dedicando-se ao
cumprimento de seu conteúdo, em convênio com Estados Nacionais e outras
entidades locais.
Entre seus projetos constam atuações
persistentes nas esferas da saúde, educação, nutrição, água e saneamento, bem
como em contextos trágicos e no socorro às crianças atingidas pelas
consequências de confrontos bélicos. Hoje a Unicef está presente em pelo menos
158 nações do Planeta.
Seus integrantes lutam para
concretizar os direitos da infância e mais ainda a fim de moldá-los em
elementos éticos duradouros e em normas de conduta globais para todas as
crianças. No Brasil esta comunidade desembarcou na década de 50 e desde então
ela administra as principais mudanças ocorridas no campo das preocupações com
os infantes e adolescentes nesta nação.
Vários programas são direcionados
para estas gerações em todo o país, entre os quais destacam-se os projetos do
leite materno e de vacinação, a ratificação do artigo 227 da Constituição
Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, a mobilização em volta da acessibilidade global à
educação, a luta contra o trabalho infantil, entre outros.
Esta
instituição foi criada em 11 de dezembro de 1946, logo após o término da
Segunda Guerra Mundial; neste momento crianças de todas as partes, no
continente europeu, no Oriente Médio e no território chinês, estavam
completamente desamparadas, sem teto, desprovidas de familiares, enfermas,
desnutridas.
Neste contexto desolador algumas
nações integrantes da ONU se uniram e decidiram trabalhar em prol desta parcela
da população mundial. Assim nasceu a Unicef, com a matriz localizada na cidade
de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Embora sua vocação inicial tenha se
limitado ao amparo às vítimas das guerras, a situação de extrema miséria
envolvendo crianças em todo o mundo chamou a atenção desta entidade; assim, em
1953 ela assumiu um caráter de auxílio e amparo persistentes, abrangendo um
número cada vez maior de países.
Ao mesmo tempo a Unicef se associa
aos programas implementados por entidades não-governamentais ou governamentais
que desenvolvem projetos circunscritos a determinadas localidades,
assessorando-as na solução de cada desafio. Além disso, as empresas
bem-sucedidas são amplamente levadas ao conhecimento público e, assim,
influenciam os demais grupos e planos voltados para a infância.
A sigla UNESCO significa United
Nation Educational, Scientific and Cultural Organization (Organização
para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas),
organismo integrado na Organização
das Nações Unidas (ONU), criado, em 1946,
a fim de promover a paz mundial, através da cultura, educação, comunicação, as
ciências naturais e as ciências sociais. O principal órgão decisório da UNESCO
é sua Assembleia Geral, composta por representante de seus Estados membros.
Cabe a esta assembléia eleger os membros do comitê executivo e nomear o diretor
geral. O comitê executivo está composto de representantes de determinados
Estados membros e se reúne duas vezes por ano, entre as reuniões da Assembleia
Geral, para verificar a prática das políticas bianuais da
UNESCO. Estas são levadas a cabo pela Secretaria liderada pelo Diretor Geral.
A República Dominicana e o México foram os
primeiros países latino-americanos a fazer parte da UNESCO, ou seja, assinaram
a ata fundacional, em 1946. a primeira Conferência Geral ocorreu em Paris, a
segunda na Cidade do México, em novembro de 1947. O primeiro diretor-geral da
UNESCO foi o biólogo britânico Julian Sorell Huxley (1946-1948), seguido pelo
mexicano Jaime Torres Bodet (1948-1952).
Os principais objetivos da UNESCO
são: globalizar a educação; fomentar a paz, através do ponto anterior; promover
a livre circulação de informação entre os países e a liberdade de imprensa;
definir e proteger o Patrimônio da Humanidade Cultural ou Natural (conceito
estabelecido em 1972 e que entrou em vigor em 1975); e defender a expressão das
identidades culturais. As questões às quais se dá prioridade são a educação, o
desenvolvimento, a urbanização, a juventude, a população, os direitos humanos, a
igualdade da mulher, a democracia e a paz.
As políticas sociais da UNESCO estão
centradas nos jovens, em atenuar as desigualdades econômicas e sociais, e a
crescente disparidade entre os países em desenvolvimento e aqueles
desenvolvidos.
Os Estados Unidos (em 1984) e o
Reino Unido (em 1985) abandonaram a UNESCO por não estarem de acordo com a
política desenvolvida em termos de comunicação e informação, fato que supôs uma
crise por não levar em conta o pressuposto de que estes países contribuíam com
a organização. Contudo, o Reino Unido retornou à UNESCO em julho de 1997 e os
Estados Unidos fizeram o mesmo em setembro de 2003.
ONU/Organização Mundial de Saúde (OMS)
Organização Mundial de Saúde (OMS) é uma agência
subordinada à ONU, fundada em 7 de abril de 1948, com sede em
Genebra, Suíça. Surgiu nas guerras do fim do século XIX, no México. No fim da Primeira
Guerra Mundial, surge o embrião
da OMS, a SDN em comitê de higiene.
O seu objetivo é desenvolver e
melhorar o nível de saúde de todo o ser humano de qualquer parte do planeta, a
saúde é “estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou
enfermidade.”
A proposta de criação da OMS foi de
autoria de delegados do Brasil, havendo intensa colaboração entre Brasil e OMS.
No final do ano de 2006, a OMS
editou o “Guidance for National Tuberculosis Programes on The Management of
Childhood Tuberculosis in Children”, um guia que apresenta o assunto a cerca da
tuberculose adquirida na
infância. O guia possui dados clínicos, radiológicos e epidemiológicos compatíveis
com a tuberculose.
O guia enumera os fatores de risco :
*
Contato intradomiciliar;
* Idade inferior a cinco anos, * Infecção pelo HIV; * Desnutrição grave;
O guia orienta sobre as
possibilidades de diagnóstico da tuberculose infantil:
O documento ainda apresenta aspectos
referentes ao tratamento e prevenção que obedecem as normas da OMS empregados
principalmente em países em desenvolvimento e no continente africano. Quando o
tratamento especificado é seguido corretamente, o nível de ocorrência de
sequelas é minimizado. Este é um dos exemplos de projetos que a OMS desenvolve
no mundo, a entidade também desenvolve estudos sobre combate à AIDS,
desnutrição infantil e vírus de alto grau como a gripe do frango, entre outras
doenças e condições sanitárias.
ONU/Organização Mundial do Comércio (OMC)
Em funcionamento desde 1995
substituindo o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio),
a OMC é uma instituição com personalidade jurídica que surgiu com o objetivo de
proporcionar e regulamentar o livre comércio entre as nações participantes.
Durante os anos 30 (e principalmente
durante o período da “Grande Depressão”)
os EUA iniciaram a imposição de barreiras comerciais absurdas na tentativa de
deter a crescente inflação
que afetava o país. Essa atitude por parte dos norte-americanos levou outros
países a fazer o mesmo em retaliação a política protecionista,
dificultando o comércio entre os países e desestabilizando a economia mundial. Entretanto,
as barreiras agravaram ainda mais a crise, fazendo com que, após a Segunda Guerra e através do Conselho
Econômico e Social da ONU,
EUA e Inglaterra convocassem uma Conferência sobre Comércio e Emprego onde
apresentaram o GATT. A princípio o objetivo não era regulamentar o “livre
comércio”, mas sim garantir o acesso equitativo dos países membros aos mercados
através de um documento que seria provisório, até a criação da OIC (Organização
Internacional de Comércio, em inglês, Internacional Trading Organization – ITO)
que acabou não saindo do papel.
Contudo, o surgimento de uma nova
onda protecionista devido ao relativo fracasso da Rodada de Tóquio fez com que
se realizasse a mais ambiciosa rodada de negociações, a Rodada do Uruguai,
que culminou com a criação da OMC e grandes avanços na liberalização do
comércio internacional.
A OMC surgiu com as atribuições de
gerenciar os acordos multilaterais e plurilaterais de comércio sobre serviços,
bens e direitos de propriedade intelectual comercial, além de servir de fórum
para a resolução das diferenças comerciais e para as negociações sobre novas
questões. Ficou estabelecido, também, que a OMC supervisionaria as políticas
comerciais dos países e trabalharia junto ao Banco Mundial e
ao FMI (Fundo
Monetário Internacional) na adoção de políticas econômicas em nível mundial.
A OMC é regida por cinco princípios
que devem ser seguidos pelos seus membros: o princípio da “não discriminação”
garante tratamento igual a todos os membros no que se refere aos privilégios
comerciais e aos produtos importados e nacionais, os quais não podem ter
privilégios em detrimento dos importados; o segundo princípio é o da
“previsibilidade” de normas e do acesso aos mercados através da consolidação
dos compromissos tarifários para bens e das listas de ofertas em serviços; o
princípio da “concorrência leal” que visa coibir práticas desleais de comércio
(exemplo, dumping e anti-dumping); o princípio da “proibição de restrições
quantitativas” como proibições e quotas permitindo apenas as quotas tarifárias
desde que previstas nas listas de compromissos dos países; e o princípio do
“tratamento especial e diferenciado para países em desenvolvimento”.
Concluindo, a OMC garante o acesso
equitativo entre os países através de quatro mecanismos: o processo de adesão,
os princípios, as rodadas de negociações comerciais e as soluções de
controvérsias. Bem mais ampla que o GATT (atualmente a terminologia é aplicada
apenas ao acordo comercial sobre mercadorias), a OMC oferece uma base
institucional semelhante ao FMI e ao Banco Mundial para as negociações em torno
do comércio internacional e a cada nova rodada de negociações (a última foi a
Rodada de Doha) consegue ampliar ainda mais a abertura dos mercados nacionais.
O Conselho de Segurança é
um órgão das Nações Unidas que
trata de assuntos referentes à segurança mundial. Dentre as condições e capacidades da instituição, o Conselho de Segurança pode
intervir militarmente em países que estejam em conflitos bélicos, políticos e
sociais, ou sob suspeitas de desrespeito aos direitos humanos e ordem
internacional de paz.
O órgão aborda em suas reuniões análises
e decisões sobre crises políticas internas e externas em diversos países. Além
das intervenções militares, há também as missões de paz da ONU.
Dos 15 membros que compõe a
entidade, 5 são permanentes e 10 rotativos com mandato de 2 anos. Os cinco países
permanentes são EUA, Reino Unido, França, Rússia e China.
Toda resolução para ser aprovada tem
que receber maioria de nove sobre o voto dos quinze membros. Os 10 membros
rotativos são eleitos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, sendo o quadros
modificado anualmente, respeitando os dois anos de mandato de cada nação de
forma intercalada.
Está em discussão propostas de
reforma do Conselho, dentre as quais seriam criados seis novos assentos
permanentes e mais quatro rotativos. França, Brasil, Alemanha e nações
africanas são um dos que defendem a ideia, abarcada em parte pelos EUA e China
A
Igreja - A Síria é muito
significativa na história do cristianismo; Paulo se converteu a Cristo enquanto
estava a caminho de Damasco, estabelecendo a primeira Igreja organizada cristã
de Antioquia, na antiga Síria. Há indícios de que existiam cristãos na Síria
antes mesmo da conversão do apóstolo Paulo, já que ele estava a caminho de
Damasco para capturar possíveis cristãos quando se converteu (Atos 9.1-19).
A
Perseguição - A Constituição
garante liberdade religiosa. É normal que as cerimônias religiosas sejam
anunciadas pelo toque dos sinos, alto-falantes podem ser usados para que os
cultos sejam ouvidos nas ruas e as lojas cristãs podem fechar aos domingos. As
igrejas registradas no governo são respeitadas na sociedade e sua situação é
bem aceitável. Mas, se por um lado, o governo está aberto ao cristianismo e às
igrejas, por outro, possui laços com grupos fundamentalistas que são contrários
aos cristãos.
História
e Política - Situada no Oriente Médio,
entre o continente europeu e Israel, a Síria possui um grande território, que
se estende do Mediterrâneo em direção ao leste, incluindo montanhas, grandes
áreas desérticas e a bacia do rio Eufrates. Sua faixa litorânea é separada da
região oriental por duas estreitas cadeias de montanhas. No extremo sudoeste do
país, encontram-se as Colinas de Golan, área ainda disputada com Israel. Seu
nome provavelmente faz referência ao antigo Império da Assíria, que os gregos
chamavam de Sýroi.
População - A maior parte dos sírios habita as regiões
próximas ao Mediterrâneo. Refugiados fazem parte da população: mais de um
milhão vem do Iraque e outro meio milhão, da Palestina. A maioria dos
sírios professa o islamismo sunita, mas há muçulmanos alauítas e drusos, grupos
derivados do islamismo xiita. Há uma pequena comunidade judaica no país.
Economia - A economia da Síria é diversificada e gira em
torno dos setores de agricultura, indústria e energia. Em âmbito mundial e
mesmo no Oriente Médio, a Síria é um pequeno exportador de petróleo, mesmo
assim esse gênero é um dos principais de sua economia. O governo exerce forte
controle sobre a economia do país, criando uma série de restrições econômicas.
O alto índice de desemprego e a inflação são problemas sérios.
Palestinos são considerados os povos com origem muçulmana que se
estabeleceram em uma área entre a Jordânia e o atual Estado de Israel, que era denominada Palestina.
A
dominação deste território, que no fim do século XIX contava com cerca de 500 mil
habitantes, remete à crise do Império Otomano, que, anteriormente, controlavam aquela região.
Após a
formação do Estado de Israel, ondas de violência irromperam entre palestinos e
israelenses, dando início aos inúmeros conflitos entre os dois povos. A questão
foi levada à Organização das Nações Unidas (ONU), que não conseguiu o
consentimento dos povos para uma trégua.
Neste período, foram feitas três guerras
árabe-israelenses. Em 1964, foi criada a Organização de Libertação da
Palestina, grupo que planejava e executava atividades terroristas e não
reconhecia Israel como Estado. Nos anos 70, o Likud, partido conservador de
Israel, foi fundado. Na década de 80, ocorreu a intifada, conhecida como “revolução das pedras”.
A República Democrática Popular
da Coreia é um país situado no continente asiático, ocupa a parte
norte da península da Coreia e tem como vizinhos a China, a Rússia e a Coreia do Sul. A capital do país é Pyongyang.
Apesar do fim da URSS, mantém-se sob orientação
política socialista, sofre dificuldades financeiras desde o fim do bloco
comunista e da instauração de embargos econômicos impostos pelos EUA contra o
seu programa
nuclear.
O país é regido por uma ditadura
proletária estabelecida por Kim
Il-sung desde o final dos anos 40. Kim Il-sung faleceu em 1994, após sua morte
assumiu o seu filho Kim Jong Il. A Coreia do Norte promove repressão política aos opositores do
regime socialista stalinista.
Em 2002, o ex-presidente George
Bush, inclui o país no grupo do “eixo do mal”, ao lado
de Irã e Iraque. No dia 25 de maio de 2009, a Coreia do Norte desobedeceu a
resolução 1.718 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU)
, ao realizar testes nucleares subterrâneo e lançamento de mísseis.
A Coreia do Norte stalinista é um
país isolado politicamente, é um dos mais pobres da Ásia e que ainda sustenta
uma ditadura no formato soviético. A família Il-sung exerce o poder há mais de
cinquenta anos.
A economia chinesa experimentou, a partir da
década de 70, depois de passar séculos dependendo quase inteiramente de seu
setor agrícola e de experimentar as mudanças (trazidas pela revolução comunista
de Mao Tse Tung), um grande crescimento econômico, o país se abriu ao investimentos
estrangeiros, após a chegada ao poder de Deng Xiaoping em 1979. As autoridades
chinesas propuseram quintuplicar o PIB até o ano 2000 (fato alcançado em 1995),
mediante uma abertura econômica e com a introdução da chamada Economia Social
de Mercado.
O meteórico desenvolvimento da economia chinesa não está isento de um
alto custo social e ambiental para o país. A principal estratégia competitiva
do governo para atrair os investimentos estrangeiros tem sido oferecer pacotes
de incentivos fiscais e um marco regulador frouxo em termos de direitos
laborais e de proteção ambiental, que, aliado ao baixo custo de investimento
inicial e à mão de obra barata, fizeram da China o principal destino de
investimentos estrangeiros em nível mundial. Por estes motivos, uma grande
quantidade de empresas transnacionais com pouca ética têm se aproveitado da
situação (e da censura oficial aos meios de comunicação) para operar sob baixas
condições de higiene, segurança laboral ou controle de emissão de poluentes (a
China é o 2º país que mais polui, ficando somente atrás dos Estados Unidos).
Segundo dados de 2007, o PIB chinês
ultrapassou os dez trilhões de dólares e o PIB per capita ficou em 5.300
dólares. A taxa de crescimento real da economia daquele país foi de 10,7%. A
taxa de desemprego ficou em 4,2% e a inflação foi de 1,5%. As exportações da
China somaram 974 bilhões (seus principais destinos foram Hong Kong, Japão, Coréia do Sul e Alemanha) e as importações alcançaram 778
bilhões de dólares (seus principais fornecedores foram: Japão, Coréia do Sul,
Taiwan, EUA e Alemanha).
Dentre os produtos produzidos pela China podemos destacar a
mineração (petróleo, chumbo,fosforito, tungstênio, antimônio,manganês, molibdênio, manganês, estanho, carvão, zinco minério de ferro e bauxita), a
pecuária (aves, ovinos, caprinos, suínos, bovinos, equinos, camelos e búfalos),
o setor industrial (siderurgia, equipamentos eletrônicos, têxtil, automotiva,
fertilizantes químicos, alimentos processados, telecomunicações, construção) e
produtos agrícolas (arroz, milho, soja, cana-de-açúcar, tabaco, milho, batata, batata-doce, legume e
verduras). Apenas 7% do território chinês estão em condições de serem utilizados
para a agricultura.
União Europeia
A União Europeia é
um bloco político e econômico formado pela maioria dos países
da Europa
Continental e o Reino
Unido. Ao todo são 27 países
membros (em 2007):Alemanha, Áustria,Bélgica,Bulgária, Chipre,Dinamarca, Eslováquia,Eslovênia,
Luxemburgo, Malta, Países
Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República
Tcheca, Romênia e Suécia. Incluindo os territórios ultramarinos e
possessões dos países membros em outras partes do mundo, como, por exemplo: a
Guina Francesa, as Ilhas
Canárias, Madeira, Açores e Martinica.
Desde sua fundação a UE alcançou
enormes conquistas nos campos político, econômico e social. Após profundas
transformações culturais ocorridas nos anos 60, a UE presencia um forte
crescimento econômico dos países membros e um estreitamento das relações com a
abolição das taxas aduaneiras entre eles. Ao período de intenso crescimento,
segue-se um período de crise causado pela guerra árabe-israelense em 1973, mas
que é suplantada pelos altos investimentos em infraestrutura e criação de
empregos.
Em 1986 é assinado o Ato Único Europeu criando o
“Mercado Único” consolidando o livre comércio entre os países membros.
Com a queda do Muro de
Berlim e o fim do comunismo na
Europa Ocidental são estreitadas ainda mais as relações entre os países
europeus, culminando com a instituição das “quatro liberdades” em 1993: a livre
circulação de serviços, mercadorias, capitais e pessoas que permite que as
pessoas possam viajar livremente e sem a requisição de passaporte por qualquer
um dos países membros.
Em 2000 a UE, ganha mais força com a
criação do Euro, a moeda
europeia. Com isso, a UE conclui a unificação econômica entre os países membros
e se torna o mais forte bloco econômico da atualidade. Quanto à unificação
política, a UE possui bandeira, hino e em 9 de maio comemora-se o dia da
Europa, na data em que foi apresentada a proposta de criação por Robert Schuman
(Declaração Shuman). Está, ainda, sendo estudada a proposta de criação de uma
Constituição em comum para os países membros, mas que ainda levará muito tempo
para sair do papel.
O Mercado Comum do Sul,
ou MERCOSUL, é um bloco econômico que
foi formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Outros países
podem fazer parte das negociações do bloco, mas são considerados apenas como
associados. Estes são Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador. A Venezuela ingressou no
grupo em 2006. E o México permanece como estado observador.
Criado em 1991 com a assinatura do Tratado de
Assunção (no
Paraguai) o MERCOSUL busca garantir a livre circulação de bens, serviços e
fatores produtivos entre os países membros, através da eliminação de barreiras
alfandegárias e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias e de
qualquer outra medida de efeito equivalente.
A
criação do Mercado Comum prevê, também, o estabelecimento de uma tarifa e a
adoção de uma política comercial comum em relação a outros blocos ou países. E,
por fim, a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os
estados partes a fim de assegurar condições adequadas de concorrência.
Para tanto, inclusive, foi criada uma lista de produtos considerados sensíveis
para cada país membro. Estes teriam uma tratativa diferenciada de acordo com a
necessidade de cada Estado membro para garantir que a economia de nenhum deles
fosse prejudicada.
Em 1994 foi firmado o Protocolo de Ouro Preto que dentre outras coisas, estabelece
que a Presidência do Conselho do Mercado Comum, responsável por assegurar o
cumprimento dos acordos, é exercida por rotação, em ordem alfabética, dos
estados membros por um período de seis meses. O MERCOSUL é formado, ainda, por
um “Grupo do Mercado Comum”, órgão executivo integrado por quatro membros
titulares e quatro alternados por país.
O MERCOSUL trouxe, também, propostas
para integração das políticas ambientais dos países membros tendo sido
realizada em 27/06/1994 a Reunião Especializada de Meio Ambiente
(Rema) onde foram propostas diretrizes básicas para a política ambiental dos
países do MERCOSUL.
No campo da educação, a
proposta era de integrar a educação dos quatro países através do reconhecimento
mútuo dos cursos superiores e diplomas, além da cooperação em pesquisas e intercâmbios.
Mais tarde, em 2002, foi assinado um
acordo de livre residência entre os países do MERCOSUL a Bolívia e o Chile. A
partir deste tratado qualquer cidadão nato ou naturalizado há mais de cinco
anos em algum desses países possui o direito de residir por dois anos na área
de livre residência estabelecida pelo tratado com os mesmos direitos de um
cidadão daquele local. A partir de dois anos a pessoa pode conseguir a
autorização para permanência simplesmente comprovando meios de vida lícitos
para sustento próprio e de sua família. Embora ainda não seja exatamente uma
área de livre circulação, visto que ainda exige uma autorização, menos
burocrática, mas ainda autorização, a constituição de uma Área de Livre
Residência com direito ao trabalho já é um passo em busca da integração total
entre os países.
Nafta
O bloco
econômico formado
por Estados Unidos,
México e Canadá (América do Norte) em
1992 tem como objetivo facilitar as transações econômicas entre esses países,
assim como, abolir as taxações sobre a circulação de mercadorias e produtos.
. A diferença entre ambos é que o NAFTA não visa à integração total entre seus
países membros como na UE onde as pessoas nascidas em qualquer dos países
membros são consideradas “cidadãos da União Europeia” podendo trafegar e
estabelecer residência em qualquer um dos outros países sem nenhuma restrição,
além de adotar um sistema bancário e financeiro comuns.
O NAFTA visa apenas à criação de uma
área de livre comércio entre
esses países o que restringiria a atuação do bloco ao setor comercial. Mesmo a
criação dessa área de comércio livre ainda não foi concluída. Embora o NAFTA
tenha posto fim às barreiras alfandegárias entre os três países e criado regras
e proteção comerciais em comum, além de padrões e leis financeiras iguais para
EUA, Canadá e México, ainda não são todas as mercadorias que receberam redução
de tarifas. Isso se deve à insegurança que os três países ainda têm em relação
a algumas consequências do tratado.
A população do México, o
menos desenvolvido economicamente dos três países, teme que a consolidação do
NAFTA gere desemprego entre a população devido à automação das indústrias
locais que contam ainda com pouca tecnologia, se comparada às dos EUA e Canadá.
Outro temor da população mexicana se refere à possibilidade de falência das
indústrias locais que não poderiam concorrer, com as bem maiores, indústrias
norte-americanas.
Nos EUA e no Canadá também há receio
quanto ao aumento do desemprego. Nestes países, teme-se que as indústrias se
transfiram para o México em busca de mão-de-obra mais barata.
Contudo, o NAFTA apresenta um grande
potencial desde que o Canadá e EUA não “engulam” a economia mexicana.
Juntos os três países respondem por um mercado de cerca de 380 milhões de
pessoas.
OTAN -
Organização do Tratado do Atlântico Norte
A OTAN é uma organização gerada em
1949 no contexto da Guerra Fria a
qual unia em pacto militar os países integrantes do bloco capitalista.
A Segunda Guerra
Mundial foi vencida pelos Estados Unidos e pela União
Soviética, as duas potências, contudo, ocupavam posições ideológicas opostas no
cenário mundial. Os Estados Unidos eram os
propagadores da ideologia capitalista no mundo, enquanto a União Soviética,
desde a Revolução Russa de
1917, defendia e acreditava no sistema socialista.
Com o fim da guerra, um novo conflito surgiu entre esses dois pólos, mas dessa
vez o embate ficou no campo ideológico. Uma vez que ambas as potências possuíam
um arsenal militar, e nuclear, considerável, a ocorrência de um novo confronto
bélico entre as duas poderia representar a completa aniquilação de uma delas ou
das duas. Por se tratar de um enfrentamento que no campo de batalha não poderia
acontecer, por causa das consequências catastróficas, o conflito ideológico que
dominou o mundo por várias décadas ficou conhecido como Guerra Fria.
O mundo ficou dividido entre o bloco
dos países capitalistas e o bloco dos países comunistas. Em 1949, os Estados
Unidos lideraram uma organização que reuniria os países europeus de sistema
capitalista em um pacto de auxílio militar mútuo. No dia 4 de abril daquele ano
foi criada em Washington a Organização
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ficava então estabelecido que os
países envolvidos se comprometiam na colaboração militar mútua em caso de
ataques oriundos dos países referentes ao bloco socialista.
Algum tempo depois, os países do
bloco socialista, liderados pela União Soviética, reagiram e criaram o Pacto de Varsóvia.
Esta organização tinha os mesmos preceitos de cooperação militar mútua em caso
de ataque a seus membros por parte dos países capitalistas.
A atuação da OTAN não ficou restrita
apenas ao campo militar, embora fosse seu preceito inicial, a organização tomou
dimensões de interferência nas relações econômicas e comerciais dos países
envolvidos.
Na década de 1980, o socialismo
entrou em crise e declinou rapidamente. A fragilidade da União Soviética frente
ao cenário mundial refletia no Pacto de Varsóvia, que não tinha forças mais
para existir. Nesse contexto, a OTAN se reorganizou adotando outras medidas
como prioritárias, já que o motivo que esteve no cerne da criação da
organização já não tinha mais representação nenhuma. O Muro de Berlim,
a União Soviética e o socialismo caíram, em consequência o Pacto de Varsóvia
foi extinto. Assim a OTAN passou a reinar soberana no contexto mundial
juntamente com a vitória do capitalismo.
A OTAN seguiu o rumo de manter-se
como o eixo de segurança da Europa e América do Norte e foi progressivamente se
expandindo para o Leste Europeu,
antiga região do bloco socialista. Polônia, Hungria e República Tcheca,
antigos membros do Pacto de Varsóvia, foram convidados e admitidos na OTAN em
1997. A Rússia deparou-se com o progressivo esvaziamento de sua influência no
mundo. No século XXI, mais um série de países que outrora integraram o bloco
socialista foram admitidos na OTAN.
Atualmente, a OTAN exerce grande influência nas
decisões políticas da Europa e é coordenada, desde agosto de 2009, pelo
dinamarquês Anders Fogh Rasmussem.
Os países que hoje formam a OTAN são: Albânia,
Alemanha, Bélgica, Canadá, Croácia,
Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Países Baixos, Islândia,
Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Turquia, Hungria,Polônia,RepúblicaTcheca, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e
Eslovênia.
Opep
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
A Opep é a “Organização dos Países
Exportadores de Petróleo”. Fundada em 1960, por Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kwait e Venezuela, a Opep surgiu
como uma tentativa de evitar o rebaixamento dos preços do petróleo pelo cartel
formado pelas grandes petroleiras (Standard Oil, Royal Dutch Shell, Mobil,
Gulf, BP e Standard Oil da Califórnia – as “sete irmãs”).
Um ano depois de sua fundação em Bagdá, foi a vez
de Caracas sediar um encontro dos países exportadores de petróleo em uma
conferência.
Da
conferência de Caracas saiu um documento (a carta da Opep) onde figuravam os
principais objetivos da
organização que englobavam medidas para aumentar a receita dos países membros,
aumentar seu controle gradativo sobre a produção de petróleo e unificar as
políticas de produção. Como primeira conquista, a Opep consegue um acordo com
as petroleiras, elevando o preço do barril a US$1,80 no final da década de
1960.
Alguns
anos depois, em 1973 haveria a primeira crise do petróleo, quando
durante a guerra do Yom Kipur (um dos episódios das guerras árabe-israelenses)
a Opep resolve aumentar o preço do óleo em mais de 500% até a data da
Conferência de Teerã, como medida de retaliação aos países pró Israel. Nesta
época a Opep já detinha 2/3 das exportações mundiais de óleo bruto.
Ao
eclodir a segunda crise do petróleo o valor do barril de óleo bruto chega a
US$40,00. Os árabes utilizam o petróleo como arma para pressionar os países
europeus e os EUA. Mas, devido a uma política de diversificação energética
lançada pelos países ocidentais a Opep se vê obrigada a baixar o preço do
petróleo em 15% devido à concorrência e a queda nas vendas. Depois
das duas crises, e da redução da produção em dois terços pela Arábia Saudita
seguida por outros países da organização, o preço do petróleo começa a sofrer
oscilações. Na tentativa de valorizar o barril e aumentar as exportações a Opep
lança uma série de medidas onde tenta estipular um volume de produção. No
entanto, suas ações foram praticamente nulas até que, em 1997, sem levar em
conta a crise na Ásia a Opep aumenta a produção do petróleo em 10% fazendo com
que haja uma queda na cotação do barril e levando-o a US$10,00.
Atualmente o
preço do barril de óleo cru varia entre US$80,00 e US$99,29, preço recorde
atingido no mês passado (11/2007). A Opep, embora enfraquecida devido ao
descrédito gerado pelos próprios integrantes ao desrespeitar as cotas de
produção estabelecidas pela organização e devido ao aumento crescente de
produção de petróleo pelos países não integrantes (atualmente a Opep responde
por cerca de 40% da produção mundial de petróleo), ainda é um órgão
importantíssimo para a economia mundial. Os próprios norte-americanos são cada
vez mais dependentes da produção vinda de países como a Venezuela, responsável
por cerca de 14% do petróleo importado pelos EUA.
Tigres Asiáticos
A
denominação de “Tigres Asiáticos”
é dada ao grupo de países que na década de 80 apresentaram um crescimento
econômico elevado e repentino baseado em táticas agressivas de atração de
capital estrangeiro como a isenção de impostos e mão-de-obra barata.
O
grupo formado por Coreia do Sul,Taiwan (Formosa), Cingapura e Hong Kong (localizados
na Ásia, é
claro), surgiu durante a disputa comercial iniciada com o fim do comunismo e a
abertura dos mercados de
antigos países socialistas.
Durante esse período iniciou-se a
criação de vários blocos econômicos com o fim de facilitar o as transações
comerciais e financeiras.
O
Japão, que a essa altura já era um país bastante desenvolvido, foi o principal
propulsor do crescimento dos países do sudoeste asiático.
Após a Segunda Guerra Mundial o
Japão estava completamente arrasado. Mas, através de uma política voltada para
a captação de recursos externos e na criação de uma poupança interna o Japão
conseguiu criar um terreno propício para o crescimento das indústrias no local.
Outro
aspecto interessante de sua política de reestruturação foi que, ao contrário
das nações da Europa, o
crescimento japonês se deu às margens do capital americano embora desde a
década de 60 o Japão exportasse eletrônicos e outros artigos para os EUA.
O fato é que o investimento
na educação e
na infraestrutura de transportes, assim como a desvalorização do iene (fazendo
com os produtos japoneses ficassem mais baratos que os outros no exterior)
impulsionaram a economia local que continuou evoluindo e teve grande
importância na criação do bloco econômico da bacia do Pacífico.
Contudo, os Tigres Asiáticos não
formam um novo bloco econômico com bases institucionais constituídas, como
a União Europeia ou
o Mercosul, mas
isso não diminui a importância e a dinâmica do grupo quanto às questões
econômicas, comerciais e políticas da região.
Tanto
é que a Austrália que
historicamente sempre foi a parceira comercial da União Europeia vem pendendo
para o lado do Japão e, consequentemente dos Tigres Asiáticos.
Entretanto,
o modelo de crescimento da economia
dos Tigres Asiáticos apresenta a falha de depender dos mercados
compradores, uma vez que sua economia se baseia unicamente na exportação. Os
países chegaram a adotar altas tarifas governamentais para o consumo doméstico
com o intuito de aumentar o excedente para as exportações. Mas não se pode
negar que suas estratégias deram certo: o grupo possui a maior indústria naval
do mundo, o maior exportador de tecidos, relógios e rádios, a maior indústria
de bicicletas, a 2ª reserva mundial em moeda estrangeira e o maior complexo de
refinarias do mundo.
Tipos de Atos
Internacionais
Os atos internacionais são
documentos através dos quais os países regulamentam determinada questão. Ou,
ainda, segundo a Convenção de Viena do Direito dos Tratados (1969) em seu
Artigo 2º, os atos ou tratado internacional “é um acordo internacional
concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste
de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer
que seja sua denominação específica”.
A cada país assinante (usualmente chamado de
“parte”) cabe determinar como deve ser feita a adoção de tratados internacionais e, depois
regulamentar sua aplicação.
Tradicionalmente os atos
internacionais seguem o seguinte padrão quanto à sua forma, independente de que
tipo seja: títulos, preâmbulo, consideranda, articulado, fecho, assinatura e
selo de lacre. No preâmbulo devem constar as partes do ato, governos ou
organizações; a consideranda serve para indicar os motivos do ato; o articulado
é o ato propriamente dito, os artigos e cláusulas; e o fecho que traz a data do
ato, idioma em que foi redigido e o número de exemplares originais.
Os
atos internacionais podem ser classificados segundo a quantidade de partes em
“bilateral” (duas partes) e multilateral (mais de duas partes), ou quanto à sua
natureza: em “constitutivos”, quando se referem à fundação de alguma
organização internacional.
A
denominação dos atos internacionais não segue nenhum regimento e não interfere
na importância ou aplicabilidade deste, coisa que é determinada pelas partes.
No entanto, convencionou-se chamar de:
- tratados, os atos aos quais se
pretende atribuir relevada importância política;
- convenção, atos com a mesma
relevância dada aos tratados, porém, firmados em alguma conferência
internacional e geralmente de caráter multilateral, muito embora existam
algumas poucas convenções bilaterais;
- acordo é o ato que possui
relativa importância política e número reduzido de participantes, com exceção
do GATT – Acordo Geral de Tarifas e Comércio, de elevada importância política,
podendo ser firmado entre um Estado e uma organização internacional;
- ajuste ou acordo complementar é
o acordo que dá execução, ajuste ou detalhamento a outro ato internacional;
protocolo é usado para designar a ata final de uma conferência nacional, ou
como substitutivo de acordo complementar ou acordo, ou ainda, como uma
“declaração de intenções” ou “protocolo de intenções”;
- memorando de entendimento é um
ato internacional mais simplificado que como não cria compromissos onerosos
para as partes pode entrar em vigor na data de sua assinatura; convênio é um
ato que trata da cooperação entre as partes sobre determinado assunto de
natureza econômica, cultural, jurídica, comercial, técnica e científica;
- acordo por troca de notas é um
ato empregado pela troca de notas diplomáticas geralmente para alterar ou
interpretar cláusulas de outros atos que eventualmente deve ter seu conteúdo
aprovado pelo Congresso Nacional.
Clima Subtropical
O clima
subtropical é um clima de transição entre os climas tropicais, de
menor latitude e temperaturas mais quentes, e os climas mais frios de latitudes
maiores (como os temperados), apresentando por isso características compartilhadas de
ambos os tipos de clima para os quais faz a transição.
O clima subtropical é encontrado,
geralmente, do lado oriental dos continentes, na região sul da América do Norte, no sul
e no centro da China,
na África, Austrália e na América do Sul (norte
da Argentina e
do Uruguai e
sul do Brasil e Paraguai).
Uma
característica típica do clima subtropical é a presença de quatro estações bem
definidas e distribuição regular da precipitação durante o ano: o verão é quente, com temperaturas em torno de 22ºC e
alta taxa de precipitação, principalmente nas regiões sujeitas ás monções;
no outono a
precipitação é quase sempre provocada por tufões e furacões(bastante
comum nos Estados Unidos, por exemplo, nesta época do ano); no inverno a temperatura varia
de 0 a 10ºC e a taxa de precipitação também é alta, o que confere um inverno
bastante úmido; a primavera possui chuvas regulares e temperaturas mais
amenas.
Clima Tropical
O clima
tropical é um clima quente que abrange a região próxima aos trópicos de
Câncer e de Capricórnio. Podemos dividi-lo em dois tipos diferentes: o clima
tropical úmido e o tropical seco.
O
clima tropical é uma espécie de faixa de transição entre o clima equatorial,
excessivamente úmido devido à alta pluviosidade, e o clima desértico,
excessivamente seco. Por isso,
ele apresenta intensas variações em suas características. Em algumas regiões, o
clima tropical apresenta estações bastante equilibradas quanto á distribuição
das chuvas, porém à medida que vai se aproximando dos trópicos a estação seca
tende a aumentar, caracterizando o clima tropical seco, quando a estação seca é
mais prolongada que a estação úmida. Se ocorrer o contrário, a estação úmida
superar a seca, então o clima é caracterizado como tropical úmido.
As
regiões que compreendem o clima tropical são a partes da América do Sul
(incluindo grande parte do território brasileiro), África Oriental e parte
da África do Sul, Sul da
Ásia (Índia e Indochina), onde o clima tropical é condicionado pelas monções, e
Norte da Austrália.
O
clima tropical é caracterizado pelas temperaturas elevadas, em média 20ºC, e
com uma amplitude que não ultrapassa os 10ºC. Os verões são quentes e úmidos e
os invernos costumam registrar temperaturas menores e queda no índice de
precipitação.
Clima de Altitude
A
altitude é um fator determinante para a caracterização do clima de uma região,
tanto quanto a latitude. Tanto é que o fator altitude pode condicionar o clima
de uma determinada região de tal forma que chega a praticamente anular o perfil
da zona climática na
qual a localidade está inserida. Por este, e outros motivos é bastante difícil
uma classificar as zonas que apresentam clima de altitude.
Alguns
fatores da altitude que interferem no clima são: maior insolação conforme
aumenta a altitude, queda da temperatura, maior
taxa de precipitação, menor pressão atmosférica e mais ventos (dependendo do
relevo do local).
O
fator da insolação aumenta conforme a altitude porque o ar fica mais limpo e
seco e, também, menos denso, o que permite que os raios solares, principalmente
os de menor comprimento de onda (como os raios UV), incidam com maior
intensidade. Mas, ao contrário do que pode parecer, isso não chega a aumentar a
temperatura porque a menor densidade do ar e menor pressão fazem com que os
raios solares escapem rapidamente para a atmosfera. Ou seja, a atmosfera menos densa não consegue
segurar o calor, fazendo com que a temperatura caia. Por isso, quanto mais
alto, mais frio (a cada 100m a temperatura cai cerca de O,6ºC). Esse fator faz
também com que a amplitude térmica anual seja pequena, porém a amplitude
térmica diurna (a diferença da temperatura do dia para a noite) é bastante
significativa.
A
precipitação é outro fator influenciado pela altitude. Quando uma massa de
ar se aproxima de uma montanha (ou conjunto de montanhas) ela é obrigada a
subir atingindo temperaturas mais baixas, o que ocasiona a precipitação. Mas à
partir de determinada altura, quando a umidade do ar cai drasticamente, o
efeito é o inverso e as chuvas são mais raras.
O
posicionamento do local (cidade, vilarejo…) com relação ao vento também é
importante para determinar a umidade e a taxa de precipitação. Locais que ficam
na direção do vento costumam ser mais úmidos, enquanto os que ficam protegidos
do vento (do outro lado da montanha) costumam ser mais secos.
Um
exemplo de como o clima de altitude pode afetar uma região é o caso de
Cherrapunji (Índia) que, por causa de ficar localizada em uma região montanhosa
bem de frente para as monções marítimas recebe uma taxa de precipitação anual
em torno de 11.400mm.
Clima Desértico
O clima
desértico geralmente ocorre em latitudes entre 15° e 30º e é caracterizado
pela baixa pluviosidade que dá aos locais de clima desértico sua fisionomia
característica, com solo árido e flora esparsa e seca.
O
clima desértico pode ser divido em duas categorias diferentes de acordo com a
amplitude térmica e a localização que conferem características diferentes aos
dois climas: o clima desértico quente e o clima desértico frio.
Seja
qual for, o clima desértico apresenta alta amplitude térmica tanto anual quanto
diurna. Ou seja, por se localizarem em regiões de alta pressão a insolação
durante o dia é muito intensa o que eleva a temperatura facilmente,
chegando a até 50ºC em alguns lugares. Durante a noite ocorre o inverso. O
calor irradia muito rápido e a temperatura cai drasticamente. Mas com uma
diferença, nas regiões desérticas quentes a temperatura nunca fica abaixo de
0ºC, já nas frias, pode ficar abaixo de 0ºC a qualquer momento, podendo até
nevar.
Outra
diferença entre os climas desérticos quentes e frios é a localização. Os
primeiros são encontrados geralmente na costa ocidental dos continentes
chegando até o litoral (mas nunca até o litoral oriental), enquanto que o frio
é encontrado apenas
no interior dos continentes em regiões limitadas por altas montanhas.
O
clima desértico quente é encontrado nas regiões: Norte do México, Norte da
África (deserto do Saara), Sudoeste
dos EUA, Arábia, Irã, Paquistão,
interior da Austrália, Sudoeste da África do Sul, litoral do Peru e Chile.
O
clima desértico frio é encontrado na: Mongólia (deserto de Gobi),
Turquestão, na Grande Bacia do Oeste dos EUA e nas Montanhas Rochosas.
Clima Equatorial
O clima
equatorial é aquele que ocorre a baixas latitudes (ou seja, na região
próxima a Linha do Equador) com a Amazônia, a Ásia e a África.
As principais características das
regiões de clima equatorial são a alta temperatura e
umidade durante o ano todo, esta última, resultado dos altos índices de evaporação provocados
pela temperatura que fica em torno de 26°C o ano todo, com muito pouca
variação.
A
pluviosidade nas regiões de clima equatorial também é bastante alta (da ordem
de 2.000 a 3.000 mm por ano) o que mantém a umidade relativa do ar em cerca de
90%. Devido à baixa amplitude térmica e ao nível constante de pluviosidade, não
existe diferenciação de estações neste tipo de clima e nem um período seco
(como no clima tropical, por exemplo).
O
clima equatorial pertence à categoria dos climas quentes assim como os climas
tropical úmido, tropical seco e desértico,
Em
regiões que apresentam este tipo de clima podemos encontrar um
tipo de vegetação bastante característico chamado de “Floresta Equatorial”, como
a Floresta Amazônica situada
na região norte da América do Sul.
O
clima equatorial abrange uma área de cerca de 5° ao redor do Equador e pode
chegar a até 25° de latitude em regiões atingidas pelos ventos alíseos, nas
margens orientais dos continentes. São regiões de clima equatorial as bacias do
Congo e do Amazonas, a
Indonésia, as Filipinas, parte
da América Central, Madagáscar, Malásia e
no Sudeste Asiático.
Clima Mediterrâneo
O clima
mediterrâneo é um tipo de clima temperado que apresenta precipitações
mais altas no inverno e no outono, embora no geral elas sejam mais escassas
(cerca de 500mm por ano apenas), quando a temperatura pode
cair até 5ºC, ao contrário do verão quando as temperaturas são mais altas, em
torno de 20°C, e o clima é mais seco.
O
clima mediterrâneo recebe esse nome porque sua maior ocorrência, de longe, é a
região costeira do Mar Mediterrâneo, sendo o
clima característico de regiões como a costa grega e itálica e em todas as
ilhas do Mar Mediterrâneo.
Entretanto,
o clima mediterrâneo não ocorre somente nesta região, podendo ser encontradas
características típicas do clima mediterrâneo em locais como o sul e litoral da
Califórnia, o centro do Chile, Austrália.
Uma
característica marcante deste tipo de clima é a forte insolação provocada pela
quase ausência de nuvens na época do verão, o que faz com que durante o verão
os dias sejam bem quentes com temperaturas mais frias durante a noite (alta
amplitude térmica diurna).
O
clima temperado mediterrâneo também apresenta variações conforme se afasta da
costa, apresentando dois subtipos de clima: um nas regiões costeiras onde a
temperatura facilmente ultrapassa os 22°C e outro nas regiões mais centrais dos
continentes onde a temperatura raramente chega a 22°C.
Clima Polar
O clima
polar, como o próprio nome já diz, é característico das regiões polares,
portanto, em altas latitudes. Neste tipo de clima que abrange toda a Antártida no
hemisfério sul e as regiões norte do Alaska,
Canadá, Sibéria, Groenlândia e boa parte da Islândia, no hemisfério norte
as temperaturas nunca ultrapassam os 10°C.
Devido
às baixas temperaturas não ocorre evaporação suficiente para provocar a
precipitação e quando estas ocorrem, geralmente é em forma de neve, por isso,
as chuvas são raras.
No
clima polar não existe verão, pelo menos não como conhecemos. Durante seis meses do ano é inverno com
temperaturas abaixo de 0ºC constantemente (a média registrada no inverno é de
-40ºC!) e no restante do ano o sol raramente se põe, mas ainda continua muito
frio. Isto, devido à inclinação com que os raios solares atingem a atmosfera dos pólos, o que faz também com que em
algumas épocas do ano o dia dure 24h.
As
regiões de clima polar são dividas em duas de acordo com a média de temperatura. Nas regiões de menor latitude a temperatura média
fica em torno dos 10ºC o que ainda permite a ocorrência de um tipo de vegetação
chamada tundra. Mas,
mesmo nessa faixa a temperatura ainda é muito baixa, alcançando os 10°C em
apenas dois meses por ano.
A
partir de certa latitude o clima polar é tão rigoroso que nenhuma vegetação é capaz de sobreviver. Predominam as enormes geleiras permanentes (as calotas polares, que devido
ao efeito estufa, nem são
tão “permanentes” assim).
Nas
regiões costeiras partes das geleiras derretem durante a parte mais quente do
ano, originando diversos lagos e rios. Como o solo está sempre congelado até
certa profundidade a água não penetra facilmente originando diversas terras
alagadas nas planícies, principalmente no Canadá. Nas regiões litorâneas,
também são constantes os nevoeiros que podem persistir por dias.
Clima Temperado
O clima
temperado ocorre em latitudes que variam de 25º a 30° e podem ser
divididos em três tipos diferentes: o clima temperado mediterrâneo, o clima
temperado continental e o clima temperado oceânico.
O
clima temperado mediterrâneo é característico da região que lhe dá nome (a
costa do Mar Mediterrâneo, embora
algumas fontes atribuam este clima a regiões como a costa da Califórnia nos
Estados Unidos), em países como a Grécia e a
Itália. Como característica principal ele apresenta uma estação do ano mais
seca, geralmente o verão que
também é mais longo, e onde as temperaturas são mais altas, embora a amplitude
térmica anual seja muito pequena. No inverno as temperaturas são mais amenas e
o clima é mais úmido, porém as temperaturas nunca ficam abaixo de 8ºC.
O
clima temperado continental, por outro lado, apresenta amplitudes bem maiores
uma vez que não sofre a influência reguladora dos oceanos (nos verões a temperatura pode
chegar a 22ºC e no inverno pode chegar a 0ºC, dependendo da região).
Mas, a taxa de precipitação é bem distribuída ao longo do ano. Este tipo de
clima temperado ocorre em regiões como a Argentina, o centro-oeste dos EUA, norte da Coréia e
da China,
Península Balcânica, norte da Itália e centro do Japão.
E,
por último, no clima temperado oceânico. Este clima apresenta precipitações
abundantes e bem distribuídas ao longo do ano, embora o outono e o inverno
registrem taxas de precipitações maiores que as outras estações. As
temperaturas ficam em torno de 15º a 20°C no verão e acima de 5°C no inverno. o
clima temperado oceânico abrange a região ocidental da Europa, desde a Espanha
até o sul da Escandinávia, o
litoral sul do Chile, noroeste dos EUA e sudoeste do Canadá, sueste da Oceania e parte da África do Sul.
Bacia
Sedimentar
As bacias
sedimentares são um elemento importantíssimo do relevo terrestre, pois
constituem a maior fonte de informações sobre o passado da Terra, principalmente no que diz respeito aos tipos de
fauna e flora e
constituições do relevo que já existiram na superfície.
As
bacias sedimentares são depressões na superfície que, com o tempo, foram sendo
preenchidas por sedimentos (substâncias depositadas nestas depressões) de três
tipos principais diferentes de acordo com a origem: estruturas ou materiais de
origem biológica como restos de animais,
fragmentos de conchas, ossos, recifes de coral (até mesmo inteiros), ou restos
de animais; materiais depositados pelo efeito da erosão de áreas adjacentes à
bacia pela ação do vento, água, geleiras ou rios; e materiais precipitados em corpos
d’água dentro
da bacia (quando no local da bacia existiu um lago, ou mesmo regiões ocupadas
pelo mar, por exemplo). Ainda de acordo com a origem dos sedimentos, podemos
dividir as bacias sedimentares em três tipos: aquelas que são constituídas
exclusivamente por sedimentos do meio terrestre; as que são constituídas
exclusivamente por sedimentos do meio marinho; e as que são constituídas por
sedimentos de ambos os meios, sendo este último o tipo mais comum.
De
acordo com o tipo de material depositado e outras características da bacia
sedimentar os estudiosos da Estratigrafia (ciência que estuda os estratos –
camadas – do relevo) conseguem dizer que tipo de relevo existiu naquele
determinado local e como ele se formou e modificou ao longo do tempo. A
Estratigrafia, aliás, é uma das ciências que possibilita aos paleontólogos
afirmar sobre a existência de espécies diferentes de animais (como os dinossauros, por exemplo), em uma determinada época.
As bacias sedimentares, assim
como a maior parte do relevo terrestre, são áreas que estão em constante
processo de renovação. Devido ao depósito constante de sedimentos, ou a outros
fatores tectônicos, elas continuam “afundando” (movimento chamado de
“subsidência”) cedendo espaço para mais camadas de sedimentos que vão sendo
depositados. Só que este movimento é muito lento e não pode ser percebido
facilmente em um período de tempo curto (a deposição de uma camada
significativa de sedimentos leva alguns milhares de anos para ocorrer).
Na
maioria dos casos as bacias sedimentares estão localizadas em regiões
limítrofes de placas tectônicas e
são classificadas em: bacias extensionais, quando localizadas nas margens
construtivas das placas; bacias colisionais, quando localizadas em margens
destrutivas de placas; bacias transtensionais, quando localizadas nas margens
transformantes de placas tectônicas. E, existem ainda, as bacias sedimentares
formadas em locais longe dos limites de placas tectônicas, como as bacias intra-cratônicas,
formadas aparentemente, por movimentos do manto terrestre.
O
Brasil tem cerca de 60% de seu território ocupado por bacias sedimentares
dividas em três tipos: as de grande extensão, como as bacias Amazônica, do
Parnaíba (ou Meio-Norte), do Paraná (ou Paranaica) e a Central; as de menor
extensão, como as bacias do Pantanal Mato-Grossense, do São Francisco (ou
Sanfranciscana), do Recôncavo Tucano e a Litorânea; e, ainda bacias muito
pequenas denominadas de bacias de compartimento de planalto, como as bacias de
Curitiba, Taubaté e São Paulo, entre muitas outras.
Acidentes geográficos são
variações no relevo terrestre, e podem ser divididos em duas categorias:
acidentes naturais, como lagos, rios,
montanhas, vales, serras, etc.; e acidentes artificiais, como casas, cidades,
pontes, etc.
Os
acidentes geográficos geralmente são utilizados como ponto referencial para
delimitar fronteiras, como os Montes Urais, acidente geográfico que delimita a
fronteira entre a Ásia e a Europa; ou o obelisco em Foz do Iguaçu, um acidente
geográfico artificial que marca a
fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Veja alguns acidentes geográficos
e suas definições:
Acidentes
naturais ou artificiais: “ilhas”, porção de terra cercada de água pelos
lados, podendo ser, ligadas ao continente, mas que por causa do relevo, possuem
um canal que as separa deste (Ex. ilha de Marajó), ou ainda, uma montanha ou vulcão submarino que
emerge e forma uma ilha sem qualquer ligação com o continente (Ex.: ilha de
Páscoa); “arquipélago”, conjunto de ilhas; “baía” ou “golfo”, reentrância pela
qual o mar adentra um pedaço do continente formando uma abertura estreita (Ex.:
baía da Guanabara), a diferença é que o “golfo” possui dimensões bem maiores
(Ex.: golfo de Bengala); “Canal”, estreitamento natural do mar ou uma passagem
escavada na terra para se conduzir cursos de água
para se conectar rios, lagos ou mares (Ex.: canal de Suez –
artificial; canal da Mancha –
natural); “delta”,
desembocadura de um rio (Ex.: delta do Nilo); “estreito”, passagem estreita com terra de ambos os lados
que liga um mar/oceano a outro (Ex.: Estreito de Gibraltar);
“istmo”, uma faixa de terra estreita que liga dois continentes ou este e uma
península (Ex.: a América Central, na
região do Panamá, é um istmo que liga a América do Norte e do
Sul); “península”, porção de terra que está ligada ao continente por um istmo
(Ex.: Península de Yucatán); “depressão”, extensões de terra situadas abaixo
do nível do mar (Ex.: a depressão onde está localizado o Mar Morto);
“mesa”, parte do terreno mais elevada que apresenta o topo plano e as escarpas
inclinadas e de extensão considerável; “chapada”, elevação abrupta do terreno
com o topo também plano e escarpas íngremes, porém de extensão menor (Ex.:
Chapada dos Veadeiros); etc.
O sistema de fusos horários foi criado em
1883, numa conferência em Roma, surgindo por uma necessidade de padronização do
horário mundial. Antes desse sistema ser criado, o horário era definido pelo
relógio de sol, onde o meio-dia era observado quando os raios solares
estivessem à pino.
O sistema foi estabelecido dividindo
a esfera terrestre em 360 graus pelo número de horas que a Terra gasta para dar um giro completo em
torno de seu eixo (24 horas). O resultado foi de 15 graus, indicando que a
terra gira 15 graus a cada 1 hora.
Sendo 15º = 1 hora, 1º = 4 minutos.
Então, no ano de 1884, em uma
conferência realizada em Washington, nos Estados Unidos, foi estabelecido que
o Meridiano de Greenwich seria
usado como o meridiano central, onde a cada grau leste, aumenta-se 4 minutos e
a cada grau oeste, diminui-se 4 minutos.
Solstício e Equinócio
O eixo de rotação da terra (movimento da terra em torno
dela mesma) possui uma posição fixa que está ligeiramente inclinada em 23,5 º
em relação ao eixo de translação da terra (movimento da terra em torno do sol).
Isto faz
com que em determinada época do ano, a luz solar incida com maior intensidade
sobre o hemisfério norte e, na outra parte do ano, incida com maior intensidade
sobre o hemisfério sul, caracterizando o chamado solstício. Da mesma forma, ocorre que em determinada
época, a luz solar incide de maneira igual sobre os dois hemisférios,
caracterizando o equinócio.
Desta forma, diz-se que
é solstício de verão no hemisfério sul quando a luz solar incide com maior
intensidade sobre este hemisfério e, ao mesmo tempo, que é solstício de inverno
no hemisfério norte, por causa da menor incidência de luz solar neste
hemisfério.
Desta forma, podemos
dizer que o equinócio é um estágio intermediário entre o solstício de verão e o
de inverno em determinado hemisfério. Ou seja, o equinócio ocorre quando a
incidência maior de luz solar se dá exatamente sobre a linha do Equador.
Então, diz-se que é equinócio de outono para o hemisfério que está indo
do verão para o inverno e equinócio de primavera para o hemisfério que está
indo do inverno para o verão.
O solstício e o equinócio ocorrem duas vezes por ano, nos dias 22 de
dezembro e 22 de junho, no caso do solstício, e nos dias 23 de setembro e 21 de
março para o equinócio.
O momento exato de um solstício é aquele em
que o sol, visto da terra, encontra-se o mais distante possível do “equador
celeste” (linha imaginária que marca o céu ao meio – como o equador com a terra),
ou seja, quando ele se encontra a 23,5º para o norte ou para o sul dessa linha.
Já o momento exato do equinócio é quando o sol passa exatamente sobre o equador
celeste
Podemos dizer, também,
que quando é solstício de verão no hemisfério sul, o sol estará “a pino” sobre
o Trópico de Capricórnio, pois este se encontra exatamente a 23,5º da Linha do
Equador e, portanto, receberá incidência direta da luz solar. Ou o contrário,
quando for solstício de verão no hemisfério norte, o sol estará “a pino” sobre
o Trópico de Câncer. No equinócio, o sol estará “a pino” sempre sobre as
regiões localizadas próximas a linha do equador.
Da mesma forma, podemos
dizer que, nas regiões polares, o Círculo Polar Ártico delimita a região que não receberá sol durante o
solstício de inverno no hemisfério norte. Da mesma forma que o Círculo Polar
Antártico, delimita a região que não receberá sol durante o solstício de
inverno no hemisfério sul.
Cartografia
Projeção
Azimutal
Projeção azimutal ou plana é
uma forma de representação cartográfica que consiste na tomada de um
determinado ponto, seja uma porção de terra ou de água, e a partir deste,
“esticar” ou “achatar” cada um dos pontos do globo representados, mantendo-se
todas as áreas equidistantes do ponto inicial. Não preserva a formas dos
continentes nem suas dimensões, mantendo porém, as mesmas distâncias, sendo que
as distorções desta mesma projeção encontram-se nas áreas periféricas. As
deformações são pequenas próximas ao centro, porém vão aumentando com o gradual
distanciamento deste.
Tal projeção é geralmente feita
tomando-se um dos centros dos pólos do planeta, e
tendo como referência os ângulos de determinadas estrelas no espaço para
realizar uma distribuição equitativa do ponto de vista matemático de cada
terreno. As distâncias e direções a todos os lugares são assim distribuídos do
ponto tomado como referência; dali então teremos o ponto apropriado para se
calcular qualquer coordenada.
Caso o mapa tome como ponto de
referência um dos pólos, teremos então os meridianos representados por linhas
retas partindo do centro do mapa, similares ao formato dos raios de uma roda de
bicicleta. Já as linhas paralelas serão representadas por círculos
concêntricos.
A projeção azimutal é bastante
utilizada pelos pilotos de aviões no cálculo de distâncias aéreas, além
de estudos sísmicos
(relacionados ao comportamento das placas tectônicas e
previsão de terremotos)
bem como para qualquer trabalho relacionado a ondas de rádio. Sua utilização é
ainda importante em estudos geopolíticos,
permitindo diferentes análises e estudos da importância geopolítica de
determinado país.
A bandeira das Nações Unidas traz
um exemplo bastante comum de projeção azimutal do globo terrestre. Certas
lentes de câmeras fotográficas de ângulos extremos, conhecidas como lentes
“olho de peixe” são desenhadas para reproduzir projeções azimutais das imagens
captadas.
Os tipos de projeção azimutal são:
Confeccionada
tendo-se em conta uma suposta fonte de luz partindo de dentro do globo. Este
tipo de projeção ainda divide-se em:
gnômonica – projeção onde a tal suposta fonte de luz
parte do centro da esfera;
esterográfica – a
suposta fonte de luz posiciona-se do lado oposto ao que se encontra ponto a ser
representado; aqui o espalamento dos paralelos dá-se de forma mais sutil em
relação à projeção gnônomica;
ortográfica – a
suposta fonte de luz encontra-se em um ponto no infinito, sendo que um
hemisfério poderá ser mostrado, e os espalamentos entre os paralelos diminuem à
medida em que se localizam próximo ao Equador.
Projeção azimutal equivalente
Aqui os paralelos são dispostos em
distâncias equivalentes em relação ao comprimento da corda da esfera em
questão. Serve tanto na representação azimutal de um hemisfério como de ambos;
Projeção azimutal equidistante
Aqui busca-se que os paralelos
concêntricos (linhas circulares) e meridianos radias (raios que partem do
centro da representação) mantenham-se em distâncias equivalentes.
Projeção Cilíndrica
Equidistante
Projeção cilíndrica é uma forma
de projeção cartográfica (mapa) desenhada sobre um plano que pode ser comparado
a um cilindro envolvendo o globo terrestre (como se você coloca-se uma folha de
papel envolta do globo, como um cilindro, e desenhasse sobre ela). E
equidistante, significa “mesma distância” ou “igual distância” (equi +
distante).
Logo, a projeção cilíndrica
equidistante, é uma projeção cartográfica cilíndrica que mantém algumas
distâncias entre um ponto e outro, no mapa, iguais as verdadeiras, porém, em
escala. Ou seja, é um tipo de projeção onde se pretende preservar a escala em
algum local.
Uma característica desse tipo de
mapa é que as distâncias não podem ser mantidas verdadeiras em escala em todos
os locais da projeção, mas, é possível conseguir que todas as distâncias a partir
de um ou dois locais sejam verdadeiras, ou então, fazer um mapa onde todas as
distâncias medidas perpendicularmente a uma linha (que pode ser o Equador ou um
paralelo qualquer) sejam verdadeiras, porém em escala.
Na projeção cilíndrica equidistante,
que também pode ser chamada de “projeção equiretangular”, é feito um ajuste no
espaçamento dos paralelos para que a escala seja mantida em pontos
determinados. Geralmente, a projeção cilíndrica equidistante se parece à
primeira vista com a projeção de Mercator,
mas com a diferença de não apresentar o alongamento no sentido leste-oeste e o
achatamento no sentido norte-sul, nos países de latitude elevada. Isso ocorre
porque, na projeção cilíndrica equidistante, tanto os paralelos quanto os
meridianos estão separados pela mesma distância.
Projeção Cônica
Projeção
cônica é um sistema de projeção gráfica que estabelece
uma relação ordenada entre os pontos da superfície curva do globo terrestre e
os pontos refletidos de um corpo geométrico cônico. Na projeção cônica, ao
colocar os pontos tangencialmente ao da projeção esférica, faz-se necessário
situar o vértice paralelo à da linha que une os dois hemisférios. Apesar da
forma resultante ser de um polo apenas, os cartógrafos geralmente utilizam esta
projeção para estudos de
países e continentes.
Há três principais modelos de
projeção cônica:
Projeção cônica simples
Projeção
feita a partir de um ou dois paralelos de referência.
No caso de um paralelo de
referência, a malha de meridianos e paralelos são desenhados projetando-os
sobre o cone simulando um ponto de luz que se encontra no
centro do globo. O resultado é um mapa semi-circular onde os meridianos são
linhas retas dispostas radialmente e os paralelos são arcos de círculos
concêntricos. A escala aumenta gradualmente ao distanciarmo-nos do paralelo de
contato entre o cone e a esfera.
No caso de dois paralelos de
referência, o cone secante corta o globo. À medida em que nos distanciamos do
conjunto, a escala aumenta, porém, na área compreendida entre dois paralelos, a
escala diminui. É uma representação da Terra que mostra a disposição dos
paralelos com certa desigualdade.
Projeção conforme de Lambert
A
projeção conforme cônica de Lambert é frequentemente utilizada no tráfego
aéreo. Não deve ser confundida com a Projeção Azimutal de Lambert. Esta
projeção sobrepôe um cone sobre a esfera terrestre, com dois paralelos de
referência secantes ao globo e intersectando-o. Tal disposição minimiza a
distorção natural derivada de transformar uma
superfície bidimensional em tridimensional. A distorção é mínima ao longo dos
paralelos de referência e aumenta fora dos paralelos marcados. Como indica o
nome, tal projeção é conforme.
Os pilotos utilizam mapas com tais
projeções devido ao fato de que uma linha reta desenhada sobre uma carta cuja
projeção é conforme cônica, demonstra a distância verdadeira entre os pontos.
Com efeito, os aviões devem voar em rotas que são arcos de círculos estendidos
para atingir a distância mais curta entre dois pontos, que na carta de Lambert
aparecerá como uma linha curva que deve ser calculada de forma separada para
assegurar a identificação dos pontos intermediários corretos na navegação.
Projeção cônica
múltipla
Esta
projeção consiste em utilizar não apenas um, mas vários cones superpostos. O
resultado é um mapa dividido em faixas. O único meridiano que terá a mesma
escala será o central, que aparece como uma linha reta. Os demais meridianos
são curvas, e a escala aumenta com a distância. A linha do Equador também é uma
linha reta, perpendicular ao meridiano central. Os demais paralelos são arcos
concêntricos. Tal projeção não é conforme, como a anterior, nem conserva as
áreas. Porém, nas zonas centrais, as distorções de escala são mínimas.
Projeção
de Mercator
Gerardus Mercator Rupelmundanus, ou
Gerhard Kremer como era seu nome original, foi um cartógrafo belga nascido em
1512 e que em 1569 revolucionou a cartografia ao conseguir a façanha de
representar o globo terrestre em um retângulo plano, a “Projeção de Mercator”,
na época, chamado por ele de “Nova et aucta orbis terrae descriptio ad usum
navigantium emendate accommodata”.
Felizmente, Mercator era melhor com
mapas do que com nomes e sua projeção foi, por séculos, utilizada na navegação
(como o nome original sugeria), fazendo com que todas as cartas náuticas usadas
até então se tornassem obsoletas e, sendo até hoje usada em muitos atlas e,
praticamente, em todos os mapas de fusos horários.
Mercator conseguira, utilizando 24
linhas verticais (meridianos) e 12 horizontais (paralelos) que iam se afastando
umas das outras conforme se aproximavam dos pólos, representar todos os
continentes da terra em um mapa que podia ser utilizado para traçar rotas
através de “curvas-traçado” (que ele chamava de “loxódromo”) de maneira
surpreendentemente eficiente para a época.
Mas, como toda projeção
cartográfica, a de Mercator possui uma distorção, só que nos pólos. Devido à
forma como são representados, os continentes afastados da linha do Equador (Europa, Canadá, Groenlândia,
etc.) ficam maiores do que são na realidade. Um exemplo comum utilizado, é a
Groenlândia que, na Projeção de Mercator aparece maior que a América do Sul,
quando, na verdade, a América do Sul é bem maior.
Essa distorção cartográfica faz com
que a precisão na medição das distâncias seja tanto prejudicada quanto maior
for a latitude da rota medida. O que, porém não prejudicou o trabalho de
Mercator que passou a ser considerado o pai da cartografia.
A partir da projeção de Mercator
foram feitas outras formas de projeção: a “Mercator Transversa”, projeção
cilíndrica com o plano tangente ao Equador e usada em mapeamentos topográficos
e base para projeção UTM; a “Oblíqua de Mercator”, com o plano tangente a
um círculo máximo qualquer que não é o Equador nem o meridiano de Greenwich e é
usado para projetar imagens de satélite no sistema Landsat, serviu de base para
a projeção SOM (Space Oblique Mercator) e para mapear regiões como o Alaska,
que se estendem em direção oblíqua; e, a “Projeção Equivalente de Lambert”, que
é parecida com a de Mercator só que com o plano tangente ao Equador, de forma
que a escala na linha do Equador é a real e conforme vai se aproximando dos
pólos vai diminuindo. Causando uma distorção aparente, inversamente
proporcional a da projeção de Mercator.
Projeção
de Peters
Durante
muito tempo a Projeção de Mercator
foi a mais utilizada para representar a superfície terrestre. Porém, em 1973,
Arno Peters, cartógrafo e historiador alemão, criou uma projeção que ele mesmo
chamou de “mapa para um mundo solidário”.
A projeção de Peters é uma projeção cilíndrica tangente
aos pólos, parecida com a de Mercator, mas com a diferença fundamental de
representar, o mais próximo possível da realidade, a proporção de tamanho entre
os continentes sem se preocupar com a equivalência das distâncias.
Na projeção de Peters (ou “Projeção Equivalente de Peters”) os
paralelos estão separados a intervalos crescentes desde os pólos até o Equador
e, por isso, os continentes situados entre os paralelos 60º norte e sul
apresentam uma deformação (alongamento) no sentido norte-sul, sendo que os
continentes que se situam em uma latitude elevada (Groenlândia,
Canadá…) apresentam um achatamento no sentido norte-sul e um alongamento
proposital (para haver correspondência em tamanho) no sentido leste-oeste.
Outra diferença desta
projeção para a de Mercator é que os paralelos estão separados por uma
distância menor, fazendo com que os continentes em latitudes menores que 60º
(mais próximos do equador) fiquem mais “finos” (ou, com que haja um achatamento
no sentido leste-oeste).
Devido a estas mudanças nas posições
dos paralelos, a Projeção de Peters apresenta a Europa e a União Soviética bem
menor, e a África é que ocupa o centro da projeção.
Por isso, a projeção de Peters é
tida como uma projeção ideologicamente “terceiro-mundista”. Ela apresenta uma
proporção real entre os continentes onde os países de primeiro mundo não são
maiores que os países do terceiro-mundo, no
sentido literal e metafórico.
Tanto é que a Projeção de Peters foi
utilizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) como uma tentativa de
sensibilizar os países do primeiro mundo acerca da pobreza dos outros países.
Latitude: Distância referente a
linha do Equador. A maior latitude equivale a 90 graus ao Norte ou ao Sul e a
menor é de O graus na linha do Equador.
Longitude: Distância referente ao
meridiano de Greenwich. A maior longitude é de 180 graus para
leste(Representado no mapa pela letra E) ou para oeste(Representado pela letra
W).
Os estudos sobre as camadas
geológicas da Terra são fundados a partir de perfurações da
crosta terrestre, mas sendo assim dos aproximadamente 6370 km de profundidade
até o centro da Terra, as escavações só tem acesso aos primeiros quilômetros,
sobrando assim à determinação do interior terrestre por auxilio das ondas
sísmicas (são ondas que se propagam através das partículas dos elementos
sólidos e líquidos que se encontram no interior terrestre), as quais auxiliam
no descobrimento das características internas de nosso planeta..
Os terremotos que são captados pelos
sismógrafos, quando tem os dados apurados de forma íntegra, são uma rica fonte
de dados para a conclusão das hipóteses sobre a constituição interna do globo.
Essas leituras nos fornecem dados, por exemplo, sobre a densidade
das rochas tanto em estado sólido como quando estão parcialmente fundidas. O planeta Terra se subdivide em três partes principais: crosta, manto e núcleo, descobertos
através das ondas sísmicas primárias e secundárias.
A camada chamada de crosta é a mais externa do
globo sendo constituída de aproximadamente 35 km de espessura em áreas planas e
em regiões montanhosas podendo chegar a 65 km. Acredita-se que as áreas
continentais assemelham-se aos icebergs, pelo principio de que a maior parte
dos continentes esta submersa em um material muito denso, permitindo que assim
estes “flutuem” – leia Placas
Tectônicas.
O manto é a camada de maior
extensão, com cerca de 80% do diâmetro terrestre, é parcialmente fundida e
grosseiramente homogênea, dividindo-se em manto superior e inferior. Durante os
anos de 1965 a 1970 foram realizadas pesquisas a fim de fazer novas e
importantes descobertas sobre o interior do globo, e muitas foram feitas
baseadas nas ondas do tipo ‘s’ (secundárias).
Assim, foi descoberta a subcamada
denominada “litosfera” e “astenosfera“. A litosfera é uma camada
com cerca de 70 km de espessura que suporta os continentes e as áreas oceânicas
com grande velocidade de propagação de ondas sísmicas, sendo responsável pelo
processo natural de terremotos. A astenosfera possui aproximadamente 700 km de
profundidade que compreende o manto superior, parcialmente fundido permitindo à
movimentação das placas rígidas da litosfera, e o manto inferior que compreende
o manto até o limite do núcleo.
A terceira e ultima parte do globo
terrestre é o núcleo (parte
central), que foi sugerida por R. D. Oldham em 1906. É composto principalmente
de elementos metálicos como ferro e níquel, descoberta feita através do
cruzamento entre informações sismológicas e experimentos laboratoriais. Em
1936, Inge Lehman sugeriu o contato entre o as duas partes que formam o núcleo,
o núcleo interno e externo. O núcleo interno é sólido, e o externo está em
estado líquido. O movimento circular do material do núcleo externo é que gera o
campo magnético da Terra.
Mar Negro
Recebe o nome de mar Negro o mar
interior situado entre a região mais a sudeste da Europa e
as bordas extremo oeste do continente asiático. Excluindo
seu braço norte, o Mar de Azov, o Mar Negro ocupa cerca de 436.400 km², uma
área semelhante à dos estados de São Paulo e Paraná combinados.
Há várias teorias sobre a origem de
seu nome, sendo que a denominação Negro passa a ser a mais famosa, que se
acredita foi dada pelos turcos em tempos medievais. Seu nome talvez possa ser
derivado de algumas de suas peculiaridades, como a de o nível de sua água permanecer
sempre o mesmo. Devido à ausência de marés altas ou baixas, não há flutuação do
nível, tornando-se um mar calmo, tranquilo e sereno na superfície. Outro
fato intrigante é que os mortos parecem “resistir” às águas do Mar Negro:
restos de navios, seres humanos e outros materiais perecíveis como cordas,
madeira etc ainda podem ser encontrados no leito do mar, centenas de anos após
a sua entrada naquelas águas. A explicação científica para isso é que, devido à
natureza anóxica das camadas inferiores de água do mar (água desprovida de
oxigênio dissolvido), o processo de decomposição é extremamente lento,
explicando assim tal aspecto bizarro.
O mar Negro está limitado pelo
sudeste do continente europeu, a península da Anatólia e o Cáucaso. Ele
é conectado com o mar Mediterrâneo através do estreito de Bósforo, o mar de Mármara e o estreito
de Dardanelos. O mar Negro se liga ao oceano Atlântico através dos
mares Mediterrâneo e Egeu
e de vários estreitos. O Estreito de Bósforo o liga ao mar de Mármara, e o
estreito de Dardanelos conecta esse
mar à região do Mar Egeu do Mediterrâneo, formando assim uma fronteira natural
entre a Europa oriental e a Ásia ocidental. O mar Negro está ligado ainda ao
mar de Azov pelo estreito de Kerch.
Este grande mar interior demarca
ainda o litoral de seis países: Romênia e Bulgária a
oeste, Ucrânia, Rússia e Geórgia ao
norte e leste, e Turquia, a
sul. Além disso, sua configuração é influenciada pelas águas de rios vindas de
outras dez nações através dos cinco principais rios que desembocam no mar
Negro, o maior dos quais é o rio Danúbio.
Ao longo dos tempos, o mar Negro tem
sido de fundamental importância para o comércio e transporte regional. Hoje,
este corpo d’água serve como uma via principal para o transporte de energia
para a Europa, proveniente da Rússia e da Ásia ocidental, fazendo do mar Negro
uma importante commodity. Ele
é ainda uma das mais movimentadas vias do mundo, e em 2005 mais de 55.000
navios, incluindo quase 6.000 petroleiros passaram pelo Estreito de Bósforo, na
sua maioria petroleiros russos.
Mar Vermelho
Localizado entre a África e a
Península Arábica, o Mar
Vermelho
fica em meio a um dos lugares considerados como o berço da humanidade e,
segundo creem os cristãos, foi o palco de um dos mais importantes episódios bíblicos.
De fato, as águas do Mar Vermelho
não são vermelhas. Mas porque então ele tem esse nome? Segundo algumas fontes,
o Mar Vermelho apresentaria sim uma cor avermelhada em alguns períodos do ano
devido à proliferação de um tipo específico de algas. Já, segundo outras
fontes, a coloração ligeiramente avermelhada em algumas regiões da costa, se
deve ao minério de ferro, presente em grandes quantidades nas montanhas ao
redor do mar. Como a paisagem da região é desértica, com ventos constantes e
vegetação esparsa e rasteira, a poeira avermelhada se deposita no mar, dando a
ele sua tonalidade característica. Mas, conforme se avança para o alto mar, a
cor vai voltando às tonalidades azuis.
Seja como for, o Mar Vermelho é
considerado um mar “mediterrâneo”, pois possui um contato bastante restrito com
as bacias oceânicas adjacentes (outros mares “mediterrâneos” são o Golfo Pérsico, o Mar
Mediterrâneo, o Mar
Negro, o Mar
Báltico e os
Mares Australianos-Asiáticos – que banham a Indonésia).
Devido a essa característica, a
circulação de suas massas de água se dá por gradientes de temperatura (termais)
e salinidade (halinos), por isso ele também é considerado como sendo
“termohalino” (Obs.: todos os mares mediterrâneos têm seus processos de circulação
dominados por processos termohalinos).
No Mar Vermelho a taxa de recarga
(precipitação e descarga de efluentes) é menor que a taxa de evaporação (por
isso, sua bacia é classificada como “bacia de concentração”) o que torna suas
águas mais densas e com maior teor de salinidade.
Principalmente nos países da
Península Arábica, onde o clima desértico impõe condições extremas à população
(existem apenas rios intermitentes e os
lençóis freáticos, quando há, ficam a profundidades muito grandes) é realizado
o processo de dessalinização das águas dos mares próximos, incluindo o Mar
Vermelho.
É no Mar Vermelho também que
encontramos o Canal
de Suez. Um canal artificial que corta o istmo de Suez (porção
estreita de terra que liga o continente africano á Península Arábica)
construído para possibilitar a navegação direta do Mar Mediterrâneo para o Mar
Vermelho.
Mar
de Aral
O Mar de Aral é um
corpo de água situado a aproximadamente 600 km do Mar Cáspio. Em
seu interior havia mais de 1.100 ilhas, separadas por lagoas e estreitos
apertados, que deram ao mar seu nome. Na língua cazaque, Aral
significa ‘ilha’. No presente, a Kok Aral, a maior de todas as ilhas (que é
agora uma península) dispersas pelo Mar de Aral, separa a parte nordeste,
chamada Pequeno Aral, da parte sudoeste, chamada Grande Aral. Esta forma a
fronteira natural entre Cazaquistão e Uzbequistão, que partilham entre si o
lago. As duas partes ligam-se através estreito de Berg. O Mar de Aral era, até
1960, o quarto maior lago do mundo,
cobrindo uma área de 66 mil quilômetros quadrados, com um volume estimado de
mais de 1.000 km cúbicos.
O Aral e toda a bacia do lago ganhou
notoriedade mundial como uma das maiores degradações ambientais do Século XX
causadas pelo homem. É
referida como a “Chernobyl Calada”, uma catástrofe silenciosa que evoluiu
lentamente, quase imperceptivelmente, ao longo das últimas décadas.
É certo que esta morte trágica do
Mar de Aral começou em 1960, ano em que os projetistas de Moscou inauguraram
o Projeto do Mar de Aral, um ambicioso programa econômico que
visava a conversão de terrenos baldios no cinturão do algodão da União Soviética. Os
projetistas atribuíram à Ásia central o papel de fornecedor de matérias-primas,
conduzindo a uma redução substancial de semeaduras de colheitas tradicionais
como a alfafa e plantas que se cultivavam para fornecer óleo vegetal. Pomares e
árvores de amoras foram arrancados para permitir plantar mais algodão. O desejo
de expandir a produção de algodão para as terras desertas aumentou a dependência
da Ásia central da irrigação, especialmente do Uzbequistão.
O Mar de Aral e os seus afluentes
pareciam ser uma fonte inesgotável de água. Foram abertos canais de grande
extensão para espalhar as águas por todo o solo desértico. A área irrigada
aumentou a sua superfície em menos de uma década para 6,9 milhões de hectares;
metade dessas terras produziam algodão e a outra metade arroz, trigo, milho, frutas,
legumes e forragens para o gado. A agricultura de regadio constituiu um sucesso
brilhante. As quotas de produção do algodão e de outros produtos eram
realizadas ou excedidas ano após ano. A bacia do Mar de Aral tornou-se o
principal fornecedor do país de produtos frescos.
As complicações surgiram porque a
contração do Aral e as consequências da irrigação tinham sido tratadas como
questões sem importância pelas autoridades até 1970. Não foi o projeto em si,
mas antes os métodos agrícolas mal concebidos e mal geridos que destruíram a
economia, saúde e ecologia da bacia do Mar de Aral, afetando milhões de
pessoas. Numerosos canais e barragens foram construídos precipitadamente. Por
altura de 1978, uma extensa rede de canais de irrigação estendeu-se pelos
desertos para matar a sede ao algodão ao longo de 7,7 milhões de hectares,
principalmente no Uzbequistão.
Os canais principais e secundários
foram escavados na areia sem terem sido instaladas ligações tubulares, e não se
procedeu à cimentação. Também não se prestou importância à drenagem dos solos.
Menos de 10% da água absorvida era diretamente benéfica para a colheita, o
restante desaparecia no solo arenoso ou evaporava-se. Foram estes programas
largamente ineficazes que eram adotados para satisfazer a enorme procura de
água que, por fim, resultaram na secagem do Mar de Aral. Imaginava-se que a
resultante descida de nível poderia ser remediada com projetos ambiciosos de
desvio de rios no norte da Rússia. Esses projetos nunca se realizaram e o lago
continuou a secar ano após ano.
O resultado foi catastrófico, e a
irrigação que fez florescer o deserto e aumentar os rendimentos, pôs em marcha
uma desastrosa cadeia de acontecimentos logo detectados na descida dos níveis
de água e no declínio da pesca. A partir de meados dos anos 80, em plena
glasnost (abertura), a situação do Aral ganhou atenção junto a muitos
observadores estrangeiros, como exemplo de calamidade ambiental. Desde então os
cientistas pressionam de modo mais enérgico pela sua salvação. Infelizmente a
essa altura, este já estava reduzido a um terço do seu tamanho original. Isso
apesar de sua situação já ser conhecida da agenda dos políticos da Federação
por mais de 30 anos.
O futuro do Aral é incerto. A única
coisa certa é que o lago é agora cenário de uma catástrofe ambiental à medida
que o nível de água declina e o ecossistema se
degrada, provocando um ambiente de deterioração e condições de vida e de saúde
precárias para os povos que vivem nas margens do lago. Seja qual for o futuro,
esta situação certamente abriu os olhos aos governos do mundo. É um forte aviso
à comunidade internacional e ilustra a rapidez – em menos de 20 anos – como uma
tragédia humanitária e ambiental pode ameaçar toda uma região e a sua
população. A destruição do Mar de Aral é exemplo clássico de desenvolvimento
não-sustentado.
O Mar Morto na verdade é um
grande lago localizado na região do Oriente Médio na região entre as colinas da
Judéia e os planaltos da Transjordânia.
O Mar Morto é o local de maior
salinidade do mundo com
300g para cada litro de água (o normal é 30g), é tanto que nenhum animal habita
suas águas (por isso ele é chamado de “morto”) e é também o local com a mais
profunda depressão do planeta, são 400 m abaixo do nível do mar.
Ele ocupa uma área de 1.020km² em
uma região com clima subtropical semi-árido, muito seco ao norte e desértico ao
sul. Os principais afluentes do Mar Morto são o Rio Jordão, o Hasa, o Muhib e o
Zarqa.
Segundo a Bíblia, o
Mar Morto teria sido formado após a erupção
vulcânica que destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra e era conhecido por
Asfaltite, nome dado pelos gregos devido à formação de betume que flutua sobre
suas águas.
O Mar Morto possui 82 km de
comprimento e 18 km de largura e possui em suas águas bromo,
brometo de magnésio, cloreto de sódio, óxido de magnésio e ácido
clorídrico. Os raros peixes que chegam até ele pelas águas do Rio
Jordão morrem instantaneamente devido à alta salinidade. É essa salinidade
inclusive que faz com que seja quase impossível afundar em suas águas. No fundo
do lago se acumula uma lama preta, com grande quantidade de sais minerais,
utilizada pela indústria cosmética.
Um aspecto tem preocupado ambientalistas e
cientistas preocupados com a conservação do Mar Morto: seu ritmo natural de
recuo têm-se acelerado preocupantemente desde 1960 (início dos estudos). A taxa
de evaporação chega a 1,6 metros por ano. O que junto com a exploração
desenfreada de suas águas pela Jordânia e por Israel (que a utiliza depois de
caros processos de dessalinização), e pela diminuição da vazão de alguns de
seus afluentes mais importantes como o Rio Jordão, fez com que seu nível
baixasse em mais de 10 metros aumentando ainda mais sua salinidade.
Biomas são grandes áreas ou
ecorregiões geográficas, de até mais de um milhão de quilômetros quadrados (uma
dimensão que equivale a pouco menos que o estado do
Pará ou a África do Sul), com condições ambientais específicas, onde ocorre
interação entre os fatores no conjunto natural (relevo, clima, vegetação,
fauna, hidrografia e solo). Apesar da diversidade de vegetação, a paisagem
apresenta-se com certa uniformidade, havendo, porém, dificuldade de definição
de seus limites naturais.
Como exemplo de biomas, de acordo
com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), temos:
·
Floresta Amazônica
Considerada
a quinta área mais ameaçada do mundo, a Mata Atlântica é uma formação
vegetal brasileira que originalmente se estendia do Rio Grande do Sul até o
Piauí, mas por se localizar em uma região de fácil acesso e que foi rapidamente
colonizada (62% da população brasileira se encontra em região de Mata
Atlântica) é o bioma brasileiro que
mais sofreu (e sofre) com a ocupação do homem. Atualmente restam apenas 7% de
sua cobertura original.
Ao
todo, o domínio da Mata Atlântica ocupava uma região de 1.300.000 km² chegando
até a Argentina e o Paraguai em áreas de baixadas, faixas litorâneas, matas
interioranas e campos de altitude que correspondem por cerca de 15% do
território nacional.
Já
foram registradas mais de 1.361 espécies diferentes das quais, muitas são
endêmicas (cerca de 567 espécies de animais que só existem ali). Sem contar a
vegetação que, devido às características do solo, altitude e clima
diferenciados desenvolveu características peculiares a cada região. São mais de
20 mil espécies de plantas. Algumas espécies da Mata Atlântica já são famosas
como o Mico-leão-dourado que, infelizmente, ficou conhecido por ser o símbolo
dos animais em extinção deste bioma.
A
região da Mata Atlântica é o local onde existe a maior concentração de pessoas
do país. As duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, se
encontram em regiões onde inicialmente o desmatamento era causado pelo plantio
de culturas como o café, que por muitos anos foi o “carro chefe” das
exportações brasileiras. Desta forma, é impossível não levar em consideração o
fator econômico e social em qualquer tentativa de preservar o que ainda resta
da Mata Atlântica. Diversos programas de pesquisa e conservação, não só da
mata, mas também, do patrimônio cultural da região, vêm sendo desenvolvidos a
fim de preservá-la e evitar que mais e mais áreas sejam degradadas.
Trabalhos
como o desenvolvido pela ONG SOS Mata Atlântica
que realiza pesquisas e campanhas educativas e
ainda desenvolve projetos como o “Florestas do Futuro” ou “Mata Atlântica vai à
escola”, ou ainda, a criação de parques e até reservas extrativistas onde a
exploração de recursos é controlada, tentam conciliar a preservação da Mata
Atlântica com o atendimento das necessidades básicas da população que já habita
a região da formação florestal, economicamente, mais importante do país.
Cerrado
Cerrado é o nome dado às savanas brasileiras caracterizadas por árvores baixas,
arbustos espaçados e gramíneas,e pode ser classificado
como cerradão, cerrado típico, campo cerrado, campo sujo de
cerrado ou campo limpo, sendo que o cerradão é o único que apresenta formação florestal.
Presente
nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás o cerrado cobre cerca de 197
milhões de hectares do território brasileiro sendo o segundo bioma mais
produtivo do país. Formações de cerrado podem ser encontradas em outras regiões
do país como áreas de transição pra outros ecossistemas. Essas áreas de
transição de cerrado são chamadas de ecótonos ou periféricas e estão nas divisas com
a Caatinga, a
Amazônia e a Mata Atlântica.
A
principal marca do bioma cerrado são seus arbustos de galhos retorcidos e o
clima bem definido, com uma estação chuvosa e outra seca. Entretanto, na região
do cerrado encontram-se três das maiores bacias hidrográficas do país, sendo
este bioma o berço de rios caudalosos como o São Francisco. Acredita-se, pois,
que as peculiaridades da flora (troncos tortuosos e com casca espessa…) se
devam à falta de alguns micronutrientes específicos e não à falta de água
necessariamente.
Aliás, os incêndios criminosos são
as principais ameaças a esse bioma. Até os anos 70 o solo do cerrado era
considerado improdutivo, mas, com a evolução da tecnologia a região tornou-se
responsável por cerca de 40% da produção de soja no Brasil e mais de 70% da
produção de carne
bovina. Sem contar que, além das inúmeras minerações e
carvoarias que vem destruindo cada vez mais o cerrado, a pressão do crescimento
populacional das cidades, principalmente em Minas Gerais e na região
Centro-Oeste, tem colocado o cerrado entre os biomas mais ameaçados do mundo.
Acredita-se que o cerrado brasileiro seja o tipo de savana mais rico em
biodiversidade do planeta com mais de 4.400 espécies vegetais endêmicas (de um
total de 10.000 espécies), 837 espécies de aves e 161 espécies de mamíferos.
Floresta
Amazônica
Com 7 milhões de km² e ocupando
regiões de 10 países, a Floresta Amazônica divide-se em três tipos
distintos: as florestas montanhosas andinas, as florestas de terra firme e as
florestas fluviais alagadas.
A
floresta de terra firme, que não difere muito da floresta andina exceto pela
menor densidade, apresenta um solo extremamente pobre em nutrientes, o que
forçou uma adaptação das raízes das plantas que, através de uma associação
simbiótica com alguns tipos de fungos passaram a decompor rapidamente a matéria
orgânica depositada no solo a fim de absorver os nutrientes antes deles serem
lixiviados.
Em
tempos remotos a floresta amazônica possuía um clima quente-seco e, devido às
condições de baixa pluviosidade, era composta basicamente por vegetações do
tipo cerrado, caatinga e
campinaranas, mais resistentes à seca. Apenas algumas regiões mais altas eram
ocupadas por uma vegetação mais densa que, com a diminuição da temperatura e o
aumento da pluviosidade se alastraram dando origem a floresta de terra firme.
Hoje, são as vegetações do tipo cerrado que se escassearam nessa região sendo
encontrada apenas em alguns lugares de transição com outros tipos de biomas.
A
floresta alagada também apresenta algumas adaptações às condições do ambiente
como raízes respiratórias e sapopembas (árvore da família das figueiras, também
conhecida como gameleira, em que a raiz pode se desenvolver até
dois metros de altura para fora da água acompanhando o tronco). As áreas
alagadas por águas brancas, ou turvas, provenientes de rios de regiões ricas em
matéria orgânica, são chamadas de florestas de várzea. E as
áreas alagadas por águas escuras, que percorrem terras arenosas e pobres em
minerais e que assumem uma coloração escura devido à matéria orgânica presente,
são chamadas de florestas de igapó. A
oscilação do nível das águas pode chegar a até 10 metros de altura.
A
fauna da floresta amazônica é muito rica com a presença de muitas espécies
endêmicas. Entretanto, a macrofauna que habita o solo das regiões de florestas
de terra firme não é muito variada, destacando-se as antas e a queixada. As
espécies que habitam as áreas alagadas possuem em comum a característica de
serem exímios nadadores. São nessas regiões onde encontramos mamíferos
aquáticos como os botos e as lontras. Outros animais que habitam a floresta
amazônica são os primatas, muito abundantes nas regiões de floresta de terra
firme, além de marsupiais, morcegos e roedores que também habitam a copa das
árvores. Nas águas da floresta amazônica, podemos encontrar, além dos exemplos
já citados, as ariranhas, piranhas, e diversas espécies de peixes, algumas das
quais, se alimentam de frutos que caem das árvores (são os chamados peixes
frugívoros).
Caatinga
A caatinga constitui uma paisagem bastante
peculiar, uma vez que mesmo em região semi-árida, ainda apresenta uma fauna e
uma flora bastante diversificadas com alto grau de endemismo.
A
flora se constitui de espécies xerófitas (formação seca e espinhosa resistente
ao fogo e praticamente sem folhas) e caducifólias (que perdem as folhas em
determinada época do ano) totalmente adaptadas ao clima seco com predominância
de cactáceas e bromeliáceas. O extrato arbóreo apresenta espécies de até 12
metros de altura, o arbustivo, de até 5 metros e o extrato herbáceo apresenta
vegetação de até 2 metros de altura. As principais representantes do reino
vegetal são: a aroeira, o mandacaru, o
juazeiro e a amburana.
A
fauna apresenta cerca de 47 espécies de lagartos, sendo 7 de anfibenídeos:
espécies de lagartos sem pés. 45 espécies de serpentes, 4 de quelônios (família
das tartarugas) e 44 espécies de anuros (sapos e rãs).
Pela
região passam os rios São Francisco e Parnaíba que percorrem a região da
caatinga e recebem a contribuição de diversos afluentes que nascem ali.
Em
alguns locais podemos encontrar os chamados brejos, verdadeiros oásis no meio do deserto. Mesmo em épocas de seca
intensa, quando a caatinga se assemelha a um deserto, os brejos são locais
ricos em nutrientes e bastante propícios ao cultivo e à subsistência de
variadas espécies animais.
Pantanal
O Pantanal,
ou complexo do Pantanal, compreende uma área de 250 mil km2 e abrange os
estados do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso sendo reconhecido como a maior
área alagada do mundo.
Localizado
na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, o Pantanal, é delimitado pelas Chapadas
Mato-grossenses ao norte, pelo Planalto Brasileiro a leste, e por uma cadeia de
terras altas a oeste. Sua área alagada se deve a lentidão de drenagem das águas
que fluem lentamente, pela região do médio Paraguai, num local chamado de Fecho
dos Morros do Sul.
Em
seu interior, do Pantanal, existem vários tipos de vegetação que incluem o
cerrado, a floresta tropical e, principalmente as vegetações de áreas alagadas. Por isso o Pantanal recebe
o nome “Complexo do Pantanal”, por conter diversos complexos de vegetação
diferentes.
A
vegetação aquática ou semi-aquática é a mais abundante da região pantaneira,
uma vez que a maior parte da região permanece inundada o ano todo.
Sem
os chamados aluviões (depósitos de origem fluvial, constituídos por cascalhos,
areias e argilas), deixados pelas enchentes a vegetação seria parecida com a do
cerrado devido ao clima árido ou semi-árido do local.
Algumas
regiões, mais altas, não chegam a ser inundadas formando uma vegetação densa e
bastante fechada. Nos locais mais altos, inclusive, podemos encontrar até
vegetações parecidas com as típicas do cerrado ou da caatinga como o mandacaru.
Os
principais afluentes do Pantanal, e que contribuem para suas cheias cíclicas,
são os rios Paraguai e o rio Guaporé que vem da Amazônia. Essa imensa área
alagada no interior do continente sul-americano já recebeu o nome de “Mar dos
Xaraiés” devido a períodos de grandes cheias onde as águas do Pantanal podem
aumentar em até 20 km sua extensão de áreas alagadas.
Por causa da pouca declividade em toda a
extensão da região do Pantanal (cerca de 20 cm em média), as águas fluem muito
lentamente, o que contribui para que a região permaneça alagada. Tanto é que as
enchentes que ocorrem com frequência na região norte do Pantanal nos meses de
março e abril, só chegam à região sul nos meses de julho e agosto contribuindo
para a fama do Pantanal de maior “janela” de evaporação de água doce do mundo.
Todo
o bioma pantaneiro depende das águas, pois é dali que a maioria dos animais
retiram sua principal fonte de alimento. A fauna do pantanal é caracterizada
pela grande quantidade de espécies devido ao fato de ele se encontrar bem
próximo de alguns dos maiores biomas do continente sul-americano, formando até
o que podemos chamar de área de intercâmbio da biodiversidade continental. Por
isso, o Pantanal não apresenta muitas espécies endêmicas (que ocorrem somente
ali), mas, sim, muitas espécies. As principais são os jacarés, os
cervos do pantanal e as capivaras.
Considerado
um dos patrimônios naturais da humanidade pela UNESCO (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Pantanal possui uma
fauna e flora bastante diversificadas devido às características peculiares que
não ocorrem em nenhum outro lugar do mundo.
Pampa
O
significado da palavra pampa é região plana. A origem da expressão é
quéchua, um idioma sul-americano de origem indígena que também era utilizado no
império dos incas. Abrangendo cerca de 700 mil km², os pampas brasileiros
ocupam aproximadamente 2,4% da vegetação do País. Além disso, estão presentes
na República Oriental do Uruguai, Corrientes, Entrerríos, Santa Fé, La Pampa,
províncias de Buenos Aires e
no Rio Grande do Sul. Sua localização fica entre o 30º e o 34º na latitude sul
e 63º e 57º na latitude oeste.
Também conhecido pelos nomes de Campanha Gaúcha, Campos
Sulinos e Campos do Sul, o pampa foi o território onde ocorreram as batalhas da
Guerra do Paraguai entre os anos de 1865 e 1870, conflito que teve participação
do Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai.
Apesar
de ser uma área de campos, o pampa também apresenta outras formações
geográficas como grutas e cavernas, encontradas em regiões como Caçapava do Sul
e Pedra do Segredo. Além disso, possui sítios arqueológicos como o de
Mata, cidade do
Rio Grande do Sul, onde são encontradas árvores petrificadas. No que se refere
à vegetação, o pampa tem o predomínio da herbácea, que possui entre 10 e 50 cm
de altura, gramíneas, alguns arbustos e árvores (perto de cursos d’água); e
plantas rasteiras. O relevo aplanado possui entre 500 metros e 800 metros de
altitude.
Ao
ser observado ao longe, o pampa tem a aparência de um tapete verde por possuir
paisagem plana e homogênea. Em comparação a savanas e florestas, o pampa é
considerado fundamental na atenuação do efeito estufa, controle da erosão do
solo e preservação da biodiversidade.
Na
região do pampa, encontram-se diversos animais ameaçados de extinção. Entre
eles estão: tamanduá, caxinguelê, preguiça-de-coleira, espécies de saguis,
mico-leão-dourado, guariba, macaco-prego, jaguatirica, onça pintada, entre
outros. As aves em risco de extinção são: gaturamos, saíras, tucanos,
beija-flores, sanhaço, araponga, tié-sangue, jacutinga, macuco e o jacu.
Usina Hidrelétrica de Belo
Monte
O
projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte surgiu
há mais de trinta anos, ainda no período de ditadura militar. O projeto foi
engavetado em 1989, sob pressões de grupos indígenas liderados pelo cacique
Raoni e o cantor Sting, ex-vocalista da banda “The Police”.
A
hidrelétrica de Belo Monte possuirá uma capacidade para
abastecer mais de 26 milhões de habitantes. A construção da hidrelétrica ocupará
as regiões dos municípios paraenses de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador
José Porfírio e Vitório do Xingu.
O
lago gerado pela usina terá 516 km² de área, inundando 51.600 hectares de
floresta, deixará submerso parte do Xingu (Volta Grande) e um terço de
Altamira. A instalação da usina desalojará mais de 20 mil pessoas, mas gerará
cerca de 80.000 postos de trabalho na
sua construção.
Estima-se
que a hidrelétrica de Belo Monte produzirá 11.233 MW de energia em épocas de
cheias, que compreendem a quatro meses ao ano, e 4.000 MW nas épocas de baixa.
Segundo
a professora Sônia Barbosa Magalhães, da Universidade Federal do Pará, em
análise crítica ao Estudo de Impacto Ambiental (EIMA-RIMA) de Belo Monte, a
obra gerará sérias consequências:
§ Inundação constante dos igarapés de Altamira, no
lugar da inundação sazonal;
§ Redução da vazão da água e bloqueio do transporte
fluvial até o Rio Bacajá;
§ Remanejamento de famílias locais;
§ Alteração do regime do rio relacionado aos meios bióticos
e socioeconômicos;
Segundo
a ONG WWF
, a construção da hidrelétrica de Belo Monte poderia ser substituída pela
repotencialização das usinas já existentes no país, pela redução do desperdício
no sistema de distribuição elétrica, além de investimentos em fontes limpas de
energia.
O
leilão da construção da usina gerou protestos de grupos indígenas, do Movimento
Nacional dos Atingidos por Barragens, com a participação do diretor do
filme Avatar, o
cineasta canadense James Cameron.
A
barragem principal da Usina de Belo Monte será construída no Rio Xingu, a 40 km
da cidade de Altamira. O projeto prevê a construção de duas casas de força, a
principal será instalada no Sítio Belo Monte e a secundária junto ao
Reservatório do Xingu.
Entre
os defensores da obra está a chefia da Empresa de Pesquisa Energética. Segundo
a empresa, a Usina de Belo Monte gerará um investimento 19 vezes maior do que o
orçamento atual do estado do Pará. A EPE defende a proposta das obras que,
segundo estudos, atingirá um terço da área original a ser alagada.
Transposição
do Rio São Francisco
O
projeto de transposição do Rio São Francisco é um tema bastante
polêmico, pois engloba a suposta tentativa de solucionar um problema que há
muito afeta as populações do semiárido brasileiro, a seca; e, ao mesmo tempo,
trata-se de um projeto delicado do ponto de vista ambiental, pois irá afetar um
dos rios mais importantes do Brasil, tanto pela sua extensão e importância na
manutenção da biodiversidade, quanto pela sua utilização em transportes e
abastecimento.
O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e,
depois de passar por cinco Estados brasileiros e cerca de 2,7 mil km de
extensão, deságua no Oceano Atlântico na divisa entre Sergipe e Alagoas.
Considerado
o “rio da unidade nacional”, o Velho Chico, como também é chamado, passa por
regiões de condições climáticas as mais diversas. Em Minas Gerais, que responde
por apenas 37% da sua área total, o São Francisco recebe praticamente todo o
seu deflúvio (cerca de 75%) sendo que nas demais regiões por onde passa o clima é
seco e semiárido.
O projeto de transposição do São
Francisco surgiu com o argumento sanar essa deficiência hídrica na região do Semiárido
através da transferência de água do rio para abastecimento de açudes e rios
menores na região nordeste, diminuindo a seca no período de estiagem.
O
projeto é antigo, foi concebido em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento
Nacional de Obras e Saneamento, sendo, em 1999, transferido para o Ministério
da Integração Nacional e acompanhado por vários ministérios desde então, assim
como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
O
projeto prevê a retirada de 26,4m³/s de água (1,4% da vazão da barragem de
Sobradinho) que será destinada ao consumo da população urbana de 390 municípios
do Ceará,
Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte através das bacias de Terra Nova,
Brígida Pajeú, Moxotó, Bacias do Agreste em Pernambuco, Jaguaribe, Metropolitanas no
Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no rio Grande do Norte, Paraíba e Piranhas na
Paraíba.
O Eixo Norte do projeto, que levará
água para os sertões de Pernambuco, Paraíba, Ceará e rio Grande do Norte, terá
400 km de extensão alimentando 4 rios, três sub-bacias do São Francisco
(Brígida, Terra Nova e Pajeú) e mais dois açudes: Entre Montes e Chapéu.
O Eixo Leste abastecerá parte do
sertão e as regiões do agreste de
Pernambuco e da Paraíba com 220 km aproximadamente até o Rio Paraíba, depois de
passar nas bacias do Pajeú, Moxotó e da região agreste de Pernambuco.
Ambos os
eixos serão construídos para uma capacidade máxima de vazão de 99m³/s e 28m³/s
respectivamente sendo que, trabalharão com uma vazão contínua de 16,4m³/s no
eixo norte e 10m³/s no eixo leste.
Por
outro lado, a corrente contra as obras de transposição do Rio São Francisco
afirma que a obra é nada mais que uma “transamazônica hídrica”, e que além de
demasiado cara a transposição do rio não será capaz de suprir a necessidade da
população da região uma vez que o problema não seria o déficit hídrico que não
existe, o problema seria a má administração dos recursos existentes uma vez que
a maior parte da água é destinada a irrigação e que diversas obras, que
poderiam suprir a necessidade de distribuição da água pela região, estão há
anos inconclusas.
Para
se ter uma ideia, o nordeste é a região mais açudada do mundo com 70 mil açudes
nos quais são armazenados 37 bilhões de m³ de água. Portanto, o problema da
seca poderia ser resolvido apenas com a conclusão das mais de 23 obras de
distribuição que estão paradas nos municípios contemplados pela obra de
transposição a um custo muito mais barato e viável do que a transposição do
maior rio inteiramente nacional.
Itaipu
Binacional
Itaipu,
que em Tupi Guarani significa “a pedra que canta”, é a usina hidrelétrica
que mais gera energia em todo o mundo. A usina
possui 20 unidades geradoras, o que significa que, em condições de clima
favoráveis (chuvas em níveis normais), a produção pode chegar a 100 bilhões de
quilowatts-hora. Utilizando o potencial do rio Paraná no trecho em que o rio
passa pelo estado do Paraná, a Usina de Itaipu é uma empresa internacional, e
não estatal como pode parecer. Segundo informações da própria empresa, 19,3% da
energia consumida no Brasil e 87,3% da energia consumida pelo Paraguai são fornecidas pela Itaipu.
Itaipu
é uma Usina Binacional, pois foi construída a partir da Ata do Iguaçu,
documento assinado em 22 de junho de 1966, por ministros do Brasil e do
Paraguai, no qual os dois países se comprometeram a estudar o
aproveitamento dos recursos hidráulicos presente entre os dois países, que até
então era motivo de disputa entre eles.
Em 1974, chegaram as primeiras
máquinas ao local, e, no fim do mesmo ano, a infraestrutura para o acampamento
dos operários ficou pronta. Até 1978, foram construídas 9 mil moradias para os
funcionários, sendo construído, inclusive, um hospital.
Para
a construção da barragem, o leito do rio precisou
ser secado. Para isso, foi necessária a construção de um desvio para o Rio
Paraná, com 150 metros de largura, 2 km de extensão e 90 metros de
profundidade. Terminado o desvio, em 20 de outubro de 1978, o Rio Paraná foi
desviado do seu curso.
Os
números da obra são espantosos. Para a construção da barragem, foram despejados
12,3 milhões de metros cúbicos de concreto. Em um único dia, 14 de novembro de
1978, foram lançados 7.207 metros cúbicos de concreto, com a utilização de 7
cabos aéreos. Isso equivale a 10 andares a cada hora. Em 1980, mais de vinte
mil caminhões e quase sete mil vagões foram utilizados no transporte de
materiais para a Itaipu. No ápice da construção da barragem, aproximadamente 40
mil pessoas trabalhavam no canteiro de obras ou nos escritórios do Brasil ou do
Paraguai. Devido a alta rotatividade, a contratação mensal chegou a ser de 5
mil pessoas.
As
unidades geradoras começaram a ser montadas em 1981, quando a concretagem
estava quase pronta. As peças importadas, como a
primeira roda de turbina (300 toneladas), demoraram quase três meses para
percorrer o trecho entre São Paulo e o canteiro de obras.
Em
outubro de 1982, a barragem é terminada, e o desvio é fechado, para que se
forme o reservatório. É iniciada uma operação com o objetivo de salvar os
animais que vivem na área que está sendo inundada. Mais de 36 mil animais foram
salvos na operação que recebeu o nome de Mymba Kuera, que significa “pega-bicho”
em tupi-guarani. Mas o impacto da intervenção do homem na natureza não atinge
somente a flora e a fauna. Os moradores das áreas a serem inundadas receberam
indenização e deixaram suas propriedades. Com a inundação, as Sete Quedas (ou
Salto Guairá), até então a maior cachoeira do mundo em volume de água,
desapareceu. O município de Guairá recebe royalties da Itaipu pelo alagamento
das Sete Quedas, antes um atrativo aos turistas.
Após
14 dias de chuvas fortes, as águas do Rio Paraná enchem o reservatório, que
alcança um tamanho equivalente a quatro vezes o tamanho da Bacia da Guanabara.
No
entanto, do outro lado da barragem, a população ribeirinha e os moradores de
Foz do Iguaçu assistem ao esvaziar do Rio, represado para o alagamento.
O
enchimento do reservatório interfere na vida de milhares de pessoas que habitam
nas margens do Rio Paraná entre Foz do Iguaçu e Guaíra. Os moradores de Foz
veem o rio esvaziar a jusante da barragem, por causa do fechamento das
comportas, enquanto Guaíra lamenta o alagamento das Sete Quedas.
Os
presidentes do Brasil (João Figueiredo) e do Paraguai (Alfredo Stroessner)
inauguraram oficialmente a usina em 5 de novembro de 1982, ao abrir as 14
comportas do vertedouro. No entanto, a produção de energia só tem início quando
entra em operação a primeira unidade geradora, em 5 de maio de 1984. Já a venda
de energia inicia em 1 de março de 1985.
A
energia produzida em Itaipu é entregue as subestações de Foz do Iguaçu e a
subestação Margem Direita. O processo de transmissão de energia que ocorre a
partir da entrega realizada pela Itaipu não é de responsabilidade da
hidrelétrica, e sim das seguintes empresas: Furnas Centrais Elétricas (no
Brasil) e a “Administración Nacional de Electricidad”, a Ande (no Paraguai).
Pré-Sal
A
“camada pré-sal” é uma espécie de bolsão onde ficam acumulados hidrocarbonetos
como petróleo e
gás metano e que fica localizada logo abaixo da “camada de sal” em regiões
de bacias sedimentares que
contém grandes estruturas halocinéticas (locais onde há a ascensão de corpos
salinos).
Este
é o caso da “camada pré-sal” localizada na bacia sedimentar litorânea
brasileira, mais precisamente, entre os litorais do Espírito Santo e
Santa Catarina em uma extensão de cerca de 800 quilômetros abrangendo a região
de três bacias sedimentares: as bacias do Espírito Santo, Campos e Santos.
As
bacias sedimentares deste tipo sempre tiveram grande importância para a
indústria petrolífera, pois sua existência está quase sempre relacionada com a
ocorrência de jazidas petrolíferas (cerca de 60% de todo petróleo produzido
no mundo está
em estruturas deste tipo) como as existentes no Golfo Pérsico.
Somente
a camada de sal possui uma extensão que pode chegar a 2 km de espessura. A
camada pré-sal brasileira fica a mais de 7 mil metros de profundidade e já
foram encontrados vários campos e poços de petróleo na região, dentre eles
estão os campos batizados de Tupi, com uma estimativa de conter de 5 a 8 bilhões de
barris, o Carioca, o campo de Jubarte e o de Júpiter, entre outros.
Se
as estimativas da Petrobrás estiverem
corretas, em 2016 o Brasil será auto-suficiente em petróleo. Outras estimativas
apontam para uma expectativa ainda melhor: 100 milhões de boes (barris
equivalentes de petróleo) no total. Se esta estimativa estiver correta o Brasil
entraria para o grupo dos dez maiores produtores de petróleo do mundo.
Criada
em 1953 pela Lei 2.004 a Petrobras S.A. destina-se à prospecção (estudo preliminar
de um local), extração, refino e distribuição do petróleo. Com 12.895
poços produtores de petróleo, a
estatal brasileira está entre as 500 maiores empresas do mundo segundo
a revista Fortune.
A
história da Petrobras se confunde com a própria história da exploração do
petróleo no Brasil.
Embora
a primeira perfuração de um poço de petróleo no país tenha ocorrido em 1897,
por um fazendeiro de São Paulo, foi só após a década de 30 que o governo
começou a investir na “nacionalização dos bens do subsolo” devido à presença de
empresas estrangeiras.
Curiosamente,
um dos maiores incentivadores de tal campanha foi um importante escritor
brasileiro: Monteiro Lobato. Ao
voltar dos EUA, onde se encantara com a perspectiva de um país próspero para
seus habitantes, ele se tornou um grande articulador da conscientização popular
através de palestras, artigos em jornais, livros sobre o assunto e até cartas
ao então presidente, Getúlio Vargas que, em 1939 cria o CNP – Conselho
Nacional de Petróleo – tornando o petróleo um recurso da União.
Mais
tarde, no início da década de 50 a esquerda brasileira lança a campanha “O
Petróleo é Nosso” contra a tentativa dos chamados “entreguistas” de propugnar a
exploração do petróleo brasileiro por empresas ou países estrangeiros alegando
que o país não possuía recursos nem técnica suficiente para fazê-lo. Em
resposta, Getúlio Vargas assina a Lei 2.004 de 1953, criando a
Petrobras. Desde então, a produção que era de apenas 2.700 barris por dia
saltou para 1.920 mil barris por dia, colocando a maior empresa
do Brasil no 12º lugar entre as empresas do ramo do petróleo no mundo.
A
Petrobras é uma empresa de economia mista, ou seja, tem a atuação controlada
pelo Estado que detém mais da metade das suas ações ordinárias. Com um
faturamento de US$72,3 bilhões de dólares, possui 63 sondas de perfuração sendo
44 marítimas, 12.895 poços produtores, 103 plataformas de produção, 16
refinarias, 31.089 km de dutos e 5.870 postos de combustível e ainda investe na
área de combustíveis renováveis e pesquisa (dados de 2006).
No
Centro de Pesquisas da Petrobrás, o Cenpes – Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento Leopoldo Miguez de Mello, são desenvolvidas tecnologias tanto
para melhorar os processos existentes, quanto para buscar novas fontes de
energia renovável. Criado em 1963,
o Cenpes foi de fundamental importância na história das conquistas da
Petrobrás. Agora, a Petrobrás pretende conseguir até 2011, através do Proger (Programa
Tecnológico de Energias Renováveis) criado em 2004 pelo Cenpes, atingir a meta
de fornecer 240MW da energia utilizada pelo grupo através de fontes renováveis.
Em
seu Planejamento Estratégico 2004-2015 a Petrobrás garante investir até 0,5% em
pesquisas relacionadas a fontes renováveis de energia como o biodiesel, a
biomassa, o álcool (ver biocombustíveis), a
energia eólica, a energia solar, e muitas outras, que visam o desenvolvimento
sustentável.
A Serra
dos Carajás é uma formação vulcano-sedimentar que faz parte do grupo
Grão-Pará e está localizada na região central do Estado do Pará. Uma verdadeira
“mina de ouro”, a região esconde em suas entranhas minério de ferro, ouro, cobre, zinco,
prata, bauxita,
níquel, cromo, estanho manganês, e tungstênio em
quantidades ainda desconhecidas e que fizeram da “Província Mineral de Carajás”
uma das regiões mais ricas em minérios do mundo.
A
primeira jazida de minério de ferro foi descoberta em 1967 quando o helicóptero
com o geólogo Breno dos Santos, da US Steel, foi obrigado a um pouso de
emergência em uma clareira na região. Mas aquela clareira não era proposital,
eles haviam pousado em uma “canga” – uma região onde o minério de ferro está
tão rente à superfície que a vegetação não consegue crescer de forma normal. O
geólogo, durante o vôo,
havia notado diversas clareiras como aquela pela região, o que não é nada
comum. Pronto. Estava descoberta a maior reserva de minério de ferro do mundo.
As
pesquisas foram iniciadas naquele mesmo ano, mas as obras do Projeto
Carajás, encampadas pela Vale do Rio Doce, começaram em 1978. Três anos depois,
foi feita a primeira detonação para a abertura de mina e, em 1985, entrou em
operação o primeiro trem de minério da região. A primeiro venda do minério
daquela região ocorreu em 1986 quando foram embarcadas 13,5 milhões de
toneladas de minério de ferro.
O
minério de ferro da Província Mineral de Carajás é importante não
apenas pela quantidade em que se encontram, mas também pela qualidade: é o
melhor minério de ferro do mundo, ou seja, o que possui maior teor de ferro já
encontrado. Porém, ao mesmo tempo em que a descoberta da Província Mineral de
Carajás trouxe enormes benefícios econômicos para a região, a extração mineral
também causa uma série de impactos ambientais e culturais significativos.
Na
região da Serra dos Carajás já foram encontrados diversos sítios arqueológicos
que ainda nem foram estudados, com exceção do sítio localizado na Serra dos
Carajás chamado “Gruta do Gavião”, que possui evidências de presença humana
datadas de 8.500 anos e está entre as maiores do país. Infelizmente, a Gruta do
Gavião foi destruída em 1994 pela mineração. Outra gruta ameaçada pela
exploração mineral é a Gruta do Piquiá onde foi feito o registro dos primeiros
artefatos em ferro lascado do Brasil.
Aquífero
Guarani
O Aquífero
Guarani é o maior reservatório subterrâneo transfronteiriço de água doce
do mundo e
está localizado no centro-leste do continente Sul-Americano sob parte da
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Com
uma extensão aproximada de 1,2 milhão de km² (destes, 840 mil km² estão
no Brasil), o
Aquífero comporta cerca de 45.000 km³ de água sob a forma de reservas
permanentes e 5 mil m³/s de reservas explotáveis (que podem ser exploradas
comercialmente) de acordo com a recarga anual.
O
Aquífero Guarani teria começado a se formar há mais ou menos 245 ou 144 milhões de
anos quando as rochas conhecidas como “Guarani” começaram a se formar através
de depósitos de camadas arenosas na região da bacia geológica do Paraná
formando camadas que variam de 50 a 800 metros e estão situadas a mais ou menos
1800 metros de profundidade.
Também
conhecido como “Aquífero Gigante do Mercosul”, ele congrega formações geológicas sedimentares
dos tipos flúvio-lacustres e eólicos desérticos, e suas águas tem uma
temperatura que varia, de acordo com a profundidade, de 50 a 85ºC.
A
recarga do aquífero se
dá, em alguns locais, através de recarga natural por meio de infiltração da
água da chuva, em outros locais, ocorre por meio de filtração vertical.
O Rio Grande do Sul
está localizado no extremo sul do Brasil e ocupa 282.062 km². A capital do estado é Porto
Alegre. Seus limites territoriais são os seguintes: estado de Santa Catarina
(norte); Uruguai (sul); Oceano Atlântico (leste) e Argentina(oeste).
O
relevo rio-grandense é diversificado, assim como a vegetação. Os três tipos de
relevo típicos da região são os seguintes:
- Pampas –
localizados nas proximidades das fronteiras do estado com o Uruguai e com a
Argentina, ao sul e oeste, os pampas tem como
principal característica, a vegetação rasteira formada por gramíneas, com
alguns arbustos e árvores (de pequeno porte). Esse tipo de vegetação tem boa
resistência a escassez de chuvas. Seu relevo é levemente ondulado, sendo suas
altitudes sempre inferiores a 500 metros.
-
Planalto Serrano – ocupando mais da
metade do estado, o planalto serrano está localizado na região nordeste do
estado. O ponto mais alto do Rio Grande do Sul, o Pico do Monte Negro, tem 1410
metros de altitude. A vegetação varia entre campos limpos e vegetação de
Araucárias. Próximo à divisa com Santa Catarina, encontra-se o desfiladeiro do
Itaimbezinho, com uma extensão de 5,8 km, altura máxima de 700 metros e largura
de, no máximo, 2 km.
-
Região Lagunar – localizada na costa
do estado, a principal característica desse relevo são as lagunas (lagos de
água salgada) encontradas em grande quantidade. As maiores lagunas são: Lagoa
dos Patos (uma das maiores do mundo), Lagoa
Mirim e Lagoa da Mangueira. A paisagem conta ainda com dunas e praias.
O clima
predominante no Rio Grande do Sul é subtropical. Na região dos Pampas a temperatura média é
inferior a 18° C, sendo que as chuvas são bem escassas. No Planalto Serrano as
chuvas são distribuídas com regularidade e abundância. A média de temperatura
no Planalto Serrano é inferior a 20° C. Ocasionalmente neva a nordeste do
estado, em regiões com altitude superior a 900 metros. Na região Lagunar, as
chuvas são escassas.
Hidrografia
Bacia do
Uruguai: formada pelo rio Uruguai e seus
afluentes. O rio Uruguai é o mais extenso do estado e é formado pela junção dos
rios Pelotas e Canoas, na divisa com Santa Catarina. Desemboca no rio da Prata,
entre o Uruguai e a Argentina. Os principais afluentes são os rios Inhandava,
Erechim, Passo Fundo, Várzea, Ijuí, Piratini, Jaguari, Santa Maria, Ibirapuitã,
Ibicuí e Quaraí. “Rios da Bacia do
Uruguai correm de leste para oeste ( da direita para a esquerda).”
Bacia Atlântica: também conhecida por bacia do Leste, é um conjunto de bacias
hidrográficas cujas águas correm para o Oceano Atlântico. Os principais rios
são o Jacuí, Pardo, Taquari, Caí, dos Sinos, Gravataí, Camaquã, Jaguarão e
Piratini. Ainda merecem destaque as águas do lago Guaíba, da Laguna dos Patos e
da lagoa Mirim, bem como as lagoas Itapeva, dos Quadros, Pinguela, dos Barros,
do Peixe e Mangueira. “Rios da Bacia
Atlântica correm de oeste para leste (da esquerda para a direita).”
INDÚSTRIAS – RIO GRANDE DO SUL
INDÚSTRIA MOVELEIRA (MÓVEIS) – Bento Gonçalves/Gramado/Canela
INDÚSTRIA METAL-MECÂNICA – Caxias do Sul
INDÚSTRIA COUREIRO CALÇADISTA – Vale dos
Sinos – Novo Hamburgo/ Campo Bom/ Parobé/Dois Irmãos
REFINARIA DE PETRÓLEO – Canoas → Refinaria
Alberto Pasqualini (REFAP)/ Rio Grande
POLO PETROQUÍMICO – Triunfo → Indústria de
plástico
INDÚSTRIA FUMAGEIRA (FUMO) – Santa Cruz do Sul/Venâncio Aires
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA – Gravataí →
General Motors
INDÚSTRIA DE CELULOSE (Papel) – Guaíba → CMPC Celulose Riograndense
INDÚSTRIA NAVAL – Rio Grande → Plataforma de
petróleo
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA – Pelotas (Conservas) /
Camaquã (Beneficiamento de arroz)
INDÚSTRIA PESQUEIRA – Rio Grande
VINÍCOLAS- Caxias do Sul/Bento
Gonçalves/Farroupilha/Flores da Cunha
MÁQUINAS AGRÍCOLAS – Horizontina/Não-me-toque
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segunda-feira, 9 de maio de 2016
Geografia - Apostila
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