1.
As
Redes de Atenção à Saúde
2.
Atenção
Básica e a Saúde da Família
3.
Balanço
Hídrico
5.
Consulta
de Enfermagem Ginecológica - Manual Prático
6.
Controle
Biológico
7.
O
Significado de Cuidado para Profissionais da Equipe de Enfermagem
8.
Desnutrição
Proteico-Calórica
9.
Dietoterapia
10.
Técnica
de Administração de Enema Retal Medicamentoso
11.
Introdução
à Epidemiologia
12.
O
Que é Ética e Cidadania
14. Fisiologia
15.
Higiene
Ambiental
16.
Higienização
dos Alimentos
17.
Como
Manusear Produtos Químicos com Segurança
18.
Nutrientes
19.
O
Agente Comunitário de Saúde no Controle da Dengue
20.
O
Cuidado com o Paciente Grave
21.
Organização
do SUS
22. Oxigenoterapia
23. Papel do Enfermeiro na UTI
24.
Pirâmide
de Alimentos
25.
Pragas
Urbanas
26.
Preparo
de Exame | Ultra-Sonografia
27.
Princípios
Básicos para Realização de Curativos
28.
Programa
de Valorização do Profissional da Atenção Básica
29.
Propriedade
Organolépticas
30.
SI-PNI
- Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações
31.
Principais
Sub-Sistemas de Informação em Saúde
32.
Técnica
Dietética
33.
Tipos
de Produto de Limpeza
34.
Unidade
de Internação do Paciente e Limpeza de Unidade
|
As
Redes de Atenção à Saúde
As Redes de Atenção à Saúde (RAS)
são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio
técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado
(Ministério da Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de 30/12/2010).
A implementação das RAS aponta para
uma maior eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência da gestão do
sistema de saúde no espaço regional, e contribui para o avanço do processo de
efetivação do SUS. A transição entre o ideário de um sistema integrado de
saúde conformado em redes e a sua concretização passam pela construção
permanente nos territórios, que permita conhecer o real valor de uma proposta
de inovação na organização e na gestão do sistema de saúde.
A atual grande diretriz da Secretaria de Atenção à
Saúde (SAS) para
o período de 2011 a 2014 é a implantação das RAS, sendo sua gestora no âmbito
federal.
No
dia 30 de dezembro de 2010, o Documento de Referência contendo as “Diretrizes
para a organização das RAS no âmbito do SUS” foi oficializado por meio da
Portaria GM/MS nº 4.279, publicada no Diário Oficial de 31/12/2010. Este
documento havia sido aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT) no
dia 16 de dezembro. Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns
fundamentos precisam ser considerados: economia de escala, qualidade,
suficiência, acesso e disponibilidade de recursos.
Atributos
da Rede de Atenção à Saúde
Considera-se que não há como
prescrever um modelo organizacional único para as RAS, contudo as evidências
mostram que o conjunto de atributos apresentados a seguir são essenciais ao
seu funcionamento:
1. População e território definidos
com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências que determinam a
oferta de serviços de saúde.
2.
Extensa gama de estabelecimentos de saúde que prestam serviços de promoção,
prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados
paliativos e integram os programas focalizados em doenças, riscos e
populações específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos.
3. Atenção Básica à Saúde
estruturada como primeiro nível de atenção e porta de entrada preferencial do
sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população,
integrando, coordenando o cuidado, e atendendo às suas necessidades de saúde.
4.Prestação
de serviços especializados em lugar adequado.
5.
Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração
assistencial por todo o contínuo da atenção.
6.
Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em
conta as particularidades culturais, gênero, assim como a diversidade da
população.
7.
Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar uma
missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região de saúde;
definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no curto, médio e longo
prazo; articular as políticas institucionais; e desenvolver a capacidade de
gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos
gerentes e das organizações.
8.Participação
social ampla.
9.
Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico.
10.
Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos
pelo alcance de metas da rede.
11.
Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede, com
identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, origem étnica e
outras variáveis pertinentes.
12.
Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas da
rede.
13.
Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equidade em
saúde.
14.
Gestão baseada em resultado.
Elementos constitutivos da rede de Atenção à
Saúde
A operacionalização das RAS se dá
pela interação dos seus três elementos constitutivos: população/região de saúde definidas, estrutura operacional e por um sistema
lógico de funcionamento determinado pelo modelo de atenção à saúde.
População e Região de Saúde
Para
preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da comunidade, as RAS
devem ser capazes de identificar claramente a população e a área geográfica
sob sua responsabilidade. A região de saúde deve ser bem definida, baseada em
parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar que as estruturas
estejam bem distribuídas territorialmente, garantindo o tempo/resposta
necessário ao atendimento, melhor proporção de estrutura/população/território
e viabilidade operacional sustentável.
Estrutura Operacional
A
estrutura operacional das RAS é constituída pelos diferentes pontos de
atenção à saúde, ou seja, lugares institucionais onde se ofertam serviços de
saúde e pelas ligações que os comunicam.
Os
componentes que estruturam as RAS incluem: Atenção Básica à Saúde – centro de
comunicação; os pontos de atenção secundária e terciária; os sistemas de
apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança.
Modelo de Atenção à Saúde
O
modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento
das RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas
subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema
de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definido
em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográficas e
epidemiológicas e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado
tempo e em determinada sociedade. Para a implantação das RAS, é necessária
uma mudança no atual modelo de atenção hegemônico no SUS, ou seja, exige uma intervenção
concomitante sobre as condições agudas e crônicas.
Funções da Atenção Básica nas Redes de Atenção a
Saúde
I
- Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais
elevado grau de descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado
se faz sempre necessária;
II
- Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde,
utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e
coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos
positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de
ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais;
III
- Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos
singulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os
pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os
diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em
qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e
integrada com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção
integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e
intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para isso, é necessário
incorporar ferramentas e dispositivos de gestão do cuidado, tais como: gestão
das listas de espera (encaminhamentos para consultas especializadas,
procedimentos e exames), prontuário eletrônico em rede, protocolos de atenção
organizados sob a lógica de linhas de cuidado, discussão e análise de casos
traçadores, eventos-sentinela e incidentes críticos, dentre outros. As
práticas de regulação realizadas na atenção básica devem ser articuladas com
os processos regulatórios realizados em outros espaços da rede, de modo a
permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da micro-regulação realizada pelos
profissionais da atenção básica e o acesso a outros pontos de atenção nas
condições e no tempo adequado, com equidade; e
IV
- Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua
responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos
outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos
serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários.
Redes Prioritárias
A
rede de atenção á saúde temática deve se organizar a partir da necessidade de
enfrentamentos de vulnerabilidades, agravos ou doenças que acometam as
pessoas ou as populações.
Após
pactuação tripartite, em 2011, foram priorizadas as seguintes redes
temáticas:
• Rede de Atenção às
Doenças e Condições Crônicas: iniciando-se pelo câncer (a partir da
intensificação da prevenção e controle do câncer de mama e colo do útero).
Todas
as redes também são transversalizadas pelos temas: qualificação e educação;
informação; regulação; e promoção e vigilância à saúde.
Lógica
Comum das Portarias de Redes Temáticas
Na
conformação das redes temáticas, tentou-se imprimir as seguintes lógicas:
Identificação dos componentes das redes temáticas e suas formas de
articulação; Estabelecimento de fases para a implementação das redes, constando nas
portarias específicas os passos necessários para o cumprimento das fases,
como pode ser visto, como exemplo, na figura seguinte. Nem
todas as redes identificaram a necessidade de todas as fases construídas
inicialmente: diagnóstico e adesão; desenho da rede regional;
contratualização dos pontos de atenção; qualificação dos componentes/pontos
de atenção; e certificação da rede.
|
ATENÇÃO
BÁSICA E A SAÚDE DA FAMÍLIA
Diretriz
conceitual
O
acúmulo técnico-político dos três níveis de gestão do SUS, na implantação do
Programa de Agentes Comunitários de Saúde e da estratégia de Saúde da
Família, elementos essenciais para a reorientação do modelo de atenção, tem
possibilitado a identificação de um conjunto de questões relativas às bases
conceituais e operacionais do que se tem denominado "Atenção Básica à
Saúde" no Brasil, e de suas relações com os demais níveis do sistema.
Esta discussão fundamenta-se nos eixos transversais da universalidade,
integralidade e equidade, em um contexto de descentralização e controle
social da gestão, princípios assistenciais e organizativos do SUS,
consignados na legislação constitucional e infraconstitucional.
A
expansão e a qualificação da atenção básica, organizadas pela estratégia
Saúde da Família, compõem parte do conjunto de prioridades políticas
apresentadas pelo Ministério da Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de
Saúde. Esta concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente
centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias,
democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas
às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem
responsabilidade.
Os
princípios fundamentais da atenção básica no Brasil são: integralidade,
qualidade, equidade e participação social. Mediante a adstrição de clientela,
as equipes Saúde da Família estabelecem vínculo com a população,
possibilitando o compromisso e a corresponsabilidade destes profissionais com
os usuários e a comunidade. Seu desafio é o de ampliar suas fronteiras de
atuação visando uma maior resolubilidade da atenção, onde a Saúde da Família
é compreendida como a estratégia principal para mudança deste modelo, que
deverá sempre se integrar a todo o contexto de reorganização do sistema de
saúde.
Gestão
O Departamento de Atenção Básica (DAB), estrutura vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde, no Ministério da Saúde, tem a missão institucional de operacionalizar essa política no âmbito da gestão federal do SUS. A execução dessa política é compartilhada por estados, Distrito Federal e municípios. Ao DAB cabe, ainda, desenvolver mecanismos de controle e avaliação, prestar cooperação técnica a estas instâncias de gestão na implementação e organização da estratégia Saúde da Família e ações de atendimento básico como o de Saúde Bucal, de Diabetes e Hipertensão, de Alimentação e Nutrição, de Gestão e Estratégia e de Avaliação e Acompanhamento.
Saúde
da Família
A
Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo
assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes
multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são
responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias,
localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de
promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos
mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A
responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para as equipes
saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites classicamente
definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no contexto do SUS.
A
estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizador do SUS, condicionada
pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no Brasil. A
velocidade de expansão da Saúde da Família comprova a adesão de gestores
estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 1994, apresentou um
crescimento expressivo nos últimos anos. A consolidação dessa estratégia
precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que permita a real
substituição da rede básica de serviços tradicionais no âmbito dos municípios
e pela capacidade de produção de resultados positivos nos indicadores de
saúde e de qualidade de vida da população assistida.
A
Saúde da Família como estratégia estruturante dos sistemas municipais de
saúde tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o
modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na utilização dos demais
níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos nos principais
indicadores de saúde das populações assistidas às equipes saúde da família.
Equipes
de Saúde
O
trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca
permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os
integrantes da equipe e desses com o saber popular do Agente Comunitário de
Saúde. As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de família, um
enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde.
Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório
dentário e um técnico em higiene dental.
Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de, no máximo, 4 mil habitantes, sendo a média recomendada de 3 mil habitantes de uma determinada área, e estas passam a ter corresponsabilidade no cuidado à saúde. A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se: como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde.
E,
ainda: por estabelecer vínculos de compromisso e de corresponsabilidade com a
população; por estimular a organização das comunidades para exercer o
controle social das ações e serviços de saúde; por utilizar sistemas de
informação para o monitoramento e a tomada de decisões; por atuar de forma
intersetorial, por meio de parcerias estabelecidas com diferentes segmentos
sociais e institucionais, de forma a intervir em situações que transcendem a
especificidade do setor saúde e que têm efeitos determinantes sobre as
condições de vida e saúde dos indivíduos-famílias-comunidade.
Agentes Comunitários de Saúde
O
Programa de Agentes Comunitários de Saúde é hoje considerado parte da Saúde
da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, este pode ser considerado
um programa de transição para a Saúde da Família. No PACS, as ações dos agentes
comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um
enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde.
Os
agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas situações
distintas em relação à rede do SUS:
a) ligados a uma unidade básica de saúde ainda não
organizada na lógica da Saúde da Família; e
b) ligados a uma unidade básica de Saúde da
Família como membro da equipe multiprofissional. Atualmente, encontram-se em
atividade no país 204 mil ACS, estando presentes tanto em comunidades rurais
e periferias urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e
industrializados.
Valorização Profissional
O
Ministério da Saúde reconhece e valoriza a formação dos trabalhadores como um
componente para o processo de qualificação da força de trabalho no sentido de
contribuir decisivamente para a efetivação da política nacional de saúde.
Essa concepção da formação busca caracterizar a necessidade de elevação da
escolaridade e dos perfis de desempenho profissional para possibilitar o aumento
da autonomia intelectual dos trabalhadores, domínio do conhecimento
técnico-científico, capacidade de gerenciar tempo e espaço de trabalho, de
exercitar a criatividade, de interagir com os usuários dos serviços, de ter
consciência da qualidade e das implicações éticas de seu trabalho.
Desafios Institucionais
Como
desafios institucionais para expandir e qualificar a atenção básica no
contexto brasileiro destaca-se:
1
- a expansão e estruturação de uma rede unidades básicas de saúde que
permitam a atuação das equipes na proposta da saúde da família.
2
- a contínua revisão dos processos de trabalho das equipes de saúde da
família com reforço as estruturas gerenciais nos municípios e estados.
3
- a elaboração de protocolos assistenciais integrados (promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação) dirigidos aos problemas mais frequentes do estado
de saúde da população, com indicação da continuidade da atenção, sob a lógica
da regionalização, flexíveis em função dos contextos estaduais, municipais e
locais
4
- ações que visem o fortalecimento das estruturas gerenciais nos municípios e
estados com vistas a: programação da atenção básica, supervisão das equipes,
supervisão dos municípios, supervisão regional, uso das informações para a
tomada de decisão.
5
- revisão dos processos de formação, educação em saúde com ênfase na educação
permanente das equipes, coordenações e gestores.
6
- a definição de mecanismos de financiamento que contribuam para a redução
das desigualdades regionais e para uma melhor proporcionalidade entre os três
níveis de atenção;
7 - a institucionalização de processos de
acompanhamento, monitoramento e avaliação da atenção básica;
8
- ações articuladas com as instituições formadoras para promover mudanças na
graduação e pós-graduação dos profissionais de saúde, de modo a responder aos
desafios postos pela expansão e qualificação da atenção básica, incluindo aí
a articulação com os demais níveis de atenção.
Desempenho
- Modelo de Atenção à Saúde do Brasil é referência internacional.
- Estratégia Saúde da Família como desenhada no
caso Brasileiro é destaque e modelo para outros países.
- Atenção Básica em Saúde é a pauta política dos
gestores públicos.
- A estratégia Saúde da Família está consolidada
nos municípios brasileiros.
- Estudos acadêmicos em curso demonstram que a
Saúde da Família no período de 1992 a 2002 apresenta indicadores animadores
como a redução da mortalidade infantil.
- Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em
parceria com a Universidade de São Paulo e Universidade de Nova York,
demonstra que a cada 10% de aumento de cobertura o índice de mortalidade
infantil cai em 4,6%.
- Aumento da satisfação dos usuários quanto ao
atendimento recebido resultado das mudanças das práticas das equipes de
saúde.
Responsabilidades
das Esferas Gestoras em Atenção Básica Federal
- Elaborar as diretrizes da política nacional de
atenção básica;
- Co-financiar o sistema de atenção básica;
- Ordenar a formação de recursos humanos;
- Propor mecanismos para a programação, controle, regulação
e avaliação da atenção básica;
- Manter as bases de dados nacionais.
Estadual
- Acompanhar a implantação e execução das ações de
atenção básica em seu território;
- Regular as relações intermunicipais;
- Coordenar a execução das políticas de qualificação
de recursos humanos em seu território;
- Co-financiar as ações de atenção básica;
- Auxiliar na execução das estratégias de
avaliação da atenção básica em seu território.
Municipal
- Definir e implantar o modelo de atenção básica
em seu território;
- Contratualizar o trabalho em atenção básica;
- Manter a rede de unidades básicas de saúde em
funcionamento (gestão e gerência);
- Co-financiar as ações de atenção básica;
- Alimentar os sistemas de informação;
- Avaliar o desempenho das equipes de atenção
básica sob sua supervisão.
|
BALANÇO HÍDRICO
Finalidades:
-
Controlar rigorosamente a entrada e saída de líquidos do organismo.
Material
Necessário:
- 01
Cálice graduado, 01 comadre, 01 par de luvas de procedimentos e impresso
próprio.
Pré
- Execução:
-
Observar prescrição médica e/ou de enfermagem;
-
Preparar o material;
-
Lavar as mãos.
Execução:
-
Identificar-se;
-
Checar o leito e o nome do cliente;
-
Orientar o cliente e acompanhante quanto a necessidade de mensurar todo
líquido que for ingerido e eliminado;
-
Orientar o cliente e familiares quanto a necessidade de não desprezar a
urina;
-
Calçar as luvas;
-
Transferir o débito urinário para o cálice graduado;
-
Elevar o cálice até a altura dos olhos e verificar a quantidade em ml de
urina;
-
Desprezar a urina no vaso sanitário e dar a descarga;
-
Lavar, com chuveirinho, os utensílios utilizados e guardá-los;
-
Deixar o ambiente em ordem.
Pós
- Execução:
-
Lavar as mãos;
-
Realizar as anotações necessárias;
-
Ao término de cada plantão, somar o líquido que foi infundido e ingerido e
subtrair do volume total de diurese e de outras perdas (balanço parcial);
-
Anotar o volume de episódios de vômitos, diarreia e etc...;
-
Ao final do plantão noturno, deverá ser feito o balanço total de 24 horas.
Avaliação:
-
Fidedignidade das informações;
-
Utilização correta do impresso.
Riscos
/ Tomada de Decisão:
-
Cálculo incorreto: reorientar equipe quanto a utilização do impresso.
|
O marco deste movimento ocorreu em 1986, durante a VIII Conferência
Nacional de Saúde em Brasília, cujas propostas foram
defendidas na Assembléia Nacional Constituinte criada em 1987. A Nova
Constituição Brasileira, promulgada em 1988, incorporou
grande parte destas idéias e garantiu o direito
à saúde para todo cidadão, transformando-a num dever do Estado, através da criação de um sistema de
acesso universal e igualitário, com ações voltadas para sua promoção,
proteção e recuperação. (Brasil, 1988; Capítulo II; Pereira et al, 2003).
Desde a criação do Sistema
Único de Saúde (SUS), houve uma melhora
significativa no perfil epidemiológico do país, com redução nos índices de
mortalidade infantil, principal indicador mundial de desenvolvimento social,
enquanto que na saúde bucal houve uma redução no índice de cáries entre
crianças aos 12 anos de idade (OMS-FDI; Narvai et al ,1999; Brasil, 1988;
Viana e Dal Poz, 1999). Porém, apesar do avanço na prevenção e controle da
cárie entre crianças, a situação da saúde bucal dos adolescentes, adultos e
idosos no Brasil ainda é considerada como uma das piores do mundo. Os
problemas gengivais e as dificuldades para conseguir atendimento odontológico
ainda persistem (Brasil Sorridente, 2004; 12° Conferência Nacional de Saúde,
2006).
Na tentativa de melhorar o
panorama da saúde no país e dando continuidade ao processo de reforma
sanitária, o Ministério da Saúde criou em 1994 o Programa Saúde da Família,
visando ampliar o acesso à saúde através de uma política de inclusão social.
Baseado na experiência bem sucedida do Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), lançado em 1991, que
já utilizava a família como unidade de ação e cujos resultados foram
significativos na redução dos índices de mortalidade infantil, o PSF foi introduzido com a finalidade de
reafirmar os princípios básicos do SUS. A proposta foi a reorganização das
práticas convencionais de atenção básica, antes voltadas para a doença,
substituindo-as por ações de vigilância e promoção da saúde (MS, 2000, Viana
et al,2000).
A Promoção
da Saúde tem como princípios a atenção aos seus
fatores condicionantes e determinantes,
a melhoria
da qualidade de vida dos cidadãos, a participação
popular nas decisões, priorizando a vulnerabilidade e
o risco de adoecimento de determinada comunidade e
a união
dos diversos setores da sociedade
nas ações (Medronho, 2009). Tendo
como base operacional a Unidade
de Saúde da Família, inicialmente era formada por um médico
generalista ou médico da família, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e
agentes comunitários de saúde.
Para atender a grande demanda por serviços de saúde bucal da população
e cumprindo o princípio constitucional da Integralidade
da Atenção, as equipes
de saúde bucal foram
incluídas no PSF em 2000, através
da Portaria 1.444 do Ministério da Saúde, com o objetivo de reorganizar as
ações e visando ampliar o acesso a este tipo de serviço. As práticas
odontológicas em saúde bucal coletiva, antes focadas na dor e na doença
através de ações isoladas dentro de consultórios, foram substituídas por
ações de proteção e vigilância à saúde
Apesar de algumas falhas que ainda persistem, o SUS brasileiro é
apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como exemplo para os demais
países em desenvolvimento.
O Programa de controle da AIDS, Saúde da Mulher e do Idoso são apenas alguns
dos exemplos. O Brasil foi um dos pioneiros na quebra de patentes de
medicamentos contra a AIDS, tuberculose e malária, cujo custo elevado
inviabilizava a ajuda humanitária aos países africanos dizimados por estas
doenças. Estes e outros programas relevantes serão apresentados aqui, numa
próxima publicação.
|
CONSULTA DE ENFERMAGEM GINECOLÓGICA -
1. IDENTIFICAÇÃO DA PACIENTE
1.1.
Nome:_____________________________________________________________
1.2. Apelido: ___________________________________________________________
1.3. Data de
nascimento: __/__/__
1.4. Idade: _____
anos
1.5. Endereço:
__________________________________________________________
Complemento
_____________ Bairro _____________ Cidade __________________
1.6.
Escolaridade: _______________________________________________________
1.7. Fumo: Sim
( ) Não( )
1.8. Etilismo:
Sim( ) Não( )
1.9. Uso de
drogas: Não( ) Sim( )
_________________________________________
2. MOTIVO DA CONSULTA_______________________________________________
3. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL
3.1. Quando
surgiu : _____________________________________________________
3.2. Localização:
________________________________________________________
3.3. Intensidade:
________________________________________________________
3.4. Sintomas:
__________________________________________________________
3.5. Fatores que
agravam e aliviam os sintomas: _______________________________
3.6.
Alergiasmedicamentosa ( ) ____________________________________________
Alimentação
( )
________________________________________________________
Anti-sépticos
( )
________________________________________________________
Adesivos (
) ___________________________________________________________
4. HISTÓRIA MENSTRUAL
4.1. Menarca:
____ anos
4.2. Menopausa:
____ anos
4.3. Data da
última menstruação: __/__/__
4.4. Fluxo
menstrual: Pouco( )
Regular( ) Muito( )
4.5. Menstruação:
_______ dias
4.6. Ciclo
menstrual: ______ dias
4.7.Sintomas
menstruais
Cólica
menstrual: Não( ) Sim( )
Intensidade: _______________________________
Cefaleia:
Não( ) Sim( ) Intensidade:
______________________________________
Dores musculares:
Não( ) Sim( ) Intensidade:
_______________________________
Outros:
________________________________________________________________
5.0. HISTÓRIA SEXUAL
5.1. Primeira
relação sexual: ______ anos
5.2. Quantidade
de parceiros: ________
5.3. Frequência
sexual: ________________
5.4.
Lubrificação: Natural ( ) Artificial ( )
5.5. Dor na
relação sexual: Sim( ) Não( ) Às vezes( )
5.6. Sangramento
na relação sexual: Sim( ) Não( ) Às vezes( )
5.7. Doenças
sexualmente transmissíveis: ____________________________________
6. CONTRACEPÇÃO
6.1. Tipo
Camisinha
feminina( ) masculina ( )
Pílula
anticoncepcional( )
Injeção( )
Diafragma(
)
Diu (Dispositivo
intra-uterino)( )
Pílula do dia
seguinte( )
Cartelinha(
)
6.2. Alergia:
Látex( ) Injeção( ) Pílulas( )
Dispositivos( )
7. HISTÓRIA OBSTÉTRICA
7.1. Nº de
filhos: _________
7.2. Nº de
gestações: _________
7.3. Nº
partos: Normais [ ] Cesária [ ]
Aborto [ ]
7.4. Natimorto:
__________________________________________________________
7.5.
Intercorrências em gestações: __________________________________________
7.5. Amamentação
materna: Não( ) Sim( ) Duração:
__________________________
8. CORRIMENTOS
8.1. Quando
surgiu: _____________________________________________________
8.2.
Intensidade: Pouco( ) Regular(
) Muito( )
8.3. Coloração:
_________________________________________________________
8.4. Aspecto:
___________________________________________________________
8.5. Odor:
_____________________________________________________________
8.6. Prurido:
Sim( ) Não( )
9. SISTEMA MAMÁRIO
9.1. Dor ou
sensibilidade nas mamas: Não ( ) Sim ( )
Quando observou?
______________________________________________________
Onde é a dor? __________________________________________________________
Localizada ou
generalizada? _______________________________________________
Foco doloroso é
sensível ao toque? _________________________________________
Tem sensação de
puxão ou queimação? _____________________________________
Alguma relação
com o período menstrual? ____________________________________
9.2. Já observou
nódulo ou espessamento na mama? Não( ) Sim( )
Quando surgiu?
_________________________________________________________
Onde?_________________________________________________________________
Cresceu desde
então? ___________________________________________________
Tem relação com
período menstrual? ________________________________________
9.3. Alguma
secreção proveniente do mamilo? Não( ) Sim( )
Quando surgiu?
_________________________________________________________
Coloração?
____________________________________________________________
Consistência:
Espessa( ) Fluída( )
Odor:
_________________________________________________________________
9.4. Alguma
erupção cutânea nas mamas? Não( ) Sim( )
Quando surgiu?
_________________________________________________________
Onde começou:
Mamilo( ) Aréola( ) Em torno da pele( )
9.5. Tem história
de doença de mama? Não( ) Sim( )
Que tipo?
______________________________________________________________
Como foi
diagnosticado? __________________________________________________
Quando surgiu?
_________________________________________________________
Como está sendo
tratado? ________________________________________________
10. SISTEMA URINÁRIO
10.1. Volume
urinário: Pouco( ) Regular( )
Muito( )
10.2. Frequência
urinária: ________vezes ao dia
10.3. Coloração:
________________________________________________________
10.4. Dor ou
ardência ao urinar: Não( ) Sim( )
10.5. Histórico
de doença do trato genito-urinário? _____________________________
10.6. Urina antes
e após a relação sexual? Não( ) Sim( )
10.7. Método de
higiênização: _____________________________________________
11. SISTEMA INTESTINAL
11.1. Quantidade
de evacuações diárias: _____________________________________
11.2. Coloração
das fezes: ________________________________________________
11.3.
Consistência: ______________________________________________________
11.4. Constipação
ou cólica intestinal: _______________________________________
11.5. Dor ou
ardência ao evacuar: Não( ) Sim( )
12. ANTECEDENTES CIRÚRGICOS
12.1. Já sofreu
alguma cirurgia ginecológica: Não( ) Sim( )Qual tipo:
_____________
12.2. Houve uma
complicação perioperatória: Não( ) Sim( )
Ficou com
seqüelas? ____________________________________________________
13. HISTÓRICO FAMILIAR
13.1. História de
doença ginecológica familiar: Não( ) Sim( )Qual tipo?
____________
13.2. Grau de
parentesco: ________________________________________________
13.3. Óbitos
decorrente da doença: Não( ) Sim( )
14. EXAME FÍSICO DAS MAMAS
14.1. INSPEÇÃO
Nº de mama:
________
Simetria:
Simétricas( ) Assimétricas( )
Volume:
Pequeno( ) Médio( ) Grande( )
Forma:
Globosa( ) Periforme( ) Discóide ou plana( )
Pendente( )
Consistência:
Flácida( ) Enrrigecida( )
Modificação da
pele e do mamilo: ___________________________________________
14.2. PALPAÇÃO
Presença de massa
palpável: Não( ) Sim( )
Localização:
__________________________________________________________
Consistência:
Edematosa( ) Cística( ) Firme( )
Endurecida( ) Macia( )
Mobilidade:
Fixa( ) Móvel( )
Tamanho: Diâmetro
_____ Comprimento ____ Largura _____ Espessura ______
Quanto à dor:
Sensível( ) Insensível( )
Textura:
Uniforme( ) Nodular( ) Granular( )
14.3. EXPRESSÃO
Presença de
secreção do mamilo: Não( ) Sim( )
Serosa(
) Serosanguinolenta( ) Purulenta(
) Láctea( ) Colostro( )
JUSTIFICATIVAS
IDENTIFICAÇÃO:
informações básicas e necessárias para o conhecimento da paciente.
MOTIVO DA
CONSULTA: conhecer os aspectos principais do elemento causador do
desequilíbrio das necessidades humanas.
HISTÓRIA DA
DOENÇA ATUAL: conhecer o perfil de saúde, prever complicações.
HISTÓRIA
MENSTRUAL: Conhecer o período fértil, o ciclo menstrual e se existe alguma
complicação associada.
HISTÓRIA SEXUAL:
Conhecer presença de DST’s, saúde sexual e prováveis distúrbios em relação a
sexualidade.
CONTRACEPÇÃO:
Conhecer os modos de contraceptivos usados pelos pacientes, e se há algum
problema relacionado ao uso destes.
HISTÓRIA
OBSTÉTRICA: Conhecer gestações, abortos e possíveis problemas obstétricos.
CORRIMENTO:
Conhecer presença de infecções e possíveis doenças sexualmente
transmissíveis.
SISTEMA MAMÁRIO:
Conhecer possíveis doenças e distúrbios relacionados à mama.
SISTEMA URINÁRIO:
Conhecer possíveis infecções do trato genito-urinário e se está relacionado a
higienização ou ato sexual.
SISTEMA
INTESTINAL: Conhecer complicações que alteram o fluxo intestinal.
ANTECEDENTES
CIRÚRGICOS: Conhecer doenças antecedentes, e possíveis sequelas causadas por
estas.
HISTÓRIA
FAMILIAR: Conhecer a herança familiar de saúde e sua relação com o estado de
saúde do paciente, buscando os fatores de risco para o mesmo.
|
Controle
Biológico
|
O controle biológico clássico refere-se à exploração, introdução, criação, liberação, estabelecimento e colonização de inimigos naturais de pragas, com o objetivo de reduzir o nível populacional de um determinado organismo indesejável. Este trabalho envolve a transferência de organismos vivos de uma região para outra ou mesmo de um país para outro, onde sempre corre-se o risco de introduzir organismos indesejáveis, junto aos organismos benéficos.
A garantia na segurança de cada
introdução é de vital importância ao país e realizada pelo Laboratório de
Quarentena “Costa Lima” (LQCL), que apresenta como principal função o
Intercâmbio Internacional e Quarentena de Agentes de Controle Biológico,
relativo às solicitações de introduções desses agentes junto às Instituições
de Pesquisa brasileiras, envolvendo procedimentos quarentenários, avaliação
de risco desses agentes, criação e limpeza do material em laboratório.
Embora os agentes de controle biológico
(ACBs) sejam considerados inócuos à biodiversidade em comparação aos
agrotóxicos, toda proposta de introdução de organismos exóticos traz consigo
um risco potencial de efeito adverso ao ambiente. Este deve ser avaliado
antes que a introdução propriamente dita ocorra.
O impacto ambiental, aparentemente
relevante para a conservação da biodiversidade, se refere à ação, direta ou
indireta, sobre organismos benéficos não-visados, que poderiam comprometer
não só à própria espécie alvo, mas também todos aqueles organismos que se
relacionam com esta espécie, produzindo um efeito cascata e levando a um
desequilíbrio ecológico, e mesmo à extinção de espécies.
O aprimoramento do processo de avaliação
de risco das introduções de agentes de controle biológico exóticos é
realizado por meio de:
1) elaboração de procedimentos
de Avaliação de Risco e Impacto sobre Organismos Nativos Benéficos;
2) identificação de indicadores
nativos de risco;
3) manutenção do Banco de Dados
de Inimigos Naturais no Brasil;
4) gerenciamento de um sistema
nacional de informações de controle biológico disponível via Internet,
incluindo diferentes Bases de Dados e uma Lista de Discussão sobre controle
biológico de pragas.
A introdução desses Agentes de Controle
Biológico para a supressão de organismos exóticos pragas será segura se
envolver ações de pesquisa para adequar uma avaliação técnica do risco,
exploração, quarentena e efeitos sobre organismos não-alvo, minimizando
possíveis efeitos adversos ao ambiente e à saúde humana.
A análise de risco de agentes de controle
biológico no País é estabelecida pelo desenvolvimento de protocolos que
auxiliam na realização de avaliação de risco pré-introdução de inimigos
naturais exóticos. Esta análise subsidia o Laboratório de Quarentena. Os
protocolos serão baseados no Código de Conduta para Importação e Liberação de
Agentes de Controle Biológico Exóticos, pela Organização Mundial de
Alimentação e Agricultura (FAO, 1996) e pelo Comitê de Sanidade Vegetal do
Cone Sul (COSAVE). Este Comitê tem harmonizado as regulamentações
fitossanitárias na região (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai), por meio do
Grupo Permanente de Trabalho em Controle Biológico (GTP-CB), que trata
especialmente da elaboração de regulamentações e procedimentos harmonizados,
visando a fomentar o uso e melhorar a segurança da utilização do controle
biológico clássico naqueles países.
|
O SIGNIFICADO DE CUIDADO PARA
PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Maria Aparecida Baggio
INTRODUÇÃO
O ensino de enfermagem busca capacitar o
profissional à prestação de cuidado de saúde ao ser humano-paciente-cliente,
à realização e aperfeiçoamento de tecnologias e procedimentos que promovam a
saúde, previnam doenças e recuperem lesões; na impossibilidade de cura ou
recuperação, favoreça uma morte digna e com o menor sofrimento possível. A
este futuro profissional está assegurado um embasamento científico e o
desenvolvimento de habilidades técnicas para atender às necessidades do
outro, inerentes ao exercício da profissão. O cuidado profissional oferecido
está alicerçado na aprendizagem obtida na escola e no exercício da profissão.
Algumas vezes, a educação profissional em nossa
sociedade coíbe a criatividade e a individualidade dos alunos, por
oferecer-lhes, como alternativa formal, a aquisição passiva de conhecimentos.
O processo de formação e capacitação de recursos humanos necessita estar
ligado ao desenvolvimento da criticidade do aluno para a habilitação de um
profissional ativo e capaz de articular seus pensamentos e ideias. Tal
formação deveria estar, igualmente, voltada às necessidades do sujeito
enquanto ser humano e, não apenas à técnica, à cientificidade, à
competitividade ou a excelência do cuidado prestado.
As propostas pedagógicas das instituições de
ensino, particularmente do ensino de enfermagem, são mencionadas como
facilitadoras para a aprendizagem sobre o cuidado humano, bastando, para
isso, uma reflexão sobre a importância do assunto e adequadas formas de
abordagem. Isso porque as pessoas envolvidas nesse processo aprendem e
crescem umas com as outras e o processo de cuidar é produto desta interação
que, por sua vez, resulta em auto-realização de ambos.
Segundo WALDOW (1998), os docentes das
instituições formadoras de profissionais da área de enfermagem até discorrem
sobre o cuidado holístico. Porém, tendem a informar aos estudantes conteúdos
e conceitos já prontos, enfocando as patologias e os procedimentos técnicos a
serem desenvolvidos nas ações de enfermagem e limitando e fragmentando o
cuidado, a simples intervenções. Em que momento este aluno é estimulado a
refletir sobre o cuidar/cuidado?
Tomando por base uma investigação anterior
(dissertação de Mestrado), o presente artigo tem como objetivo compreender o
significado de cuidado para os profissionais da equipe de enfermagem que
cuida do ‘outro’ em seu cotidiano. Neste artigo apresentarei alguns
significados de cuidado do outro, elucidados pelos profissionais do estudo em
questão, indispensáveis para uma prática de cuidado de si mesmo e do outro.
Cabe ressaltar, no entanto, que a discussão sobre
a temática não será aprofundada neste artigo, visto que não se constitui no
tema central do estudo realizado. Neste momento, a intenção é apresentar
alguns resultados obtidos que permitam a reflexão por parte dos leitores.
METODOLOGIA
Para atender a proposta do estudo foi utilizado o
método exploratório descritivo de abordagem qualitativa. Participaram doze
profissionais (quatro auxiliares de enfermagem, três técnicos de enfermagem e
cinco enfermeiros) que atuam na rede pública e na rede particular no interior
do Estado do Rio Grande do Sul e que atuam em diferentes locais como: CAIS
(Centro de Atendimento Integrado à Saúde), Postos de Saúde, Hospitais
filantrópicos e particulares. Estes foram selecionados aleatoriamente. Para
garantir o anonimato os sujeitos foram denominados por nome de flores.
A coleta de dados foi realizada por meio de
entrevista estruturada utilizada para caracterizar os sujeitos da pesquisa e,
semiestruturada para conhecer os diferentes posicionamentos individuais sobre
o tema de estudo.
As entrevistas foram realizadas após o
consentimento dos sujeitos de acordo com a Resolução 196/96. Para o registro
dos dados procedeu-se a entrevistas audiogravadas conforme autorização dos
entrevistados, posteriormente transcritas e submetidas ao processo de
conferência de transcrição.
Os dados coletados foram analisados
qualitativamente por meio da leitura e releitura das entrevistas de acordo
com a análise de conteúdo, segundo MINAYO (1996).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O cuidador de enfermagem inserido em uma
organização que presta serviço ao ‘outro’ é responsável pela qualidade do
atendimento que é dispensado ao ser cuidado e, para tal, deve empenhar-se e
oferecer o melhor de si para assegurar um cuidado humanizado (COSTENARO &
LACERDA, 2001).
Indubitavelmente, o exercício do cuidado é uma
tarefa difícil e desafiadora. Cuidar, segundo SILVA & GIMENES (2000, p.
307), “é servir, é oferecer ao outro como forma de serviço, o resultado de
nossos talentos, preparos e escolhas”, esses adquiridos em nossa vivência de
cuidador, demonstrando ao ser cuidado atitudes de cuidado oriundas do nosso
conhecimento, afeto e habilidades, as quais, na direção do outro, se
transformam em ações que refletem o ser humano que somos e a forma como nos
cuidamos.
O ser cuidador, para exercer o cuidado, de acordo
com SlLVA & GIMENES (2000), precisa perceber o 'outro' como ele se
mostra, nos seus gestos e falas, na sua dor e limitação, pois, por trás de
cada situação física de doença, há uma história de vida que pode ser
percebida em muitos detalhes. Certamente, o corpo físico revela, mesmo que
timidamente, muitas informações saudáveis e doentias ali armazenadas.
O ambiente hospitalar é possuidor de
características que deixam as pessoas vulneráveis, por ser tenso, sombrio,
triste e, às vezes, desalentado. Por sua vez, as pessoas enfermas são
submetidas a procedimentos, exames, manipulações que desgastam a si próprios,
familiares, amigos e, por que não, a própria equipe que presta os cuidados,
principalmente a equipe de enfermagem, que é diretamente responsável pelos
cuidados deste ser.
Ao buscar o significado de cuidado, identificado
a partir dos discursos dos sujeitos, foi possível identificar os seguintes
significados de cuidado do outro.
O cuidado verbal e não-verbal
Na perspectiva da enfermagem, cuidar do 'outro' significa atender às
suas necessidades com sensibilidade, presteza e solidariedade, mediante ações
e atitudes de cuidado realizadas para promover o conforto e o bem-estar. O
cuidado manifestado conjuga a integridade física e emocional num processo de
troca entre cuidador e ser cuidado.
É possível perceber o cuidado de enfermagem
verbal e não-verbal, quando se manifesta por meio da conversa, do toque, com
a intencionalidade de transmitir tranquilidade, carinho, conforto, segurança,
atenção e bem-estar, como apontam os depoimentos a seguir:
|
...Prestar atendimento, tratar muito bem as pessoas que já estão lá,
que estão doentes, estão sensíveis elas querem um pouco de atenção ali, que
converse [...] não atender assim, mal, sabe [...] (Violeta).
...Tem que atender quando o paciente chama [...] atender bem, de preferência com um sorriso [...] conversar e dar atenção (Camélia).
...É eu transmitir segurança, conforto, bem-estar [...] carinho pro
paciente [...] (Jasmim).
...Conforto, ta mal deitado, deitar ele direitinho, a posição que ele quer, que fica bem [...] tranqüilizá-lo, conversar (Girassol). |
O toque é uma manifestação de cuidado não-verbal
e demonstra preocupação com o 'outro', o cliente. O ato de tocar aproxima os
seres humanos; neste caso, aproxima o cuidador e o ser cuidado. Tulipa,
que trabalha em bloco cirúrgico, percebe que o cuidado, por meio do toque,
permite sua aproximação com o cliente podendo, neste momento, transmitir-lhe
segurança e conforto, principalmente para os mais idosos, conforme salienta a
seguir.
Ao entrar no bloco cirúrgico, o cliente aguarda
em uma maca até ser encaminhado à sala cirúrgica para o ato operatório.
Percebe, o sujeito, que o cliente que está aguardando até ser encaminhado à
referida sala, quando tocado e abordado com carinho e atenção, demonstra sua
gratidão pelo olhar e, segundo seu relato, “os olhos deles olham diferente”.
|
...Ah, uma coisa que eu acho muito importante é tocar. Tocar às vezes,
assim, tu tem um paciente numa maca ali esperando, pra ir pra sala. Você
passa e puxa a coberta e tapa ele, tapa o ombro que está destapado. Como é
que você está? Principalmente as pessoas de mais idade. Eu noto assim, parece
que o olho deles olha diferente, sabe. Eu acho assim,
que às vezes um simples toque dá uma sensação de conforto e de segurança
[...] (Tulipa).
|
A tal respeito, BETTINELLI (1998) aponta que o
toque, enquanto cuidado, é uma forma de aproximação humana que estimula a
sensibilidade e desperta, nas pessoas envolvidas, a possibilidade de troca,
reciprocidade e solidariedade na assistência.
Indubitavelmente, Tulipa apresenta
sensibilidade e solidariedade em suas atitudes; atitudes estas, que
solidificam o sentido do cuidado em enfermagem. Nesse mesmo sentido, COSTA
(1998) lembra que uma das características de proximidade física entre o
cliente e o cuidador no exercício do cuidado é o toque que, por sua
proximidade, favorece o calor humano e o cuidado humanizado.
Minimizando a dor física pelo cuidado
Ao expressarem os seus valores sobre o cuidado humano, os sujeitos
desta pesquisa demonstraram a preocupação em minimizar a dor física
apresentada pelo cliente, entendendo tal movimento como manifestação do
cuidado. A intenção de aliviar o sofrimento do ser humano que está sob seus
cuidados, manter sua dignidade e seus direitos de cidadão nos momentos de
fragilidade e dor, denotam o significado do cuidado ao 'outro'.
A administração de drogas para minimizar a dor
física, prescrita pelo médico assistente, é uma das funções da enfermagem e,
ao mesmo tempo permite, a partir da aproximação do cuidador durante o ato de
medicar, confortar o paciente que está emocionalmente fragilizado, amenizando
suas angústias e medos.
O sofrimento do paciente, causado pela
manifestação de algum tipo de dor, provoca desconforto aos profissionais de
enfermagem. Contudo, a tecnologia ora existente e a variedade de medicamentos
disponíveis tornam possível a minimização do sofrimento, quando a causa é a
dor. Os relatos a seguir enfatizam tal situação:
|
...Fazer técnicas, como a administração de medicamentos, prescritos no
caso, pra que ele não sinta dor [...] fazer com que ele não sinta dor, que
ele se sinta melhor do que ele está se sentindo no momento que ele tá
internado, que ele melhore de saúde (Jasmim).
Em primeiro lugar aliviar a dor [...] claro que depois vem outros
cuidados, exames, coisa e tal...Mas em primeiro lugar é aliviar a dor (Girassol).
Eu acho que tem que atender quando o paciente chama, se pede um
calmante, uma coisa assim. Tem que atender rápido e ter os cuidados,
necessários para o paciente (Camélia).
|
Cuidar com empatia para atender o todo
Há uma grande preocupação dos profissionais de enfermagem em “se
colocar no lugar do outro”, transmitindo-lhe o que gostariam de receber se a
situação fosse invertida, numa clara atitude de empatia.
Cuidar com empatia, neste estudo, significa
entender e compreender o outro como gostaria de ser, também, compreendido,
cuidado. Além disso, os cuidadores assumem o cuidado do outro como se fosse o
seu próprio cuidado, como apontam os seguintes depoimentos:
|
...Eu cuido do paciente como eu gostaria que cuidassem de mim, se eu
precisasse. Então eu acho que é muito importante a gente cuidar do paciente.
Que eu cuido dele como eu gostaria que cuidassem de mim, se eu
precisasse (Camélia).
...Acho assim que o que eu tô fazendo ali, o que eu faço pro paciente [...] o que eu tô fazendo pra pessoa eu tô fazendo pra mim mesmo. Eu me sinto bem fazendo isso [...] eu acho o que eu faço pra eles, pra mim é uma coisa boa também [...] (Margarida). |
Segundo COSTA (1998), priorizar o cuidado do
outro como cuidar de si mesmo implica sentir-se cuidado enquanto cuida,
entendendo e compreendendo o outro com empatia; priorizar o outro é um ato de
dedicação afetiva. Cuidar com empatia é entender a situação do outro, ver-se
no lugar dele e sentir-se em proximidade e igualdade; envolve também atenção
às necessidades físicas e psíquicas do ser cuidado.
|
...É como cuidar, tentar cuidar de si mesmo, né [...] acho que vai
cuidar dele pensando como gostaria de ser cuidado, [...] acho que a parte
física, a parte psíquica dele, sentimentos, Eu acho que é isso. Ter cuidado
da pessoa como se tu tivesse pensando em ti também. Se colocando no lugar
dele, entendendo, compreendendo, a empatia. Acho que é isso. Tu se colocar no
lugar, daí a empatia em si acho que daí tu vai poder cuidar dessa pessoa(Orquídea).
|
A relação de empatia é desenvolvida a partir da
capacidade de colocar-se no lugar do outro, seja em situações gratificantes
ou de frustração. Os seres humanos são singulares e possuem histórias de vida
peculiares a si, por isso, nem sempre será possível perceber do mesmo modo.
No entanto, a empatia pode ser percebida de modo semelhante, não idêntica,
mas próximo, muito próximo do que o outro percebe para si.
|
...Se colocar no lugar [...] eu imagino assim, tá indo pra um lugar
[bloco cirúrgico], tá estressado, porque se tá aí porque está com algum
problema de saúde e enxerga todas aquelas pessoas. Aí aquelas pessoas que não
estão nem aí pra ti, te botaram pra cima de uma maca e te puxaram pra uma
sala, conversando entre eles, rindo e contando piadinhas [...] e tu não sabe
quem é quem, é todo mundo igual, com toca, com roupa azul. Eu imagino assim
que deve ser uma situação muito desagradável. Como eu trabalho em bloco, Ah!
pra nós pegar um paciente, passar pelo corredor e entrar numa sala é uma
coisa que a gente faz oitenta vezes por dia [...] agora pra ele [...] (Tulipa).
|
Em seu relato, Tulipa elucida
que se o paciente foi encaminhado até o bloco cirúrgico é porque possui algum
problema de saúde e precisa passar por um processo cirúrgico, sendo este um
motivo gerador de ansiedade e apreensão. E, ainda, estar inserido neste
ambiente é um fator estressante para o paciente uma vez que, tal espaço, é
compreendido como um ambiente hostil.
Alguns procedimentos rotineiros do setor exigem
manipulação, como colocar o cliente sobre uma maca e transferi-lo para uma
sala cirúrgica, desconhecida e fria, com várias pessoas distintas do seu
cotidiano, sem saber quem é quem e, tal situação assusta o paciente que a
vivencia. Essas pessoas são médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de
enfermagem que formam uma equipe multiprofissional e que irá intervir para
realizar o procedimento cirúrgico necessário. Trata-se de um setor
diferenciado dos demais e nele se encontram pessoas distintas e, ao mesmo
tempo, semelhantes por estarem paramentadas com roupas e toucas iguais e da
mesma cor - azul. Saber quem é quem é tarefa difícil ao paciente.
O profissional que trabalha em bloco cirúrgico
realiza atividades rotineiras, como, por exemplo, transportar os pacientes da
entrada do setor até a sala cirúrgica e, desta, para a sala de recuperação.
Assim, pelo depoimento do sujeito: Ah! pra nós pegar um paciente,
passar pelo corredor e entrar numa sala é uma coisa que a gente faz oitenta
vezes por dia [...] agora pra ele [...], percebe-se a sua
sensibilidade em se importar com o possível desconforto do cliente nesta
situação, atentando para a possibilidade de tornar a experiência vivida menos
desagradável.
É também uma preocupação do sujeito deste estudo
a conversa entre os profissionais da equipe que contam piadas e riem entre si
neste ambiente ocasionando, talvez, uma situação desagradável para o paciente
nele inserido.
Sabe-se que o bloco cirúrgico é caracterizado
como um ambiente sobremaneira estressante para quem nele se encontra, e não é
diferente para os profissionais que ali trabalham, pois o nível de tensão é
muito grande. Em função disso, tem-se observado a utilização de mecanismos de
defesa pelo trabalhador - individuais e coletivos - para evitar a
manifestação ou instalação do estresse individual, desencadeado pelas
atividades. A descontração, a piada, o riso são utilizados em determinados
momentos para relaxar e liberar a tensão emocional, tanto dos profissionais
quanto do paciente que, indubitavelmente, encontra-se ansioso e tenso neste
meio.
É importante a preocupação expressa no depoimento
do sujeito com o 'colocar-se no lugar do outro', imaginando o quanto pode ser
desagradável ao paciente enfrentar um ambiente com tais características e
atitudes dos profissionais que atuam neste contexto.
A preocupação do profissional de enfermagem
estende-se, também, ao distanciamento físico entre o paciente e o seu
familiar, pois a estes não é permitido o acesso no bloco cirúrgico. Neste
caso, o cuidado é estendido para além das paredes que separam os ambientes
interno e externo de tal bloco, por meio da ação cuidativa do profissional de
enfermagem que se torna o elo entre o paciente e seu familiar, como se pode
observar no relato a seguir:
|
...A família já não pode entrar, tem que ficar no lado de fora [...]
às vezes também, chega alguém [familiar do paciente] na janela [do bloco
cirúrgico] e diz assim: Ah! eu gostaria de saber como tá o fulano de tal, ele
veio fazer uma cirurgia. Aí, ah! ele já tá na sala, mas você não pode mais
ver ele [profissional de enfermagem]. Bah!, mas é que eu não pude chegar a
tempo de ver ele antes da cirurgia, [familiar do paciente]. Então eu vejo
assim, ó seu Antônio, [paciente], sua esposa chegou agora, gostaria de ver o
senhor, mas o senhor não tem como sair da sala [sala cirúrgica], fica
tranquilo, ela tá aí fora, ela perguntou como o senhor tá e ela vai ficar
aguardando aí [profissional de enfermagem informa o paciente]. Eu sei que é
coisa minha assim, mas eu sinto que o paciente, que o cliente, ele, dá uma
sensação de segurança, assim, de não estar abandonado. Eu acho legal
[...] (Tulipa).
|
A atitude de cuidado de enfermagem demonstra
solidariedade e sensibilidade ao outro; denota preocupação com a integridade
moral e dignidade do paciente como ser humano que é; demonstra consideração
pelos aspectos não somente físicos, mas também os aspectos psíquicos do ser
humano. O profissional de enfermagem, durante a realização do cuidado, busca
um atendimento mais humano, considerando, igualmente, que o outro é um ser
individual e único, como lembra o sujeito:
|
O que é cuidar do outro? É ver essa pessoa, esse cliente, como uma
pessoa, como alguém que tá precisando não só de um cuidado físico, mas também
o lado psicológico, né. Eu imagino assim: ir num lugar que tu nunca foi
antes, ser atendido por pessoas que tu não conhece e aquela coisa, que tu às
vezes eu comento, mas olha pro paciente, diz bom dia, chama pelo nome, é
porque pra nós é uma coisa natural. Às vezes eu imagino assim, que nem esses
dias numa reunião eu disse assim: digamos que vocês vão pra um país estranho,
aonde você não sabe se vai pela direita, pela esquerda, tu não sabe como se
dirigir, e tu fica perdido e as pessoas passam por ti e ninguém te dá bola,
passa por ti e assim... [...] então deve dar uma sensação de desespero, né,
de insegurança. Eu acho que cuidar do outro, é se preocupar com o físico e
também com o psicológico das pessoas. Então eu acho que cuidar é se preocupar
com um todo, ver o paciente como um todo, né? (Tulipa).
|
O cuidado está vinculado ao cuidar também com
ação de prevenção. A preocupação do profissional de enfermagem necessita
abranger não apenas o biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado
holístico. Conforme COSTENARO & LACERDA (2001), o profissional de
enfermagem não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é
visível no corpo. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade.
O cuidado assumido pelos profissionais não deve
focalizar a atenção somente no procedimento que está sendo realizado mas,
sobretudo, precisa buscar toda e qualquer possibilidade de inserir o cuidado
para promover uma melhor qualidade de sua vida ao outro, uma vez que o
princípio norteador das ações de enfermagem é a educação do cliente e a sua
compreensão sobre a importância da prevenção.
A orientação prestada pelo profissional de
enfermagem visa adequá-la às necessidades do cliente, manifestadas ou não,
pois cuidar envolve atender as carências do outro, percebidas pelo
profissional de enfermagem, além daquelas referidas pelo paciente no momento
da ação cuidativa. Para BETTINELLI (1998, p. 39) “o profissional de
enfermagem deve ter a capacidade de utilizar a intuição e ter uma percepção
bastante acurada para poder envolver-se mais durante o cuidado [...]”.
Um cuidado adequado às necessidades do cliente exige
do profissional, como já apontado, a capacidade de perceber e identificar as
necessidades do outro, sendo estes atributos advindos da experiência e
prática constante no exercício da enfermagem. Quanto mais acurada for a
percepção do profissional tanto mais poderá prestar o cuidado de acordo com
as peculiaridades e singularidades de cada indivíduo. A interação é o elo
entre o cuidador e o ser cuidado e que permite, ao primeiro, a percepção e a
identificação das necessidades do segundo. É o que sugere o relato a seguir:
|
Cuidar do outro eu penso assim que
é cuidar de uma forma integral, né [...] no sentido de prevenção. E aqui no
setor onde eu trabalho, a gente trabalha com vacinas... Desde uma criança
recém-nascida com o teste do pezinho, as primeiras vacinas até [...] não tem
limite de idade. Então a gente vê a importância de prevenir a doença e não
tratar [...] é mais a nível de consultas de rotina. Mas a gente percebe assim
a questão do atendimento integral. Então aquela coisa, não só chegar e
aplicar uma vacina, mas tu vê a pessoa assim como ser humano, né. Tu vê todas
as condições dela, tu dá orientação. Tem que perguntar se a mãe tá
amamentando direitinho, se o bebê tá mamando bem, se ela tá tendo alguma
dificuldade, daí tu vai orientar a amamentação. Tu vê a questão da higiene,
se aquela criança tá sendo bem cuidada, bem alimentada, cuidados com a
desnutrição. Às vezes a gente percebe que a mãe não sabe o que fazer com a
criança. Então a gente já aproveita e orienta, né. Porque não é somente tu
aplicar uma vacina, tu vê, acho, o todo, né. Então eu acho que é
principalmente tu não vê, assim, o recém-nascido só doente na tua frente, mas
tu vê a pessoa como um todo. Tu vê todas as coisas que possam, que tu possa
orientar pra ela [...] pra melhorar a qualidade de vida (Helicônia).
|
O cuidado de enfermagem é uma continuidade e deve
ter envolvimento e ajuda de toda equipe para concretizar um trabalho conjunto
entre os profissionais. Para tanto, é imprescindível transmitir ao colega que
sucede no atendimento algo percebido como importante e que não foi possível
realizar pelo paciente no momento anterior. Assim, entendo que todos os
profissionais da enfermagem precisam contribuir com informações para a
implementação dos cuidados, realizando um verdadeiro cuidado em equipe, como
lembra Lírio:
|
Cuidar do cliente é atender todas
as necessidades que eu percebo ou que ele me refere. Porque, às vezes, o
cliente não pode falar ou gesticular o que ele tá precisando, mas eu tenho
que observar e tenho que perceber o mínimo que ele tá precisando e tentar
ajudar, cuidar [...] dirigir uma palavra ou uma higiene [...] tentar ajudar.
Ajudar a cuidar o outro é atender as necessidades que ele tá sentindo naquele
momento que eu tô presente [...] no meu turno de trabalho, por exemplo, ou
até passar pra alguma colega alguma coisa que eu percebo e que eu não posso
fazer no momento.
|
Cuidar é suprir necessidades do outro de acordo
com o seu estágio de desenvolvimento e a situação que se encontra. Cuidar de
uma criança hospitalizada num setor cuja permanência da mãe e do pai é,
ainda, restrita devido ao controle de infecção hospitalar, sensibiliza os
profissionais que tentam oferecer a essas crianças um cuidado integral. O
profissional identifica as necessidades de cuidado do outro e verifica os
meios disponíveis para supri-los com afetividade, conforme aponta o sujeito a
seguir:
|
...Bom eu percebo que no meu setor [CTI pediátrica] são desde o entretenimento, uma TV que faça
uma diferença para as crianças, brinquedos, carinho, atenção, toda dedicação,
até em dar a dieta, o banho, tudo isso. Eu entendo que faz parte do cuidado.
Acho bem mais importante essa atenção de suprir essas necessidades, tipo a
falta da mãe, a diferença do ambiente que eles estranham bastante, assim,
pessoas desconhecidas. Tentar ficar mais próxima das crianças que já tenham
entendimento disso, né? Eu entendo que de certa forma, suprir todas as
necessidades do outro tanto em todos os aspectos biopsicossocial. Pra mim é
isso(Bromélia).
|
O profissional de enfermagem busca, nas suas
ações, auxiliar o ser humano que está hospitalizado a superar as dificuldades
encontradas, promovendo a presença, o bem-estar e a recuperação da sua saúde
e utiliza-se de recursos disponíveis para suprir as necessidades
biopsicossociais deste ser, como lembraIpê:
|
Ajudar nos cuidados que eles não
têm, que eles não têm condições de fazer por eles mesmos, né. Isso é cuidado
[...] cuidado, orientação, pra que ele aprenda se cuidar também. Cuidar dele
no que ele não tem condições de fazer por ele mesmo, ajudar ele na autoestima,
educar ele pra que ele aprenda também a se cuidar.
|
Cuidar é também ajudar o outro a cuidar-se,
orientar, educar, ajudar na melhora da autoestima do cliente que se encontra
em uma situação de fragilidade; é ajudar o outro a satisfazer as suas
necessidades e cuidados próprios; é assegurar que o ser cuidado obtenha o
máximo de bem-estar possível, de acordo com as suas condições/possibilidades,
já que, segundo Rosa,
|
...Cuidar do outro eu acho que é dar atenção, escutar, orientar,
ouvir. O cuidado propriamente dito. Que seria, esse paciente vem te procurar
pra quê? Pra um curativo? Então você faz o curativo, pode conversar com ele.
Muitas coisas se resolvem ali. Orientar [...] uma mãe que vem fazer uma
vacina no filho, pergunta mil e uma coisa. Você vai orientando, vai
conversando. Quantos filhos ainda tem? Se eles são vacinados? Tu vai
perguntando. É cuidar do outro. Pra mim é um cuidado.
|
Cuidar solidariamente, segundo BETTINELLI (1998),
significa ter atitudes, executar técnicas e procedimentos, mantendo um
diálogo educativo de forma a intensificar a relação entre o ser cuidado e o
cuidador.
O envolvimento e o processo de cuidar
Violeta que é cuidadora e pôde experienciar uma situação, em que
precisou ser cuidada pelo colega e profissional de enfermagem, afirma que
cuidado é mais do que administrar uma medicação, é presença, atenção,
diálogo, é fazer sentir-se bem; cuidar é ter paciência e confortar o outro,
pois nenhuma medicação tem o efeito de confortar, acarinhar ou dar atenção.
Contudo, a confiança entre os sujeitos envolvidos (cliente e profissional) é
um imperativo essencial para a consolidação do cuidado, como lembra Violeta:
|
...Eu já fiquei doente [...] tava ruim, me senti sozinha, mal assim
sabe. Ninguém foi lá me ver. E tinha as gurias, a Fulana [auxiliar de
enfermagem e colega] me atendeu super bem, foi lá conversou comigo. Aquilo lá
foi além da medicação, sabe, além da medicação, foi lá conversou comigo que eu
tava ruim. Ficou lá e fez eu me sentir bem. Eu acho que é isso o cuidado da
pessoa. Além de dar a medicação, tem que, sei lá, tem que ter um [pausa] ah!
[pausa] como é que eu vou te explicar [pausa] tem que tratar bem, tem que
tratar bem. Eu tava ruim aquele dia, tava ruim, era tudo junto. Eu tava com
um medo, um medo, de medicação na veia. A Fulana veio e disse: calma Violeta,
calma, tu vai se sentir melhor, não sei o que e conversando, sabe, eu já fui
me esquecendo daquilo. Tem que ter paciência. Na hora tu não tem paciência,
quer que passe, tava com uma dor de cabeça horrível, uma náusea horrível,
tava ruim, tava me sentindo ruim, mal-estar. Ela foi lá conversou comigo,
disse: ó, tu dorme, tu descansa, qualquer coisa que tu não tiver se sentindo
bem tu pega e tu me chama, sabe. Chega e já conversa contigo sabe, faz tu se
sentir à vontade, bem, se sentir bem.
|
Num passado não muito distante, o envolvimento da
enfermagem com o paciente era evitado, contraindicado, não estimulado. O
profissional não deveria se envolver com o paciente, sendo que, os próprios
colegas alertavam: ‘olha o envolvimento!’. Atualmente se questiona a atitude
de ‘não envolvimento’, pois se preconiza que, para haver um cuidado
humanizado e adequado ao outro ser é necessário que ocorra a empatia, a
afetividade, o envolvimento, a aproximação entre o cuidador e o ser cuidado
com a finalidade terapêutica, não limitada à simples execução de técnicas ou
cumprimento das atividades concernentes à enfermagem.
WALDOW (1998) considera o cuidar não apenas como
uma tarefa a ser executada no sentido de tratar uma ferida ou auxiliar na
cura de uma doença e, sim, num sentido mais amplo como um cuidado por meio do
‘relacionamento com o outro, como uma expressão de interesse e carinho’.
Quem cuida do outro em seu cotidiano está
susceptível a vivenciar também sentimentos desagradáveis que lhe causam
sofrimento, principalmente, quando o vivenciado é a morte. A enfermagem é uma
das profissões em que ocorre um grande desgaste emocional do trabalhador
devido à constante interação com seres enfermos, muitas vezes, acompanhando o
sofrimento, como a dor, a doença e a morte do ser cuidado.
É possível cuidar sem envolvimento? É possível
não se apegar, não se envolver, principalmente quando o ser cuidado é uma
criança? Margarida afirma que tenta não se apegar porque lhe
faz mal experienciar a perda do outro, seja na alta hospitalar seja na
própria morte. Mas é possível evitar o apego e a dor da perda quando
cuidamos?
Alguns profissionais interpõem barreiras na
relação de cuidado, alegando o não envolvimento como necessário para evitar o
sofrimento limitando, dessa forma, a atitude de cuidar. Devido a situações de
sofrimento, frente ao sentimento de perda do outro, o profissional busca
alguns mecanismos de defesa individual para não sofrer constantemente a cada
situação vivenciada. Em muitos casos, se esses mecanismos não forem
utilizados, o profissional se tornará incapaz de desenvolver suas atividades.
Em seus estudos, PITTA (1999), assinala alguns
mecanismos de defesa, sendo a fragmentação da relação técnico-paciente uma
relação na qual o profissional evita um contato muito próximo ao ser cuidado
como meio de se defender da própria dor e sofrimento diante de situações
críticas, pois o não envolvimento afetivo nessa relação evita o sofrimento
com a dor ou a perda do outro. Será possível cuidar do outro sem se envolver?
Vejamos o que aponta Margarida:
|
...No sentido de doença [...] eu não procuro me apegar. Que assim,
claro que tu acostuma com o paciente ali, daí tu fica. Mas eu não costumo me
apegar assim, porque eu acho que isso não faz bem pra gente [...]. O B.,
aquele menino que morreu. Aquele ali tu sente, né? Eu senti assim na hora. Só
que eu não posso, porque eu acho que isso faz mal pra ti. Eu penso assim, que
tu tá aqui pra ajudar, já fazendo o que precisa ajuda, não pode ter pena.
|
Entre a equipe multiprofissional, os membros da
equipe de enfermagem são os que ficam mais próximos do paciente, pois
trabalham mais diretamente na sua prestação de cuidados. Alguns pacientes
ficam vários dias, vários meses internados na mesma unidade. É possível não
se apegar, não se envolver durante a convivência?
BETTINELLI (1998) aponta que alguns profissionais
de enfermagem na relação de cuidado demonstram um envolvimento com o paciente
bastante superficial, supervalorizando os aspectos científicos, as rotinas,
os problemas burocrático-administrativos, as normatizações de técnicas e de
procedimentos. Estas atitudes denotam a impessoalidade do cuidador, sendo a
intuição, o envolvimento, a sensibilidade e a solidariedade substituída pelo
mero cumprimento de tarefas rotineiras, fazendo com que a relação com o
paciente se torne fragmentada, fria, simplificada e, às vezes, distante,
transformando o ser humano em um objeto do cuidado.
O autor considera que a visão tecnicista do
profissional de enfermagem pode afastá-lo cada vez mais do ser cuidado e
ainda, impedir as reflexões sobre sua postura e conduta profissional, podendo
tornar-se antiética.
CONCLUSÃO
A prática do cuidado pelo profissional de
enfermagem, objetiva prioritariamente cuidar do outro, direcionando a atitude
cuidativa para o ser que está sob os seus cuidados. O cuidar do outro, pelas
trocas que proporciona, traz para o cuidador sentimentos de prazer e
satisfação, ou seja, cuidar do outro é também cuidar de si mesmo.
Evidencia-se o cuidado do outro pelo profissional
de enfermagem de maneira verbal e não-verbal, atendendo os aspectos físico e
emocional, de modo a preservar a dignidade de ser humano que é. A dor
manifestada pelo outro sensibiliza o profissional, que busca em suas ações o
seu alívio, mediante atitudes de empatia na prática cuidativa.
O ‘envolvimento’ no cuidado de enfermagem é
apontado como indispensável para cuidar como medida de aproximação entre o
cuidador e o ser cuidado com finalidade terapêutica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
|
BETTINELLI, L.A. Cuidado Solidário. Passo Fundo-RS: Pe.
Berthier, 1998.
COSTA, A.L.R.C. O cuidado como trabalho e o cuidado de si no
trabalho de enfermagem. 1998. 150p. Dissertação (Mestrado). Pós
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina /
Universidade Federal do Mato Grosso. Florianópolis (SC).
COSTENARO, R.G.S.; LACERDA, M.R. Quem cuida de quem cuida? Quem
cuida do cuidador? Santa Maria: Unifra, 2001.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4. ed. São Paulo: Hucitec/Abrasco, 1996. PITTA, A. Hospital dor e morte como oficio. 4. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
SILVA, M.J.P.; GIMENES, O.M.P.V. Eu – o cuidador. Rev. O mundo
da saúde, São Paulo, ano 24, v. 24, n. 4, p. 307-309, 2000.
WALDOW, V.R. Cuidado humano: o resgate necessário.
Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998. WALDOW, V.R.
Cogitando sobre o cuidado humano. Cogitare Enferm., Curitiba, v.
3, n. 2, p. 7-10. 1998.
|
DESNUTRIÇÃO PROTEICO-CALÓRICA
Agravo desencadeado por uma má-nutrição, na
qual são ingeridas quantidades insuficientes de alimentos ricos em proteínas
e/ou energéticos a ponto de suprir as necessidades do organismo. A
desnutrição pode originar-se de forma:
• primária : baixo nível socioeconômico - pobreza, privação nutricional,
más condições ambientais levando a infecções e hospitalizações frequentes,
baixo nível educacional e cultural, negligência, falta de amamentação,
privação afetiva. Neste caso a correção da dieta bastará para que se obtenha
a cura.
• secundária: apesar de haver oferta existem outros fatores que impedem a
ingestão e absorção dos alimentos - má-absorção, estenose do piloro, ou
aumentam a sua necessidade - hipertireoidismo. Sua evolução estará na
dependência da doença que a ocasionou.
• mista: situação em que os dois mecanismos estão envolvidos.
A baixa ingestão energética leva o
organismo a desenvolver mecanismos de adaptação: queda da atividade física em
comparação com crianças normais; parada no crescimento (falta de ganho de
peso e altura) e alteração da imunidade.
A desnutrição pode ser classificada por
diversos critérios, porém no Estado de São Paulo, utiliza-se percentis
(valores que dividem o conjunto ordenado de dados obtidos em 100 partes
iguais). Os percentis de corte escolhidos foram 10 e 90. Assim, considera-se
normal valores compreendidos entre os dois.
A gravidade da desnutrição também pode ser
classificada segundo critérios de Gomez, em 1º, 2º e 3º graus, conforme a
perda de peso apresentada pela criança.
• Desnutrição de 1º grau ou leve - o percentil fica situado entre
10 e 25% abaixo do peso médio considerado normal para a idade.
• Desnutrição de 2º grau ou moderada - o déficit situa-se entre 25
e 40 %.
• Desnutrição de 3º grau ou grave - a perda de peso é igual ou
superior a 40%, ou desnutridos que já apresentem edema, independente do peso.
Em termos populacionais há um predomínio da
desnutrição de 1º grau, onde o organismo adapta-se à uma alimentação abaixo
de suas necessidades, que, em geral, predomina por toda vida. Com isso, há
uma parada no crescimento. É por isso que "em estudos populacionais a
estatura é tão valorizada, sendo encarada como indicador do estado
nutricional atual ou, principalmente, pregresso" (LOPES____). Estudos já
comprovaram que as camadas mais pobres da sociedade têm uma alimentação
geralmente equilibrada, sob o aspecto qualitativo, porém em quantidade insuficiente.
Existem algumas pesquisas relatando que a
desnutrição grave pode ser decorrência de falta de vínculo mãe-filho que
levam a mãe a descuidar da criança a ponto de por sua vida em perigo.
Estabelecem uma associação entre o grave déficit nutricional e vínculo
inseguro e desorganizado entre mãe-filho. Porém esta mãe normalmente não
recebeu carinho em sua infância, com isso não consegue ofertar ao filho.
Acha-se incapaz, que seu leite é fraco e tem baixa autoestima. Assim,
acreditam ser desnecessário investirem nas crianças por não serem boas mães.
É um ciclo vicioso que a equipe multiprofissional vai precisar trabalhar para
reverter essa situação.
A desnutrição grave pode apresentar-se de
três formas: Marasmo, Kwashiorkor e Marasmo-Kwashiorkor.
1. Marasmo: criança fica com baixa atividade, pequena para a idade,
membros delgados devido a atrofia muscular e subcutânea, costelas
proeminentes, pele se mostra solta e enrugada na região das nádegas,
apresenta infecções constantes, comumente é irritadiça e seu apetite é
variável.
2.
Kwashiorkor: déficit
importante de estatura, massa muscular consumida, tecido gorduroso subcutâneo
preservado, alterações de pele dos membros inferiores, alterações dos
cabelos, hepatomegalia, face de lua, anasarca e baixa concentração sérica de
proteínas e albumina, área perineal frequentemente irritada com dermatites e
escoriações devido a diarreias. Apatia exagerada, raramente responde a
estímulos e não apresenta apetite.
3.
Marasmo-Kwashiorkor: a origem
pode ser de um marasmo que entrou em déficit proteico ou um Kwashiorkor que
passou a sofrer déficit energético. Estão presentes: retardo da estatura, do
desenvolvimento neuropsicomotor e queda da resistência imunológica.
O tratamento da desnutrição está
intimamente relacionado com aumento de oferta alimentar, que deve ser feito
de forma gradual em função dos distúrbios intestinais que podem estar
presentes. Após a reversão deste quadro, fornecer dieta hipercalórica para a
recuperação do peso da criança; corrigir distúrbios hidro-eletrolíticos,
ácido-básicos e metabólicos e tratar das patologias associadas; obtenção de
adesão da mãe ao tratamento, o que irá facilitar a recuperação da criança em
menor tempo e com maior intensidade.
Por se tratar de um problema, em sua
maioria das vezes, social é importante que a equipe de saúde esteja atenta,
encaminhando esta família para assistentes sociais, comunidades de bairro e
pastorais da criança para que consigam algum tipo de auxílio para suprirem
suas carências.
A não-criação de vínculo mãe-filho também
pode levar uma criança a desenvolver desnutrição em função da negligência.
Outras vezes a falta de informação leva a um preparo inadequado dos
alimentos, levando a família a alimentar-se com uma dieta pouco nutritiva.
Os profissionais não podem culpar a família
pela debilidade de seus filhos, cabe a nós orientá-los para evitar danos à
saúde de nossas crianças e adolescentes, promovendo o fortalecimento do
vínculo da criança com a família, com informação.
(...)
|
DIETOTERAPIA
Escrito
por Dra. Andréa Esquivel
Hipócrates, da Grécia antiga, considerado
pai da medicina, afirmou: "Que seu remédio seja seu alimento, e que seu
alimento seja seu remédio". A Dietoterapia é uma ferramenta do
nutricionista, que utiliza alimentos para o tratamento e prevenção de
enfermidades, e contribui para que o organismo possa adquirir os nutrientes
para manter a saúde
Alterações nas quantidades de
nutrientes da dieta
Existem vários tipos de dietas terapêuticas
restritivas que podem ser aplicadas de acordo com a enfermidade do paciente:
Dieta Hipossódica: dieta pobre em Sódio (Na), que se concentra em especial no sal
de cozinha (cloreto de sódio Nacl). Indicada para pacientes hipertensos,
cardiopatas, com retenção de líquidos (edemas), dentre outros.
Dieta Hipercalórica: dieta rica em energia, que tem o objetivo de prevenir e tratar
principalmente a desnutrição.
Dieta Hipoproteica: dieta pobre em proteínas, indicada para pacientes com ingestão
controlada de proteínas, como os portadores de insuficiência real e cirrose
hepática.
Dieta Hiperproteíca: dieta rica em proteínas, usada também nos casos de
desnutrição, em pacientes traumatizados como queimados e no caso de
hiperplasia tecidual em casos de tecidos lesionados.
Dieta Hipoglicidica: dieta pobre em glicídios (carboidratos e açúcares), que tem
como principal objetivo diminuir a quantidade destes, sem diminuir necessariamente
as calorias. Como no caso da dieta para portadores de diabetes, pobre em
sacarose, o tradicional açúcar de mesa.
Dieta Hiperglicídica: por vezes uma carga glicêmica alta se faz necessário, aplicada
em casos específicos de atletas e também em casos de intoxicação alcoólica.
Em terapêutica de cirrose hepática é necessário restringir gorduras e
proteínas, o que torna a dieta naturalmente hiperglicídica.
Dieta Hipolipídica: dieta pobre em gorduras, principalmente nas gorduras
saturadas, indicada para pacientes com hipercolesterolemia, cirrose,
cardiopatas e obesos.
Dieta Hiperlipídica: dieta com uma boa quantidade de gorduras, principalmente de
Triglicerídeos de Cadeia Média (TCMs), geralmente indicada para tratamento de
desnutrição grave e portadores de fibrose cística. Nem sempre pode ser
associada à dieta hipercalórica. Pode ter apenas o foco de modificar a
qualidade das gorduras na dieta.
A consistência da dieta ofertada também é
um fator que deve ser levado em consideração dentro da dietoterapia. As
dietas terapêuticas podem ser usadas de forma isolada ou mista, dependendo do
objetivo da terapia. Como exemplo para paciente diabético, hipertenso, com
disfagia: dieta Hipoglicidica simples, hipossódica e pastosa.
Dieta Normal: também conhecida como dieta livre, trata-se de refeição
normal, indicada para pacientes sem restrições alimentares ou sem indicações
dietoterápicas especificas. O paciente pode receber qualquer tipo de
preparação de acordo com sua tolerância alimentar.
Dieta Branda: dieta composta por alimentos cozidos, com baixo volume de
fibras sendo estas abrandadas pela cocção ou subdivisão. Com consistência
mole ou macia, é normal em calorias e nutrientes. Moderada em resíduos é de
fácil mastigação, deglutição e digestão. Indicada para pacientes com
enfermidades que envolvam o trato digestório e também utilizada como
transição para dieta livre.
Dieta Pastosa: indicada principalmente para pacientes com disfagia,
dificuldades de mastigação e deglutição como ausência de dentes ou problemas
motores, alterações gastrintestinais ou outras manifestações clinicas como
pós-cirurgia. É composta por alimentos bem macios, bem cozidos, em forma de
purê e papas.
Dieta Líquida: com o objetivo de ser facilmente deglutida e digerida. É
indicada para disfagias, enfermidades febris, problemas na mastigação ou do
aparelho digestório e utilizada normalmente no pré e pós operatório, tem um
curto tempo de uso e pode ser dividida em dieta líquida clara (fornece
líquidos, eletrólitos e com pequena quantidade de energia; trata-se de chás,
suco de frutas, gelatinas) e dieta líquida completa que é constituída de
líquidos e semi-líquidos, mas pobre em fibras. Empregada para diversas
patologias e situações, por curto período.
Dietas Hospitalares
Todos os hospitais e instituições possuem
dietas específicas padronizadas, delineadas para uniformidade e conveniência
de serviço. Baseadas em padrão dietético apropriado.
As necessidades nutricionais do paciente
deverão ser determinadas depois de diversas análises como: estado
nutricional, histórico de cirurgia e medicamentos e outros tratamentos
médicos, efeito da patologia que acomete o paciente e perdas nutricionais
decorrentes.
No período de internação hospitalar, o
paciente estará passivo a diversas dietas terapêuticas específicas, além das
apropriadas para o pré e pós operatório. Estas dietas podem ser temporárias
ou permanentes e sendo assim serão seguidas após a alta hospitalar. Além das
dietas padrão relatadas acima, como normal, branda, leve, pastosa, líquida,
outras dietas específicas se destacam, entre elas:
Dieta isenta
de glúten: específica para portadores
diagnosticados com doença celíaca. O glúten é a proteína presente em alguns
cereais e em todos os seus derivados e produtos com estes ingredientes:
trigo, centeio, cevada e aveia. A dieta é de exclusão permanente. No Brasil é
obrigatório constar em todos os rótulos de produtos alimentícios as frases:
“contém glúten” ou “não contém glúten”.
Dieta baixa em
purinas: dieta específica para
portadores de gota. A gota é uma enfermidade que caracteriza pelo aumento
exagerado de ácido úrico no sangue. A restrição de alimentos que são fonte de
purinas é a única terapêutica nutricional indicada.
Dieta baixa em
colesterol: para pacientes cardiopatas ou
hipercolesterolêmicos, onde serão restringidos os alimentos fonte de
colesterol, ou seja, os alimentos gordurosos de origem animal, já que o
colesterol não é produzido pelos vegetais. Pode ser temporária ou permanente.
Dieta para
pacientes renais crônicos: indivíduos
com doença renal crônica ou que esteja em fase de diálise, necessitam uma
dieta extremamente restritiva e específica inclusive no volume hídrico.
Dietas
hipocalóricas: as dietas hipocalóricas podem
ser muito restritivas ou menos restritivas, sendo aplicadas de acordo com
cada necessidade do paciente. Dietas a partir de 500 calorias totais ao dia,
com 1000 calorias, com 1200 calorias ou até com 1500 calorias ao dia.
Dietas para o
preparo de exame: alguns exames bioquímicos e
funcionais, invasivos ou não precisam de restrições alimentares ou de preparo
específico. Para cada exame existe a indicação nutricional necessária. Após
cirurgias, o paciente permanecerá em jejum de 24 a 48 horas dependendo da
evolução clínica. Após este período será feito um plano alimentar com dietas
evolutivas, iniciar com dieta líquida, gradualmente introduzir alimentos
sólidos até chegar ao padrão da dieta normal.
Terapia Nutricional – Outras vias de administração da Dieta
Alguns pacientes precisam ser nutridos
através de outras vias de administração por estarem acometidos de
enfermidades que dificultam a terapia nutricional oral. Surge a necessidade
do uso da alimentação parenteral ou enteral. Utilizados para isso,
equipamentos e equipes específicas para cada caso. Geralmente, a terapia
nutricional parenteral ou enteral é utilizada em pacientes com problemas
neurológicos, tumores de boca e pescoço, em coma, estenose ou estreitamento
do esôfago e pós cirurgias restritivas. Tanto a nutrição parenteral como a
nutrição enteral podem ser aplicadas no domicílio do paciente, onde serão
seguidos os mesmos protocolos que nas unidades hospitalares.
Terapia nutricional Parenteral (NP)
A nutrição parenteral com simples
administração venosa periférica de eletrólitos e carboidratos isotônicos,
lançada a pouco mais de quatro décadas, teve o mérito de salvar inúmeras
vidas, e demonstrou enfaticamente a importância da nutrição nos desfechos
clínicos. A responsabilidade da dieta de nutrição parenteral é de exclusividade
médica.
A nutrição parenteral (NP) compreende a oferta dos nutrientes por via intravenosa. Portanto quando a NP é indicada, torna-se necessário um acesso venoso e uma técnica de infusão apropriada é essencial para o sucesso da nutrição.
A terapêutica da NP possui diversos acessos:
A NP com previsão de mais de sete dias de duração deve ser
realizada por meio de um acesso venoso central, para evitar o risco de trombo
flebite.
Os sistemas de nutrição
parenteral podem ser:
Sistema múltiplo frascos
(MF) – no início da NP era utilizado múltiplos
frascos com nutrientes, separados em aminoácidos, glicose e emulsão lipídica.
As vitaminas e minerais eram adicionados a frascos distintos e infundidos em
momentos diferentes. Muito comum haver de seis a oito trocas de frascos ao
dia, o que pode levar a erros, hiperglicemia e desordens eletrolíticas,
necessitando então freqüentes controles de glicemia e eletrólitos
plasmáticos. A única vantagem do sistema MF é a flexibilidade e facilidade de
ajustes a rápidas mudanças nas necessidades do paciente, principalmente em
pacientes de UTI.
Sistema 3 em 1 (3:1) ou do inglês AIO (all in one)- significa todos os componentes
da nutrição parenteral encontram-se misturados em um único recipiente. O que
permite a infusão de todas as necessidades diárias de nutrientes, água e
eletrólitos a partir de uma única bolsa. Com facilidade de administração,
redução dos custos, do preparo e do manejo; otimização na assimilação dos
nutrientes e redução da taxa de complicação, hoje é sistema mais utilizado.
Terapia Nutricional Enteral (NE)
Dieta de consistência líquida que fornece
os nutrientes necessários para manter o estado nutricional adequado aos
pacientes incapacitados de se alimentarem por via oral, mas possuem o sistema
digestório ainda em funcionamento adequado, com função intestinal preservada,
sem obstrução ou não são doentes terminais.
A dieta enteral poderá utilizar formulações
caseiras, batidas em liquidificador ou fórmulas prontas comercialmente
preparadas. Múltiplos fatores irão determinar a escolha destas formulações,
desde tempo de utilização, via de acesso, poder aquisitivo do paciente e
estado nutricional. A prescrição da dieta poderá ser feita por nutricionista
ou por médico especializado.
As dietas caseiras deverão seguir alguns
padrões para que sejam administradas pelas sondas de fino calibre. Portanto a
dieta não pode ser viscosa e não pode ter partículas que possam obstruir a
sonda. A preocupação com a higienização para prevenir contra infecções
gastrintestinais.
A tabela abaixo apresenta algumas fontes de
nutrientes das fórmulas caseiras e seus pontos críticos.
A alimentação oral estimula os sentidos e a
secreção salivar o que apresenta importantes propriedades antibacterianas, e
por isso tem vantagem sobre a alimentação por sonda enteral. O que pode
acarretar dificuldades digestivas e entéricas com o uso prolongado da
nutrição enteral. O monitoramento e correções nutricionais serão necessárias.
As vias de acesso da alimentação enteral
irão depender da patologia de base, da previsão de permanência da sonda de
alimentação e da preferência do paciente.
• Acesso transnasal – a sonda será posicionada nasogástrica, com
entrada da sonda pelo nariz e chegada ao estômago, ou nasoentérica, com
entrada da sonda pelo nariz e chegada ao duodeno.
• Gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) – sonda fixada no
estômago ou Jejunostomia percutânea direta (JEP) – ainda em desenvolvimento e
nem sempre empregada.
• Gastrostomia ou jejunostomia por punção, através de acesso
cirúrgico.
Os equipamentos utilizados para a
administração da nutrição enteral envolve cateter, sondas e bombas para
infusão que são específicas para este fim. As bombas variam de peso, de
tamanho e podem ser fixadas à beira do leito, em suporte fixo ou em sistema móvel.
As bombas devem ser cuidadosamente limpas e higienizadas para não se tornarem
meio de cultura de microrganismos patogênicos. O calibre das sondas também
irá variar de acordo com a via de acesso, tipo de dieta e a preferência do
paciente.
|
TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO DE
ENEMA RETAL MEDICAMENTOSO
Consiste
na administração de uma solução líquida no reto do paciente durante um
intervalo variável de tempo. É utilizado como preparo para procedimentos
cirúrgicos, diagnósticos ou para aliviar a constipação intestinal, neste caso
pode ser usado um líquido não medicamentoso.
Alguns
medicamentosos podem acompanhar os enemas como a lactulose, que tem a função
de acidificar o conteúdo colônico, diminuindo os níveis sanguíneos de amônia.
O medicamento prescrito pode ser administrado no líquido e ser utilizado como
enema de retenção, onde o líquido com medicamento fica retido no reto e no
cólon por 30 a 60 minutos, se possível, antes de ser eliminado. O enema de
retenção também pode ser utilizado como emoliente, a fim de aliviar o cólon
intestinal.
Os enemas
distendem o cólon e estimulam os nervos das paredes retais, aumentando a
peristalse, consequentemente, poderá causar complicações nos pacientes
pós-cirúrgicos recentes do cólon ou do reto, infarto do miocárdio, com
arritmias cardíacas ou com dor abdominal não diagnosticada, podendo ser
causada por apendicite, com risco para rompimento do apêndice inflamado.
Efeito local do enema
• Matam
parasitas;
• Promove
ação adstringente;
•
Estimula a defecação;
• Limpa e
lubrifica;
• Mata as
bactérias;
• Reduz a
inflamação.
Efeito sistêmico
do enema
• Reduz a
febre;
• Promove
a sedação;
•
Anestesia;
• Fornece
nutrição e hidratação.
Avaliação de Enfermagem
• Antes
de iniciar o procedimento, verifique o padrão de eliminação do paciente. O
paciente com constipação intestinal pode precisar de um enema de limpeza par
evitar que as fezes interferiam na absorção do medicamento;
• Se o
paciente tem fezes impactadas, o medicamento deve ser administrado por outra
via;
•
Paciente com diarreia terá dificuldade para reter a solução no período
prescrito;
•
Inspecione o ânus do paciente.
|
INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA
ASPECTOS CONCEITUAIS
A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde
pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de
populações, aspecto que a diferencia da clínica, que tem por objetivo o
estudo desse mesmo processo, mas em termos individuais.
Como ciência, a epidemiologia fundamenta-se no raciocínio causal; já como
disciplina da saúde pública, preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias
para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade.
A epidemiologia
constitui também instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da
saúde. Sua aplicação neste caso deve levar em conta o conhecimento
disponível, adequando-o às realidades locais.
Se quisermos
delimitar conceitualmente a epidemiologia, encontraremos várias definições;
uma delas, bem ampla e que nos dá uma boa ideia de sua abrangência e
aplicação em saúde pública, é a seguinte:
"Epidemiologia é
o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou
eventos relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses
estudos no controle dos problemas de saúde." (J. Last, 1995)
Essa definição de
epidemiologia inclui uma série de termos que refletem alguns princípios da
disciplina que merecem ser destacados (CDC, Principles, 1992):
·
Estudo: a epidemiologia como disciplina
básica da saúde pública tem seus fundamentos no método científico.
·
Frequência
e distribuição: a epidemiologia preocupa-se com a frequência e o padrão dos
eventos relacionados com o processo saúde-doença na população. A frequência
inclui não só o número desses eventos, mas também as taxas ou riscos de
doença nessa população. O conhecimento das taxas constitui ponto de
fundamental importância para o epidemiologista, uma vez que permite
comparações válidas entre diferentes populações. O padrão de ocorrência dos
eventos relacionados ao processo saúde-doença diz respeito à distribuição
desses eventos segundo características: do tempo (tendência num período,
variação sazonal, etc.), do lugar (distribuição geográfica, distribuição
urbano-rural, etc.) e da pessoa (sexo, idade, profissão, etnia, etc.).
·
Determinantes:
uma das questões centrais da epidemiologia é a busca da causa e dos fatores
que influenciam a ocorrência dos eventos relacionados ao processo
saúde-doença. Com esse objetivo, a epidemiologia descreve a frequência e
distribuição desses eventos e compara sua ocorrência em diferentes grupos
populacionais com distintas características demográficas, genéticas,
imunológicas, comportamentais, de exposição ao ambiente e outros fatores,
assim chamados fatores de risco. Em condições ideais, os achados
epidemiológicos oferecem evidências suficientes para a implementação de
medidas de prevenção e controle.
·
Estados ou
eventos relacionados à saúde: originalmente, a epidemiologia preocupava-se
com epidemias de doenças infecciosas. No entanto, sua abrangência ampliou-se
e, atualmente, sua área de atuação estende-se a todos os agravos à saúde.
·
Específicas
populações: como já foi salientado, a epidemiologia preocupa-se com a saúde
coletiva de grupos de indivíduos que vivem numa comunidade ou área.
·
Aplicação:
a epidemiologia, como disciplina da saúde pública, é mais que o estudo a
respeito de um assunto, uma vez que ela oferece subsídios para a
implementação de ações dirigidas à prevenção e ao controle. Portanto, ela não
é somente uma ciência, mas também um instrumento.
Boa parte do desenvolvimento da epidemiologia como ciência teve por
objetivo final a melhoria das condições de saúde da população humana, o que
demonstra o vínculo indissociável da pesquisa epidemiológica com o
aprimoramento da assistência integral à saúde.
|
O QUE É ÉTICA E CIDADANIA:
Ética
e cidadania são dois conceitos fulcrais na sociedade humana. A ética e
cidadania estão relacionadas com as atitudes dos indivíduos e a
forma como estes interagem uns com os outros na sociedade.
Ética
é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra
ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. A
palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou
“caráter”.
Cidadania
significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo
está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em que vive. O termo
cidadania vem do latim, civitas que quer dizer “cidade”.
Um
dos pressupostos da cidadania é a nacionalidade, pois desta forma ele pode
cumprir os seus direitos políticos. No Brasil os direitos políticos são
orquestrados pela Constituição Federal. O conceito de cidadania tem se
tornado mais amplo com o passar do tempo, porque está sempre em construção,
já que cada vez mais a cidadania diz respeito a um conjunto de parâmetros sociais.
A
cidadania pode ser dividida em duas categorias: cidadania formal e
substantiva. A cidadania formal é referente à nacionalidade de um
indivíduo e ao fato de pertencer a uma determinada nação. A cidadania
substantiva é de um caráter mais amplo, estando relacionada com direitos
sociais, políticos e civis. O sociólogo britânico T.H. Marshall afirmou que a
cidadania só é plena se for dotada de direito civil, político e social.
Com o
passar dos anos, a cidadania no Brasil sofreu uma evolução no sentido da conquista
dos direitos políticos, sociais e civis. No entanto, ainda há um longo
caminho a percorrer, tendo em conta os milhões que vivem em situação de
pobreza extrema, a taxa de desemprego, um baixo nível de alfabetização e a
violência vivida na sociedade.
A
ética e a moral têm uma grande influência na cidadania, pois dizem respeito à
conduta do ser humano. Um país com fortes bases éticas e morais apresenta uma
forte cidadania.
|
EXAME
FÍSICO DE ENFERMAGEM
O exame físico de enfermagem é um conjunto de técnicas e
manobras que os profissionais de enfermagem desenvolvem com o intuito de
diagnosticar nos pacientes problemas associados a alguma patologia e com isso
elaborar o planejamento da assistência de enfermagem.
O exame físico pode ser realizado também por outros
profissionais da área da saúde, também com o objetivo de evidenciar sinais e
sintomas que possam levar a um diagnóstico.
É importante ressaltarmos que muitos profissionais confundem o
exame físico de enfermagem com exame clínico, que é a junção de exame físico
e anamnese, com a verificação das
informações clínicas do paciente, com auxílio da entrevista ou ainda pela
avaliação direta por meio de técnicas específicas.
O exame físico de enfermagem é realizado após a anamnese, que é
aquela entrevista básica com o paciente e utilizamos equipamentos como:
- estetoscópio;
- esfigmomanômetro;
- termômetro.
O objetivo do exame físico de enfermagem é avaliar um órgão ou
sistema na busca de alterações anatômicas ou funcionais resultantes da
patologia que o paciente apresenta. Em contrapartida, pode ser utilizado
também para comprovar o bom funcionamento dos órgãos e sistemas.
O exame físico de enfermagem divide em quatro etapas:
- inspeção;
- ausculta;
- palpação;
- percussão.
Um exame físico bem realizado pelo enfermeiro é uma arma
importante na qualidade da assistência de enfermagem prestada.
|
FISIOLOGIA
SISTEMA ESQUELÉTICO
Apesar de seu aspecto simples, o
osso possui funções bastante complexas e vitais para a manutenção e equilíbrio
do corpo humano.
Ele é formado a partir de um
processo conhecido como ossificação, esta pode ser intramembranosa (dentro das
membranas do tecido conjuntivo) ou endocondral (formação sobre um molde de
cartilagem). Contudo, ambas as formas seguem os mesmos princípios: o osso é
formado a partir de membrana de tecido conjuntivo (periósteo).
O sistema esquelético desempenha
várias funções importantes, tais como: sustentação dos tecidos moles de nosso
corpo, proteção de nossos órgãos (um exemplo é a caixa torácica que protege o
coração e os pulmões).
Além disso, os ossos em conjunto com
os músculos são responsáveis pelos movimentos, armazenamento e liberação de
vários minerais no sangue, produção de células sanguíneas (hemácias, leucócitos
e plaquetas) e armazenamento de triglicerídeos (reserva de energia).
Um outro dado importante, a saber, a
respeito dos ossos, é que noventa e nove por cento do cálcio que possuímos em
nosso corpo está depositado neles.
Quanto a sua formação, o esqueleto
humano é formado por substâncias orgânicas (em sua maior parte colágeno) e
inorgânicas (sais minerais, especialmente cálcio e potássio). Essa mistura é
responsável pela grande resistência dos ossos.
A maior parte dos ossos do corpo
humano pode ser classificada da seguinte forma: ossos longos (ex.: fêmur),
ossos curtos (ex.: ossos do carpo), ossos planos (ex.: costelas) e ossos
irregulares (ex.: vértebras).
É indispensável ter em mente que toda
esta estrutura faz parte de um tecido vivo, complexo e ricamente
vascularizado.
Curiosidades:
- A medula óssea vermelha é a
responsável pela produção de células sanguíneas, e a medula óssea amarela é
responsável pelo armazenamento de triglicerídeos (gorduras).
- O corpo humano de um adulto possui
206 ossos.
- A área da medicina que estuda e
trata dos ossos se chama ortopedia.
Ossos do corpo
humano:
Ossos do
crânio: frontal, parietal, temporal, occipital, esfenóide, etmóide
Ossos da
face: zigomático, maxilar, nasal, mandíbula, palatino, lacrimal, vômer, concha
nasal inferior
Nos
ouvidos: martelo, bigorna, estribo
No pescoço:
hióide
Na cintura
escapular: clavícula, omoplata
No tórax:
esterno, costelas
Na coluna
vertebral: vértebras cervicais, vértebras lombares, vértebras torácicas
Nos braços:
úmero, côndilo do úmero, ulna ou cúbito, rádio, cabeça do rádio
Nas mãos:
escafoide, semilunar, piramidal , pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato ,
hamato, metacarpicos, falange proximal, falange média , falange distal
Na cintura
pélvica: osso do quadril, sacro, cóccix
Nas pernas:
fêmur , articulação do quadril, grande trocânter do fêmur, côndilo do fêmur, patela,
tíbia, perônio.
No pé:
ossos do tornozelo, calcâneo, tálus, navicular, cuneiforme medial, cuneiforme
intermédio, cuneiforme lateral, cuboide, metatarsais, falanges proximais,
falanges médias, falanges distais.
SISTEMA
CIRCULATÓRIO
O que é
De forma geral, podemos dizer que o
sistema circulatório é composto por sangue, coração e vasos sanguíneos.
Funções
As funções realizadas pela
circulação do sangue são indispensáveis para o equilíbrio de nosso corpo e
vitais para a manutenção da vida.
É através do sistema circulatório
que ocorre a distribuição de nutrientes e oxigênio para todas as células de
nosso corpo, a remoção de toxinas dos tecidos, o transporte de hormônios e a
defesa imunológica de nosso organismo.
Sabendo que a circulação sanguínea
remove as toxinas dos tecidos, leva oxigênio e nutrientes para as células,
transporta hormônios e realiza a defesa de nosso corpo, fica mais fácil
entender o papel do coração e dos vasos sanguíneos.
O coração funciona como uma bomba,
dando pressão ao sangue para que este circule por todo nosso corpo através dos
vasos sanguíneos. Quanto mais próximo do coração, mais pressão tem o sangue,
contudo; à medida que os vasos sanguíneos vão se ramificando, sua pressão vai
diminuindo.
Após circular por todo o corpo e
realizar as trocas necessárias ao equilíbrio do organismo, o sangue retorna ao
coração e aos pulmões, onde fará novas trocas (desta vez de gás carbônico por
oxigênio) para, então, refazer seu percurso.
SISTEMA
DIGESTÓRIO - DIGESTÃO
Introdução
É através da ingestão de alimentos
que nosso organismo retira os nutrientes necessários para a construção de novos
tecidos e também faz a manutenção dos tecidos danificados.
Funções
Este processo somente é possível
graças ao sistema digestório, que é o responsável por transformar os alimentos
que ingerimos em moléculas suficientemente pequenas para penetrarem em nossas
células.
Órgãos do sistema digestório humano
Este sistema responsável tanto pela
digestão quanto pela absorção dos alimentos é formado pela boca, esôfago,
fígado, vesícula biliar, estômago, intestinos (grosso e delgado) reto e
glândulas anexas.
Processo de digestão
A digestão tem seu início na boca
onde o alimento é triturado pelos dentes e umedecido pela saliva. O sabor dos
alimentos é determinado pelas papilas gustativas (localizadas na língua), é
através delas que identificamos quando determinado alimento é doce, salgado,
azedo ou amargo.
Em seguida o bolo alimentar segue
pela faringe que o empurra para o esôfago, este, através de seus movimentos
peristálticos, empurra o alimento para o estômago.
No estômago o alimento é dissolvido
pelo suco gástrico, que é produzido por fatores estimulantes como a visão,
paladar, odor, mastigação, fome, etc. Apenas 5% da digestão ocorre no estômago.
Do estômago, o bolo segue para o
intestino delgado, onde os nutrientes serão reduzidos a moléculas muito
pequenas através do processo de digestão.
A água na digestão
Para realizar todo este processo, o
corpo utiliza em média dez litros de água. É através do intestino grosso que a
maior parte desta água é reabsorvida, apenas uma pequena parte dela é utilizada
para ajudar no deslizamento do bolo fecal.
Principais doenças e distúrbios que
afetam o sistema digestório humano:
- Úlcera
péptica, câncer de estômago, câncer de intestino, pancreatite, gastrite,
gastroenterites e estomatite.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Função
O sistema respiratório tem como
principal função realizar a troca gasosa, ou seja, levar oxigênio (O2) às
células e eliminar o dióxido de carbono (CO2) produzido por elas.
Características e funcionamento do
sistema respiratório
A maioria das células de nosso corpo
utilizam O2 na realização de suas funções metabólicas, este processo tem como
resultado final a liberação de CO2. O excesso de dióxido de carbono tem efeito
tóxico em nosso corpo, por esta razão, ele deve ser eliminado. Isto é feito de
forma rápida e eficiente pelo sistema respiratório.
Dessa forma, o sistema respiratório
ajuda a controlar o pH do sangue, ou seja, sua acidez. Ele também é o
responsável por nosso olfato, por filtrar o ar que inspiramos, por aquecer e
umedecer o ar inspirado, pela retirada de água e calor do organismo e também
pela produção de sons.
Importância
Este sistema tão importante e vital
ao nosso corpo é constituído pelos seguintes órgãos: nariz (responsável por
captar, filtrar e umedecer o ar inspirado), faringe (o ar segue por ela, após
passar pelo nariz), laringe (retém as partículas de pó que passaram pela
filtragem do nariz), traqueia (leva o oxigênio para os brônquios), brônquios
(dois dutos curtos que entram nos pulmões e, dentro deles, dividem-se várias
vezes até ficarem microscópicos, quando serão chamados de bronquíolos) e,
finalmente, os pulmões (onde ocorre a troca de gases).
Problemas respiratórios
Problemas respiratórios e respirações
mal realizadas levam pouca quantidade de oxigênio às células e,
consequentemente, aumentam a quantidade de radicais livres dentro delas, isto
provoca uma aceleração no envelhecimento celular e até o desenvolvimento de
câncer. Já uma respiração bem realizada traz inúmeros benefícios, além de ser
capaz de retardar processo de envelhecimento.
SISTEMA
NERVOSO
Introdução
Nosso sistema nervoso é dividido em
duas partes: sistema nervoso central (composto pelo encéfalo e medula espinal)
e sistema nervoso periférico (composto pelo tecido nervoso localizado fora do
sistema nervoso central).
Entendendo o sistema nervoso
É no sistema nervoso central que
ocorrem nossos pensamentos, emoções, ficam arquivadas nossas memórias e ocorre
todo tipo de estímulo sensitivo.
O sistema nervoso periférico,
composto pelos nervos do crânio e suas ramificações, controla a entrada e saída
de estímulos nervosos em nossos órgãos e sistemas. Subdivide-se em sistema nervoso
somático, sistema autônomo e sistema nervoso entérico (funcionamento
involuntário).
O sistema nervoso somático é o
responsável pela transmissão das informações de nossos sentidos (audição,
visão, paladar, olfato) ao SNC (sistema nervoso central), e, também, por
conduzir os impulsos nervosos do SNC aos músculos esqueléticos. No caso das
respostas motoras, esta ação será voluntária, pois, pode ser controlada
conscientemente.
O sistema nervoso autônomo envia
informações de órgãos viscerais, tais como, pulmão e estômago, ao SNC (sistema
nervoso central). Envia também impulsos nervosos do SNC ao músculo liso,
músculo cardíaco e glândulas. Sua ação é involuntária, pois não depende de
nossa vontade. Por exemplo, nosso coração continua batendo mesmo quando estamos
dormindo profundamente.
O sistema nervoso entérico,
localizado no intestino, controla todos os impulsos nervosos que ocorrem dentro
deste. Seu funcionamento também é involuntário, pois não podemos controlá-lo.
De forma geral, podemos entender que
o sistema nervoso desempenha inúmeras tarefas em nosso corpo, e, que, através
dos impulsos elétricos que ocorrem entre seus bilhões de neurônios, ele é capaz
de se conectar com todas as partes de nosso corpo.
SISTEMA LINFÁTICO
O que é e funções do sistema
linfático
O sistema linfático possui a função
de drenar o excesso de líquido intersticial (líquido onde as células ficam
mergulhadas e de onde elas retiram seus nutrientes e eliminam substâncias
residuais de seu metabolismo) a fim de devolvê-lo ao sangue e assim manter o
equilíbrio dos fluidos no corpo.
Ele também transporta as vitaminas e
os lipídeos, absorvidos durante o processo de digestão, até o sangue, para que
este, leve os nutrientes para todo o corpo.
Outra função do tecido linfático é a
realização de respostas imunes, ele impede que a linfa lance microrganismos na
corrente sanguínea através da retenção e destruição destes dentro de seus
linfonodos.
Para entendermos o que são os
linfonodos, uma forma bem simples é pensarmos neles como filtros, uma vez que a
linfa passa por vários deles antes de chegar à corrente sanguínea, e, como já
vimos acima, neles ficam retidos os agentes causadores de doenças até sua
eliminação.
É importante saber que os capilares
sanguíneos e os capilares linfáticos possuem funções bem diferentes, pois no
caso dos primeiros, há a entrada e saída de substâncias, já no segundo, ocorre
apenas a entrada destas.
O capilar linfático não realiza
trocas, ele somente coleta o líquido com o que tiver nele, as trocas são
realizadas pelo sangue. É o sangue que faz o transporte de nutrientes e remoção
de toxinas, ou seja, é pelo sangue que são realizadas as trocas necessárias ao
equilíbrio do organismo.
Em suma, o sistema linfático atua na
manutenção da saúde de nosso organismo através da remoção de agentes como:
bactérias, fungos, vírus (estes penetram na corrente sanguínea), células
mortas, glóbulos vermelhos que saíram da corrente sanguínea e metástases
(células sanguíneas que se soltam do tumor)
SISTEMA
IMUNOLÓGICO
Introdução
Fica bem mais fácil compreender o
sistema imunológico quando se entende bem a função dos leucócitos (glóbulos
brancos) dentro de nosso organismo, uma vez que eles são nossas células de
defesa.
A ação do sistema imunológico
A ação do sistema imunológico
inicia-se bem cedo, ainda na fase intrauterina. Nesta etapa, os linfócitos do
feto fazem a cópia e armazenamento de todas as sequências de aminoácidos
(proteínas) existentes em seu corpo.
É interessante saber que um único
linfócito não conhece todo o corpo, mas todos juntos, passam a reconhecer todas
as proteínas de nosso corpo. Desta forma, fica bem mais fácil identificar a
presença de alguma proteína desconhecida para, só então, combatê-la.
O combate contra o “corpo estranho”
será iniciado imediatamente após a produção de anticorpos, nesta fase, o
linfócito passará a se chamar plasmócito.
A reação do anticorpo contra este
corpo estranho é conhecida como antígeno-anticorpo, e tem por função atrair o
maior número possível de macrófagos. Estes, por sua vez, farão a fagocitose,
destruindo não só o corpo estranho, mas também o anticorpo que a ele está
aderido.
Após destruir os corpos estranhos, os
macrófagos se autodestroem (este processo é chamado autólise). Por fim,
restarão somente seus resíduos, que serão removidos pela corrente sanguínea.
Quando isto não ocorre, o acúmulo de macrófagos mortos passará a ter a forma de
pus.
SANGUE
HUMANO
O que é
O sangue é um tecido conjuntivo
líquido, produzido na medula óssea vermelha, que flui pelas veias, artérias e
capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados. O sangue é um dos
três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração e os
vasos sanguíneos.
Funções
Ele é responsável pelo transporte de substâncias
(nutrientes, oxigênio, gás carbônico e toxinas), regulação e proteção de nosso
corpo.
Composição do sangue
Nele encontramos o plasma sanguíneo,
responsável por 66% de seu volume, além das hemácias, dos leucócitos e
das plaquetas, responsáveis por aproximadamente 33% de sua composição.
A maior parte do plasma sanguíneo é
composta por água (93%), daí a importância de sempre nos mantermos hidratados
ingerindo bastante líquido. Nos 7% restantes encontramos: oxigênio, glicose,
proteínas, hormônios, vitaminas, gás carbônico, sais minerais, aminoácidos,
lipídios, ureia, etc.
Os glóbulos vermelhos, também
conhecidos como hemácias ou eritrócitos, transportam o oxigênio e o gás
carbônico por todo o corpo. Essas células duram aproximadamente 120 dias,
após isso, são repostas pela medula óssea.
Os glóbulos brancos, também chamados
de leucócitos, são responsáveis pela defesa de nosso corpo. Eles protegem nosso
organismo contra a invasão de microrganismos indesejados (vírus, bactérias e
fungos). De forma bastante simples, podemos dizer que eles são nossos
"soldadinhos de defesa".
As plaquetas são fragmentos de
células, presentes no sangue, que realizam a coagulação, evitando assim sua
perda excessiva de sangue (hemorragia).
Elas geralmente agem quando os vasos
sanguíneos sofrem danos. Um exemplo simples é o caso de uma picada de
agulha, onde observa-se uma pequena e ligeira perda de sangue que logo é
estancada, isto ocorre graças ao tampão plaquetário.
HIGIENE AMBIENTAL
Higiene
Ambiental é um conceito relacionado com a preservação das condições
sanitárias do meio ambiente de forma a impedir que este prejudique a saúde do
ser humano.
Desta
forma, a higiene ambiental pressupõe cautela em relação aos fatores químicos,
físicos e biológicos externos ao indivíduo. Visto que estes fatores podem ter
um impacto sobre a saúde, o objetivo da higiene ambiental é prevenir as
doenças mediante a criação de espaços saudáveis.
A
higiene ambiental deve zelar pela saúde tanto das gerações atuais como das
futuras. Algumas áreas de atividade da higiene ambiental são: desinfeção
(para controlar bactérias, pragas e organismos prejudiciais para a saúde),
fumigação, desinfestação e desratização.
No
casa hipotético de um indivíduo verter resíduos tóxicos numa determinada rua,
compete ao Estado a limpeza do local dirigindo-se a empresas especializadas
em higiene ambiental. Assim, não se permite que indivíduos que passem pelo
local adoeçam devido à exposição a esses resíduos.
Higiene
Ambiental na Cozinha
De
modo a impedir que os alimentos se tornem veículos de transmissão de doenças,
devemos ter os seguintes cuidados:
· Não descongelar alimentos à temperatura
ambiente. O descongelamento deve ser feito à temperatura de refrigeração ou
com o alimento debaixo de água corrente em local limpo e desinfetado;
· Utilizar de imediato o alimento que foi
descongelado e não voltar a congelá-lo;
· Alimentos como (massas, carne, recheios
de sanduíches, etc), devem ser bem guardados, tendo em conta que precisam de
proteção contra insetos, poeiras e outros agentes nocivos;
· As lixeiras utilizadas na cozinha devem
ser com pedal, tampa e sacolas plásticas para manter eventuais pragas (ratos,
baratas, etc.) distantes. Assim também se evita tocar na tampa do lixo com a
mão, contaminando-a;
· Resíduos devem ser devidamente
armazenados em local próprio para a sua remoção final.
A Organização Mundial de Saúde
identificou as principais falhas nos hábitos diários que podem causar
contaminações alimentares, entra as quais:
·
Preparação dos alimentos muito tempo
antes do consumo;
·
Alimentos prontos são muitas vezes
deixados por muito tempo em contato com a temperatura ambiente (por exemplo:
sobre o fogão ou dentro do forno);
·
Cozimento deficiente ou não suficiente;
·
Contaminação cruzada (mistura de
alimentos crus com cozidos. Ex: utilizar a mesma vasilha ou a mesma faca para
cortar dois alimentos diferentes);
·
Pessoas contaminadas preparando os
alimentos.
Higiene
Ambiental e Desenvolvimento de Doenças
A
falta de higiene ambiental pode ocorrer com o depósito indevido no meio
ambiente de lixo orgânico, industrial, gases poluentes, objetos materiais,
elementos químicos, etc.
A
poluição ambiental causa distúrbios no bom funcionamento dos ecossistemas,
matando várias espécies animais e vegetais. O ser humano também é prejudicado
com este tipo de ação, pois necessita muito dos recursos hídricos, do ar e do
solo para viver com qualidade de vida e mantendo uma boa saúde. Quando estes
três meios são poluídos, verifica-se o desenvolvimento de doenças, sendo que
algumas são exemplificadas em seguida:
Doenças
transmitidas através da água - Gastrenterite, Amebíase, Giardíase,
Febre tifóide, Cólera, Leptospirose, Verminoses (esquistossomose ou xistose);
Doenças
transmitidas através do solo - Tétano e Verminoses (ascaridíase,
teníases, cisticerco, oxiurose, ancilostomose o amarelão)
Doenças
transmitidas através do ar - .Doenças alérgicas (bronquite, rinite
e asma)
O
ar poluído pode conter partículas que podem causar sérios problemas de saúde.
Além de materiais poluentes, o ar também pode conter diferentes tipos de
microorganismos que causam doenças. Tendo em conta esta fato, mencionamos
agora algumas doenças causadas por vírus e bactérias
Doenças
causadas por vírus - (resfriado, gripe), outras viroses
(caxumba, sarampo, rubéola, poliomielite, catapora)
Doenças
causadas por bactérias - (tuberculose, meningite meningocócica,
pneumonia bacteriana, coqueluche)
Higiene
Ambiental na Educação Infantil
É
sabido que uma boa higiene ambiental no futuro depende também da educação que
é dada às crianças e jovens de hoje. Por isso, em muitas escolas a higiene
ambiental tem sido um tema abordado com os alunos para que estes possam:
· compreender que a saúde é um direito de
todos e uma parte fulcral do crescimento e desenvolvimento do ser humano;
· compreender que a condição de saúde é um
resultado das relações com o meio físico, econômico e sociocultural, sabendo
identificar fatores que prejudicam a saúde pessoal e coletiva no meio onde
vivem;
· conhecer e utilizar formas para intervir
individual e coletivamente sobre os fatores nocivos à saúde, agindo com
responsabilidade relativamente à sua saúde e à saúde dos indivíduos ao seu
redor;
· conhecer formas de aceder aos recursos da
comunidade e as possibilidades de utilizar os serviços voltados para a
promoção, proteção e recuperação da saúde;
·
adotar hábitos de autocuidado,
respeitando as possibilidades e limites do próprio corpo.
Higiene
Ambiental no Trabalho
É
muito importante manter o ambiente de trabalho o mais higiênico e saudável
possível, uma vez que muitas pessoas passam grande parte do seu dia nesse
ambiente.
Estes
são alguns pontos que visam a conscientização de sujeitos para que possam
criar um ambiente limpo, que é uma garantia de saúde e segurança no trabalho.
·
Não se alimentar nos setores de trabalho;
· Não deixar vestígios de comida no chão ou
nos equipamentos e máquinas;
·
Usar recipientes higiênicos para tomar
água;
· Não deixar os equipamentos de proteção
individual no chão ou nas máquinas.
|
HIGIENIZAÇÃO DOS ALIMENTOS: FAÇA DIREITO
Por que é importante higienizar bem o
alimento?
Alguns microrganismos são
encontrados nos alimentos desde sua obtenção na agricultura ou na pecuária. A
riqueza de proteína e de água em alimentos de origem animal facilita a
deterioração do produto e a sobrevivência e multiplicação de microrganismos
nocivos ao ser humano. Outros contaminam os alimentos por manipulação
incorreta, armazenamento, preparo e distribuição inadequados. Alguns tipos de
microrganismos estão presentes nos alimentos por contaminação de origem
fecal. É muito importante, então, higienizar bem os alimentos para retardar
ou inibir as contaminações microbianas e a deterioração dos produtos,
prevenindo, assim, contra intoxicação e infecção de origem alimentar.
Lavar apenas com água corrente já é o
suficiente? Ou devem-se usar fórmulas caseiras, como vinagre, ou produtos
específicos vendidos em supermercados?
Lavar apenas com água corrente
(potável) é importante, mas não é suficiente em algumas situações.
A água corrente retira as
sujidades visíveis a olho nu, como terra nos vegetais folhosos, mas não é
suficiente pra sanitizar, ou seja, reduzir a um nível seguro ou retirar dos
alimentos que serão consumidos crus (saladas de vegetais folhosos, como a
alface) os microrganismos nocivos ao ser humano.
O vinagre é um condimento e
não é produto que esteja relacionado como desinfetante pelas legislações da
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O cloro (hipoclorito de
sódio) é o sanitizante mais usado porque é efetivo contra uma grande
variedade de microrganismos, mesmo em baixas concentrações, e está disponível
para a venda em supermercados.
Como as folhas devem ser
higienizadas?
Primeiramente deve-se
descartar as folhas murchas ou queimadas. As folhas boas que irão ser
consumidas cruas devem ser lavadas em água corrente uma a uma, mergulhando-as
posteriormente durante 15 minutos em solução clorada (hipoclorito de sódio a
2%) na proporção de uma colher de sopa para um litro de água ou seguindo
orientação do fabricante. Recomenda-se mergulhar em solução com vinagre a 2%
por 5 minutos para retirar o resíduo (cheiro e sabor de solução clorada).
Após a sanitização o alimento não deve ser mais lavado com água corrente e o
excesso de água do alimento deve ser retirado somente por escoamento
(escorrer).
E as frutas?
Os alimentos cujas cascas não
são consumidas (tais como laranja, mexerica, banana, entre outras) podem ser
lavados somente em água corrente. No caso de utilização de escovas para
esfregar as cascas, a escova deve ser utilizada somente para alimentos e deve
ser higienizada frequentemente com sabão e hipoclorito de sódio. Ainda assim
é preciso que o descascador utilizado, a mão e as unhas do manipulador e do
consumidor do alimento estejam higienizados com água corrente e sabão, para
não contaminar o alimento descascado.
O tomate deve ser lavado com sabão,
por conter muitos agrotóxicos?
A lavagem dos alimentos em
água corrente ou com sabão só consegue remover parte dos resíduos de
agrotóxicos presentes na superfície do tomate. Alguns profissionais não
recomendam o uso de sabão ou detergente na lavagem dos frutos (como o tomate)
e das frutas porque tendem a causar a perda de qualidades sensoriais (odor e
sabor característico) dos alimentos.
A carne deve ser lavada antes de ser
preparada? E o arroz?
Legumes, tubérculos, frutos e
ovos servidos cozidos não necessitam passar pela solução clorada, sendo
suficiente a higienização em água potável, desde que atinjam 74°C na cocção
ou outras combinações de tempo e temperatura (65ºC por 15’ ou 70ºC por 2’).
Dessa forma, também não é necessário lavar a carne ou o arroz com água
corrente porque ambos passam por um processo de cocção antes de serem
consumidos.
Como armazenar as frutas, legumes,
verduras? Qual a periodicidade deles na geladeira?
A geladeira que estiver
armazenando frutas, legumes e verduras deve manter uma temperatura ideal de
4ºC e o congelador de – 18ºC.
É importante que a geladeira
não seja aberta com muita frequência e esteja com as borrachas de vedação em
bom estado.
Não se recomenda superlotar o
refrigerador, deixando espaço livre para a circulação de ar frio entre os
alimentos.
Também não se recomenda
armazenar os alimentos em grandes proporções, devendo subdividi-los o máximo
que puder.
Outra recomendação é não
utilizar papelão, papel ou plástico nas prateleiras da geladeira, pois isso
dificultará a circulação livre do ar entre os alimentos. No entanto, as
frutas, legumes e verduras devem ser armazenados em embalagens plásticas nos
gavetões das geladeiras.
Em caso de compra de legumes
com a rama, recomenda-se que seja armazenada integralmente, retirando-a
somente quando for utilizar o legume. Dessa forma, o legume fica conservado
por mais tempo.
Os legumes mais duros
(beterraba, cenoura, entre outros) têm um tempo de vida útil maior (tempo de
prateleira) que as verduras (folhosos, tomate, entre outros). O armazenamento
na geladeira pode durar até cinco dias sob temperatura ideal de 4ºC,
dependendo das características do alimento e do tempo de maturação em que se
encontra no momento da compra.
É recomendável consumir frutas
e verduras o mais breve possível após sua compra. A compra depende de vários
fatores, entre eles a intensidade do consumo. Em média, recomenda-se que a
compra de frutas e verduras seja realizada de uma a duas vezes por semana.
Como armazenar as frutas depois que
já estiverem cortadas?
As frutas macias sem casca
podem ser colocadas em cima do gavetão em recipientes vedados. As com casca
não precisam ser cobertas.
Alimentos passados podem ser
consumidos?
Alimentos passados nunca devem
ser consumidos porque algumas contaminações microbianas não alteram de
imediato o sabor dos alimentos. Por isso, na dúvida, não experimente, jogue
fora o alimento suspeito de estar passado.
Se não forem bem higienizados, o que
os alimentos mal lavados podem acarretar para a saúde?
Os alimentos mal lavados podem
causar DVAs (Doenças Veiculadas por Alimentos), como infecções e/ou
intoxicação alimentar. Essas doenças podem causar desde sintomas moderados,
como dores abdominais, dores de cabeça, náuseas, vômitos e diarreias, até
levar à hospitalização e mesmo à morte, dependendo da intensidade e tipo da
contaminação e da resistência imunológica da pessoa contaminada.
Prof.ª Dra. Aída Couto Dinucci
Bezerra é Doutora em Saúde Pública pela USP, professora da Universidade
Federal de Mato Grosso, revisora do periódico Health Education Research e da
Revista de Ciência e Tecnologia de Alimentos.
|
Como manusear
produtos químicos com segurança
Ler atentamente as
instruções do rótulo dos produtos químicos na compra e durante sua
utilização.
• Nunca armazenar os
produtos químicos líquidos em cima dos sólidos.
• Guardar os
produtos químicos em recipientes bem fechados e em local fresco, seco, bem
ventilado e fora do alcance de crianças e animais.
• Somente pessoas
que tenham recebido orientação devem ter acesso aos mesmos.
• Fechar as
embalagens após o seu uso.
• Se houver
vazamento de produto no local limpe imediatamente.
• Manusear os
produtos químicos com cuidado.
Evitar condições e atos inseguros no
manuseio de produtos químicos. Os recipientes usados para armazenar ácidos e
o agente de desinfecção devem ser de boa qualidade, evitando-se o uso de
frascos em más condições.
• Não usar
embalagens usadas para guardar produtos químicos. Sempre utilizar a dose
recomendada na embalagem.
• Usar luvas
plásticas, máscaras e óculos de proteção ao manusear os produtos.
• Nunca usar
algicida à base de sulfato de cobre no mesmo dia em que aplicar o cloro
granulado em sua piscina, pode causar manchas.
• Evitar misturar
produtos químicos sem indicação segura a respeito. Compostos de cloro usados
como agente de desinfecção não podem ser misturados com ácidos. A mistura
libera gás cloro que é tóxico. Os hipocloritos de cálcio e de sódio
misturados com dicloro ou tricloro isocianúrico podem ser causa de fogo e
explosão.
• Evitar armazenar
produtos químicos junto ao filtro. Podem emitir gases corrosivos.
• Não fumar durante
o manuseio e próximo ao local de estocagem dos produtos químicos.
• Nunca agitar a
mistura em recipientes fechados, risco de explosão.
• Adicionar o
produto químico em um balde cheio de água e misturar antes de jogar na água
da piscina.
• Lavar as mãos com
água e sabão após manusear os produtos químicos.
|
Nutrientes
Todos os nutrientes são muito importantes para a
manutenção do bom funcionamento do nosso organismo, por isso devemos manter
uma dieta balanceada.
Quando
falamos em nutrição,
podemos defini-la como processos que vão desde a ingestão dos alimentos até à
sua absorção pelo nosso organismo. Os seres humanos são seres heterotróficos
e onívoros, ou seja, alimentam-se de outros organismos e mantêm uma
alimentação muito variada, composta de produtos de origem vegetal e animal.
É
muito importante ter uma dieta balanceada, constituída por proteínas,
vitaminas, sais minerais, água,
carboidratos e lipídeos, que são as fontes de energia e
matéria-prima para o funcionamento das células.
O
nosso organismo consegue produzir grande parte das substâncias de que
necessita, a partir da transformação química dos nutrientes que ingerimos com
a alimentação. Mas existem outras substâncias nutritivas que não são
produzidas pelo nosso organismo, sendo necessário obtê-las prontas no
alimento. Essas substâncias são chamadas de nutrientes
essenciais e,
além das vitaminas, podemos
citar alguns aminoácidos que o corpo não consegue produzir,
como isoleucina, leucina, valina, fenilalanina, metionina, treonina,
triptofano e lisina, chamados de aminoácidos
essenciais.
As
proteínas que ingerimos na alimentação fornecem aminoácidos às células, que
os utilizam na fabricação de suas próprias proteínas. São substâncias que
constituem as estruturas do nosso corpo e são chamadas também de nutrientes plásticos. Os aminoácidos essenciais devem ser obtidos a partir da
ingestão de alimentos ricos em proteínas, como carne, leite, queijos e outros
alimentos de origem animal. Mas sempre lembrando que o consumo em excesso de
produtos de origem animal pode causar alguns prejuízos ao organismo.
As vitaminas são substâncias orgânicas
consideradas como nutrientes
essenciais. São substâncias necessárias
em pequenas quantidades, mas que influenciam muito no bom funcionamento do
nosso organismo. A maior parte das vitaminas auxilia as reações químicas
catalisadas por enzimas e a sua falta causa sérios prejuízos ao organismo.
Os sais minerais são nutrientes inorgânicos muito
importantes para o bom funcionamento do organismo de todos os seres vivos e a
falta de alguns desses minerais pode prejudicar o metabolismo.
A água não é um nutriente, mas é
fundamental para a vida. Além de sua ingestão na forma líquida, há também a
água ingerida quando nos alimentamos, pois ela faz parte da composição da
maioria dos alimentos.
Outros
nutrientes orgânicos muito importantes para os organismos vivos são os carboidratos (também chamados de glicídios) e os lipídeos. Esses
nutrientes têm a função de fornecer energia para as células e por isso podem
ser chamados de nutrientes energéticos.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia
|
O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO
CONTROLE DA DENGUE
O
que é a dengue?
A dengue é uma doença
infecciosa causada por um vírus chamado flavivirus, e transmitida ao homem
principalmente pelo mosquito Aedes aegypti.
A
dengue no Brasil
A dengue é uma doença
endêmica no Brasil. O crescimento desordenado das cidades, deficiências no
abastecimento regular de água e na coleta e no destino adequado do lixo,
aumentam em muito os criadouros do mosquito da dengue. Além disso, a
facilidade da movimentação das pessoas entre cidades de diferentes estados do
nosso País, facilitam a circulação do vírus da dengue. Por esses motivos, o
número de municípios infestados pelo Aedes aegyti aumentou no Brasil,
A participação das pessoas
para eliminar os criadouros do mosquito é fundamental para prevenir e
controlar a dengue.
Promover esta mobilização
é parte importante do trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS) junto à
população.
Como
se transmite?
O mosquito transmissor da
dengue é o Aedes aegypti. Ele é originário da África e também é
responsável pela dengue hemorrágica (febre hemorrágica). Seu ciclo apresenta
quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto, ovo larva pupa adulto
O Aedes aegpyti é
escuro e rajado de branco nas patas e no corpo. A fêmea do Aedes aegypti pode voar até três quilômetros em busca de locais para depositar
seus ovos.
Ciclo
de transmissão da dengue
O ciclo se inicia quando a
fêmea do Aedes aegypti pica uma pessoa com dengue. O tempo necessário
para o vírus se reproduzir no organismo do mosquito é de 8 a 12 dias. Após
isso, ele começa a transmitir o vírus causador da doença.
Esse mesmo mosquito, ao
picar um ser humano sadio, transmite o vírus para o sangue dessa pessoa.
Dentro de um tempo, que varia de 3 a 15 dias, a doença começa a se
manifestar. A partir daí o ciclo pode voltar a se repetir, caso essa segunda
pessoa seja picada por outro Aedes aegypti.
Uma
pessoa doente não transmite dengue para outra sadia, seja por contato direto,
alimentos, água ou quaisquer objetos.
Vale a pena lembrar que a
dengue só é transmitida pela fêmea infectada do Aedes aegypti.
O vírus que causa a dengue
possui quatro variações, classificadas como DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
A pessoa infectada adquiriu um destes tipos. Se essa pessoa contrair a doença
outras vezes e por outros tipos do vírus, aumentam as chances de desenvolver
a dengue hemorrágica ou a dengue com complicações.
Depois de adulto, o
mosquito Aedes aegypti vive, em média, de 30 a 35 dias.
A fêmea do Aedes
aegypti põe ovos de 4 a 6 vezes durante sua vida. Ela pode colocar mais
de 100 ovos de cada vez, em locais preferencialmente com água limpa e parada.
O Aedes aegypti costuma
picar as pessoas durante o dia.
Quem contamina o ser
humano é a fêmea do mosquito, enquanto o macho apenas se alimenta de seiva de
plantas. A fêmea precisa de uma substância do sangue (a albumina) para completar
o processo de amadurecimento de seus ovos.
IMPORTANTE
Os
ovos do Aedes aegypti podem sobreviver até 450 dias (aproximadamente 1
ano e 2 meses), mesmo que o local onde ele foi depositado fique seco. Se este
local receber água novamente, o ovo volta a ficar ativo, podendo se
transformar em pupa e depois em larva, e, a partir daí, atingir a fase adulta
de 2 a 3 dias. Essa alta resistência dos ovos é um dos fatores que dificultam
a erradicação desse mosquito.
Pratos de plantas podem
virar criadouros, por isso é importante preenchê-los com areia. Alerte os
moradores que a areia não interfere no crescimento e desenvolvimento das
plantas e flores.
Dengue
– quando suspeitar
O primeiro sintoma da
dengue é febre alta: de 39°C a 40°C. A dengue pode se apresentar de duas
formas:
Dengue clássica
Os primeiros sinais de
dengue podem surgir de 3 a 15 dias após a picada do mosquito. A doença dura
em média de 5 a 7 dias e, além da febre, apresenta os seguintes sintomas:
Dengue hemorrágica
Os sintomas são iguais aos
da Dengue clássica e pode existir ainda:
• sangramento de gengivas
e narinas;
• fezes escuras, o que
pode indicar a presença de sangue;
• manchas vermelhas ou
roxas na pele;
• dor abdominal (dor na
barriga) intensa e contínua;
• vômitos e tonteira;
• diminuição da urina;
• dificuldade para
respirar.
Se
alguém da sua comunidade apresentar dois ou mais sintomas de dengue, alerte-o
de que deve ir à Unidade Básica de Saúde (UBS). Comunique à sua equipe, pois,
se a pessoa não comparecer, deve ser realizada a busca ativa.
É importante que você,
ACS, encaminhe os casos suspeitos para avaliação imediata
Durante o atendimento, é
feito o levantamento da história epidemiológica do paciente, isto é,
pergunta-se onde reside, se já esteve em local onde existe ou já aconteceram
casos da doença, se já teve dengue e quantas vezes.
Depois, são observados os
sinais e sintomas da doença.
Em
situações de epidemia não é necessário fazer a confirmação sorológica em
todos os doentes. O mais importante, nessa situação, são os exames de plaquetas
e hematócritos, pois estes irão auxiliar e agilizar os cuidados para com o
doente.
IMPORTANTE
Todas
as pessoas com suspeita de dengue devem beber muita água, mesmo na espera
para ser atendida.
Como
é o tratamento
Ainda não existe vacina
para a dengue
Normalmente a doença dura
de 5 a 7 dias.
Quem está com dengue deve
ficar em repouso e beber muita água.
Não há um tratamento
específico para a doença. As medicações utilizadas são analgésicos (remédios
para aliviar a dor) e antitérmicos (para diminuir a febre).
No entanto, nunca se deve
tomar medicamentos sem orientação médica. É importante que uma pessoa com
dengue, que apresente dores muito fortes na barriga e/ou vômitos
persistentes, mal-estar com transpiração abundante, fraqueza muscular,
sonolência e/ou irritabilidade, dificuldade para respirar, hemorragias
(sangue nas fezes ou nos vômitos), diminuição na quantidade de urina e queda
de temperatura, deve ser encaminhada imediatamente para uma unidade de saúde.
ATENÇÃO
A
pessoa doente NÃO pode tomar remédios à base de ácido acetilsalicílico, pois
esta substância aumenta o risco de hemorragia.
Importância
da participação ativa de todos os setores da sociedade
O controle da dengue exige
um esforço de todos os profissionais de saúde, gestores e população.
Não se combate a dengue
sem parcerias.
É preciso envolver outros
setores da administração do município, como limpeza urbana, saneamento,
educação, turismo, meio ambiente, entre outros.
É importante lembrar que,
para se reproduzir, o mosquito Aedes aegypti se utiliza de todo tipo
de recipientes que as pessoas costumam usar nas atividades do dia-a-dia:
garrafas e embalagens descartáveis, latas, pneus, plásticos, entre outros.
Estes recipientes são normalmente encontrados a céu aberto, nos quintais das casas,
em terrenos baldios e mesmo em lixões.
É preciso que as ações
para o controle da dengue garantam a participação efetiva de cada morador na
eliminação de criadouros já existentes ou de possíveis locais para reprodução
do mosquito.
Levantamento Rápido de
Índices de Infestação do Aedes
aegypti (LIRAa)
Uma das atividades para
prevenção da dengue é o Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes
aegypti (LIRAa).
Esse levantamento é
amostral, ou seja, não há necessidade de todas as casas serem visitadas. O
resultado deste são índices de infestação predial e são divididos da seguinte
forma:
• inferiores a 1%: estão
em condições satisfatórias;
• de 1% a 3,9%: estão em
situação de alerta;
• superior a 4%: há risco
de surto de dengue.
Após esse levantamento é
possível saber onde os mosquitos estão se desenvolvendo mais: se em locais de
abastecimento de água, se em depósitos domiciliares, lixo, etc. A coordenação
das equipes de saúde deve ter acesso aos resultados do LIRAa, para que possa
organizar a rotina das visitas domiciliares de seus agentes, programar
mutirões de limpeza urbana e promover ações de prevenção e combate à dengue.
As amostras para análise e
referenciamento do LIRA a geralmente são coletadas pelos Agentes de Controle
de Endemias, parceiros importantes no combate da doença.
Medidas
para prevenção da dengue
Cuidados fora de
casa
• Limpar as calhas e lajes
das casas. Se houver piscina, lembrar aos moradores de que a água deve ser
sempre tratada.
• Manter
recipientes/locais de armazenamento de água, como caixas d’água, poços,
latões e tambores, bem fechados.
• Guardar garrafas vazias
de boca para baixo.
• Eliminar a água
acumulada em plantas, como bambus, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa,
espada de São Jorge, dentre outras.
• Entregar pneus
inutilizados para a equipe de limpeza pública, ou orientar a quem quiser
conservá-los que o faça em locais protegidos da água da chuva.
• Verificar se existem
pneus, latas ou qualquer outro objeto que possa acumular água nos terrenos
baldios.
• Identificar, na
vizinhança, a existência de casas desocupadas e terrenos vazios, e localizar
os donos para verificar se existem criadouros do Aedes aegypti.
Cuidados dentro de
casa
• Evite, sempre que
possível, o uso de pratos nos vasos de plantas. Caso opte por sua utilização,
não deixe acumular água neles e nos xaxins. Coloque areia, preenchendo o
prato até sua borda, ou lave-o, semanalmente, com esponja ou bucha e sabão,
para eliminar completamente os ovos do mosquito.
• Lave os bebedouros de
animais com escova, esponja ou bucha, e troque a água pelo menos uma vez por
semana.
• Não deixe qualquer
depósito de água aberto (ex.: potes, tambores, filtros, tanques e outros).
Como o mosquito é bem pequeno, qualquer fresta, neste tipo de depósito, é
suficiente para a fêmea conseguir colocar ovos e iniciar um novo ciclo.
Cuidados com o lixo
• Não jogar lixo em
terrenos baldios.
• Manter o lixo tampado e
seco até seu recolhimento.
• Tampar as garrafas antes
de colocá-las no lixo.
• Separar copos
descartáveis, tampas de garrafas, latas, embalagens plásticas, enfim, tudo
que possa acumular água. Fechar bem em sacos plásticos e colocar no lixo.
O acondicionamento e o
destino adequado do lixo são problemas que atingem toda a população, tanto
nas áreas urbanas quanto nas rurais.
Ao orientar os moradores
para selecionar os recipientes e guardá-los de forma adequada, você contribui
para evitar que sejam jogados em rios ou deixados a céu aberto, trazendo
outros problemas para a comunidade (como foco de ratos e de outros animais, entupimento
de bueiros, dentre outros).
A educação em saúde e a
participação comunitária devem ser promovidas para que a comunidade adquira
conhecimentos e consciência do problema, e possa participar efetivamente.
Discuta com a comunidade
as possibilidades de novos destinos para o lixo reciclável.
Essas
medidas contribuem para evitar a reprodução do mosquito da dengue e para
tornar os ambientes saudáveis.
Devemos todos investir
numa nova concepção e relação com o meio ambiente, na construção da
consciência ambiental.
Existem muitos projetos de
reaproveitamento/reciclagem de lixo, que podem e devem ser envolvidos para
contribuir no controle da dengue. Você também deve estimular a comunidade a
ajudar instituições que recolhem vidros, latas e embalagens de plástico. Eles
podem ser vendidos em usinas de reciclagem.
Por
que os casos de dengue aumentam no verão?
Porque no verão faz mais
calor e chove muito, aumentando os locais com água parada, os quais podem se
tornar criadouros do mosquito da dengue. Se nos locais que se enchem de água
já existirem ovos do Aedes aegypti, eles ficam novamente ativos,
evoluindo para o estágio de larvas, que se transformarão em mosquitos. O
calor acelera o ciclo do mosquito, de ovo a adulto, que ocorre nem menos
dias, contribuindo para aumentar a sua população.
Da mesma forma, o calor
também acelera a multiplicação do vírus dentro do mosquito. Com isso, no
verão (época geralmente mais quente do ano), uma fêmea do mosquito infectada
tem mais chances de transmitir a doença antes de morrer.
A
reprodução do mosquito não para.
Por
isso, é preciso ficar alerta com a dengue, em todas as épocas do ano.
Trabalhando
em equipe no controle da dengue
Organizações
sociais, como igrejas, associações comunitárias, clubes de mães, conselhos de
saúde e outros são importantes parceiros no controle da dengue.
As ações de vigilância em
saúde/controle da dengue devem ser desenvolvidas no cotidiano das equipes de
Atenção Básica/Saúde da Família.
Não somente os Agentes
Comunitários de Saúde, mas todos os profissionais das Equipes Saúde da
Família, têm importante papel e contribuição no desenvolvimento destas ações.
É preciso que o combate à dengue seja planejado em conjunto. Os gestores
municipais e os profissionais devem estabelecer fluxos e protocolos de atendimento,
garantindo os exames laboratoriais e realizando o encaminhamento de casos
graves, quando necessário, se responsabilizando por ele.
Para
diminuir os casos de dengue é preciso interromper a cadeia de transmissão. E
a única forma é eliminar os criadouros do mosquito.
Os profissionais das
Unidades Básicas de Saúde (UBS) são responsáveis pelas ações de prevenção e
controle da dengue. Estas ações devem fazer parte das rotinas e estarem
integradas às demais ações desenvolvidas nestas unidades. O Agente Comunitário
de Saúde no controle da dengue
Competências
do Agente de Controle de Endemias e do Agente Comunitário de Saúde
Um parceiro importante no
controle da dengue é o Agente de Controle de Endemias (ACE), também
denominado de Agente de Vigilância Ambiental, de Zoonoses, entre outros. Este
profissional é responsável pela eliminação de criadouros de difícil acesso,
como caixas d’água, ou pelo uso de larvicidas (biológicos ou químicos).
O ACS e o ACE são
corresponsáveis pelo controle da dengue e devem trabalhar de forma integrada.
Muitas das ações desenvolvidas são comuns aos dois profissionais, como a
educação em saúde, a mobilização comunitária, a identificação de criadouros,
entre outras. Entretanto, algumas ações são específicas dos ACS, como o acompanhamento
das pessoas com dengue. E outras ações são de responsabilidade dos ACE, como
a destruição de criadouros de difícil acesso ou que precisem do uso de
larvicida.
Os gestores e as equipes
de saúde devem definir claramente os papéis, competências e responsabilidades
de cada um destes agentes e, de acordo com a realidade local, definir os
fluxos de trabalho. A relação entre o número de ACE e ACS será variável,
baseando-se no perfil epidemiológico e nas demais características locais
(como geografia, densidade demográfica e outras).
Competências do Agente de
Controle de Endemias
1.
Encaminhar os casos suspeitos de dengue à UBS, responsável pelo território;
2.
Atuar junto aos domicílios, informando seus moradores sobre a doença – seus
sintomas e riscos – sobre o agente transmissor e medidas de prevenção;
3.
Informar o responsável pelo imóvel não residencial, sobre a importância da
verificação da existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue;
4.
Vistoriar imóveis não residenciais, acompanhado pelo responsável, para
identificar locais e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros
de mosquito transmissor da dengue;
5.
Orientar e acompanhar o responsável pelo imóvel não residencial na remoção,
destruição ou vedação de objetos que possam se transformar em criadouros de
mosquitos;
6.
Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida, caso seja necessário, os
pontos estratégicos;
7.
Vistoriar e tratar os imóveis cadastrados e identificados pelo ACS, que
necessitem do uso de larvicidas e/ou remoção mecânica de difícil acesso, que
não possam ser eliminados pelo ACS;
8.
Nos locais onde não existir ACS, seguir a rotina de vistoria dos imóveis e,
quando necessário, aplicar larvicida;
9.
Elaborar e/ou executar estratégias para o encaminhamento das pendências
(casas fechadas e/ou recusas do morador em receber a visita);
10.
Orientar a população sobre a forma de evitar locais que possam oferecer risco
para a formação de criadouros do Aedes aegypti;
11.
Promover reuniões com a comunidade, com o objetivo de mobilizá-la para as
ações de prevenção e controle da dengue;
12.
Notificar os casos suspeitos de dengue, informando a equipe da Unidade Básica
de Saúde;
13.
Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação da dengue, conforme
estratégia local.
Competências do Agente
Comunitário de Saúde
1.
Encaminhar os casos suspeitos de dengue à Unidade Básica de Saúde, de acordo
com as orientações da Secretaria Municipal de Saúde;
2.
Atuar junto aos domicílios, informando aos seus moradores sobre a doença –
seus sintomas e riscos – sobre o agente transmissor e as medidas de
prevenção;
3.
Informar o morador sobre a importância da verificação da existência de larvas
ou mosquitos transmissores da dengue no domicílio e peridomicílio, chamando a
atenção para os criadouros mais comuns na sua área de atuação;
4.
Vistoriar o domicílio e peridomicílio, acompanhado pelo morador, para
identificar locais e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros
de mosquito transmissor da dengue;
5.
Orientar e acompanhar o morador na remoção, destruição ou vedação de objetos
que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
6.
Caso seja necessário, remover mecanicamente os ovos e larvas do mosquito;
7.
Encaminhar ao Agente de Controle de Endemias (ACE) os casos de verificação de
criadouros de difícil acesso ou que necessitem do uso de
larvicidas/biolarvicidas;
8.
Promover reuniões com a comunidade, com o objetivo de mobilizá-la para as
ações de prevenção e controle da dengue, bem como conscientizá-la quanto à
importância de que todos os domicílios
em
uma área infestada pelo Aedes aegypti sejam trabalhados pelo Agente de
Controle de Endemias;
9.
Comunicar ao enfermeiro supervisor e ao ACE a existência de criadouros de
larvas e/ou do mosquito transmissor da dengue, que dependam de tratamento
químico/biológico, da interveniência da vigilância sanitária ou de outras
intervenções do poder público;
10.
Comunicar ao enfermeiro supervisor do ACS e ao ACE os imóveis fechados e as
recusas;
11.
Notificar os casos suspeitos de dengue, em ficha específica, e informar a
equipe da Unidade Básica de Saúde;
12.
Reunir-se regularmente com o ACE para planejar ações conjuntas, trocar
informações sobre febris suspeitos de dengue, a evolução dos índices de
infestação por Aedes aegypti da área de abrangência, os índices de
pendências, os criadouros preferenciais e as medidas que estão sendo ou serão
adotadas para melhorar a situação;
13.
Orientar sobre a importância da hidratação oral, desde os primeiros sintomas
da doença;
14.
Acompanhar os pacientes com dengue, após atendimento nos serviços de saúde,
por meio de visitas domiciliares, orientando a família e a comunidade.
Biblioteca Virtual em
Saúde do Ministério da Saúde
|
O CUIDADO COM O PACIENTE
GRAVE
É grande o número de pacientes que exige cuidados
intensivos que nem sempre estão restritos nas unidades intensivas e sim em
outros setores dos hospitais, como: emergências, enfermarias e ambulatórios.
A assistência ao ser humano unidade bio-pisco-social-espiritual, com suas
necessidades básicas em seu ciclo saúde-doença-cuidado é objetivo essencial
da Assistência de Enfermagem.
Com a simplificação da vida esvaia-se a essência de um ser humano total
e individual, de um ser grande relacional. Não há uma preocupação em perceber
o individuo como um ser dotado de emoções, sentimentos, intuições,
espiritualidade, valores, criatividade, desejos e necessidades, mas como um
robô que opera ao obedecer a comandos. Referindo-se ao individuo doente
hospitalizado na maioria das vezes é visto por um número de: registro, leito,
maca. As doenças são apresentadas como um causa-efeito em conjunto com o
agente causador e sintomas relacionados. Não se mencionam os fatores
psicológicos, sociais, emocionais, ecológicos, energéticos, espirituais e
outros tantos que interfere no processo da vida e doença.
Neste sentido, os profissionais de Enfermagem, que lidam diretamente com a
vida humana, têm necessidade de desenvolver competências técnicas, pessoais,
comunicativas, organizacionais, sócio-políticas entre outras. Com vista, a
realizar uma assistência de qualidade.
A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a
capacidade de perceber uma grande variedade de questões, bem como informações
altamente definidas e específicas, pois o profissional atual deve ser o mais
auto realizado possível: físico, emocional e espiritual a fim de atender os
desafios de cuidar daqueles gravemente enfermos.
Os
Enfermeiros devem estar preparados e aptos para manuseios e
funcionamento de equipamentos e qualificados cientificamente sob o ponto de
vista cognitivo e de habilidades para atender a um cliente crítico. Não
podemos prever quando e como irá acontecer o agravamento de uma condição clínica
de um paciente e esta necessidade de atendimento deverá ser prestada de
imediato evitando disfunção de órgão vital, iatrogênicas e até mesmo a morte.
O conselho Federal de Enfermagem normatiza em âmbito Nacional, a
obrigatoriedade de haver Enfermeiros em todas as unidades de serviços que
desenvolvam ações de enfermagem que envolvam procedimentos de alta
complexidade, comum na assistência a pacientes críticos/potencialmente
críticos. É responsabilidade privativa do Enfermeiro, cuidados diretos de
Enfermagem a pacientes graves com risco de vida os cuidados que exijam
conhecimentos científicos e tomadas de decisões imediatas e como integrante
da equipe de saúde.
Compete
ao Enfermeiro dirigir, coordenar planejar, prescrever, delegar,
supervisionar e avaliar as ações de Enfermagem de acordo com a necessidade e
dependência do paciente. O paciente grave será adequadamente assistido se for
avaliado, reconhecido e priorizados.
A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a
capacidade de perceber uma grande variedade de questões, bem como informações
altamente definidas e específicas, pois o profissional atual deve ser o mais
auto realizado possível: físico, emocional e espiritual a fim de atender os
desafios de cuidar daqueles gravemente enfermos.
O
objetivo da Assistência de Enfermagem é sempre promover equilíbrio
fisiológico e emocional ao paciente. O profissional precisa conhecer e
compreender cada vez mais a condição humana e promover o respeito à autonomia
e a dignidade de cada um, cuja “dignidade de cada um é um imperativo ético e
não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros” (FREIRE, 1996).
A estrutura e equipamentos de atendimento ao paciente crítico/potencialmente
crítico deverá constar da interdisciplinaridade e da humanização, com enfoque
nas necessidades do usuário, na integralidade assistencial e no respeito à
participação efetiva dos diferentes profissionais envolvidos na atenção a
paciente crítico/potencialmente crítico. (Ministério da saúde Portaria 1071
de 04/07/2005).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BARCHIFONTAINE, C. P. PESSINE, L. ADEMAR, R. Bioética
e saúde. Centro são Camilo de Desenvolvimento em Administração da saúde. SP,
1989.
2. BORGES, A.L. Por uma educação com alma: A objetividade
e a subjetividade nos processos de ensino aprendizagem. 2ºedição, Rio de
Janeiro, 2000.
3. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários
a prática educativa. 1º edição, Rio de Janeiro, 1996.
4. HUDAK G. Cuidados intensivos de enfermagem. Uma
abordagem holística. 6º edição Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1997.
5. SILVA, V.L.S. Estudo do vivo: saber, ser e viver na
sala de aula. Editora nova letra, Santa Catarina, 2000.
|
ORGANIZAÇÃO DO SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o
conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.
Há um tempo atrás, a saúde era encarada apenas
como a ausência de doenças, o que nos legou um quadro repleto não só das
próprias doenças, como desigualdade, insatisfação dos usuário, exclusão,
baixa qualidade e falta de comprometimento profissional. No
entanto, este conceito foi ampliado, ao serem definidos os elementos
condicionantes da saúde, que são:
>Meio físico (condições geográficas, água, alimentação,
habitação, etc.);
>Garantia de acesso aos serviços de saúde
responsáveis pela promoção, proteção e recuperação da saúde.
Ou seja, de acordo com a nova concepção de saúde,
compreende-se que “os níveis de saúde da população expressam a organização
social e econômica do país".
As reivindicações do movimento que recebeu o nome
de “Movimento Sanitarista” foram apresentadas na 8° Conferência Nacional de
Saúde, em 1986. Sendo que mais tarde, na Constituição de 1988 foram
definidas as ações relativas ao SUS, sendo considerado de “relevância
pública”, ou seja, é atribuído ao Poder Público a regulamentação, a
fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde, independente da
execução direta do mesmo.
Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o
SUS traz consigo dois outros conceitos importantes: o de sistema e a ideia de
unicidade. A ideia de sistema significa um conjunto de várias instituições,
dos três níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que
interagem para um fim comum. Já na lógica de sistema público, os serviços
contratados e conveniados seguem os mesmos princípios e as mesmas normas do
serviço público. Todos os elementos que integram o sistema referem-se ao
mesmo tempo às atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e
a mesma forma de organização, sendo que é definido como único na Constituição
um conjunto de elementos doutrinários e de organização do sistema de saúde,
os princípios da universalização, da equidade, da integralidade, da
descentralização e da participação popular.
Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um
núcleo comum, que concentra os princípios doutrinários, e uma forma e
operacionalização, os princípios organizativos.
Princípios
Doutrinários
Universalização: a saúde
é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este
direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as
pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características
sociais ou pessoais.
Equidade: o
objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas
possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm
necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar
desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.=
Integralidade: este
princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas
necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a
promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente,
o principio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras
políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as
diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos
indivíduos.
Princípios
Organizativos
Estes princípios tratam, na realidade, de formas
de concretizar o SUS na prática.
Regionalização e Hierarquização: os serviços
devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a
uma determinada área geográfica, planejados a
partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da
população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre
os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a
hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas
de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos
limites dos recursos disponíveis numa dada região.
Descentralização e Comando Único: descentralizar
é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com
relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior
qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No
SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município,
ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas,
administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o
princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando
único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e
atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
Participação Popular: a sociedade deve participar
no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as
Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a
execução da política de saúde.
|
OXIGENOTERAPIA.
A oxigenoterapia é a administração de
oxigênio como uma intervenção médica, que pode ser para uma variedade de
propósitos, tanto o atendimento ao paciente crônico e agudo.
O oxigênio é essencial para o
metabolismo celular, e por sua vez, a oxigenação dos tecidos é essencial para
todas as funções fisiológicas normais.
Ar ambiente contém apenas 21% de
oxigênio e aumentando a fração de oxigênio no gás de respiração aumenta a
quantidade de oxigênio no sangue.
Muitas vezes, é necessária apenas
para aumentar a fração de oxigênio entregue a 30-35% e isso é feito pelo uso
de uma cânula nasal.
Quando 100% de oxigênio é necessária,
pode ser entregue através de uma máscara facial tight-fitting, ou pelo
fornecimento de oxigênio a 100% para uma incubadora no caso de crianças.
Oxigênio pode ser administrado em
outras formas, incluindo tratamentos específicos na pressão do ar elevada,
tais como a terapia de oxigênio hiperbárico.
Arterial alta e níveis teciduais de
oxigênio pode ser útil ou prejudicial, dependendo das circunstâncias e oxigenoterapia
deve ser usado em benefício do paciente, aumentando a oferta de oxigênio para
os pulmões e, assim, aumentar a disponibilidade de oxigênio para os tecidos
do corpo, especialmente quando o paciente está sofrendo de hipóxia e / ou
hipoxemia.
|
O papel do enfermeiro na UTI consiste em obter a história do
paciente, fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a
manutenção da saúde e orientando os enfermos para uma continuidade do
tratamento e medidas, devendo cuidar do indivíduo nas diferentes situações
críticas dentro da UTI, de forma integrada e contínua com os membros da
equipe de saúde.
Para isso o enfermeiro de UTI precisa pensar criticamente
analisando os problemas e encontrando soluções para os mesmos, assegurando
sempre sua prática dentro dos princípios éticos e bioéticos da profissão.
Compete ainda a este profissional avaliar, sistematizar e
decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos, materiais e de
informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva, visando o trabalho em
equipe, a eficácia e custo-efetividade.
No que se refere à educação o enfermeiro de Terapia intensiva,
deve ter um compromisso contínuo com seu próprio desenvolvimento
profissional, sendo capaz de atuar nos processos educativos dos profissionais
da equipe de saúde, em situações de trabalho, proporcionando condições para
que haja benefício mútuo entre os profissionais, responsabilizando-se ainda
pelo processo de educação em saúde dos indivíduos e familiares sob seu
cuidado, reconhecendo o contexto de vida e os hábitos socioeconômico e
cultural destes, contribuindo com a qualificação da prática profissional,
construindo novos hábitos e desmistificando os conceitos inadequados
atribuídos a UTI.
O trabalho em Unidade de Tratamento Intensivo (U.T.I) é
complexo e intenso, devendo o enfermeiro estar reparado para a qualquer
momento, atender pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, as quais
requerem conhecimento específico e grande habilidade para tomar decisões e
implementá-las em tempo hábil. Desta forma, pode-se supor que o enfermeiro
desempenha importante papel no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva.
O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos torna-se
mais eficaz quando desenvolvido em unidades específicas, que propiciam
recursos e facilidades para a sua progressiva recuperação (Gomes, 1988).
Desta forma, o citado autor ressalta que o enfermeiro de U.T.I
precisa estar capacitado a exercer atividades de maior complexidade, para as
quais é necessária a autoconfiança respaldada no conhecimento científico para
que este possa conduzir o atendimento do paciente com segurança. Para tal, o
treinamento deste profissional é imprescindível para o alcance do resultado
esperado. De acordo com Gratton (2000) a tecnologia pode ser copiada; assim,
o grande diferencial no mercado competitivo são as pessoas. Desta forma o
preparo adequado do profissional constitui um importante instrumento para
o sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI.
O aspecto humano do cuidado de enfermagem, com certeza, é um
dos mais difíceis de ser implementado. A rotina diária e complexa que envolve
o ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) faz com que os membros da
equipe de enfermagem, na maioria das vezes, esqueçam de tocar, conversar e
ouvir o ser humano que esta a sua frente.
Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar
realizando no sentido de humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa
difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema
tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma Unidade de Terapia Intensiva
não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se
orientar melhor, no entanto compete a este profissional lançar mão de
estratégias que viabilizem a humanização em detrimento a visão mecânica e
biologicista que impera nos centros de alta tecnologia como no caso das UTIs.
Pode-se dizer que o conhecimento necessário para um enfermeiro
de UTI vai desde a administração e efeito das drogas até o funcionamento e
adequação de aparelhos, atividades estas que integram as atividades rotineiras
de um enfermeiro desta unidade e deve ser por ele dominado.
O enfermeiro de UTI trabalha em um ambiente onde as forças de
vida e morte, humana e tecnológica encontram-se em luta constante. Apesar de
existirem vários profissionais que atuam na UTI o enfermeiro é o responsável
pelo acompanhamento constante, consequentemente possui o compromisso dentre
outros de manter a homeostasia do paciente e o bom funcionamento da unidade.
|
Pragas
Urbanas
Eles são pequenos em tamanho, mas têm
potencial para tirar qualquer marmanjo do sério. Atire a primeira pedra quem
nunca se perguntou para que servem pernilongos, baratas, formigas e cupins,
se não para infernizar a vida de todos. Poucas coisas são mais irritantes do
que um pernilongo zumbindo no ouvido durante a madrugada. Ou mais frustrantes
do que tentar acabar com o passeio das formigas pela pia da cozinha ou o
berço do bebê. Para quem imagina que o problema está só em sua casa ou seu
bairro, um consolo: eles estão por toda parte e cada vez mais presentes nos
centros urbanos. Agora a má notícia: é mais fácil os seres humanos sucumbirem
do que os insetos sumirem do mapa.
A
culpa é da própria biologia e da facilidade de adaptação desses animais, que
estão no planeta há milhões de anos. O fóssil mais antigo de barata tem quase
350 milhões de anos. Não é exagero dizer que as baratas serão uma das poucas
espécies a sobreviver a uma bomba atômica. Elas resistem até um mês sem
comida, uma semana sem água e 40 minutos sem respirar. Seus ovos são imunes a
todo tipo de produto químico. “É a consequência natural da civilização.
Pernilongos seguem o ser humano desde o início dos tempos porque precisam de
sangue para sobreviver. E o estilo de vida de hoje propicia o aumento e a
manutenção desses insetos”, diz Anthony Érico Guimarães, entomólogo da
Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro. As formigas e os cupins
são espécies que vivem em colônias e possuem estruturas sociais muito bem
definidas. Constroem ninhos em locais seguros e se espalham rapidamente, o
que dificulta seu controle.
Se esses animais estão aqui há tanto tempo, devem ter algum valor
científico, ao menos para os biólogos. “As baratas são excelentes
decompositoras de matéria orgânica”, afirma Marcos Potenza, do Instituto
Biológico de São Paulo. “As formigas são melhores do que as minhocas no
preparo do solo. Elas cavoucam a terra e ajudam na passagem de água e
nutrientes para as plantas”, diz Ana Eugênia de Campos Farinha, também do
Biológico. Difícil se convencer das qualidades de uma barata, mas é melhor
isso do que amaldiçoar a espécie toda vez que se deparar com um exemplar no
meio da noite, parada na cortina do quarto. De uma maneira ou de outra,
contribuímos para a proliferação dessas pragas. Com o crescimento dos centros
urbanos ocorre a degradação do meio ambiente e uma alteração significativa
nas espécies animais. “Na natureza, quem faz o controle ecológico são os
predadores. Nas cidades, não há quantidade suficiente de passarinhos e
aranhas para se alimentarem dos insetos e dessa forma manter o equilíbrio
natural”, diz João Justi Júnior, outro pesquisador do Instituto Biológico de
São Paulo.
A
expansão habitacional obriga os insetos a mudar de hábitos para sobreviver.
Uma colônia de cupins que vivia numa árvore terá que procurar outro abrigo,
caso sua moradia seja derrubada.
Assim se explica a infestação de insetos em condomínios construídos
nos arredores das grandes metrópoles, onde os cupins devoram as estruturas e
os móveis de madeira de casas novíssimas. Em intensidade diferente, os
insetos causam problemas em quase todos os cantos do País. “É uma questão de
sobrevivência. Os humanos invadem o ecossistema e os cupins são obrigados a
se adaptar e procurar alimentos em outro lugar. E encontram madeira dentro
das casas”, diz o biólogo Potenza. Sem contar que, quanto mais habitantes,
maior é a quantidade de recipientes vazios, vasos, pneus velhos,
caixas-d’água e lixo. Todos ótimos criadouros para pernilongos, baratas e
formigas. “Ao contrário dos borrachudos, que procriam em águas limpas e
servem como indicativo de boa qualidade ambiental, os pernilongos e os
mosquitos, de maneira geral, precisam de um mínimo de água suja e parada para
depositarem suas larvas”, diz Justi. Por isso as campanhas contra a dengue
sugerem que se evite deixar água no prato dos vasos de plantas. “A dengue é
transmitida por um mosquito ligado aos hábitos humanos. A cada ano, cerca de
50 milhões de pessoas são infectadas no mundo e o Brasil contribui bastante
para esse número”, afirma Guimarães, da Fiocruz.
As reclamações recebidas
pela Associação Paulista dos Controladores de Pragas Urbanas (Aprag) sobre
invasões de pernilongos, baratas, cupins, pulgas e formigas é grande. “Nos
últimos três anos, percebemos um aumento na população de insetos,
principalmente entre as formigas.
O clima cada vez mais quente, com invernos menos rigorosos, piora o quadro”,
diz o biólogo Sérgio Bacalini, diretor-executivo da Aprag. No calor, o ciclo
biológico dos insetos é mais acelerado. Eles se reproduzem mais vezes porque
o calor ajuda os ovos a eclodirem antes. Entre as formigas, a situação é mais
complexa. Aquelas que passeiam pela casa em busca de alimento, as chamadas
operárias, representam no máximo 10% da colônia de formigas. E se percebem
algum perigo, elas se separam e criam outros formigueiros, parte deles
interligada por túneis subterrâneos. Essa é a razão pela qual os
especialistas desaconselham borrifar inseticida sobre a fileira de formigas,
pois os insetos sentem o cheiro de produtos químicos a distância. “O ideal é
usar iscas tóxicas, com baixa concentração de veneno. Nem sempre os remédios
funcionam para todas as espécies, e por isso se recomenda procurar ajuda de
um profissional”, explica Ana Eugênia. As operárias levam a isca tóxica para
dentro do formigueiro, alimentam as larvas e as rainhas. Se uma delas morrer
no percurso, o processo inteiro estará comprometido.
Formigas de DVD – Algumas espécies, como a lava-pés, picam, outras mordem e outras
liberam uma espécie de ácido que causa alergia na pele. É o caso da
carpinteira, comum dentro de casa e com fascínio por equipamentos
eletrônicos. “Esse ambiente é propício para essas formigas: é quente,
protegido e aconchegante. Elas se alimentam do que há dentro dos
equipamentos”, diz Ana Eugênia. Não raro, os aparelhos são destruídos. Ao
passar pelos circuitos internos, as formigas levam choques que estimulam a
liberação de um ácido que corrói os circuitos. Com as pulgas ocorre algo
parecido. Não adianta colocar remédios nos animais domésticos para
exterminá-las. É preciso tratar todo o ambiente. Isso porque, na falta do
hospedeiro natural, no caso cães e gatos, as pulgas atacam os humanos.
Essa mesma mudança de comportamento transformou em pragas urbanas outras espécies nativas, uma tendência que os especialistas garantem que vai aumentar. O caso de maior evidência é o dos carrapatos, que, assim como pulgas e pernilongos fêmeas, se alimentam do sangue.
Comuns no campo, eles são levados para as cidades a bordo do corpo de
cachorros e gatos que visitam o sítio ou a fazenda nos finais de semana. “Os
animais domésticos viajam para o campo e voltam para casa infestados de
carrapatos”, diz o biólogo Marcos Potenza. O tipo que preocupa os médicos é
conhecido como carrapato estrela, é encontrado em cavalos, bois, vacas e capivaras
e pode infectar humanos. Quando está na fase de larva, ele provoca coceiras
na pele. Ao virar adulto, o carrapato pode transmitir uma doença chamada
febre maculosa. “Por ser um problema recente nas cidades, muitos médicos não
identificam a doença de imediato, mesmo porque os sintomas são parecidos com
os de uma gripe forte, meningite ou leptospirose”, diz Potenza.
Além dos insetos, viagens ao campo podem facilitar a migração de
outros bichos para as grandes cidades. É o caso das aranhas, que transitam
dentro de sapatos e malas. Comuns na Amazônia e no Sudeste do País, a mais
perigosa delas é a armadeira, que é venenosa e pode saltar até 40 cm em
direção à vítima. Os ataques são mais comuns nos meses de março e abril, o
período de acasalamento. Elas possuem hábitos noturnos e durante o dia
permanecem escondidas sob troncos de árvores, bromélias e em locais escuros, como
sapatos e atrás de móveis e cortinas. As armadeiras não vivem em teias e
atingem 15 cm quando estão com as pernas em posição de ataque. Outra espécie
venenosa de importância médica é a aranha-marrom, que vive em teias
irregulares, comprovando a tese de que quanto mais feia for uma teia, mais
venenosa será a aranha. Elas são pequenas, no máximo três centímetros, têm
hábitos noturnos e preferem clima frio. São encontradas sob raízes de árvores
e folhas caídas, ou ainda entre móveis, telhas e tijolos. Elas não atacam.
Picam apenas quando são pressionadas contra o corpo da vítima.
O tratamento e o combate às pragas urbanas requer paciência, manejo
integrado e, acima de tudo, bom senso. “Formigas numa UTI de hospital podem
trazer riscos à saúde, mas dentro de casa, nem sempre. Além disso, onde há
formigas não há baratas. Elas se alimentam dos ninhos de baratas”, afirma
Carlos Roberto Brandão, diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São
Paulo (USP). Os especialistas aconselham medidas básicas: manter o ambiente
limpo, sem restos de comida; consertar vazamentos; rejuntar azulejos; não
acumular papéis e caixas de papelão; e, principalmente, redobrar o cuidado ao
levar vasos e caixas para casa, que são ótimos ninhos.
Convivência – Outra recomendação é não enterrar madeiras e restos de materiais de
construção, os alimentos preferidos dos cupins. “Muitos aspectos da
arquitetura moderna contribuem para o sucesso do cupim subterrâneo. Enterrar
restos de celulose resultantes de obras é fornecer alimento extra a eles”,
assegura Ana Maria Costa Leonardo, da Universidade Estadual Paulista (Unesp),
de São Carlos. Já que a convivência com animais é inevitável, é bom garantir
que, ao menos, ela se dê em harmonia. “Temos a falsa impressão de que não
podemos conviver com bichos. Não podemos esquecer que somos parte da
natureza”, diz Brandão. Bom que os insetos saibam disso, antes que eles
descubram um jeito de nos exterminar.
Fonte: Revista Isto É - CIÊNCIA, TECNOLOGIA &
MEIO AMBIENTE 02/06/2004
|
ABDÔMEN
SUPERIOR:
ABDÔMEN
TOTAL:
- Jejum de 12 horas e bexiga cheia;
- Tomar 6 copos de água de tamanho normal,
iniciando 30 minutos antes do exame;
- Não urinar após o início da ingestão de
líquido.
APARELHO
URINÁRIO:
- Bexiga cheia;
- Tomar 6 copos de água de tamanho normal,
iniciando 30 minutos antes do exame;
- Não urinar após o início da ingestão de
líquido.
Obs.:Em caso de insuficiência renal crônica NÃO ingerir água.
TIREÓIDE,
REGIÃO CERVICAL, PESCOÇO, GLÂNDULAS SALIVARES, PAREDE ABDOMINAL, ARTICULAÇÕES E
MÚSCULOS:
ENDOVAGINAL:
- Bexiga cheia;
- Tomar 6 copos de água de tamanho normal,
iniciando 30 minutos antes do exame;
- Não urinar após o início da ingestão de
líquido;
- O exame pode ser realizado mesmo com
sangramento;
- Durante o período menstrual, recomenda-se a
realização do exame após o 3º dia, pois o fluxo é menor, apresentando
menor quantidade de coágulos.
MAMAS:
OBSTÉTRICO:
- Bexiga cheia;
- Tomar 6 copos de água de tamanho normal,
iniciando 30 minutos antes do exame;
- Não urinar após o início da ingestão de
líquido.
Obs.: Gestante com mais de 3 meses não precisa de bexiga cheia.
PÉLVICO:
- Bexiga cheia;
- Tomar 6 copos de água de tamanho normal,
iniciando 30 minutos antes do exame;
- Não urinar após o início da ingestão de
líquido.
PRÓSTATA
VIA ABDOMINAL:
- Bexiga cheia;
- Tomar 6 copos de água de tamanho normal,
iniciando 30 minutos antes do exame;
- Não urinar após o início da ingestão de
líquido;
- Se o paciente estiver usando sonda, fechar a
mesma antes da ingestão do líquido e assim que o paciente referir vontade
de urinar, dirigir-se ao Centro de Imagem para a realização do exame;
Obs.: Nos casos de bexiga neurogênica, o paciente deve dirigir-se ao Centro de Imagem 30 minutos após a administração do líquido.
PREPARO
DE EXAME | TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
ABDÔMEN
SUPERIOR:
- Jejum de sólidos e líquidos por 6 horas;
- Se estiver tomando medicação, tomar
normalmente, mas com pouca água – salvo em casos orientados pelo
Radiologista;
- Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou
Ressonância Magnética anterior.
ABDÔMEN SUPERIOR + PELVE
(ABDÔMEN TOTAL):
- Se estiver tomando medicação, tomar
normalmente, salvo em casos orientados pelo Radiologista;
- Deverá tomar 50 ml de contraste em casa, na
véspera do exame, a partir das 12h;
- Ficar em jejum após as 20h;
- Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou
Ressonância Magnética anterior.
ARTICULAÇÕES:
- Nenhum tipo de preparo, salvo em casos
orientados pelo Radiologista.
- Pacientes
diabéticos em uso de GLUCOFORMIM, GLIFAGE ou DIMEFOR serão
orientados a fazer prova de creatinina antes e após o exame, de acordo com
as orientações dadas pelo radiologista;
- Se for utilizado o meio de contraste
endovenoso, deve ser cumprido o jejum total de 6 horas.
COLUNA:
- Nenhum tipo de preparo, salvo casos em que o
paciente já tenha realizado cirurgia de coluna ou tenha história prévia de
neoplasia. Diante desta situação deve-se conversar com o médico
Radiologista a respeito da necessidade do contraste;
- Se estiver tomando medicação, tomar
normalmente, mas com pouca água;
- Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou
Ressonância Magnética anterior.
CRÂNIO:
- Se não for utilizado o meio de contraste
venoso não é necessário nenhum preparo;
- No caso de utilização de contraste:
PELVE:
- Se estiver tomando medicação, tomar
normalmente, salvo em casos orientados pelo Radiologista;
- Deverá tomar 50 ml de contraste em casa, na
véspera do exame, a partir das 12h;
- Ficar em jejum após as 20h;
- Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou
Ressonância Magnética anterior.
TÓRAX:
- Jejum de sólidos e líquidos por 6 horas;
- Se estiver tomando medicação, tomar
normalmente, mas com pouca água – salvo em casos orientados pelo
Radiologista;
- Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou
Ressonância Magnética anterior.
PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS
DEFINIÇÃO DE CURATIVO
É um meio terapêutico que consiste na limpeza e aplicação
de uma cobertura estéril em uma ferida, quando necessário, com a
finalidade de promover a rápida cicatrização e prevenir a contaminação
ou infecção.
01. Objetivos:
· Auxiliar
o organismo a promover a cicatrização;
· Eliminar
os fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização da lesão;
· Diminuir
infecções cruzadas, através de técnicas e procedimentos adequados;
02. Finalidades:
· Limpar a
ferida;
· Promover
a cicatrização, eliminando fatores que possam retardá-la.
· Tratar e
prevenir infecções;
· Prevenir
contaminação exógena;
· Remover
corpos estranhos;
· Proteger
a ferida contra traumas mecânicos;
· Promover
hemostasia;
· Fazer
desbridamento mecânico e remover tecidos necróticos;
· Reduzir
edemas;
· Drenar
e/ou absorver secreções e exsudatos inflamatórios;
· Diminuir
odor;
· Manter a
umidade da ferida;
· Fornecer
isolamento térmico;
· Dar
conforto psicológico ao paciente;
· Diminuir
a intensidade da dor;
· Limitar
a movimentação em torno da ferida.
03. Categorias:
· Curativos
primários: colocados diretamente sobre a ferida
· Curativos
secundários: colocados sobre o curativo primário.
04. Tipos de Curativos:
O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a
localização e o tamanho da ferida. Em alguns casos é necessária uma
compressão, em outros lavagem exaustiva com solução fisiológica e outros
exigem imobilização com ataduras. Nos curativos em orifícios de drenagem
de fístulas entéricas a proteção da pele sã em torno da lesão é
o objetivo principal.
4.1. Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo é absorvente
,e comumente utilizado em feridas cirúrgicas, drenos, feridas
exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele adjacente saudável.
4.2. Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou
fluídos, atua como barreira mecânica, impede a perda de fluídos, promove
isolamento térmico, veda a ferida, a fim de impedir
efízema,e formação de crosta.
4.3. Curativo compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo
sanguíneo, promover a estase e ajudar na aproximação das extremidades da
lesão.
4.4. Curativos abertos: São realizados em ferimentos que não há
necessidade de serem ocluídos. Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas,
cortes pequenos, suturas, escoriações, etc
05. Classificação do Curativo de
acordo com o Tamanho da Ferida:
5.1. Curativo pequeno: curativo realizado em ferida
pequena: aproximadamente 16 cm2.
(ex: cateteres venosos e arteriais, cicatrização de coto umbilical,
fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular, hemorroidectomia,
pequenas incisões, traqueotomia, Cateter de diálise e intermitente).
5.2. Curativo Médio:
curativo realizado em ferida média, variando de 16,5 a 36
cm.
(ex: Cesáreas infectadas, incisões de dreno, lesões cutâneas,
abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar).
5.3. Curativo grande:
curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80
cm2.
(ex: Incisões contaminadas, grandes cirurgias – incisões
extensas (cirurgia torácica, cardíaca), queimaduras (área e grau),
toracotomia com drenagem, úlceras infectadas, Outros especificar).
5.4. Curativo Extra Grande:
curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2.
(ex: Todas as ocorrências de curativos extragrandes deverão obrigatoriamente
constar de justificativa médica).
06. Técnica de Curativo:
6.1. Normas Gerais:
· Lavar as
mãos antes e após cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente;
· Verificar
data de esterilização nos pacotes utilizados para o curativo (validade usual
7 dias);
· Expor a
ferida e o material o mínimo de tempo possível;
· Utilizar
sempre material esterilizado;
· Se as
gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las;
· Não
falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril;
· Considerar
contaminado qualquer material que toque sobre locais não esterilizados;
· Usar
luvas de procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com pinças
(técnica asséptica);
· Utilizar
luvas estéreis em curativos de cavidades ou quando houver necessidade de contato
direto com a ferida ou com o material que irá entrar em contato com a
ferida;
· Se
houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada; Nunca abrir e
trocar curativo de ferida limpa ao mesmo tempo em que troca
de ferida contaminada;
· Quando
uma mesma pessoa for trocar vários curativos no mesmo paciente, deve
iniciar pelos de incisão limpa e fechada, seguindo-se de ferida aberta
não infectada, drenos e por último as colostomias e fístulas em geral;
· Ao
embeber a gaze com soluções manter a ponta da pinça voltada para baixo;
· Ao
aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o membro
apoiado, tendo o cuidado de não apertar em demasia.
· Os
curativos devem ser realizados no leito com toda técnica asséptica;
· Nunca
colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa
auxiliar, ou carrinho de curativo. O mesmo deve sofrer
desinfecção após cada uso;
· Todo
curativo deve ser realizado com a seguinte paramentação: luva, máscara e
óculos.
· Em caso
de curativos de grande porte e curativos infectados (escaras infectadas com
áreas extensas, lesões em membros inferiores, e ferida cirúrgica
infectada) usar também o capote como paramentação;
· Quando o
curativo for oclusivo deve-se anotar no esparadrapo a data, a hora e o nome
de quem realizou o curativo.
6.2. Cuidados importantes:
· Em
portadores de ostomias e fístulas utilizar placa protetora e TCM na proteção
da pele nas áreas adjacentes à ferida;
· Não
comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida a fim
de garantir boa circulação;
· As
compressas e ataduras deverão ser colocadas em saco plástico protegidos e
jogar no hamper de roupa do paciente. Quando este material
estiver com grande quantidade de secreção, deve-se colocar em saco
plástico e desprezar;
· Trocar
os curativos úmidos quantas vezes forem necessárias, o mesmo procedimento
deve ser adotado para a roupa de cama, com secreção do curativo;
· Quando o
curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a
sinais flogísticos. Se houver presença de sinais de
infecção (calor, rubor, hiperemia, secreção) comunicar o S.C.I.H. e / ou
a supervisora e anotar no prontuário, colher material para
cultura conforme técnica;
· O
curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das
refeições;
· O
curativo não deve ser realizado em horário de limpeza do ambiente, o ideal é
após a limpeza;
· Em
feridas em fase de granulação realizar a limpeza do interior da ferida com
soro fisiológico em jatos, não esfregar o leito da ferida para não lesar
o tecido em formação.
· Os
drenos devem ser de tamanho que permitam a sua permanência na posição
vertical, livre de dobras e curva;
· Mobilizar
dreno conforme prescrição médica;
· Em
úlceras venosas e neuropatias diabética (pé diabético) manter membro
enfaixado e aquecido com algodão ortopédico;
· Em
úlceras arteriais, manter membro elevado.
6.3. Antes de Iniciar o Curativo, deve-se Realizar:
· Avaliação
do estado do paciente, principalmente os fatores que interferem na
cicatrização, fatores causais, risco de infecção;
· Avaliação
do curativo a ser realizado, considerando-os em função do tipo de ferida;
· Orientação
do paciente sobre o procedimento;
· Preparo
do ambiente (colocar biombos quando necessário, deixar espaço na
mesa de cabeceira para colocar o material a ser utilizado, fechar
janelas muito próximas, disponibilizar lençol ou toalha para proteger o
leito e as vestes do paciente quando houver possibilidade de que as
soluções escorram para áreas adjacentes);
· Preparar
o material e lavar as mãos;
Após estes preparativos, podemos
iniciar o curativo propriamente dito (remoção, limpeza, tratamento,
proteção).
6.4. Após a realização do curativo proceder a:
· Recomposição
do paciente;
· Recomposição
do ambiente;
· Destinação
dos materiais (colocar em sacos no carrinho de curativos encaminhando
à C.M.E. o mais rápido possível, ou de acordo com as rotinas do Setor);
· Lavar as
mãos;
Evolução: Registro do procedimento
incluindo avaliação da ferida; Após cada curativo devem ser anotadas no
prontuário do paciente as seguintes informações sobre a lesão:
Observações:
· A
evolução do curativo, bem como os materiais gastos deverão ser anotados ao
término de cada curativo, evitando assim erros e esquecimentos de
anotações;
· Se
houver mais de um curativo em um mesmo paciente anotar as informações
separadas para cada um deles citando a localização do mesmo.
Lembre-se de:
· Evitar
falar no momento da realização do procedimento e orientar o paciente para que
faça o mesmo;
· Fazer a
limpeza com jatos de SF 0,9% sempre que a lesão estiver com tecido
de granulação vermelho vivo (para evitar o atrito da gaze);
· A troca
do curativo será prescrita de acordo com a avaliação diária da ferida;
· Proceder
a desinfecção da bandeja, carrinho, ou mesa auxiliar após a execução de
cada curativo, com solução de álcool a 70%; Manter o Soro
Fisiológico 0,9 % dentro do frasco de origem (125 ml);
· Desprezar
o restante em caso de sobra;
· O T.C.M.
deve ser distribuído em frascos pequenos estéreis, (individuais);
· Realizar
os curativos contaminados com S. F. 0,9 % aquecido (morno).
6.5. Principais Erros Cometidos ao se Fazer um Curativo:
· Usar
curativo em feridas totalmente cicatrizadas;
· Cobrir o
curativo com excesso de esparadrapo;
· Trocar o
curativo em excesso em feridas secas;
· Demorar
a trocar o curativo de feridas secretantes;
· Esquecer
de fazer as anotações ou não fazê-las corretamente;
· Não
lavar as mãos entre um curativo e outro;
· Conversar
durante o procedimento;
· Misturar
material de um curativo e outro, em um mesmo paciente;
· Não
fazer desinfecção do carrinho de um curativo para outro.
|
PROGRAMA
DE VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA
O Programa de Valorização dos
Profissionais na Atenção Básica (Provab) busca incentivar
médicos recém-formados a trabalharem, por um ou dois anos, em municípios de
maior necessidade e em periferias das grandes metrópoles, possibilitando um
conhecimento maior da realidade do país e estimulando projetos de provimento
e fixação de médicos.
Serão abertas 2 mil vagas para médicos, mil para enfermeiros e
700 para cirurgiões-dentistas. O programa tem início em março de 2012. Para
esses profissionais, serão oferecidas supervisões a distância pelo Telessaúde Brasil Redes e supervisões semipresenciais.
Haverá a possibilidade de especialização em Saúde da Família e Comunidade
através da UNA-SUS, que disponibilizará
módulos de atualização nos temas de maior necessidade.
Além disso, esses médicos terão 10% de bônus para os concursos
de residência quando bem-avaliados depois de um ano no programa. Todas
as instituições que oferecem programas de residência médica de acesso direto
serão obrigadas a conceder o bônus de 10%. Quem atuar durante um ano
terá 10% de pontuação adicional na nota final. Já aqueles que participarem do
programa durante dois anos, receberão 20%.
O Ministério da Saúde, em parceria com os
municípios, oferecerá salários compatíveis e boas condições de moradia e de
trabalho para os profissionais que optarem pelo programa. É uma
oportunidade de conhecer a realidade do nosso País, de exercer a profissão e
vivenciar os mais dignos preceitos de cidadania que fazem parte dos ideais
dos alunos que optam pela área da Saúde.
Assim, o programa beneficiará profissionais recém-formados nas
especialidades prioritárias do Ministério da Saúde e que optaram por atuar
nas áreas mais necessitadas. Além disso, terão salários diferenciados, bônus
para concursos de residência, supervisão e apoio aos profissionais.
Um em cada cinco municípios brasileiros já aderiu ao Programa.
Até o momento, 1.327 municípios já se inscreveram. O prazo de inscrições
para os municípios interessados termina no próximo dia 7 de fevereiro. Já os
profissionais de saúde têm até o dia 12 de fevereiro para se inscreverem.
|
PROPRIEDADE
ORGANOLÉPTICAS
Identificação pelos nossos sentidos
Características de uma
substância que podem ser percebidas com nossos sentidos são chamadas de
propriedades organolépticas.
Identificar substâncias
é uma das atividades realizadas pela química analítica. Muitas vezes nos
deparamos com situações que necessitam dessa atividade: uma empresa recebe um
carregamento de uma substância e deve verificar se o que recebeu é realmente
o que foi pedido; um detetive forense precisa saber se a mancha encontrada em
uma roupa é sangue; um ourives quer saber se o metal que comprou é ou não
ouro.
Todas as substâncias
possuem determinadas características que podem identificá-las. Algumas
propriedades só podem ser aferidas através de sofisticados equipamentos e
outras de maneira muito mais simples.
Se você pegar um pedaço
de alumínio e outro de estanho na mão, mesmo que não lhe digam qual é qual,
você é perfeitamente capaz de identificá-los: o alumínio é mais claro e
prateado enquanto o estanho é mais escuro e amarelado.
Propriedades
organolépticas
Se
em sua cozinha existirem dois potes sem identificação, um contendo sal e
outro açúcar, você também os identifica pelo gosto salgado ou doce. Um
recipiente com óleo diesel e outro com gasolina também conseguem ser
identificados apenas pela sua aparência.
Veja
que em todos os exemplos duas coisas são comuns: você sabe o que são embora
não saiba qual é qual e, para identificá-los não foi necessário nenhum método
especial, você utilizou apenas seus próprios sentidos: olfato, tato, visão e
paladar. Como você viu, as propriedades organolépticas, não devem ser desprezadas
na identificação das substâncias.
Quando não confiar nas
propriedades organolépticas
Algumas substâncias têm
propriedades organolépticas muito características e, desde que tenhamos uma
prévia noção do que se trata, podemos classificá-la com certeza. Imagine que
você tenha uma situação onde não há essa prévia noção. Imagine que lhe
entreguem dois frascos com os seguintes sais: cloreto de potássio e cloreto
de sódio. Os dois estão em pó, os dois são brancos, não têm cheiro e, como
você não sabe se podem lhe fazer mal, não irá prová-los. Neste caso as
propriedades organolépticas não foram muito úteis.
Quando confiar nas
propriedades organolépticas
Excluindo casos óbvios
como os dos exemplos que já demos, vamos pensar em outra coisa: mesmo não podendo
chegar ao resultado final, podemos "filtrar" nossa busca com base
em algumas observações. Você recebe um bloco sólido para identificar. O
simples fato de ser um sólido já excluirá uma série de substâncias -
oxigênio, por exemplo - observando o bloco, você também é capaz de dizer se é
um metal, um pedaço de um sal ou até mesmo de origem orgânica. Percebeu que
mesmo não tendo obtido uma identificação positiva você consegue afunilar sua
busca ganhando bastante tempo e excluindo muitas substâncias? Trocando em
miúdos: mesmo não sabendo quem é, podemos excluir muitos que não são.
Cuidado!
Embora tenhamos dito
que as propriedades organolépticas podem ser muito úteis, não devemos, em
hipótese alguma, cheirar ou provar substâncias desconhecidas pois, se não sabemos
quem é, não sabemos que mal pode nos fazer e, mesmo que saibamos do que se
trata, não conhecemos sua pureza nem sua esterilidade (pode estar
biologicamente contaminado).
Em tempo
Quer
saber como diferenciar o cloreto de sódio do cloreto de potássio, que usamos
como exemplo: misture um pouco de álcool a eles e coloque fogo. A chama do
sódio é cor de laranja e a do potássio violeta.
Prof. Ms. Luiz Molina
Luz
|
SI-PNI - Sistema de
Informação do Programa Nacional de Imunizações
O êxito das Campanhas de Vacinação
contra a varíola na década dos anos sessenta mostrou que a vacinação em massa tinha o poder de
erradicar a doença. O último caso de varíola notificado no Brasil foi em 1971
e, no mundo em 1977 na Somália.
Em 1973 foi formulado o Programa
Nacional de Imunizações - PNI, por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de
imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo
caráter episódico e pela reduzida área de cobertura. A proposta básica para o
Programa, constante de documento elaborado por técnicos do Departamento
Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde) e da
Central de Medicamentos (CEME - Presidência da República), foi aprovada em
reunião realizada em Brasília, em 18 de setembro de 1973, presidida pelo
próprio Ministro Mário Machado Lemos e contou com a participação de renomados
sanitaristas e infectologistas, bem como de representantes de diversas
instituições.
Em 1975 foi institucionalizado o
PNI, resultante do somatório de fatores, de âmbito nacional e internacional,
que convergiam para estimular e expandir a utilização de agentes imunizantes,
buscando a integridade das ações de imunizações realizadas no país. O PNI
passou a coordenar, assim, as atividades de imunizações desenvolvidas
rotineiramente na rede de serviços e, para tanto, traçou diretrizes pautadas
na experiência da Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP), com a
prestação de serviços integrais de saúde através de sua rede própria. A
legislação específica sobre imunizações e vigilância epidemiológica (Lei
6.259 de 30-10-1975 e Decreto 78.231 de 30-12-76) deu ênfase às atividades
permanentes de vacinação e contribuiu para fortalecer institucionalmente o
Programa.
Em seguimento à erradicação da
varíola, inicia-se em 1980 a 1ª CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA A
POLIOMIELITE, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um
só dia. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraíba em março
de 1989. Em setembro de 1994 o Brasil junto com os demais países da região
das Américas, recebeu da Comissão Internacional para a Certificação da
Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas, o Certificado que a doença e o
vírus foram eliminados de nosso continente.
De 1990 a 2003, o PNI fez parte do
CENEPI/FUNASA - Fundação Nacional de Saúde. A partir de 2003, passou a
integrar a DEVEP/SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde, inserido na
Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações - CGPNI.
Ao longo do tempo, a atuação
do PNI, ao consolidar uma estratégia de âmbito nacional, apresentou, na sua
missão institucional precípua, consideráveis avanços. As metas mais recentes
contemplam erradicação do sarampo e a eliminação tétano neonatal. A essas, se
soma o controle de outras doenças imunopreveníveis como Difteria, Coqueluche
e Tétano acidental, Hepatite B, Meningites, Febre Amarela, formas graves da
Tuberculose, Rubéola e Caxumba em alguns Estados, bem como, a manutenção da
erradicação da Poliomielite.
Cabe também a CGPNI adquirir,
distribuir e normatizar o uso dos imunobiológicos especiais, indicados para
situações e grupos populacionais específicos que serão atendidos nos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais - CRIEs. É também de responsabilidade desta
coordenação a implantação do Sistema de Informação e a consolidação dos dados
de cobertura vacinal em todo o país.
Destacamos que o objetivo principal
do Programa é de oferecer todas as vacinas com qualidade a todas as crianças
que nascem anualmente em nosso país, tentando alcançar coberturas vacinais de
100% de forma homogênea em todos os municípios e em todos os bairros.
O PNI é, hoje, parte integrante do
Programa da Organização
Mundial de Saúde, com o apoio técnico, operacional
e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A informatização do PNI foi
desenvolvida pelo DATASUS (GEIPS), segundo especificação da CGPNI. O
SI-PNI é formado por um conjunto de sistemas
ü Avaliação do Programa de Imunizações - API. Registra, por faixa etária, as doses de
imunobiológicos aplicadas e calcula a cobertura vacinal, por unidade básica,
município, regional da Secretaria Estadual de Saúde, estado e país. Fornece
informações sobre rotina e campanhas, taxa de abandono e envio de boletins de
imunização. Pode ser utilizado nos âmbitos federal, estadual, regional e
municipal.
ü Estoque e Distribuição de Imunobiológicos - EDI. Gerencia o estoque e a distribuição dos
imunobiológicos. Contempla o âmbito federal, estadual, regional e municipal.
ü Eventos Adversos Pós-vacinação - EAPV. Permite o acompanhamento de casos de reação
adversa ocorridos pós-vacinação e a rápida identificação e localização de
lotes de vacinas. Para a gestão federal, estadual, regional e municipal.
ü Programa de Avaliação do Instrumento de
Supervisão - PAIS. Sistema utilizado pelos
supervisores e assessores técnicos do PNI para padronização do perfil de
avaliação, capaz de agilizar a tabulação de resultados. Desenvolvido para a
supervisão dos estados.
ü Programa de Avaliação do Instrumento de
Supervisão em Sala de Vacinação - PAISSV. Sistema utilizado pelos coordenadores estaduais
de imunizações para padronização do perfil de avaliação, capaz de agilizar a
tabulação de resultados. Desenvolvido para a supervisão das salas de vacina.
ü Apuração dos Imunobiológicos Utilizados - AIU. Permite realizar o gerenciamento das doses
utilizadas e das perdas físicas para calcular as perdas técnicas a partir das
doses aplicadas. Desenvolvido para a gestão federal, estadual, regional e
municipal.
ü
Sistema de Informações dos Centros
de Referência em Imunobiológicos Especiais - SICRIE.
Registra os atendimentos nos CRIEs e informa a utilização dos imunobiológicos
especiais e eventos adversos.
|
Principais
Sub-Sistemas de Informação em Saúde
Além dos grandes bancos de dados gerados por
atividades de outros setores (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística-IBGE, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA, etc.) e
estudos amostrais realizados por universidades e outras instituições, o SIS é
composto por diferentes Sub-sistemas, que produzem uma enorme quantidade de
dados referentes à atividades setoriais em saúde, gerando grandes bancos de
dados nacionais, dos quais se destacam:
SISTEMAS
|
EVENTO
|
INSTRUMENTO
DE
COLETA
|
FLUXO
|
USOS
(ALGUNS)
|
SIM
|
Óbito
|
Declaração
de
Óbito
|
Cartório SMS
Regional
SES
|
Estudos
de mortalidade,
Vigilância
de Óbitos
(infantil,
materno, etc.)
|
SINASC
|
Nascido Vivo
|
Declaração
de
Nascido
Vivo
|
Unidade SMS
Regional
SES
|
Monitoramento
da
Saúde da Criança
Vigilância
a
Criança de Risco
|
SINAN
|
Agravos
Sob
Notificação
|
FI Notificação
e
FI Investigação
|
Unidade
SMS
Regional
SES
|
Acompanhamento
dos
agravos
sob notificação,
surtos,
epidemias, etc.
|
SIH
|
Informação
Hospitalar
|
AIH
|
Unidade
SMS
Regional
SES
|
Morbidade
hospitalar,
Gestão
hospitalar,
Custeio
da Atenção
Hospitalar
|
SIA
|
Produção
Ambulatorial
(Agregado)
|
BPA
|
Unidade
SMS
Regional
SES
|
Acompanhamento
da
produção
ambulatorial,
Gestão
Ambulatorial
Custeio
da Atenção
Ambulatorial,
|
OUTROS
|
API, SISVAN, SIAB, SIGAB, ETC.
|
Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM
Descrição
|
Contém informações sobre
óbitos e óbitos fetais.
|
Origem/Fonte
|
Declaração de Óbito - D. O.
|
Fluxo
|
Cartórios /
SMS / Regional / SES /
FNS
|
Período
de
abrangência
|
a partir de 1979 último ano
disponível: 1997
(1998: até o último mês
processado)
|
Abrangência
Geográfica
|
País, Estados, Regionais e
municípios
( possibilidade de
processar os dados por bairros e áreas)
|
Variáveis
mais
importantes
|
Causa básica, sexo, idade,
grau de instrução, ocupação
habitual, local de
ocorrência, assistência médica.
|
Indicadores
|
Mortalidade Proporcional
(%): por causas ou grupos de causas
por faixas etárias/ por
causas mal definidas/
Coeficientes:
Mortalidade Geral
Mortalidade Infantil
(Neonatal e Infantil Tardia)
Mortalidade Materna
Mortalidade por causas ou
grupos de causas específicos
|
Principais
limitações
|
Sub-registro de óbitos
Qualidade do preenchimento
da Declaração de Óbito
|
Acesso
às
informações
|
Meios magnéticos,
publicações e relatórios internet:
Home-page DATASUS: www.datasus.gov.br
|
Responsável
pela
coordenação do
sistema
no Estado
|
Gerência de Estatística e
Informática
Contatos:
|
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC
Descrição
|
Contém
informações sobre as características dos nascidos vivos, das mães, da
gestação e do parto.
|
Origem/Fonte
|
Declaração
de Nascido Vivo - D. N.
|
Fluxo
|
Hospitais/Cartórios
/ SMS
/ Regional
/SES
/ FNS
|
Período
de
abrangência
|
a
partir de 1995/último ano disponível: 1997
(1998:
até o último mês processado)
|
Abrangência
Geográfica
|
País,
Estados, Regionais e municípios
(possibilidade
de processar os dados por bairros e áreas)
|
Variáveis
mais
importantes
|
Sexo,
peso ao nascer, tipo de parto, local de ocorrência, duração da gestação,
nº consultas pré-natais realizadas,
grau de instrução da mãe.
|
Indicadores
|
Proporção
(%) de nascidos vivos: de baixo peso (< 2.500 g.)
Prematuridade
(menos de 37 semanas de gestação)de partos hospitalares/por tipo de parto/por
nº de consultas pré-natais realizadas por faixa etária da mãe/Taxa Bruta de
Natalidade
Taxa
de Fecundidade Geral
|
Principais
limitações
|
Falhas
na cobertura do evento
Qualidade
do preenchimento da Declaração de Nascido Vivo
|
Acesso
às
informações
|
Meios
magnéticos, publicações e relatórios
internet:
Home-page
DATASUS: www.datasus.gov.br
|
Responsável
pela coordenação do sistema no Estado
|
Diretoria
de Vigilância Epidemiológica - DIVE
Contatos:
|
Sistema de Informações de Agravos Notificáveis - SINAN
Descrição
|
Visa o controle de algumas
doenças e agravos de notificação compulsória com base em informações sobre o
número de casos segundo semanas epidemiológicas.
|
Origem/Fonte
|
Ficha Individual de
Notificação
Ficha Individual de Investigação
(distinto para cada agravo)
|
Fluxo
|
Serviços de saúdes /
SMS / Regional / SES ?/FNS
|
Período
de
abrangência
|
Desde 1994 último ano disponível: 1997
(1998: até o último mês
processado)
|
Abrangência
Geográfica
|
País, Estados, Regionais e municípios
(possibilidade de processar
os dados por bairros e áreas)
|
Variáveis
mais
importantes
|
Casos por semana, sexo,
idade
Dados complementares do
caso
|
Indicadores
|
Coeficiente de incidência
(casos novos)
Coeficiente de prevalência
(casos novos+antigos)
|
Principais
limitações
|
Sub-notificação dos casos
Qualidade do preenchimento
das FIN e FII
|
Acesso
às informações
|
Meios magnéticos,
publicações e relatórios
|
Responsável
pela coordenação do sistema no Estado
|
Diretoria de Vigilância
Epidemiológica - DIVE
Contatos:
|
Sistema de Informações Hospitalares - SIH
Descrição
|
Contém informações sobre as
internações hospitalares.
|
Origem/Fonte
|
Autorização de Internação
Hospitalar - AIH
|
Fluxo
|
Órgão Emissor /
Hospitais / SMS /
Regional / SES /
MS
|
Período
de
abrangência
|
A partir de dezembro de
1994
último ano disponível: 1998
|
Abrangência
Geográfica
|
País, Estados, Regionais e
municípios (possui dados de cada AIH, sendo possível a pesquisa em qualquer
nível de agregação).
|
Variáveis
mais
importantes
|
Internações, AIH pagas,
valor médio AIH, média de permanência, óbitos, taxa, mortalidade ( por sexo,
faixa etária, diagnóstico de internação, etc.).
|
Indicadores
|
Tempo médio de permanência
geral ou por causa específica
Valor médio da internação
geral ou por causa específica
Proporção (%) de
internações por causa ou procedimento
Taxa de Mortalidade
hospitalar geral ou por causa específica
|
Principais
limitações
|
Cobre somente as
internações da rede pública ou conveniada
Qualidade dos dados
(incorreções, fraudes, manipulação)
|
Acesso
às
informações
|
Meios magnéticos,
publicações e relatórios, internet
Home-page DATASUS: www.datasus.gov.br
|
Responsável
pela coordenação do sistema no Estado
|
Diretoria de Inspeção e
Assistência à Rede de Saúde- DIAR
Gerência de Supervisão e
Assistência à Rede Pública - GESUP
|
Sistema de Informações Ambulatoriais - SIA
Descrição
|
Contém informações que
agilizam os procedimentos de pagamento dos serviços produzidos e permitem
analisar o perfil da oferta de serviços ambulatoriais, através do:
Acompanhamento das
programações físicas e orçamentárias;
Acompanhamento das ações de
saúde produzidas
(instrumentos analíticos de
controle e avaliação).
|
Origem/Fonte
|
Ficha de Cadastro
Ambulatorial – FCA/Ficha de Programação Físico-Orçamentária – FPO/Boletim de
Produção Ambulatorial – BPA/
Boletim de Diferença de
Pagamento - BDP
|
Fluxo
|
Unidades prestadoras de
serviço / órgão gestor / MS
|
Período
de Abrang.
|
Último ano disponível: 1998
|
Abrang. Geográfica
|
País, Estados, Regionais e
municípios
|
Variáveis
mais
importantes
|
Identificação e
caracterização da unidade prestadora
Procedimentos realizados
|
Indicadores
|
Consultas médicas ou outro
tipo de procedimento: por habitante ao ano /por consultório (ou equipamento
/estabelecimento) exames/terapias realizados pelo quantitativo de consultas
médicas (geral ou por especialidade)
|
Principais
limitações
|
Abrangência restrita aos
usuários do sistema público de saúde/ ausência de registro de procedimentos
que extrapolem o teto financeiro/ distorções decorrentes de alterações
fraudulentas /ausência de registro individual (não consegue qualificar as
prioridades, através de caracterização de grupos populacionais ou agravos)
|
Acesso
às
informações
|
Meios magnéticos,
publicações e relatórios, internet
Home-page DATASUS: www.datasus.gov.br
|
Responsável
pela coordenação do sistema no Estado
|
Diretoria de Inspeção e
Assistência à Rede de Saúde- DIAR
Gerência de Supervisão e
Assit. Às Unid. Complem. - GESUC
|
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN
Descrição
|
Contém informações sobre o
estado nutricional de crianças de zero a 5 anos e gestantes./ Pré-requisito
para acessar recursos no PAB /Plano de Combate às Carências Nutricionais-PCCN
|
Origem/Fonte
|
Cartão da Criança e Cartão
da Gestante
|
Fluxo
|
Serviços de saúdes /
SMS / Regional / SES /
FNS
|
Período
de
abrangência
|
A partir de 1995. Em 98 foi
introduzido modelo de padronização da Coordenação
|
Abrang.
Geográfica
|
Municípios que já
implantaram o sistema
|
Variáveis
+import.
|
Peso, idade, altura, idade
gestacional.
|
Indicadores
|
Incidência e Prevalência da
desnutrição e sobrepeso
|
Principais
limitações
|
Não existe modelo
informatizado que atenda o modelo da padronização/ Problemas de estimativas
populacionais
|
Acesso
às Inform.
|
Relatórios mensais e
Boletins
|
Responsável
pela coordenação do sistema no Estado
|
Diretoria de Vigilância Epidemiológica
- DIVE
|
TÉCNICA DIETÉTICA -
INTRODUÇÃO
A Técnica Dietética é a
disciplina que, baseada em ciências exatas, estuda as operações a que são
submetidos os alimentos depois de cuidadosa seleção e as modificações que os
mesmos sofrem durante os processos culinários e outros, de preparações para o
consumo.
Os principais objetivos da
preparação técnica dos alimentos na cozinha são:
Nutricionais
Higiênicos
Digestivos
Sensoriais
Econômicos
Nutricionais
A preparação de alimentos na
cozinha doméstica é feita geralmente de forma empírica, obedecendo a normas
tradicionais e tendo como finalidade maior agradar.
A cozinha dietética aplica os
conhecimentos científicos de física, química, biologia, economia, etc.
Adotando os métodos mais exatos, seguros e econômicos, que se baseiam em
rigorosa experimentação. Procura preservar os nutrientes dos alimentos porque
sabe como se perdem.
É muito mais importante
conhecer a condição em que o alimento é ingerido do que se deixar
impressionar pela composição química dos mesmos, segundo consta nas tabelas
de composição química de alimentos; o que não podemos precisar é quanto do
alimento se estraga na mão de cozinheiras desinteressadas e incompetentes.
Não é que seja difícil cozinhar corretamente; é necessário, apenas, aplicar
as regras básicas da técnica dietética.
Higiênicos
Para que os alimentos sejam adquiridos de fonte segura de produção e apresentem boas condições higiênicas, deve-se ter cuidado ao escolhê-los. Cabe às autoridades sanitárias fiscalizar os alimentos entregues ao consumo, pois, podem ser veículos de germes patogênicos capazes de produzir tifo, difteria, tuberculose, disenteria, brucelose, etc., parasitos intestinais, bem como conter certas substâncias tóxicas utilizadas para sua preservação ou encontradas em sua própria composição.
Certas precauções na cozinha
são aconselháveis: ferver o leite quando este não é pasteurizado; lavar
cuidadosamente os vegetais e frutas, principalmente os que são consumidos
crus; submergi-los em solução adequada ou escaldá-los quando houver
indicação.
Há um grupo de alimentos
facilmente perecíveis (alimentos chamados frescos) que, mesmo quando adquiridos
em boas condições sanitárias e higiênicas, se deterioram facilmente por ser
ótimo meio de cultura, ou porque se decompõem naturalmente quando desligados
da fonte de origem. Os alimentos são substâncias vivas e como tais se vão
deteriorando aos poucos, dependendo dos fatores a que são submetidos.
Vários são os recursos e
métodos modernos para deter ou estacionar a ação de enzimas e microrganismos
comuns dos alimentos, prolongando o período de sua utilização. No entanto,
quando o alimento já sofreu contaminação e nele se desenvolveram germes
capazes de produzir substâncias tóxicas, ptomaínas, nem a cocção as destroem.
Os alimentos deteriorados devem ser recusados, porque mesmo cozidos produzem
intoxicação alimentar.
Digestivos
Cada alimento representa uma
fonte, em potencial, de nutrientes. Alguns podem ser consumidos ao natural,
crus, dada sua estrutura, estado físico e composição química. Por exemplo, o
leite, alimento livre de estrutura celular, em estado líquido e cujos
nutrientes se encontram em condições que permitem o ataque imediato dos sucos
digestivos. A gordura do leite está emulsionada, a proteína parcialmente em
suspensão e outra parte em solução, a lactose dissolvida, bem assim minerais
e vitaminas. Ainda em relação ao leite, pode-se na cozinha antecipar uma
etapa digestiva, acidificando-o.
Os outros alimentos, tais
como as frutas, necessitam geralmente que se lhes removam as cascas. Às
vezes, é necessário subdividi-las, espremê-las, para obter o suco e parte
comível, com métodos puramente mecânicos que não alteram o conteúdo nutritivo
do alimento, salvo se for removida, com uma casca muito grossa, parte do
alimento em si.
Há alimentos que, além de
terem de ser descascados e subdivididos, necessitam ser submetidos à cocção
para tornarem-se comestíveis. É o caso do aipim, da batata etc.
A digestibilidade do alimento
depende também das condições do aparelho digestivo, que pode ser imaturo como
o das crianças, lesado como o do doente ou desgastado como o do idoso, sendo
preciso antecipar os processos digestivos na cozinha. A subdivisão mecânica
pode substituir a mastigação; a cocção e a ação enzimática podem substituir a
ação de sucos digestivos etc. Com o liquidificador podemos dar ao alimento a
consistência do quimo gástrico e mesmo do quilo intestinal. A ação
hidrolisante da cocção prolongada em meio ácido pode desdobrar o amido até a
última etapa digestiva que é a glicose.
Sensoriais
Nutrição é uma ciência e
também uma arte. Não basta conhecer a composição química dos alimentos, as
modificações que se podem obter pelos processos culinários para facilitar sua
digestão, não é suficiente que se lhes assegurem as condições sanitárias e
higiênicas, é necessário, em última instância, torná-los apetitosos, pelo
menos aceitáveis.
Cada alimento possui
características organolépticas próprias em relação ao aspecto, cor, sabor,
aroma, consistência etc. Quando os alimentos são utilizados ao natural, ficam
preservadas suas propriedades, desde que sejam inicialmente boas: frutas
maduras, hortaliças em salada etc. O sabor dos mesmos é ativado pelo
acréscimo de açúcar ou sal. Para alimentos mais insípidos utilizam-se molhos,
que têm o objetivo de lhes favorecer o gosto.
Quando há a necessidade de
cozinhar os alimentos em meio úmido (água), os mesmos se expõem a perdas,
maiores ou menores, das substâncias que lhes conferem sabor e valor
nutritivo, e à modificação dos elementos que mantêm sua forma inicial. Também
a cocção por calor seco pode desidratar o alimento a ponto de torná-lo
inadequado como substância alimentícia. É o caso de frituras prolongadas em
temperatura muito alta, alimentos parcialmente carbonizados etc. É então que
os conhecimentos em técnica dietética são de grande valia.
Escolher hortaliças novas e
tenras e cozinhá-las em pouca água, servi-las tão logo estejam preparadas é
na opinião do técnico a melhor forma de apresentá-las. Muito embora sobre
gostos não existam leis – cada qual gosta, por uma infinidade de causas e
motivos - é necessário ensinar-se a gostar daquilo que é bom.
A arte culinária é complexa e
muitos recursos são utilizados, sem prejuízo dos alimentos, para torná-los
atraentes: cortes variados, formas de cocção, molhos diversos,
acompanhamentos diferentes, combinações de cores e sabores etc., dando margem
à criação de receitas à adaptação das já existentes em profusão. O importante
é que obedeçam às regras básicas de preparo dos alimentos e atendam às
exigências nutricionais individuais.
Econômicos
Economia é, em técnica dietética,
o emprego correto e rendoso de dinheiro, energia e tempo.
O alimento vale pelo que representa em valor nutritivo, pelas possibilidades de aproveitá-lo e pela facilidade de prepará-lo e conservá-lo.
Quanto mais se mantiver do
valor inicial do alimento e maior for sua contribuição na conservação da
saúde, maior será o proveito tirado do dinheiro que nele se aplicou. Por esse
motivo cuida também a técnica dietética de simplificar as operações usadas,
empregando menor esforço para o alcance de um mesmo fim.
Para melhor comprar devem-se
fazer os cardápios com antecedência, planejando e calculando na base do per
capta, para saber exatamente que alimentos e quanto se deve comprar. O
cálculo certo reduz as sobras.
Os cardápios devem constar de
alimentos nacionais, ou mais acessíveis, da estação do ano etc. Os alimentos
devem estar em boas condições de conservação, para evitar muitas aparas e
grande desperdício na hora do preparo. Escolher preparações simples, que
tomem menos tempo e gastem pouco material. Selecionar as receitas corretas e
pré-calculadas de acordo com as preferências dos comensais e prepará-las bem,
para não haver rejeições, pois os restos são fator negativo de economia
Porque para o lixo vão as aparas de alimentos mal comprados, cascas muito grossas,
alimentos que por falta de planejamento estragaram-se na geladeira, sobras de
alimentos preparados em excesso e restos dos alimentos rejeitados nos pratos.
A economia mal compreendida é
a de restringir alimentos protetores indispensáveis, por serem mais caros.
Entretanto, é necessário manter a relação calórico-proteica da dieta para
melhor utilização das proteínas. Pelos protetores se tem de pagar o que custam,
sob pena de prejudicar a saúde e ter-se de gastar mais depois, com remédios.
Sob o enfoque social, é obrigação evitar o desperdício de alimentos.
- São atualmente palavras de
ordem: ecologia e desenvolvimento sustentável. O objetivo é renovar a cultura
de fontes primitivas e naturais de alimentos, como o plantio da araucária
(pinhão), castanheiras (castanha-do-pará, caju e outras), palmeiras (açaí,
pupunha, buriti, palmito) e outras, motivando os meios rurais na recuperação
das espécies em extinção, como perspectiva de alimentação para o futuro.
- Alimentação alternativa.
Refere-se ao uso de partes de alimentos comumente descartadas, por
desconhecimento do seu valor devido a tradição baseada em conceitos errôneos
no seu uso e preparo; por comodismo e até mesmo por visar a diminuir
mão-de-obra e o gasto em combustível necessário para poder aproveitá-los.
Exemplos: parte da folhagem da beterraba, brócolis, cenoura, couve-flor,
mandioca et. Caules e talos(torradas e moídas) de abóbora, girassol, gergelim
em paçoca ou sobre outras preparações. Casca de ovo socada ou pulverizada.
Ossos, carcaças de aves, cabeças de pescados e aparas de carne para base de
caldos, molhos e sopas.
As medidas citadas como
exemplo pretendem firmar o conceito de que é no desperdício, tão comum na
cozinha doméstica e também na institucional, que se escoam valores
significativos de economia alimentar.
|
TIPOS DE PRODUTO DE LIMPEZA
A escolha
de produtos de limpeza nas gôndolas do supermercado pode ser um momento de
grande dúvida para os consumidores. Muitos itens não contam com explicações
claras sobre a utilidade em seus rótulos e acabam sendo comprados por engano.
A melhor maneira de selecionar um produto é pensar no tipo de superfície a
ser limpa e na intensidade da sujeira. Para não haver qualquer dúvida,
reunimos os especialistas em limpeza Luiz Antonio de Oliveira, professor de
química da Unesp, João Pedro Fidelis, gerente da franquia Maria Brasileira, e
Viviane Abras, especialista da Personal Service, em uma conversa tira-teima. Confira o resultado:
SABÃO
EM PEDRA
O
que é? Detergente em barra desengordurante.
Onde
deve ser usado? O sabão azul é indicado para limpar
alumínios, pois conta com propriedades branqueadoras. Já o de coco apresenta
melhores resultados na limpeza de roupas brancas e delicadas. Por fim, o de
glicerina tem fórmula suave e é ideal para tecidos.
Principais erros na limpeza: Misturar o sabão com demais itens é prejudicial porque anula a sua eficácia.
SABÃO
EM PÓ
O
que é? Detergente alcalino em pó.
Onde
deve ser usado? Apenas na lavagem de tecidos.
Principais
erros na limpeza: Misturar o produto com água sanitária é
perigoso, já que uma fumaça tóxica pode ser formada. O sabão em pó é também
muito usado para lavar pisos, mas a escolha é ruim, pois o material causa
corrosão nos revestimentos.
ÁLCOOL
O
que é? Desinfetante de superfícies.
Onde
deve ser usado? É indicado para a limpeza de vidros, espelhos
e metais. Lembre-se que a característica desinfetante é garantida apenas
quando o produto tiver concentração entre 68% e 72%. A 98% tem propriedades
desengordurantes. Já a 70% é mais eficiente na destruição de microrganismos.
Principais
erros na limpeza: Usar o composto na desinfecção de grandes
áreas. O problema é o tempo de evaporação da substância (10 segundos), não
sendo possível higienizar tudo de uma vez. O produto não deve ainda ser usado
em superfícies emborrachadas, pois as enrijece.
ÁGUA
SANITÁRIA
O
que é? Desinfetante e alvejante (mistura de hipoclorito de sódio
(cloro) e água – na proporção de 2% a 2,5% de cloro).
Onde
deve ser usado? O material elimina bactérias de frutas,
legumes e verduras. Além disso, se mostra eficiente na limpeza de roupas,
caixas d’água, pisos, azulejos e vasos de planta.
Principais
erros na limpeza: A característica alvejante não permite que
o produto seja usado em tecidos coloridos, pois ficarão desbotados. Outro
engano é misturar a água sanitária com produtos que contenham amoníaco (como
limpadores de janelas e ceras).
CLORO
O
que é? Desinfetante de superfícies. Diferente da água sanitária, se
trata do cloro puro.
Onde
deve ser usado? É eficiente no tratamento da água da
piscina. Tem propriedades descorantes e pode ser usado ainda no branqueamento de fibras vegetais,
como algodão e linho. Outra utilidade possível é a esterilização de ambientes
domésticos como banheiros e cozinhas (propícios ao ataque de germes).
Principais
erros na limpeza: A mistura do cloro com outros produtos
causa reações químicas muito perigosas e deve ser evitada. Além disso, o
material possui propriedades corrosivas e causa queimaduras na pele e nos
olhos. Lembre-se também de armazenar o cloro em locais frescos e arejado.
DESINFETANTE
O
que é? Produto capaz de esterilizar superfícies.
Onde
deve ser usado? É eficaz para desinfectar e odorizar
ambientes, sendo capaz de destruir microrganismos presentes em roupas,
utensílios e instalações.
Principais
erros na limpeza: Muitos utilizam o produto sem fazer uma
limpeza anterior no espaço. Além disso, sua eficácia é comprometida quando
não permanece por, no mínimo, 10 minutos no local a ser higienizado.
DETERGENTE
LÍQUIDO
O
que é? Sabão líquido vendido com base neutra.
Onde
deve ser usado? O melhor é usá-lo na remoção de gorduras em
superfícies laváveis como pisos, paredes, azulejos, metais, alumínios,
plásticos e vidros. Mas lembre-se que os produtos neutros não realizam limpezas agressivas.
Principais
erros na limpeza: Não enxaguar corretamente o resíduo deixado
após a aplicação do detergente é o maior engano, pois a superfície ficará
embaçada e o material poderá ser danificado. Outro problema é misturá-lo com
outros produtos.
PRODUTO
MULTIUSO
Produtos
multiuso conseguem remover a sujeira de fogões, pias e materiais plásticos.
O
que é? Item de baixa alcalinidade que age sobre óleos e gorduras.
Onde
deve ser usado? O produto consegue remover a sujeira de
fogões, pias, azulejos e materiais plásticos.
Principais
erros na limpeza: Nunca limpe materiais porosos ou
superfícies de madeira com tal produto.
REMOVEDOR
O
que é? Solvente mineral.
Onde
deve ser usado? Apresenta bons resultados na remoção de
tintas acrílicas.
Principais
erros na limpeza: É comum ser usado no momento da faxina em
pisos, mas tal uso não é indicado, pois há riscos de corrosão no
revestimento.
SAPÓLIO
O
que é? Sabão fabricado com pó mineral.
Onde
deve ser usado? Eficaz na retirada de sujeira em azulejos,
panelas inox, fogões e pisos rústicos.
Principais
erros na limpeza: O produto altamente agressivo à saúde apresenta
características abrasivas, ou seja, arranha as superfícies mais sensíveis.
Outro grande erro na utilização domestica é misturar o sapólio com outros
tipos de itens (sabão em pó, detergente, sabão em barra e cloro, por
exemplo), pois a combinação pode anular o efeito de limpeza e dar origem a
uma substância altamente tóxica.
ÁGUA
RAZ
O
que é? Desengordurante e solvente de tintas.
Onde
deve ser usado? É indicado para a limpeza e remoção de
esmaltes sintéticos e graxas impregnadas nas superfícies.
Principais
erros na limpeza: Usar a água raz para limpar as mãos. A
prática comum apresenta elevado risco de provocar queimaduras de pele. Desse
modo, é essencial o uso de equipamentos de proteção (luvas e máscara) durante
o manuseio.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário