sexta-feira, 20 de maio de 2016

Saúde/Enfermagem - Artigos

" Os artigos desta página têm como único objetivo a preparação para o concurso público."

1.      As Redes de Atenção à Saúde
2.      Atenção Básica e a Saúde da Família
3.      Balanço Hídrico
5.      Consulta de Enfermagem Ginecológica - Manual Prático
6.      Controle Biológico
7.      O Significado de Cuidado para Profissionais da Equipe de Enfermagem
8.      Desnutrição Proteico-Calórica
9.      Dietoterapia
10.   Técnica de Administração de Enema Retal Medicamentoso
11.   Introdução à Epidemiologia
12.   O Que é Ética e Cidadania
13.   Exame Físico de Enfermagem
14.   Fisiologia
15.   Higiene Ambiental
16.   Higienização dos Alimentos
17.   Como Manusear Produtos Químicos com Segurança
18.   Nutrientes
19.   O Agente Comunitário de Saúde no Controle da Dengue
20.   O Cuidado com o Paciente Grave
21.   Organização do SUS
22.   Oxigenoterapia
23. Papel do Enfermeiro na UTI
24.   Pirâmide de Alimentos
25.   Pragas Urbanas
26.   Preparo de Exame | Ultra-Sonografia
27.   Princípios Básicos para Realização de Curativos
28.   Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica
29.   Propriedade Organolépticas
30.   SI-PNI - Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações
31.   Principais Sub-Sistemas de Informação em Saúde
32.   Técnica Dietética
33.   Tipos de Produto de Limpeza
34.   Unidade de Internação do Paciente e Limpeza de Unidade





As Redes de Atenção à Saúde
            As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério da Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de 30/12/2010).
          A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e contribui para o avanço do processo de efetivação do SUS. A transição entre o ideário de um sistema integrado de saúde conformado em redes e a sua concretização passam pela construção permanente nos territórios, que permita conhecer o real valor de uma proposta de inovação na organização e na gestão do sistema de saúde.
A atual grande diretriz da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) para o período de 2011 a 2014 é a implantação das RAS, sendo sua gestora no âmbito federal.
            No dia 30 de dezembro de 2010, o Documento de Referência contendo as “Diretrizes para a organização das RAS no âmbito do SUS” foi oficializado por meio da Portaria GM/MS nº 4.279, publicada no Diário Oficial de 31/12/2010. Este documento havia sido aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT) no dia 16 de dezembro. Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam ser considerados: economia de escala, qualidade, suficiência, acesso e disponibilidade de recursos.
            Atributos da Rede de Atenção à Saúde
        Considera-se que não há como prescrever um modelo organizacional único para as RAS, contudo as evidências mostram que o conjunto de atributos apresentados a seguir são essenciais ao seu funcionamento:
      1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências que determinam a oferta de serviços de saúde.
      2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que prestam serviços de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados paliativos e integram os programas focalizados em doenças, riscos e populações específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos.
      3. Atenção Básica à Saúde estruturada como primeiro nível de atenção e porta de entrada preferencial do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado, e atendendo às suas necessidades de saúde.
       4.Prestação de serviços especializados em lugar adequado.
     5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração assistencial por todo o contínuo da atenção.
    6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em conta as particularidades culturais, gênero, assim como a diversidade da população.
   7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar uma missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região de saúde; definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no curto, médio e longo prazo; articular as políticas institucionais; e desenvolver a capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e das organizações.
     8.Participação social ampla.
     9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico.
   10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos pelo alcance de metas da rede.
   11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede, com identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, origem étnica e outras variáveis pertinentes.
    12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas da rede.
   13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equidade em saúde.
    14. Gestão baseada em resultado.
            Elementos constitutivos da rede de Atenção à Saúde
  A operacionalização das RAS se dá pela interação dos seus três elementos constitutivos: população/região de saúde definidas, estrutura operacional e por um sistema lógico de funcionamento determinado pelo modelo de atenção à saúde.
            População e Região de Saúde 
            Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da comunidade, as RAS devem ser capazes de identificar claramente a população e a área geográfica sob sua responsabilidade. A região de saúde deve ser bem definida, baseada em parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar que as estruturas estejam bem distribuídas territorialmente, garantindo o tempo/resposta necessário ao atendimento, melhor proporção de estrutura/população/território e viabilidade operacional sustentável.
            Estrutura Operacional
         A estrutura operacional das RAS é constituída pelos diferentes pontos de atenção à saúde, ou seja, lugares institucionais onde se ofertam serviços de saúde e pelas ligações que os comunicam.
       Os componentes que estruturam as RAS incluem: Atenção Básica à Saúde – centro de comunicação; os pontos de atenção secundária e terciária; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança.
            Modelo de Atenção à Saúde
      O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográficas e epidemiológicas e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade. Para a implantação das RAS, é necessária uma mudança no atual modelo de atenção hegemônico no SUS, ou seja, exige uma intervenção concomitante sobre as condições agudas e crônicas.
            Funções da Atenção Básica nas Redes de Atenção a Saúde
      I - Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária;
        II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais;         
    III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para isso, é necessário incorporar ferramentas e dispositivos de gestão do cuidado, tais como: gestão das listas de espera (encaminhamentos para consultas especializadas, procedimentos e exames), prontuário eletrônico em rede, protocolos de atenção organizados sob a lógica de linhas de cuidado, discussão e análise de casos traçadores, eventos-sentinela e incidentes críticos, dentre outros. As práticas de regulação realizadas na atenção básica devem ser articuladas com os processos regulatórios realizados em outros espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da micro-regulação realizada pelos profissionais da atenção básica e o acesso a outros pontos de atenção nas condições e no tempo adequado, com equidade; e
            IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários.
            Redes Prioritárias
    A rede de atenção á saúde temática deve se organizar a partir da necessidade de enfrentamentos de vulnerabilidades, agravos ou doenças que acometam as pessoas ou as populações.
    Após pactuação tripartite, em 2011, foram priorizadas as seguintes redes temáticas: 
  • Rede Cegonha, que tem um recorte de atenção à gestante e de atenção à criança até 24 meses.
  • Rede de Atenção Psicossocial (com prioridade para o Enfrentamento do Álcool, Crack, e outras Drogas).

  • Rede de Atenção às Doenças e Condições Crônicas: iniciando-se pelo câncer (a partir da intensificação da prevenção e controle do câncer de mama e colo do útero).
   Todas as redes também são transversalizadas pelos temas: qualificação e educação; informação; regulação; e promoção e vigilância à saúde.
            Lógica Comum das Portarias de Redes Temáticas
            Na conformação das redes temáticas, tentou-se imprimir as seguintes lógicas:
Identificação dos componentes das redes temáticas e suas formas de articulação; Estabelecimento de fases para a implementação das redes, constando nas portarias específicas os passos necessários para o cumprimento das fases, como pode ser visto, como exemplo, na figura seguinte. Nem todas as redes identificaram a necessidade de todas as fases construídas inicialmente: diagnóstico e adesão; desenho da rede regional; contratualização dos pontos de atenção; qualificação dos componentes/pontos de atenção; e certificação da rede.



ATENÇÃO BÁSICA E A SAÚDE DA FAMÍLIA
            Diretriz conceitual
            O acúmulo técnico-político dos três níveis de gestão do SUS, na implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e da estratégia de Saúde da Família, elementos essenciais para a reorientação do modelo de atenção, tem possibilitado a identificação de um conjunto de questões relativas às bases conceituais e operacionais do que se tem denominado "Atenção Básica à Saúde" no Brasil, e de suas relações com os demais níveis do sistema. Esta discussão fundamenta-se nos eixos transversais da universalidade, integralidade e equidade, em um contexto de descentralização e controle social da gestão, princípios assistenciais e organizativos do SUS, consignados na legislação constitucional e infraconstitucional.
            A expansão e a qualificação da atenção básica, organizadas pela estratégia Saúde da Família, compõem parte do conjunto de prioridades políticas apresentadas pelo Ministério da Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde. Esta concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade.
            Os princípios fundamentais da atenção básica no Brasil são: integralidade, qualidade, equidade e participação social. Mediante a adstrição de clientela, as equipes Saúde da Família estabelecem vínculo com a população, possibilitando o compromisso e a corresponsabilidade destes profissionais com os usuários e a comunidade. Seu desafio é o de ampliar suas fronteiras de atuação visando uma maior resolubilidade da atenção, onde a Saúde da Família é compreendida como a estratégia principal para mudança deste modelo, que deverá sempre se integrar a todo o contexto de reorganização do sistema de saúde.
            Gestão
            O Departamento de Atenção Básica (DAB), estrutura vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde, no Ministério da Saúde, tem a missão institucional de operacionalizar essa política no âmbito da gestão federal do SUS. A execução dessa política é compartilhada por estados, Distrito Federal e municípios. Ao DAB cabe, ainda, desenvolver mecanismos de controle e avaliação, prestar cooperação técnica a estas instâncias de gestão na implementação e organização da estratégia Saúde da Família e ações de atendimento básico como o de Saúde Bucal, de Diabetes e Hipertensão, de Alimentação e Nutrição, de Gestão e Estratégia e de Avaliação e Acompanhamento.
            Saúde da Família
            A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para as equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no contexto do SUS.
            A estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizador do SUS, condicionada pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no Brasil. A velocidade de expansão da Saúde da Família comprova a adesão de gestores estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 1994, apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos. A consolidação dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no âmbito dos municípios e pela capacidade de produção de resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida.
            A Saúde da Família como estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas às equipes saúde da família.
            Equipes de Saúde
            O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes da equipe e desses com o saber popular do Agente Comunitário de Saúde. As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental.
            Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de, no máximo, 4 mil habitantes, sendo a média recomendada de 3 mil habitantes de uma determinada área, e estas passam a ter corresponsabilidade no cuidado à saúde. A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se: como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde.
            E, ainda: por estabelecer vínculos de compromisso e de corresponsabilidade com a população; por estimular a organização das comunidades para exercer o controle social das ações e serviços de saúde; por utilizar sistemas de informação para o monitoramento e a tomada de decisões; por atuar de forma intersetorial, por meio de parcerias estabelecidas com diferentes segmentos sociais e institucionais, de forma a intervir em situações que transcendem a especificidade do setor saúde e que têm efeitos determinantes sobre as condições de vida e saúde dos indivíduos-famílias-comunidade.
            Agentes Comunitários de Saúde
            O Programa de Agentes Comunitários de Saúde é hoje considerado parte da Saúde da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, este pode ser considerado um programa de transição para a Saúde da Família. No PACS, as ações dos agentes comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde.
            Os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas situações distintas em relação à rede do SUS:
a) ligados a uma unidade básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família; e
b) ligados a uma unidade básica de Saúde da Família como membro da equipe multiprofissional. Atualmente, encontram-se em atividade no país 204 mil ACS, estando presentes tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industrializados.
Valorização Profissional
            O Ministério da Saúde reconhece e valoriza a formação dos trabalhadores como um componente para o processo de qualificação da força de trabalho no sentido de contribuir decisivamente para a efetivação da política nacional de saúde. Essa concepção da formação busca caracterizar a necessidade de elevação da escolaridade e dos perfis de desempenho profissional para possibilitar o aumento da autonomia intelectual dos trabalhadores, domínio do conhecimento técnico-científico, capacidade de gerenciar tempo e espaço de trabalho, de exercitar a criatividade, de interagir com os usuários dos serviços, de ter consciência da qualidade e das implicações éticas de seu trabalho.
            Desafios Institucionais
            Como desafios institucionais para expandir e qualificar a atenção básica no contexto brasileiro destaca-se:
          1 - a expansão e estruturação de uma rede unidades básicas de saúde que permitam a atuação das equipes na proposta da saúde da família.
           2 - a contínua revisão dos processos de trabalho das equipes de saúde da família com reforço as estruturas gerenciais nos municípios e estados.
        3 - a elaboração de protocolos assistenciais integrados (promoção, prevenção, recuperação e reabilitação) dirigidos aos problemas mais frequentes do estado de saúde da população, com indicação da continuidade da atenção, sob a lógica da regionalização, flexíveis em função dos contextos estaduais, municipais e locais
      4 - ações que visem o fortalecimento das estruturas gerenciais nos municípios e estados com vistas a: programação da atenção básica, supervisão das equipes, supervisão dos municípios, supervisão regional, uso das informações para a tomada de decisão.
       5 - revisão dos processos de formação, educação em saúde com ênfase na educação permanente das equipes, coordenações e gestores.
       6 - a definição de mecanismos de financiamento que contribuam para a redução das desigualdades regionais e para uma melhor proporcionalidade entre os três níveis de atenção;
       7 - a institucionalização de processos de acompanhamento, monitoramento e avaliação da atenção básica;
      8 - ações articuladas com as instituições formadoras para promover mudanças na graduação e pós-graduação dos profissionais de saúde, de modo a responder aos desafios postos pela expansão e qualificação da atenção básica, incluindo aí a articulação com os demais níveis de atenção.
            Desempenho
- Modelo de Atenção à Saúde do Brasil é referência internacional.
- Estratégia Saúde da Família como desenhada no caso Brasileiro é destaque e modelo para outros países.
- Atenção Básica em Saúde é a pauta política dos gestores públicos.
- A estratégia Saúde da Família está consolidada nos municípios brasileiros.
- Estudos acadêmicos em curso demonstram que a Saúde da Família no período de 1992 a 2002 apresenta indicadores animadores como a redução da mortalidade infantil.
- Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade de São Paulo e Universidade de Nova York, demonstra que a cada 10% de aumento de cobertura o índice de mortalidade infantil cai em 4,6%.
- Aumento da satisfação dos usuários quanto ao atendimento recebido resultado das mudanças das práticas das equipes de saúde.
            Responsabilidades das Esferas Gestoras em Atenção Básica Federal
- Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica;
- Co-financiar o sistema de atenção básica;
- Ordenar a formação de recursos humanos;
- Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da atenção básica;
- Manter as bases de dados nacionais.
            Estadual
- Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em seu território;
- Regular as relações intermunicipais;
- Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em seu território;
- Co-financiar as ações de atenção básica;
- Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em seu território.
            Municipal
- Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território;
- Contratualizar o trabalho em atenção básica;
- Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e gerência);
- Co-financiar as ações de atenção básica;
- Alimentar os sistemas de informação;
- Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão.


BALANÇO HÍDRICO
Finalidades:
- Controlar rigorosamente a entrada e saída de líquidos do organismo.
Material Necessário:
-  01 Cálice graduado, 01 comadre, 01 par de luvas de procedimentos e impresso próprio.
Pré - Execução:
- Observar prescrição médica e/ou de enfermagem;
- Preparar o material;
- Lavar as mãos.
Execução:
- Identificar-se;
- Checar o leito e o nome do cliente;
- Orientar o cliente e acompanhante quanto a necessidade de mensurar todo líquido que for ingerido e eliminado;
- Orientar o cliente e familiares quanto a necessidade de não desprezar a urina;
- Calçar as luvas;
- Transferir o débito urinário para o cálice graduado;
- Elevar o cálice até a altura dos olhos e verificar a quantidade em ml de urina;
- Desprezar a urina no vaso sanitário e dar a descarga;
- Lavar, com chuveirinho, os utensílios utilizados e guardá-los;
- Deixar o ambiente em ordem.
Pós - Execução:
- Lavar as mãos;
- Realizar as anotações necessárias;
- Ao término de cada plantão, somar o líquido que foi infundido e ingerido e subtrair do volume total de diurese e de outras perdas (balanço parcial);
- Anotar o volume de episódios de vômitos, diarreia e etc...;
- Ao final do plantão noturno, deverá ser feito o balanço total de 24 horas.
Avaliação:    
- Fidedignidade das informações;
- Utilização correta do impresso.
Riscos / Tomada de Decisão:
- Cálculo incorreto: reorientar equipe quanto a utilização do impresso.


   O marco deste movimento ocorreu em 1986, durante a VIII Conferência Nacional de Saúde em Brasília, cujas propostas foram defendidas na Assembléia Nacional Constituinte criada em 1987. A Nova Constituição Brasileira, promulgada em 1988, incorporou grande parte destas idéias e garantiu o direito à saúde para todo cidadão, transformando-a num dever do Estado, através da criação de um sistema de acesso universal e igualitário, com ações voltadas para sua promoção, proteção e recuperação. (Brasil, 1988; Capítulo II; Pereira et al, 2003).
   Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), houve uma melhora significativa no perfil epidemiológico do país, com redução nos índices de mortalidade infantil, principal indicador mundial de desenvolvimento social, enquanto que na saúde bucal houve uma redução no índice de cáries entre crianças aos 12 anos de idade (OMS-FDI; Narvai et al ,1999; Brasil, 1988; Viana e Dal Poz, 1999). Porém, apesar do avanço na prevenção e controle da cárie entre crianças, a situação da saúde bucal dos adolescentes, adultos e idosos no Brasil ainda é considerada como uma das piores do mundo. Os problemas gengivais e as dificuldades para conseguir atendimento odontológico ainda persistem (Brasil Sorridente, 2004; 12° Conferência Nacional de Saúde, 2006).
   Na tentativa de melhorar o panorama da saúde no país e dando continuidade ao processo de reforma sanitária, o Ministério da Saúde criou em 1994 o Programa Saúde da Família, visando ampliar o acesso à saúde através de uma política de inclusão social. Baseado na experiência bem sucedida do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), lançado em 1991, que já utilizava a família como unidade de ação e cujos resultados foram significativos na redução dos índices de mortalidade infantil, o PSF foi introduzido com a finalidade de reafirmar os princípios básicos do SUS. A proposta foi a reorganização das práticas convencionais de atenção básica, antes voltadas para a doença, substituindo-as por ações de vigilância e promoção da saúde (MS, 2000, Viana et al,2000).
   A Promoção da Saúde tem como princípios a atenção aos seus fatores condicionantes e determinantes, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, a participação popular nas decisões, priorizando a vulnerabilidade e o risco de adoecimento de determinada comunidade e a união dos diversos setores da sociedade nas ações (Medronho, 2009). Tendo como base operacional a Unidade de Saúde da Família, inicialmente era formada por um médico generalista ou médico da família, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde.

    Para atender a grande demanda por serviços de saúde bucal da população e cumprindo o princípio constitucional da Integralidade da Atenção, as equipes de saúde bucal foram incluídas no PSF em 2000, através da Portaria 1.444 do Ministério da Saúde, com o objetivo de reorganizar as ações e visando ampliar o acesso a este tipo de serviço. As práticas odontológicas em saúde bucal coletiva, antes focadas na dor e na doença através de ações isoladas dentro de consultórios, foram substituídas por ações de proteção e vigilância à saúde
   Apesar de algumas falhas que ainda persistem, o SUS brasileiro é apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como exemplo para os demais países em desenvolvimento. O Programa de controle da AIDS, Saúde da Mulher e do Idoso são apenas alguns dos exemplos. O Brasil foi um dos pioneiros na quebra de patentes de medicamentos contra a AIDS, tuberculose e malária, cujo custo elevado inviabilizava a ajuda humanitária aos países africanos dizimados por estas doenças. Estes e outros programas relevantes serão apresentados aqui, numa próxima publicação.


CONSULTA DE ENFERMAGEM GINECOLÓGICA - Manual prático

1. IDENTIFICAÇÃO DA PACIENTE
1.1. Nome:_____________________________________________________________
1.2. Apelido: ___________________________________________________________
1.3. Data de nascimento: __/__/__
1.4. Idade: _____ anos
1.5. Endereço: __________________________________________________________
Complemento _____________  Bairro _____________   Cidade  __________________
1.6. Escolaridade: _______________________________________________________
1.7. Fumo: Sim (  )  Não(  )
1.8. Etilismo: Sim(  ) Não(  )
1.9. Uso de drogas: Não(  )  Sim(  )  _________________________________________

2. MOTIVO DA CONSULTA_______________________________________________
                                                                                                    
3. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL
3.1. Quando surgiu : _____________________________________________________
3.2. Localização: ________________________________________________________
3.3. Intensidade: ________________________________________________________
3.4. Sintomas: __________________________________________________________
3.5. Fatores que agravam e aliviam os sintomas: _______________________________
3.6. Alergiasmedicamentosa (  )   ____________________________________________
Alimentação (  )   ________________________________________________________ 
Anti-sépticos (  )  ________________________________________________________  
Adesivos (  )  ___________________________________________________________ 

4. HISTÓRIA MENSTRUAL
4.1. Menarca: ____ anos
4.2. Menopausa: ____ anos
4.3. Data da última menstruação: __/__/__
4.4. Fluxo menstrual:   Pouco(  )      Regular(  )       Muito(  )
4.5. Menstruação:  _______ dias
4.6. Ciclo menstrual: ______ dias
4.7.Sintomas menstruais
Cólica menstrual:   Não(  )   Sim(  )  Intensidade: _______________________________
Cefaleia:  Não(  )   Sim(  )  Intensidade: ______________________________________
Dores musculares: Não(  )   Sim(  )  Intensidade: _______________________________
Outros: ________________________________________________________________

5.0. HISTÓRIA SEXUAL
5.1. Primeira relação sexual: ______ anos
5.2. Quantidade de parceiros: ________
5.3. Frequência sexual: ________________
5.4. Lubrificação: Natural (  )  Artificial (  )
5.5. Dor na relação sexual: Sim(  )  Não(  )  Às vezes(  )
5.6. Sangramento na relação sexual: Sim(  ) Não(  )  Às vezes(  )
5.7. Doenças sexualmente transmissíveis: ____________________________________

6. CONTRACEPÇÃO
6.1. Tipo
Camisinha feminina(  )  masculina (  )
Pílula anticoncepcional(  )
Injeção(  )
Diafragma(  )
Diu (Dispositivo intra-uterino)(  )
Pílula do dia seguinte(  )
Cartelinha(  )
6.2. Alergia: Látex(  )  Injeção(  )  Pílulas(  )  Dispositivos(  )

7. HISTÓRIA OBSTÉTRICA
7.1. Nº de filhos: _________
7.2. Nº de gestações: _________
7.3. Nº partos:  Normais [  ]    Cesária [  ]  Aborto [  ]
7.4. Natimorto: __________________________________________________________
7.5. Intercorrências em gestações: __________________________________________
7.5. Amamentação materna: Não(  )  Sim(  )  Duração: __________________________

8. CORRIMENTOS
8.1. Quando surgiu:  _____________________________________________________
8.2. Intensidade:  Pouco(  )    Regular(  )    Muito(  )
8.3. Coloração: _________________________________________________________
8.4. Aspecto: ___________________________________________________________
8.5. Odor: _____________________________________________________________
8.6. Prurido: Sim(  )  Não(  )

9. SISTEMA MAMÁRIO
9.1. Dor ou sensibilidade nas mamas:  Não (  )   Sim (  ) 
Quando observou? ______________________________________________________ 
Onde é a dor? __________________________________________________________ 
Localizada ou generalizada? _______________________________________________ 
Foco doloroso é sensível ao toque? _________________________________________
Tem sensação de puxão ou queimação? _____________________________________
Alguma relação com o período menstrual? ____________________________________
9.2. Já observou nódulo ou espessamento na mama? Não(  )  Sim(  )
Quando surgiu? _________________________________________________________  
Onde?_________________________________________________________________
Cresceu desde então?  ___________________________________________________
Tem relação com período menstrual? ________________________________________
9.3. Alguma secreção proveniente do mamilo? Não(  )  Sim(  ) 
Quando surgiu? _________________________________________________________ 
Coloração? ____________________________________________________________ 
Consistência: Espessa(  )  Fluída(  )
Odor: _________________________________________________________________
9.4. Alguma erupção cutânea nas mamas? Não(  )  Sim(  )
Quando surgiu? _________________________________________________________
Onde começou: Mamilo(  )   Aréola(  )  Em torno da pele(  )
9.5. Tem história de doença de mama? Não(  )  Sim(  )
Que tipo? ______________________________________________________________
Como foi diagnosticado? __________________________________________________
Quando surgiu? _________________________________________________________
Como está sendo tratado? ________________________________________________

10. SISTEMA URINÁRIO
10.1. Volume urinário: Pouco(  )   Regular(  )   Muito(  )
10.2. Frequência urinária: ________vezes ao dia
10.3. Coloração: ________________________________________________________
10.4. Dor ou ardência ao urinar: Não(  )  Sim(  )
10.5. Histórico de doença do trato genito-urinário? _____________________________
10.6. Urina antes e após a relação sexual? Não(  )  Sim(  )
10.7. Método de higiênização: _____________________________________________

11. SISTEMA INTESTINAL
11.1. Quantidade de evacuações diárias: _____________________________________
11.2. Coloração das fezes: ________________________________________________
11.3. Consistência: ______________________________________________________
11.4. Constipação ou cólica intestinal: _______________________________________
11.5. Dor ou ardência ao evacuar: Não(  )  Sim(  )

12. ANTECEDENTES CIRÚRGICOS
12.1. Já sofreu alguma cirurgia ginecológica: Não(  )  Sim(  )Qual tipo: _____________
12.2. Houve uma complicação perioperatória: Não(  )  Sim(  )
Ficou com seqüelas? ____________________________________________________

13. HISTÓRICO FAMILIAR
13.1. História de doença ginecológica familiar: Não(  )  Sim(  )Qual tipo? ____________
13.2. Grau de parentesco: ________________________________________________
13.3. Óbitos decorrente da doença: Não(  )  Sim(  )

14. EXAME FÍSICO DAS MAMAS
14.1. INSPEÇÃO
Nº de mama: ________
Simetria: Simétricas(  )  Assimétricas(  )
Volume: Pequeno(  )  Médio(  )  Grande(  )
Forma: Globosa(  ) Periforme(  )  Discóide ou plana(  )  Pendente(  )
Consistência: Flácida(  )  Enrrigecida(  )
Modificação da pele e do mamilo: ___________________________________________
14.2. PALPAÇÃO
Presença de massa palpável: Não(  )  Sim(  )
Localização: __________________________________________________________
Consistência: Edematosa(  )  Cística(  )  Firme(  )  Endurecida(  )  Macia(  )
Mobilidade: Fixa(  )  Móvel(  )
Tamanho: Diâmetro _____  Comprimento ____ Largura _____  Espessura ______
Quanto à dor: Sensível(  )  Insensível(  )
Textura: Uniforme(  )  Nodular(  )  Granular(  )
14.3. EXPRESSÃO
Presença de secreção do mamilo: Não(  )  Sim(  )
Serosa(  )    Serosanguinolenta(  )  Purulenta(  )   Láctea(  )  Colostro(  )

JUSTIFICATIVAS
IDENTIFICAÇÃO: informações básicas e necessárias para o conhecimento da paciente.
MOTIVO DA CONSULTA: conhecer os aspectos principais do elemento causador do desequilíbrio das necessidades humanas.
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: conhecer o perfil de saúde, prever complicações.
HISTÓRIA MENSTRUAL: Conhecer o período fértil, o ciclo menstrual e se existe alguma complicação associada.
HISTÓRIA SEXUAL: Conhecer presença de DST’s, saúde sexual e prováveis distúrbios em relação a sexualidade.
CONTRACEPÇÃO: Conhecer os modos de contraceptivos usados pelos pacientes, e se há algum problema relacionado ao uso destes. 
HISTÓRIA OBSTÉTRICA: Conhecer gestações, abortos e possíveis problemas obstétricos.
CORRIMENTO: Conhecer presença de infecções e possíveis doenças sexualmente transmissíveis.
SISTEMA MAMÁRIO: Conhecer possíveis doenças e distúrbios relacionados à mama.
SISTEMA URINÁRIO: Conhecer possíveis infecções do trato genito-urinário e se está relacionado a higienização ou ato sexual.
SISTEMA INTESTINAL: Conhecer complicações que alteram o fluxo intestinal.
ANTECEDENTES CIRÚRGICOS: Conhecer doenças antecedentes, e possíveis sequelas causadas por estas.
HISTÓRIA FAMILIAR: Conhecer a herança familiar de saúde e sua relação com o estado de saúde do paciente, buscando os fatores de risco para o mesmo.

Controle Biológico

    O controle biológico clássico refere-se à exploração, introdução, criação, liberação, estabelecimento e colonização de inimigos naturais de pragas, com o objetivo de reduzir o nível populacional de um determinado organismo indesejável. Este trabalho envolve a transferência de organismos vivos de uma região para outra ou mesmo de um país para outro, onde sempre corre-se o risco de introduzir organismos indesejáveis, junto aos organismos benéficos. 
    A garantia na segurança de cada introdução é de vital importância ao país e realizada pelo Laboratório de Quarentena “Costa Lima” (LQCL), que apresenta como principal função o Intercâmbio Internacional e Quarentena de Agentes de Controle Biológico, relativo às solicitações de introduções desses agentes junto às Instituições de Pesquisa brasileiras, envolvendo procedimentos quarentenários, avaliação de risco desses agentes, criação e limpeza do material em laboratório. 
    Embora os agentes de controle biológico (ACBs) sejam considerados inócuos à biodiversidade em comparação aos agrotóxicos, toda proposta de introdução de organismos exóticos traz consigo um risco potencial de efeito adverso ao ambiente. Este deve ser avaliado antes que a introdução propriamente dita ocorra. 
    O impacto ambiental, aparentemente relevante para a conservação da biodiversidade, se refere à ação, direta ou indireta, sobre organismos benéficos não-visados, que poderiam comprometer não só à própria espécie alvo, mas também todos aqueles organismos que se relacionam com esta espécie, produzindo um efeito cascata e levando a um desequilíbrio ecológico, e mesmo à extinção de espécies.
    O aprimoramento do processo de avaliação de risco das introduções de agentes de controle biológico exóticos é realizado por meio de: 
1) elaboração de procedimentos de Avaliação de Risco e Impacto sobre Organismos Nativos Benéficos; 
2) identificação de indicadores nativos de risco; 
3) manutenção do Banco de Dados de Inimigos Naturais no Brasil; 
4) gerenciamento de um sistema nacional de informações de controle biológico disponível via Internet, incluindo diferentes Bases de Dados e uma Lista de Discussão sobre controle biológico de pragas.
    A introdução desses Agentes de Controle Biológico para a supressão de organismos exóticos pragas será segura se envolver ações de pesquisa para adequar uma avaliação técnica do risco, exploração, quarentena e efeitos sobre organismos não-alvo, minimizando possíveis efeitos adversos ao ambiente e à saúde humana.
    A análise de risco de agentes de controle biológico no País é estabelecida pelo desenvolvimento de protocolos que auxiliam na realização de avaliação de risco pré-introdução de inimigos naturais exóticos. Esta análise subsidia o Laboratório de Quarentena. Os protocolos serão baseados no Código de Conduta para Importação e Liberação de Agentes de Controle Biológico Exóticos, pela Organização Mundial de Alimentação e Agricultura (FAO, 1996) e pelo Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (COSAVE). Este Comitê tem harmonizado as regulamentações fitossanitárias na região (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai), por meio do Grupo Permanente de Trabalho em Controle Biológico (GTP-CB), que trata especialmente da elaboração de regulamentações e procedimentos harmonizados, visando a fomentar o uso e melhorar a segurança da utilização do controle biológico clássico naqueles países.

O SIGNIFICADO DE CUIDADO PARA
PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Maria Aparecida Baggio
           INTRODUÇÃO
O ensino de enfermagem busca capacitar o profissional à prestação de cuidado de saúde ao ser humano-paciente-cliente, à realização e aperfeiçoamento de tecnologias e procedimentos que promovam a saúde, previnam doenças e recuperem lesões; na impossibilidade de cura ou recuperação, favoreça uma morte digna e com o menor sofrimento possível. A este futuro profissional está assegurado um embasamento científico e o desenvolvimento de habilidades técnicas para atender às necessidades do outro, inerentes ao exercício da profissão. O cuidado profissional oferecido está alicerçado na aprendizagem obtida na escola e no exercício da profissão.
Algumas vezes, a educação profissional em nossa sociedade coíbe a criatividade e a individualidade dos alunos, por oferecer-lhes, como alternativa formal, a aquisição passiva de conhecimentos. O processo de formação e capacitação de recursos humanos necessita estar ligado ao desenvolvimento da criticidade do aluno para a habilitação de um profissional ativo e capaz de articular seus pensamentos e ideias. Tal formação deveria estar, igualmente, voltada às necessidades do sujeito enquanto ser humano e, não apenas à técnica, à cientificidade, à competitividade ou a excelência do cuidado prestado.
As propostas pedagógicas das instituições de ensino, particularmente do ensino de enfermagem, são mencionadas como facilitadoras para a aprendizagem sobre o cuidado humano, bastando, para isso, uma reflexão sobre a importância do assunto e adequadas formas de abordagem. Isso porque as pessoas envolvidas nesse processo aprendem e crescem umas com as outras e o processo de cuidar é produto desta interação que, por sua vez, resulta em auto-realização de ambos.
Segundo WALDOW (1998), os docentes das instituições formadoras de profissionais da área de enfermagem até discorrem sobre o cuidado holístico. Porém, tendem a informar aos estudantes conteúdos e conceitos já prontos, enfocando as patologias e os procedimentos técnicos a serem desenvolvidos nas ações de enfermagem e limitando e fragmentando o cuidado, a simples intervenções. Em que momento este aluno é estimulado a refletir sobre o cuidar/cuidado?
Tomando por base uma investigação anterior (dissertação de Mestrado), o presente artigo tem como objetivo compreender o significado de cuidado para os profissionais da equipe de enfermagem que cuida do ‘outro’ em seu cotidiano. Neste artigo apresentarei alguns significados de cuidado do outro, elucidados pelos profissionais do estudo em questão, indispensáveis para uma prática de cuidado de si mesmo e do outro.
Cabe ressaltar, no entanto, que a discussão sobre a temática não será aprofundada neste artigo, visto que não se constitui no tema central do estudo realizado. Neste momento, a intenção é apresentar alguns resultados obtidos que permitam a reflexão por parte dos leitores.
METODOLOGIA
Para atender a proposta do estudo foi utilizado o método exploratório descritivo de abordagem qualitativa. Participaram doze profissionais (quatro auxiliares de enfermagem, três técnicos de enfermagem e cinco enfermeiros) que atuam na rede pública e na rede particular no interior do Estado do Rio Grande do Sul e que atuam em diferentes locais como: CAIS (Centro de Atendimento Integrado à Saúde), Postos de Saúde, Hospitais filantrópicos e particulares. Estes foram selecionados aleatoriamente. Para garantir o anonimato os sujeitos foram denominados por nome de flores.
A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista estruturada utilizada para caracterizar os sujeitos da pesquisa e, semiestruturada para conhecer os diferentes posicionamentos individuais sobre o tema de estudo.
As entrevistas foram realizadas após o consentimento dos sujeitos de acordo com a Resolução 196/96. Para o registro dos dados procedeu-se a entrevistas audiogravadas conforme autorização dos entrevistados, posteriormente transcritas e submetidas ao processo de conferência de transcrição.
Os dados coletados foram analisados qualitativamente por meio da leitura e releitura das entrevistas de acordo com a análise de conteúdo, segundo MINAYO (1996).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O cuidador de enfermagem inserido em uma organização que presta serviço ao ‘outro’ é responsável pela qualidade do atendimento que é dispensado ao ser cuidado e, para tal, deve empenhar-se e oferecer o melhor de si para assegurar um cuidado humanizado (COSTENARO & LACERDA, 2001).
Indubitavelmente, o exercício do cuidado é uma tarefa difícil e desafiadora. Cuidar, segundo SILVA & GIMENES (2000, p. 307), “é servir, é oferecer ao outro como forma de serviço, o resultado de nossos talentos, preparos e escolhas”, esses adquiridos em nossa vivência de cuidador, demonstrando ao ser cuidado atitudes de cuidado oriundas do nosso conhecimento, afeto e habilidades, as quais, na direção do outro, se transformam em ações que refletem o ser humano que somos e a forma como nos cuidamos.
O ser cuidador, para exercer o cuidado, de acordo com SlLVA & GIMENES (2000), precisa perceber o 'outro' como ele se mostra, nos seus gestos e falas, na sua dor e limitação, pois, por trás de cada situação física de doença, há uma história de vida que pode ser percebida em muitos detalhes. Certamente, o corpo físico revela, mesmo que timidamente, muitas informações saudáveis e doentias ali armazenadas.
O ambiente hospitalar é possuidor de características que deixam as pessoas vulneráveis, por ser tenso, sombrio, triste e, às vezes, desalentado. Por sua vez, as pessoas enfermas são submetidas a procedimentos, exames, manipulações que desgastam a si próprios, familiares, amigos e, por que não, a própria equipe que presta os cuidados, principalmente a equipe de enfermagem, que é diretamente responsável pelos cuidados deste ser.
Ao buscar o significado de cuidado, identificado a partir dos discursos dos sujeitos, foi possível identificar os seguintes significados de cuidado do outro.
O cuidado verbal e não-verbal
Na perspectiva da enfermagem, cuidar do 'outro' significa atender às suas necessidades com sensibilidade, presteza e solidariedade, mediante ações e atitudes de cuidado realizadas para promover o conforto e o bem-estar. O cuidado manifestado conjuga a integridade física e emocional num processo de troca entre cuidador e ser cuidado.
É possível perceber o cuidado de enfermagem verbal e não-verbal, quando se manifesta por meio da conversa, do toque, com a intencionalidade de transmitir tranquilidade, carinho, conforto, segurança, atenção e bem-estar, como apontam os depoimentos a seguir:
...Prestar atendimento, tratar muito bem as pessoas que já estão lá, que estão doentes, estão sensíveis elas querem um pouco de atenção ali, que converse [...] não atender assim, mal, sabe [...] (Violeta).
...Tem que atender quando o paciente chama [...] atender bem, de preferência com um sorriso [...] conversar e dar atenção (Camélia). 
...É eu transmitir segurança, conforto, bem-estar [...] carinho pro paciente [...] (Jasmim).
...Conforto, ta mal deitado, deitar ele direitinho, a posição que ele quer, que fica bem [...] tranqüilizá-lo, conversar (Girassol).
O toque é uma manifestação de cuidado não-verbal e demonstra preocupação com o 'outro', o cliente. O ato de tocar aproxima os seres humanos; neste caso, aproxima o cuidador e o ser cuidado. Tulipa, que trabalha em bloco cirúrgico, percebe que o cuidado, por meio do toque, permite sua aproximação com o cliente podendo, neste momento, transmitir-lhe segurança e conforto, principalmente para os mais idosos, conforme salienta a seguir.
Ao entrar no bloco cirúrgico, o cliente aguarda em uma maca até ser encaminhado à sala cirúrgica para o ato operatório. Percebe, o sujeito, que o cliente que está aguardando até ser encaminhado à referida sala, quando tocado e abordado com carinho e atenção, demonstra sua gratidão pelo olhar e, segundo seu relato, “os olhos deles olham diferente”.
...Ah, uma coisa que eu acho muito importante é tocar. Tocar às vezes, assim, tu tem um paciente numa maca ali esperando, pra ir pra sala. Você passa e puxa a coberta e tapa ele, tapa o ombro que está destapado. Como é que você está? Principalmente as pessoas de mais idade. Eu noto assim, parece que o olho deles olha diferente, sabe. Eu acho assim, que às vezes um simples toque dá uma sensação de conforto e de segurança [...] (Tulipa).
A tal respeito, BETTINELLI (1998) aponta que o toque, enquanto cuidado, é uma forma de aproximação humana que estimula a sensibilidade e desperta, nas pessoas envolvidas, a possibilidade de troca, reciprocidade e solidariedade na assistência.
Indubitavelmente, Tulipa apresenta sensibilidade e solidariedade em suas atitudes; atitudes estas, que solidificam o sentido do cuidado em enfermagem. Nesse mesmo sentido, COSTA (1998) lembra que uma das características de proximidade física entre o cliente e o cuidador no exercício do cuidado é o toque que, por sua proximidade, favorece o calor humano e o cuidado humanizado.
Minimizando a dor física pelo cuidado
Ao expressarem os seus valores sobre o cuidado humano, os sujeitos desta pesquisa demonstraram a preocupação em minimizar a dor física apresentada pelo cliente, entendendo tal movimento como manifestação do cuidado. A intenção de aliviar o sofrimento do ser humano que está sob seus cuidados, manter sua dignidade e seus direitos de cidadão nos momentos de fragilidade e dor, denotam o significado do cuidado ao 'outro'.
A administração de drogas para minimizar a dor física, prescrita pelo médico assistente, é uma das funções da enfermagem e, ao mesmo tempo permite, a partir da aproximação do cuidador durante o ato de medicar, confortar o paciente que está emocionalmente fragilizado, amenizando suas angústias e medos.
O sofrimento do paciente, causado pela manifestação de algum tipo de dor, provoca desconforto aos profissionais de enfermagem. Contudo, a tecnologia ora existente e a variedade de medicamentos disponíveis tornam possível a minimização do sofrimento, quando a causa é a dor. Os relatos a seguir enfatizam tal situação:
...Fazer técnicas, como a administração de medicamentos, prescritos no caso, pra que ele não sinta dor [...] fazer com que ele não sinta dor, que ele se sinta melhor do que ele está se sentindo no momento que ele tá internado, que ele melhore de saúde (Jasmim). 
Em primeiro lugar aliviar a dor [...] claro que depois vem outros cuidados, exames, coisa e tal...Mas em primeiro lugar é aliviar a dor (Girassol). 
Eu acho que tem que atender quando o paciente chama, se pede um calmante, uma coisa assim. Tem que atender rápido e ter os cuidados, necessários para o paciente (Camélia).
Cuidar com empatia para atender o todo
Há uma grande preocupação dos profissionais de enfermagem em “se colocar no lugar do outro”, transmitindo-lhe o que gostariam de receber se a situação fosse invertida, numa clara atitude de empatia.
Cuidar com empatia, neste estudo, significa entender e compreender o outro como gostaria de ser, também, compreendido, cuidado. Além disso, os cuidadores assumem o cuidado do outro como se fosse o seu próprio cuidado, como apontam os seguintes depoimentos:
...Eu cuido do paciente como eu gostaria que cuidassem de mim, se eu precisasse. Então eu acho que é muito importante a gente cuidar do paciente. Que eu cuido dele como eu gostaria que cuidassem de mim, se eu precisasse (Camélia).
...Acho assim que o que eu tô fazendo ali, o que eu faço pro paciente [...] o que eu tô fazendo pra pessoa eu tô fazendo pra mim mesmo. Eu me sinto bem fazendo isso [...] eu acho o que eu faço pra eles, pra mim é uma coisa boa também [...] 
(Margarida).
Segundo COSTA (1998), priorizar o cuidado do outro como cuidar de si mesmo implica sentir-se cuidado enquanto cuida, entendendo e compreendendo o outro com empatia; priorizar o outro é um ato de dedicação afetiva. Cuidar com empatia é entender a situação do outro, ver-se no lugar dele e sentir-se em proximidade e igualdade; envolve também atenção às necessidades físicas e psíquicas do ser cuidado.
...É como cuidar, tentar cuidar de si mesmo, né [...] acho que vai cuidar dele pensando como gostaria de ser cuidado, [...] acho que a parte física, a parte psíquica dele, sentimentos, Eu acho que é isso. Ter cuidado da pessoa como se tu tivesse pensando em ti também. Se colocando no lugar dele, entendendo, compreendendo, a empatia. Acho que é isso. Tu se colocar no lugar, daí a empatia em si acho que daí tu vai poder cuidar dessa pessoa(Orquídea).
A relação de empatia é desenvolvida a partir da capacidade de colocar-se no lugar do outro, seja em situações gratificantes ou de frustração. Os seres humanos são singulares e possuem histórias de vida peculiares a si, por isso, nem sempre será possível perceber do mesmo modo. No entanto, a empatia pode ser percebida de modo semelhante, não idêntica, mas próximo, muito próximo do que o outro percebe para si.
...Se colocar no lugar [...] eu imagino assim, tá indo pra um lugar [bloco cirúrgico], tá estressado, porque se tá aí porque está com algum problema de saúde e enxerga todas aquelas pessoas. Aí aquelas pessoas que não estão nem aí pra ti, te botaram pra cima de uma maca e te puxaram pra uma sala, conversando entre eles, rindo e contando piadinhas [...] e tu não sabe quem é quem, é todo mundo igual, com toca, com roupa azul. Eu imagino assim que deve ser uma situação muito desagradável. Como eu trabalho em bloco, Ah! pra nós pegar um paciente, passar pelo corredor e entrar numa sala é uma coisa que a gente faz oitenta vezes por dia [...] agora pra ele [...] (Tulipa).
Em seu relato, Tulipa elucida que se o paciente foi encaminhado até o bloco cirúrgico é porque possui algum problema de saúde e precisa passar por um processo cirúrgico, sendo este um motivo gerador de ansiedade e apreensão. E, ainda, estar inserido neste ambiente é um fator estressante para o paciente uma vez que, tal espaço, é compreendido como um ambiente hostil.
Alguns procedimentos rotineiros do setor exigem manipulação, como colocar o cliente sobre uma maca e transferi-lo para uma sala cirúrgica, desconhecida e fria, com várias pessoas distintas do seu cotidiano, sem saber quem é quem e, tal situação assusta o paciente que a vivencia. Essas pessoas são médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que formam uma equipe multiprofissional e que irá intervir para realizar o procedimento cirúrgico necessário. Trata-se de um setor diferenciado dos demais e nele se encontram pessoas distintas e, ao mesmo tempo, semelhantes por estarem paramentadas com roupas e toucas iguais e da mesma cor - azul. Saber quem é quem é tarefa difícil ao paciente.
O profissional que trabalha em bloco cirúrgico realiza atividades rotineiras, como, por exemplo, transportar os pacientes da entrada do setor até a sala cirúrgica e, desta, para a sala de recuperação. Assim, pelo depoimento do sujeito: Ah! pra nós pegar um paciente, passar pelo corredor e entrar numa sala é uma coisa que a gente faz oitenta vezes por dia [...] agora pra ele [...], percebe-se a sua sensibilidade em se importar com o possível desconforto do cliente nesta situação, atentando para a possibilidade de tornar a experiência vivida menos desagradável.
É também uma preocupação do sujeito deste estudo a conversa entre os profissionais da equipe que contam piadas e riem entre si neste ambiente ocasionando, talvez, uma situação desagradável para o paciente nele inserido.
Sabe-se que o bloco cirúrgico é caracterizado como um ambiente sobremaneira estressante para quem nele se encontra, e não é diferente para os profissionais que ali trabalham, pois o nível de tensão é muito grande. Em função disso, tem-se observado a utilização de mecanismos de defesa pelo trabalhador - individuais e coletivos - para evitar a manifestação ou instalação do estresse individual, desencadeado pelas atividades. A descontração, a piada, o riso são utilizados em determinados momentos para relaxar e liberar a tensão emocional, tanto dos profissionais quanto do paciente que, indubitavelmente, encontra-se ansioso e tenso neste meio.
É importante a preocupação expressa no depoimento do sujeito com o 'colocar-se no lugar do outro', imaginando o quanto pode ser desagradável ao paciente enfrentar um ambiente com tais características e atitudes dos profissionais que atuam neste contexto.
A preocupação do profissional de enfermagem estende-se, também, ao distanciamento físico entre o paciente e o seu familiar, pois a estes não é permitido o acesso no bloco cirúrgico. Neste caso, o cuidado é estendido para além das paredes que separam os ambientes interno e externo de tal bloco, por meio da ação cuidativa do profissional de enfermagem que se torna o elo entre o paciente e seu familiar, como se pode observar no relato a seguir:
...A família já não pode entrar, tem que ficar no lado de fora [...] às vezes também, chega alguém [familiar do paciente] na janela [do bloco cirúrgico] e diz assim: Ah! eu gostaria de saber como tá o fulano de tal, ele veio fazer uma cirurgia. Aí, ah! ele já tá na sala, mas você não pode mais ver ele [profissional de enfermagem]. Bah!, mas é que eu não pude chegar a tempo de ver ele antes da cirurgia, [familiar do paciente]. Então eu vejo assim, ó seu Antônio, [paciente], sua esposa chegou agora, gostaria de ver o senhor, mas o senhor não tem como sair da sala [sala cirúrgica], fica tranquilo, ela tá aí fora, ela perguntou como o senhor tá e ela vai ficar aguardando aí [profissional de enfermagem informa o paciente]. Eu sei que é coisa minha assim, mas eu sinto que o paciente, que o cliente, ele, dá uma sensação de segurança, assim, de não estar abandonado. Eu acho legal [...] (Tulipa).
A atitude de cuidado de enfermagem demonstra solidariedade e sensibilidade ao outro; denota preocupação com a integridade moral e dignidade do paciente como ser humano que é; demonstra consideração pelos aspectos não somente físicos, mas também os aspectos psíquicos do ser humano. O profissional de enfermagem, durante a realização do cuidado, busca um atendimento mais humano, considerando, igualmente, que o outro é um ser individual e único, como lembra o sujeito:
O que é cuidar do outro? É ver essa pessoa, esse cliente, como uma pessoa, como alguém que tá precisando não só de um cuidado físico, mas também o lado psicológico, né. Eu imagino assim: ir num lugar que tu nunca foi antes, ser atendido por pessoas que tu não conhece e aquela coisa, que tu às vezes eu comento, mas olha pro paciente, diz bom dia, chama pelo nome, é porque pra nós é uma coisa natural. Às vezes eu imagino assim, que nem esses dias numa reunião eu disse assim: digamos que vocês vão pra um país estranho, aonde você não sabe se vai pela direita, pela esquerda, tu não sabe como se dirigir, e tu fica perdido e as pessoas passam por ti e ninguém te dá bola, passa por ti e assim... [...] então deve dar uma sensação de desespero, né, de insegurança. Eu acho que cuidar do outro, é se preocupar com o físico e também com o psicológico das pessoas. Então eu acho que cuidar é se preocupar com um todo, ver o paciente como um todo, né? (Tulipa).
O cuidado está vinculado ao cuidar também com ação de prevenção. A preocupação do profissional de enfermagem necessita abranger não apenas o biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado holístico. Conforme COSTENARO & LACERDA (2001), o profissional de enfermagem não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é visível no corpo. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade.
O cuidado assumido pelos profissionais não deve focalizar a atenção somente no procedimento que está sendo realizado mas, sobretudo, precisa buscar toda e qualquer possibilidade de inserir o cuidado para promover uma melhor qualidade de sua vida ao outro, uma vez que o princípio norteador das ações de enfermagem é a educação do cliente e a sua compreensão sobre a importância da prevenção.
A orientação prestada pelo profissional de enfermagem visa adequá-la às necessidades do cliente, manifestadas ou não, pois cuidar envolve atender as carências do outro, percebidas pelo profissional de enfermagem, além daquelas referidas pelo paciente no momento da ação cuidativa. Para BETTINELLI (1998, p. 39) “o profissional de enfermagem deve ter a capacidade de utilizar a intuição e ter uma percepção bastante acurada para poder envolver-se mais durante o cuidado [...]”.
Um cuidado adequado às necessidades do cliente exige do profissional, como já apontado, a capacidade de perceber e identificar as necessidades do outro, sendo estes atributos advindos da experiência e prática constante no exercício da enfermagem. Quanto mais acurada for a percepção do profissional tanto mais poderá prestar o cuidado de acordo com as peculiaridades e singularidades de cada indivíduo. A interação é o elo entre o cuidador e o ser cuidado e que permite, ao primeiro, a percepção e a identificação das necessidades do segundo. É o que sugere o relato a seguir:
Cuidar do outro eu penso assim que é cuidar de uma forma integral, né [...] no sentido de prevenção. E aqui no setor onde eu trabalho, a gente trabalha com vacinas... Desde uma criança recém-nascida com o teste do pezinho, as primeiras vacinas até [...] não tem limite de idade. Então a gente vê a importância de prevenir a doença e não tratar [...] é mais a nível de consultas de rotina. Mas a gente percebe assim a questão do atendimento integral. Então aquela coisa, não só chegar e aplicar uma vacina, mas tu vê a pessoa assim como ser humano, né. Tu vê todas as condições dela, tu dá orientação. Tem que perguntar se a mãe tá amamentando direitinho, se o bebê tá mamando bem, se ela tá tendo alguma dificuldade, daí tu vai orientar a amamentação. Tu vê a questão da higiene, se aquela criança tá sendo bem cuidada, bem alimentada, cuidados com a desnutrição. Às vezes a gente percebe que a mãe não sabe o que fazer com a criança. Então a gente já aproveita e orienta, né. Porque não é somente tu aplicar uma vacina, tu vê, acho, o todo, né. Então eu acho que é principalmente tu não vê, assim, o recém-nascido só doente na tua frente, mas tu vê a pessoa como um todo. Tu vê todas as coisas que possam, que tu possa orientar pra ela [...] pra melhorar a qualidade de vida (Helicônia).
O cuidado de enfermagem é uma continuidade e deve ter envolvimento e ajuda de toda equipe para concretizar um trabalho conjunto entre os profissionais. Para tanto, é imprescindível transmitir ao colega que sucede no atendimento algo percebido como importante e que não foi possível realizar pelo paciente no momento anterior. Assim, entendo que todos os profissionais da enfermagem precisam contribuir com informações para a implementação dos cuidados, realizando um verdadeiro cuidado em equipe, como lembra Lírio:
Cuidar do cliente é atender todas as necessidades que eu percebo ou que ele me refere. Porque, às vezes, o cliente não pode falar ou gesticular o que ele tá precisando, mas eu tenho que observar e tenho que perceber o mínimo que ele tá precisando e tentar ajudar, cuidar [...] dirigir uma palavra ou uma higiene [...] tentar ajudar. Ajudar a cuidar o outro é atender as necessidades que ele tá sentindo naquele momento que eu tô presente [...] no meu turno de trabalho, por exemplo, ou até passar pra alguma colega alguma coisa que eu percebo e que eu não posso fazer no momento.
Cuidar é suprir necessidades do outro de acordo com o seu estágio de desenvolvimento e a situação que se encontra. Cuidar de uma criança hospitalizada num setor cuja permanência da mãe e do pai é, ainda, restrita devido ao controle de infecção hospitalar, sensibiliza os profissionais que tentam oferecer a essas crianças um cuidado integral. O profissional identifica as necessidades de cuidado do outro e verifica os meios disponíveis para supri-los com afetividade, conforme aponta o sujeito a seguir:
...Bom eu percebo que no meu setor [CTI pediátrica] são desde o entretenimento, uma TV que faça uma diferença para as crianças, brinquedos, carinho, atenção, toda dedicação, até em dar a dieta, o banho, tudo isso. Eu entendo que faz parte do cuidado. Acho bem mais importante essa atenção de suprir essas necessidades, tipo a falta da mãe, a diferença do ambiente que eles estranham bastante, assim, pessoas desconhecidas. Tentar ficar mais próxima das crianças que já tenham entendimento disso, né? Eu entendo que de certa forma, suprir todas as necessidades do outro tanto em todos os aspectos biopsicossocial. Pra mim é isso(Bromélia).
O profissional de enfermagem busca, nas suas ações, auxiliar o ser humano que está hospitalizado a superar as dificuldades encontradas, promovendo a presença, o bem-estar e a recuperação da sua saúde e utiliza-se de recursos disponíveis para suprir as necessidades biopsicossociais deste ser, como lembraIpê:
Ajudar nos cuidados que eles não têm, que eles não têm condições de fazer por eles mesmos, né. Isso é cuidado [...] cuidado, orientação, pra que ele aprenda se cuidar também. Cuidar dele no que ele não tem condições de fazer por ele mesmo, ajudar ele na autoestima, educar ele pra que ele aprenda também a se cuidar.
Cuidar é também ajudar o outro a cuidar-se, orientar, educar, ajudar na melhora da autoestima do cliente que se encontra em uma situação de fragilidade; é ajudar o outro a satisfazer as suas necessidades e cuidados próprios; é assegurar que o ser cuidado obtenha o máximo de bem-estar possível, de acordo com as suas condições/possibilidades, já que, segundo Rosa,
...Cuidar do outro eu acho que é dar atenção, escutar, orientar, ouvir. O cuidado propriamente dito. Que seria, esse paciente vem te procurar pra quê? Pra um curativo? Então você faz o curativo, pode conversar com ele. Muitas coisas se resolvem ali. Orientar [...] uma mãe que vem fazer uma vacina no filho, pergunta mil e uma coisa. Você vai orientando, vai conversando. Quantos filhos ainda tem? Se eles são vacinados? Tu vai perguntando. É cuidar do outro. Pra mim é um cuidado.
Cuidar solidariamente, segundo BETTINELLI (1998), significa ter atitudes, executar técnicas e procedimentos, mantendo um diálogo educativo de forma a intensificar a relação entre o ser cuidado e o cuidador.
O envolvimento e o processo de cuidar
 Violeta que é cuidadora e pôde experienciar uma situação, em que precisou ser cuidada pelo colega e profissional de enfermagem, afirma que cuidado é mais do que administrar uma medicação, é presença, atenção, diálogo, é fazer sentir-se bem; cuidar é ter paciência e confortar o outro, pois nenhuma medicação tem o efeito de confortar, acarinhar ou dar atenção. Contudo, a confiança entre os sujeitos envolvidos (cliente e profissional) é um imperativo essencial para a consolidação do cuidado, como lembra Violeta:
...Eu já fiquei doente [...] tava ruim, me senti sozinha, mal assim sabe. Ninguém foi lá me ver. E tinha as gurias, a Fulana [auxiliar de enfermagem e colega] me atendeu super bem, foi lá conversou comigo. Aquilo lá foi além da medicação, sabe, além da medicação, foi lá conversou comigo que eu tava ruim. Ficou lá e fez eu me sentir bem. Eu acho que é isso o cuidado da pessoa. Além de dar a medicação, tem que, sei lá, tem que ter um [pausa] ah! [pausa] como é que eu vou te explicar [pausa] tem que tratar bem, tem que tratar bem. Eu tava ruim aquele dia, tava ruim, era tudo junto. Eu tava com um medo, um medo, de medicação na veia. A Fulana veio e disse: calma Violeta, calma, tu vai se sentir melhor, não sei o que e conversando, sabe, eu já fui me esquecendo daquilo. Tem que ter paciência. Na hora tu não tem paciência, quer que passe, tava com uma dor de cabeça horrível, uma náusea horrível, tava ruim, tava me sentindo ruim, mal-estar. Ela foi lá conversou comigo, disse: ó, tu dorme, tu descansa, qualquer coisa que tu não tiver se sentindo bem tu pega e tu me chama, sabe. Chega e já conversa contigo sabe, faz tu se sentir à vontade, bem, se sentir bem.
Num passado não muito distante, o envolvimento da enfermagem com o paciente era evitado, contraindicado, não estimulado. O profissional não deveria se envolver com o paciente, sendo que, os próprios colegas alertavam: ‘olha o envolvimento!’. Atualmente se questiona a atitude de ‘não envolvimento’, pois se preconiza que, para haver um cuidado humanizado e adequado ao outro ser é necessário que ocorra a empatia, a afetividade, o envolvimento, a aproximação entre o cuidador e o ser cuidado com a finalidade terapêutica, não limitada à simples execução de técnicas ou cumprimento das atividades concernentes à enfermagem.
WALDOW (1998) considera o cuidar não apenas como uma tarefa a ser executada no sentido de tratar uma ferida ou auxiliar na cura de uma doença e, sim, num sentido mais amplo como um cuidado por meio do ‘relacionamento com o outro, como uma expressão de interesse e carinho’.
Quem cuida do outro em seu cotidiano está susceptível a vivenciar também sentimentos desagradáveis que lhe causam sofrimento, principalmente, quando o vivenciado é a morte. A enfermagem é uma das profissões em que ocorre um grande desgaste emocional do trabalhador devido à constante interação com seres enfermos, muitas vezes, acompanhando o sofrimento, como a dor, a doença e a morte do ser cuidado.
É possível cuidar sem envolvimento? É possível não se apegar, não se envolver, principalmente quando o ser cuidado é uma criança? Margarida afirma que tenta não se apegar porque lhe faz mal experienciar a perda do outro, seja na alta hospitalar seja na própria morte. Mas é possível evitar o apego e a dor da perda quando cuidamos?
Alguns profissionais interpõem barreiras na relação de cuidado, alegando o não envolvimento como necessário para evitar o sofrimento limitando, dessa forma, a atitude de cuidar. Devido a situações de sofrimento, frente ao sentimento de perda do outro, o profissional busca alguns mecanismos de defesa individual para não sofrer constantemente a cada situação vivenciada. Em muitos casos, se esses mecanismos não forem utilizados, o profissional se tornará incapaz de desenvolver suas atividades.
Em seus estudos, PITTA (1999), assinala alguns mecanismos de defesa, sendo a fragmentação da relação técnico-paciente uma relação na qual o profissional evita um contato muito próximo ao ser cuidado como meio de se defender da própria dor e sofrimento diante de situações críticas, pois o não envolvimento afetivo nessa relação evita o sofrimento com a dor ou a perda do outro. Será possível cuidar do outro sem se envolver? Vejamos o que aponta Margarida:
...No sentido de doença [...] eu não procuro me apegar. Que assim, claro que tu acostuma com o paciente ali, daí tu fica. Mas eu não costumo me apegar assim, porque eu acho que isso não faz bem pra gente [...]. O B., aquele menino que morreu. Aquele ali tu sente, né? Eu senti assim na hora. Só que eu não posso, porque eu acho que isso faz mal pra ti. Eu penso assim, que tu tá aqui pra ajudar, já fazendo o que precisa ajuda, não pode ter pena.
Entre a equipe multiprofissional, os membros da equipe de enfermagem são os que ficam mais próximos do paciente, pois trabalham mais diretamente na sua prestação de cuidados. Alguns pacientes ficam vários dias, vários meses internados na mesma unidade. É possível não se apegar, não se envolver durante a convivência?
BETTINELLI (1998) aponta que alguns profissionais de enfermagem na relação de cuidado demonstram um envolvimento com o paciente bastante superficial, supervalorizando os aspectos científicos, as rotinas, os problemas burocrático-administrativos, as normatizações de técnicas e de procedimentos. Estas atitudes denotam a impessoalidade do cuidador, sendo a intuição, o envolvimento, a sensibilidade e a solidariedade substituída pelo mero cumprimento de tarefas rotineiras, fazendo com que a relação com o paciente se torne fragmentada, fria, simplificada e, às vezes, distante, transformando o ser humano em um objeto do cuidado.
O autor considera que a visão tecnicista do profissional de enfermagem pode afastá-lo cada vez mais do ser cuidado e ainda, impedir as reflexões sobre sua postura e conduta profissional, podendo tornar-se antiética.
          CONCLUSÃO
A prática do cuidado pelo profissional de enfermagem, objetiva prioritariamente cuidar do outro, direcionando a atitude cuidativa para o ser que está sob os seus cuidados. O cuidar do outro, pelas trocas que proporciona, traz para o cuidador sentimentos de prazer e satisfação, ou seja, cuidar do outro é também cuidar de si mesmo.
Evidencia-se o cuidado do outro pelo profissional de enfermagem de maneira verbal e não-verbal, atendendo os aspectos físico e emocional, de modo a preservar a dignidade de ser humano que é. A dor manifestada pelo outro sensibiliza o profissional, que busca em suas ações o seu alívio, mediante atitudes de empatia na prática cuidativa.
O ‘envolvimento’ no cuidado de enfermagem é apontado como indispensável para cuidar como medida de aproximação entre o cuidador e o ser cuidado com finalidade terapêutica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTINELLI, L.A. Cuidado Solidário. Passo Fundo-RS: Pe. Berthier, 1998.
COSTA, A.L.R.C. O cuidado como trabalho e o cuidado de si no trabalho de enfermagem. 1998. 150p. Dissertação (Mestrado). Pós Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina / Universidade Federal do Mato Grosso. Florianópolis (SC).
COSTENARO, R.G.S.; LACERDA, M.R. Quem cuida de quem cuida? Quem cuida do cuidador? Santa Maria: Unifra, 2001.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4. ed. São Paulo: Hucitec/Abrasco, 1996.
PITTA, A. Hospital dor e morte como oficio. 4. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
SILVA, M.J.P.; GIMENES, O.M.P.V. Eu – o cuidador. Rev. O mundo da saúde, São Paulo, ano 24, v. 24, n. 4, p. 307-309, 2000.
WALDOW, V.R. Cuidado humano: o resgate necessário. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998. WALDOW, V.R. Cogitando sobre o cuidado humano. Cogitare Enferm., Curitiba, v. 3, n. 2, p. 7-10. 1998.


DESNUTRIÇÃO PROTEICO-CALÓRICA
Agravo desencadeado por uma má-nutrição, na qual são ingeridas quantidades insuficientes de alimentos ricos em proteínas e/ou energéticos a ponto de suprir as necessidades do organismo. A desnutrição pode originar-se de forma:
  primária : baixo nível socioeconômico - pobreza, privação nutricional, más condições ambientais levando a infecções e hospitalizações frequentes, baixo nível educacional e cultural, negligência, falta de amamentação, privação afetiva. Neste caso a correção da dieta bastará para que se obtenha a cura.
 secundária: apesar de haver oferta existem outros fatores que impedem a ingestão e absorção dos alimentos - má-absorção, estenose do piloro, ou aumentam a sua necessidade - hipertireoidismo. Sua evolução estará na dependência da doença que a ocasionou.
    mista: situação em que os dois mecanismos estão envolvidos.
A baixa ingestão energética leva o organismo a desenvolver mecanismos de adaptação: queda da atividade física em comparação com crianças normais; parada no crescimento (falta de ganho de peso e altura) e alteração da imunidade.
A desnutrição pode ser classificada por diversos critérios, porém no Estado de São Paulo, utiliza-se percentis (valores que dividem o conjunto ordenado de dados obtidos em 100 partes iguais). Os percentis de corte escolhidos foram 10 e 90. Assim, considera-se normal valores compreendidos entre os dois.
A gravidade da desnutrição também pode ser classificada segundo critérios de Gomez, em 1º, 2º e 3º graus, conforme a perda de peso apresentada pela criança.
     Desnutrição de 1º grau ou leve - o percentil fica situado entre 10 e 25% abaixo do peso médio considerado normal para a idade.
     Desnutrição de 2º grau ou moderada - o déficit situa-se entre 25 e 40 %.
     Desnutrição de 3º grau ou grave - a perda de peso é igual ou superior a 40%, ou desnutridos que já apresentem edema, independente do peso.
Em termos populacionais há um predomínio da desnutrição de 1º grau, onde o organismo adapta-se à uma alimentação abaixo de suas necessidades, que, em geral, predomina por toda vida. Com isso, há uma parada no crescimento. É por isso que "em estudos populacionais a estatura é tão valorizada, sendo encarada como indicador do estado nutricional atual ou, principalmente, pregresso" (LOPES____). Estudos já comprovaram que as camadas mais pobres da sociedade têm uma alimentação geralmente equilibrada, sob o aspecto qualitativo, porém em quantidade insuficiente.
Existem algumas pesquisas relatando que a desnutrição grave pode ser decorrência de falta de vínculo mãe-filho que levam a mãe a descuidar da criança a ponto de por sua vida em perigo. Estabelecem uma associação entre o grave déficit nutricional e vínculo inseguro e desorganizado entre mãe-filho. Porém esta mãe normalmente não recebeu carinho em sua infância, com isso não consegue ofertar ao filho. Acha-se incapaz, que seu leite é fraco e tem baixa autoestima. Assim, acreditam ser desnecessário investirem nas crianças por não serem boas mães. É um ciclo vicioso que a equipe multiprofissional vai precisar trabalhar para reverter essa situação.
A desnutrição grave pode apresentar-se de três formas: Marasmo, Kwashiorkor e Marasmo-Kwashiorkor.
1.   Marasmo: criança fica com baixa atividade, pequena para a idade, membros delgados devido a atrofia muscular e subcutânea, costelas proeminentes, pele se mostra solta e enrugada na região das nádegas, apresenta infecções constantes, comumente é irritadiça e seu apetite é variável.
2.   Kwashiorkor: déficit importante de estatura, massa muscular consumida, tecido gorduroso subcutâneo preservado, alterações de pele dos membros inferiores, alterações dos cabelos, hepatomegalia, face de lua, anasarca e baixa concentração sérica de proteínas e albumina, área perineal frequentemente irritada com dermatites e escoriações devido a diarreias. Apatia exagerada, raramente responde a estímulos e não apresenta apetite.
3.   Marasmo-Kwashiorkor: a origem pode ser de um marasmo que entrou em déficit proteico ou um Kwashiorkor que passou a sofrer déficit energético. Estão presentes: retardo da estatura, do desenvolvimento neuropsicomotor e queda da resistência imunológica.
O tratamento da desnutrição está intimamente relacionado com aumento de oferta alimentar, que deve ser feito de forma gradual em função dos distúrbios intestinais que podem estar presentes. Após a reversão deste quadro, fornecer dieta hipercalórica para a recuperação do peso da criança; corrigir distúrbios hidro-eletrolíticos, ácido-básicos e metabólicos e tratar das patologias associadas; obtenção de adesão da mãe ao tratamento, o que irá facilitar a recuperação da criança em menor tempo e com maior intensidade.
Por se tratar de um problema, em sua maioria das vezes, social é importante que a equipe de saúde esteja atenta, encaminhando esta família para assistentes sociais, comunidades de bairro e pastorais da criança para que consigam algum tipo de auxílio para suprirem suas carências.
A não-criação de vínculo mãe-filho também pode levar uma criança a desenvolver desnutrição em função da negligência. Outras vezes a falta de informação leva a um preparo inadequado dos alimentos, levando a família a alimentar-se com uma dieta pouco nutritiva.
Os profissionais não podem culpar a família pela debilidade de seus filhos, cabe a nós orientá-los para evitar danos à saúde de nossas crianças e adolescentes, promovendo o fortalecimento do vínculo da criança com a família, com informação. 
(...)


DIETOTERAPIA
Escrito por Dra. Andréa Esquivel
 
Hipócrates, da Grécia antiga, considerado pai da medicina, afirmou: "Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio". A Dietoterapia é uma ferramenta do nutricionista, que utiliza alimentos para o tratamento e prevenção de enfermidades, e contribui para que o organismo possa adquirir os nutrientes para manter a saúde
Alterações nas quantidades de nutrientes da dieta
Existem vários tipos de dietas terapêuticas restritivas que podem ser aplicadas de acordo com a enfermidade do paciente:
Dieta Hipossódica: dieta pobre em Sódio (Na), que se concentra em especial no sal de cozinha (cloreto de sódio Nacl). Indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas, com retenção de líquidos (edemas), dentre outros.
Dieta Hipercalórica: dieta rica em energia, que tem o objetivo de prevenir e tratar principalmente a desnutrição.
Dieta Hipoproteica: dieta pobre em proteínas, indicada para pacientes com ingestão controlada de proteínas, como os portadores de insuficiência real e cirrose hepática.
Dieta Hiperproteíca: dieta rica em proteínas, usada também nos casos de desnutrição, em pacientes traumatizados como queimados e no caso de hiperplasia tecidual em casos de tecidos lesionados.
Dieta Hipoglicidica: dieta pobre em glicídios (carboidratos e açúcares), que tem como principal objetivo diminuir a quantidade destes, sem diminuir necessariamente as calorias. Como no caso da dieta para portadores de diabetes, pobre em sacarose, o tradicional açúcar de mesa.
Dieta Hiperglicídica: por vezes uma carga glicêmica alta se faz necessário, aplicada em casos específicos de atletas e também em casos de intoxicação alcoólica. Em terapêutica de cirrose hepática é necessário restringir gorduras e proteínas, o que torna a dieta naturalmente hiperglicídica.
Dieta Hipolipídica: dieta pobre em gorduras, principalmente nas gorduras saturadas, indicada para pacientes com hipercolesterolemia, cirrose, cardiopatas e obesos.
Dieta Hiperlipídica: dieta com uma boa quantidade de gorduras, principalmente de Triglicerídeos de Cadeia Média (TCMs), geralmente indicada para tratamento de desnutrição grave e portadores de fibrose cística. Nem sempre pode ser associada à dieta hipercalórica. Pode ter apenas o foco de modificar a qualidade das gorduras na dieta.
A consistência da dieta ofertada também é um fator que deve ser levado em consideração dentro da dietoterapia. As dietas terapêuticas podem ser usadas de forma isolada ou mista, dependendo do objetivo da terapia. Como exemplo para paciente diabético, hipertenso, com disfagia: dieta Hipoglicidica simples, hipossódica e pastosa.
Dieta Normal: também conhecida como dieta livre, trata-se de refeição normal, indicada para pacientes sem restrições alimentares ou sem indicações dietoterápicas especificas. O paciente pode receber qualquer tipo de preparação de acordo com sua tolerância alimentar.
Dieta Branda: dieta composta por alimentos cozidos, com baixo volume de fibras sendo estas abrandadas pela cocção ou subdivisão. Com consistência mole ou macia, é normal em calorias e nutrientes. Moderada em resíduos é de fácil mastigação, deglutição e digestão. Indicada para pacientes com enfermidades que envolvam o trato digestório e também utilizada como transição para dieta livre.
Dieta Pastosa: indicada principalmente para pacientes com disfagia, dificuldades de mastigação e deglutição como ausência de dentes ou problemas motores, alterações gastrintestinais ou outras manifestações clinicas como pós-cirurgia. É composta por alimentos bem macios, bem cozidos, em forma de purê e papas.
Dieta Líquida: com o objetivo de ser facilmente deglutida e digerida. É indicada para disfagias, enfermidades febris, problemas na mastigação ou do aparelho digestório e utilizada normalmente no pré e pós operatório, tem um curto tempo de uso e pode ser dividida em dieta líquida clara (fornece líquidos, eletrólitos e com pequena quantidade de energia; trata-se de chás, suco de frutas, gelatinas) e dieta líquida completa que é constituída de líquidos e semi-líquidos, mas pobre em fibras. Empregada para diversas patologias e situações, por curto período.
Dietas Hospitalares
Todos os hospitais e instituições possuem dietas específicas padronizadas, delineadas para uniformidade e conveniência de serviço. Baseadas em padrão dietético apropriado.
As necessidades nutricionais do paciente deverão ser determinadas depois de diversas análises como: estado nutricional, histórico de cirurgia e medicamentos e outros tratamentos médicos, efeito da patologia que acomete o paciente e perdas nutricionais decorrentes.
No período de internação hospitalar, o paciente estará passivo a diversas dietas terapêuticas específicas, além das apropriadas para o pré e pós operatório. Estas dietas podem ser temporárias ou permanentes e sendo assim serão seguidas após a alta hospitalar. Além das dietas padrão relatadas acima, como normal, branda, leve, pastosa, líquida, outras dietas específicas se destacam, entre elas:
Dieta isenta de glúten: específica para portadores diagnosticados com doença celíaca. O glúten é a proteína presente em alguns cereais e em todos os seus derivados e produtos com estes ingredientes: trigo, centeio, cevada e aveia. A dieta é de exclusão permanente. No Brasil é obrigatório constar em todos os rótulos de produtos alimentícios as frases: “contém glúten” ou “não contém glúten”.
Dieta baixa em purinas: dieta específica para portadores de gota. A gota é uma enfermidade que caracteriza pelo aumento exagerado de ácido úrico no sangue. A restrição de alimentos que são fonte de purinas é a única terapêutica nutricional indicada.
Dieta baixa em colesterol: para pacientes cardiopatas ou hipercolesterolêmicos, onde serão restringidos os alimentos fonte de colesterol, ou seja, os alimentos gordurosos de origem animal, já que o colesterol não é produzido pelos vegetais. Pode ser temporária ou permanente.
Dieta para pacientes renais crônicos: indivíduos com doença renal crônica ou que esteja em fase de diálise, necessitam uma dieta extremamente restritiva e específica inclusive no volume hídrico.
Dietas hipocalóricas: as dietas hipocalóricas podem ser muito restritivas ou menos restritivas, sendo aplicadas de acordo com cada necessidade do paciente. Dietas a partir de 500 calorias totais ao dia, com 1000 calorias, com 1200 calorias ou até com 1500 calorias ao dia.
Dietas para o preparo de exame: alguns exames bioquímicos e funcionais, invasivos ou não precisam de restrições alimentares ou de preparo específico. Para cada exame existe a indicação nutricional necessária. Após cirurgias, o paciente permanecerá em jejum de 24 a 48 horas dependendo da evolução clínica. Após este período será feito um plano alimentar com dietas evolutivas, iniciar com dieta líquida, gradualmente introduzir alimentos sólidos até chegar ao padrão da dieta normal.
Terapia Nutricional – Outras vias de administração da Dieta
Alguns pacientes precisam ser nutridos através de outras vias de administração por estarem acometidos de enfermidades que dificultam a terapia nutricional oral. Surge a necessidade do uso da alimentação parenteral ou enteral. Utilizados para isso, equipamentos e equipes específicas para cada caso. Geralmente, a terapia nutricional parenteral ou enteral é utilizada em pacientes com problemas neurológicos, tumores de boca e pescoço, em coma, estenose ou estreitamento do esôfago e pós cirurgias restritivas. Tanto a nutrição parenteral como a nutrição enteral podem ser aplicadas no domicílio do paciente, onde serão seguidos os mesmos protocolos que nas unidades hospitalares.
Terapia nutricional Parenteral (NP)
A nutrição parenteral com simples administração venosa periférica de eletrólitos e carboidratos isotônicos, lançada a pouco mais de quatro décadas, teve o mérito de salvar inúmeras vidas, e demonstrou enfaticamente a importância da nutrição nos desfechos clínicos. A responsabilidade da dieta de nutrição parenteral é de exclusividade médica.
A nutrição parenteral (NP) compreende a oferta dos nutrientes por via intravenosa. Portanto quando a NP é indicada, torna-se necessário um acesso venoso e uma técnica de infusão apropriada é essencial para o sucesso da nutrição.
A terapêutica da NP possui diversos acessos:
  •      Via cateter em uma veia central (NPC)
  •      Via dispositivo inserido na veia periférica, normalmente no antebraço (NPP)
  •      Por shunt arteriovenoso utilizado para hemodiálise ou exclusivo para nutrição parenteral, em pacientes cuja cateterização central não seja possível.
A NP com previsão de mais de sete dias de duração deve ser realizada por meio de um acesso venoso central, para evitar o risco de trombo flebite.
Os sistemas de nutrição parenteral podem ser:
      Sistema múltiplo frascos (MF) – no início da NP era utilizado múltiplos frascos com nutrientes, separados em aminoácidos, glicose e emulsão lipídica. As vitaminas e minerais eram adicionados a frascos distintos e infundidos em momentos diferentes. Muito comum haver de seis a oito trocas de frascos ao dia, o que pode levar a erros, hiperglicemia e desordens eletrolíticas, necessitando então freqüentes controles de glicemia e eletrólitos plasmáticos. A única vantagem do sistema MF é a flexibilidade e facilidade de ajustes a rápidas mudanças nas necessidades do paciente, principalmente em pacientes de UTI.
     Sistema 3 em 1 (3:1) ou do inglês AIO (all in one)- significa todos os componentes da nutrição parenteral encontram-se misturados em um único recipiente. O que permite a infusão de todas as necessidades diárias de nutrientes, água e eletrólitos a partir de uma única bolsa. Com facilidade de administração, redução dos custos, do preparo e do manejo; otimização na assimilação dos nutrientes e redução da taxa de complicação, hoje é sistema mais utilizado.
Terapia Nutricional Enteral (NE)
Dieta de consistência líquida que fornece os nutrientes necessários para manter o estado nutricional adequado aos pacientes incapacitados de se alimentarem por via oral, mas possuem o sistema digestório ainda em funcionamento adequado, com função intestinal preservada, sem obstrução ou não são doentes terminais.
A dieta enteral poderá utilizar formulações caseiras, batidas em liquidificador ou fórmulas prontas comercialmente preparadas. Múltiplos fatores irão determinar a escolha destas formulações, desde tempo de utilização, via de acesso, poder aquisitivo do paciente e estado nutricional. A prescrição da dieta poderá ser feita por nutricionista ou por médico especializado.
As dietas caseiras deverão seguir alguns padrões para que sejam administradas pelas sondas de fino calibre. Portanto a dieta não pode ser viscosa e não pode ter partículas que possam obstruir a sonda. A preocupação com a higienização para prevenir contra infecções gastrintestinais.
A tabela abaixo apresenta algumas fontes de nutrientes das fórmulas caseiras e seus pontos críticos.
Nutriente
Possíveis fontes
Pontos críticos
Proteína
Leite em pó desnatado
Sobrecarga de lactose pode causar diarreia
Flocos de caseína podem obstruir sonda
Proteína
Carne liquidificada
Fácil para obstrução da sonda, considerar a gordura contida
Proteína
Clara de ovo
Possível contaminação por salmonelas pode obstruir a sonda quando entra em contato com o ácido gástrico
Gordura
Óleo de girassol, oliva, soja ou milho
Não se mistura, uso no máximo 40% da energia
Gordura
Creme de leite
Rica em gordura saturada, mistura mias facilmente que o óleo, a mistura forma partículas de nata que podem obstruir a sonda.
Carboidrato
Amido
Se não for aquecido o amido não dissolve e se sedimenta no fundo do frasco. Se aquecer pode coagular e entupir a sonda.
Carboidrato
Sacarose
Fácil diluição, sobrecarga causa diarreia, proporciona alta osmolaridade.
Vitaminas
Suplemento multivitamínico
Deve ser diluído em água e administrado diariamente próximo da fórmula, antes ou após. A sonda deve ser lavada antes e depois, de administrar o suplemento
Eletrólitos (sódio e potássio)
Suplementar se necessário
Altas doses de potássio podem causar diarreia. Monitorar os níveis sanguíneos.
A alimentação oral estimula os sentidos e a secreção salivar o que apresenta importantes propriedades antibacterianas, e por isso tem vantagem sobre a alimentação por sonda enteral. O que pode acarretar dificuldades digestivas e entéricas com o uso prolongado da nutrição enteral. O monitoramento e correções nutricionais serão necessárias.
As vias de acesso da alimentação enteral irão depender da patologia de base, da previsão de permanência da sonda de alimentação e da preferência do paciente.
  Acesso transnasal – a sonda será posicionada nasogástrica, com entrada da sonda pelo nariz e chegada ao estômago, ou nasoentérica, com entrada da sonda pelo nariz e chegada ao duodeno.
  Gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) – sonda fixada no estômago ou Jejunostomia percutânea direta (JEP) – ainda em desenvolvimento e nem sempre empregada.
  Gastrostomia ou jejunostomia por punção, através de acesso cirúrgico.
Os equipamentos utilizados para a administração da nutrição enteral envolve cateter, sondas e bombas para infusão que são específicas para este fim. As bombas variam de peso, de tamanho e podem ser fixadas à beira do leito, em suporte fixo ou em sistema móvel. As bombas devem ser cuidadosamente limpas e higienizadas para não se tornarem meio de cultura de microrganismos patogênicos. O calibre das sondas também irá variar de acordo com a via de acesso, tipo de dieta e a preferência do paciente.


TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO DE ENEMA RETAL MEDICAMENTOSO
Consiste na administração de uma solução líquida no reto do paciente durante um intervalo variável de tempo. É utilizado como preparo para procedimentos cirúrgicos, diagnósticos ou para aliviar a constipação intestinal, neste caso pode ser usado um líquido não medicamentoso. 
Alguns medicamentosos podem acompanhar os enemas como a lactulose, que tem a função de acidificar o conteúdo colônico, diminuindo os níveis sanguíneos de amônia. O medicamento prescrito pode ser administrado no líquido e ser utilizado como enema de retenção, onde o líquido com medicamento fica retido no reto e no cólon por 30 a 60 minutos, se possível, antes de ser eliminado. O enema de retenção também pode ser utilizado como emoliente, a fim de aliviar o cólon intestinal.
Os enemas distendem o cólon e estimulam os nervos das paredes retais, aumentando a peristalse, consequentemente, poderá causar complicações nos pacientes pós-cirúrgicos recentes do cólon ou do reto, infarto do miocárdio, com arritmias cardíacas ou com dor abdominal não diagnosticada, podendo ser causada por apendicite, com risco para rompimento do apêndice inflamado.
Efeito local do enema
• Matam parasitas;
• Promove ação adstringente;
• Estimula a defecação; 
• Limpa e lubrifica;
• Mata as bactérias;
• Reduz a inflamação.
Efeito sistêmico do enema
• Reduz a febre;
• Promove a sedação;
• Anestesia;
• Fornece nutrição e hidratação. 
Avaliação de Enfermagem
• Antes de iniciar o procedimento, verifique o padrão de eliminação do paciente. O paciente com constipação intestinal pode precisar de um enema de limpeza par evitar que as fezes interferiam na absorção do medicamento;
• Se o paciente tem fezes impactadas, o medicamento deve ser administrado por outra via;
• Paciente com diarreia terá dificuldade para reter a solução no período prescrito;
• Inspecione o ânus do paciente.


INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA
            ASPECTOS CONCEITUAIS
      A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações, aspecto que a diferencia da clínica, que tem por objetivo o estudo desse mesmo processo, mas em termos individuais.
     Como ciência, a epidemiologia fundamenta-se no raciocínio causal; já como disciplina da saúde pública, preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade.

    A epidemiologia constitui também instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da saúde. Sua aplicação neste caso deve levar em conta o conhecimento disponível, adequando-o às realidades locais.
            Se quisermos delimitar conceitualmente a epidemiologia, encontraremos várias definições; uma delas, bem ampla e que nos dá uma boa ideia de sua abrangência e aplicação em saúde pública, é a seguinte:
            "Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde." (J. Last, 1995)
            Essa definição de epidemiologia inclui uma série de termos que refletem alguns princípios da disciplina que merecem ser destacados (CDC, Principles, 1992):
·          Estudo: a epidemiologia como disciplina básica da saúde pública tem seus fundamentos no método científico.
·           Frequência e distribuição: a epidemiologia preocupa-se com a frequência e o padrão dos eventos relacionados com o processo saúde-doença na população. A frequência inclui não só o número desses eventos, mas também as taxas ou riscos de doença nessa população. O conhecimento das taxas constitui ponto de fundamental importância para o epidemiologista, uma vez que permite comparações válidas entre diferentes populações. O padrão de ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença diz respeito à distribuição desses eventos segundo características: do tempo (tendência num período, variação sazonal, etc.), do lugar (distribuição geográfica, distribuição urbano-rural, etc.) e da pessoa (sexo, idade, profissão, etnia, etc.).
·           Determinantes: uma das questões centrais da epidemiologia é a busca da causa e dos fatores que influenciam a ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença. Com esse objetivo, a epidemiologia descreve a frequência e distribuição desses eventos e compara sua ocorrência em diferentes grupos populacionais com distintas características demográficas, genéticas, imunológicas, comportamentais, de exposição ao ambiente e outros fatores, assim chamados fatores de risco. Em condições ideais, os achados epidemiológicos oferecem evidências suficientes para a implementação de medidas de prevenção e controle.
·           Estados ou eventos relacionados à saúde: originalmente, a epidemiologia preocupava-se com epidemias de doenças infecciosas. No entanto, sua abrangência ampliou-se e, atualmente, sua área de atuação estende-se a todos os agravos à saúde.
·           Específicas populações: como já foi salientado, a epidemiologia preocupa-se com a saúde coletiva de grupos de indivíduos que vivem numa comunidade ou área.
·           Aplicação: a epidemiologia, como disciplina da saúde pública, é mais que o estudo a respeito de um assunto, uma vez que ela oferece subsídios para a implementação de ações dirigidas à prevenção e ao controle. Portanto, ela não é somente uma ciência, mas também um instrumento.
Boa parte do desenvolvimento da epidemiologia como ciência teve por objetivo final a melhoria das condições de saúde da população humana, o que demonstra o vínculo indissociável da pesquisa epidemiológica com o aprimoramento da assistência integral à saúde.


O QUE É ÉTICA E CIDADANIA:
Ética e cidadania são dois conceitos fulcrais na sociedade humana. A ética e cidadania estão relacionadas com as atitudes dos indivíduos e a forma como estes interagem uns com os outros na sociedade.
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”.
Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em que vive. O termo cidadania vem do latim, civitas que quer dizer “cidade”.
Um dos pressupostos da cidadania é a nacionalidade, pois desta forma ele pode cumprir os seus direitos políticos. No Brasil os direitos políticos são orquestrados pela Constituição Federal. O conceito de cidadania tem se tornado mais amplo com o passar do tempo, porque está sempre em construção, já que cada vez mais a cidadania diz respeito a um conjunto de parâmetros sociais.
A cidadania pode ser dividida em duas categorias: cidadania formal e substantiva. A cidadania formal é referente à nacionalidade de um indivíduo e ao fato de pertencer a uma determinada nação. A cidadania substantiva é de um caráter mais amplo, estando relacionada com direitos sociais, políticos e civis. O sociólogo britânico T.H. Marshall afirmou que a cidadania só é plena se for dotada de direito civil, político e social.
Com o passar dos anos, a cidadania no Brasil sofreu uma evolução no sentido da conquista dos direitos políticos, sociais e civis. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, tendo em conta os milhões que vivem em situação de pobreza extrema, a taxa de desemprego, um baixo nível de alfabetização e a violência vivida na sociedade.
A ética e a moral têm uma grande influência na cidadania, pois dizem respeito à conduta do ser humano. Um país com fortes bases éticas e morais apresenta uma forte cidadania.


EXAME FÍSICO DE ENFERMAGEM
O exame físico de enfermagem é um conjunto de técnicas e manobras que os profissionais de enfermagem desenvolvem com o intuito de diagnosticar nos pacientes problemas associados a alguma patologia e com isso elaborar o planejamento da assistência de enfermagem. 
O exame físico pode ser realizado também por outros profissionais da área da saúde, também com o objetivo de evidenciar sinais e sintomas que possam levar a um diagnóstico.
É importante ressaltarmos que muitos profissionais confundem o exame físico de enfermagem com exame clínico, que é a junção de exame físico e anamnese, com a verificação das informações clínicas do paciente, com auxílio da entrevista ou ainda pela avaliação direta por meio de técnicas específicas.
O exame físico de enfermagem é realizado após a anamnese, que é aquela entrevista básica com o paciente e utilizamos equipamentos como:
- estetoscópio;
- esfigmomanômetro;
- termômetro.
O objetivo do exame físico de enfermagem é avaliar um órgão ou sistema na busca de alterações anatômicas ou funcionais resultantes da patologia que o paciente apresenta. Em contrapartida, pode ser utilizado também para comprovar o bom funcionamento dos órgãos e sistemas.
O exame físico de enfermagem divide em quatro etapas:
- inspeção;
- ausculta;
- palpação;
- percussão.
Um exame físico bem realizado pelo enfermeiro é uma arma importante na qualidade da assistência de enfermagem prestada.

FISIOLOGIA

SISTEMA ESQUELÉTICO

            Apesar de seu aspecto simples, o osso possui funções bastante complexas e vitais para a manutenção e equilíbrio do corpo humano.
            Ele é formado a partir de um processo conhecido como ossificação, esta pode ser intramembranosa (dentro das membranas do tecido conjuntivo) ou endocondral (formação sobre um molde de cartilagem). Contudo, ambas as formas seguem os mesmos princípios: o osso é formado a partir de membrana de tecido conjuntivo (periósteo). 
            O sistema esquelético desempenha várias funções importantes, tais como: sustentação dos tecidos moles de nosso corpo, proteção de nossos órgãos (um exemplo é a caixa torácica que protege o coração e os pulmões). 
            Além disso, os ossos em conjunto com os músculos são responsáveis pelos movimentos, armazenamento e liberação de vários minerais no sangue, produção de células sanguíneas (hemácias, leucócitos e plaquetas) e armazenamento de triglicerídeos (reserva de energia). 
            Um outro dado importante, a saber, a respeito dos ossos, é que noventa e nove por cento do cálcio que possuímos em nosso corpo está depositado neles. 
            Quanto a sua formação, o esqueleto humano é formado por substâncias orgânicas (em sua maior parte colágeno) e inorgânicas (sais minerais, especialmente cálcio e potássio). Essa mistura é responsável pela grande resistência dos ossos. 
            A maior parte dos ossos do corpo humano pode ser classificada da seguinte forma: ossos longos (ex.: fêmur), ossos curtos (ex.: ossos do carpo), ossos planos (ex.: costelas) e ossos irregulares (ex.: vértebras). 
            É indispensável ter em mente que toda esta estrutura faz parte de um tecido vivo, complexo e ricamente vascularizado. 
            Curiosidades:
            - A medula óssea vermelha é a responsável pela produção de células sanguíneas, e a medula óssea amarela é responsável pelo armazenamento de triglicerídeos (gorduras).
            - O corpo humano de um adulto possui 206 ossos.
            - A área da medicina que estuda e trata dos ossos se chama ortopedia.
            Ossos do corpo humano:
Ossos do crânio: frontal, parietal, temporal, occipital,  esfenóide, etmóide
Ossos da face: zigomático, maxilar, nasal, mandíbula, palatino, lacrimal, vômer, concha nasal inferior
Nos ouvidos: martelo, bigorna, estribo
No pescoço: hióide
Na cintura escapular: clavícula, omoplata
No tórax: esterno, costelas
Na coluna vertebral: vértebras cervicais, vértebras lombares, vértebras torácicas 
Nos braços: úmero, côndilo do úmero, ulna ou cúbito, rádio, cabeça do rádio
Nas mãos: escafoide, semilunar, piramidal , pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato , hamato, metacarpicos, falange proximal, falange média , falange distal
Na cintura pélvica: osso do quadril, sacro, cóccix
Nas pernas: fêmur , articulação do quadril, grande trocânter do fêmur, côndilo do fêmur, patela, tíbia, perônio.
No pé: ossos do tornozelo, calcâneo, tálus, navicular, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio, cuneiforme lateral, cuboide,  metatarsais, falanges proximais, falanges médias, falanges distais.

            SISTEMA CIRCULATÓRIO

            O que é 
            De forma geral, podemos dizer que o sistema circulatório é composto por sangue, coração e vasos sanguíneos.
            Funções
            As funções realizadas pela circulação do sangue são indispensáveis para o equilíbrio de nosso corpo e vitais para a manutenção da vida. 
            É através do sistema circulatório que ocorre a distribuição de nutrientes e oxigênio para todas as células de nosso corpo, a remoção de toxinas dos tecidos, o transporte de hormônios e a defesa imunológica de nosso organismo. 
            Sabendo que a circulação sanguínea remove as toxinas dos tecidos, leva oxigênio e nutrientes para as células, transporta hormônios e realiza a defesa de nosso corpo, fica mais fácil entender o papel do coração e dos vasos sanguíneos. 
            O coração funciona como uma bomba, dando pressão ao sangue para que este circule por todo nosso corpo através dos vasos sanguíneos. Quanto mais próximo do coração, mais pressão tem o sangue, contudo; à medida que os vasos sanguíneos vão se ramificando, sua pressão vai diminuindo. 
            Após circular por todo o corpo e realizar as trocas necessárias ao equilíbrio do organismo, o sangue retorna ao coração e aos pulmões, onde fará novas trocas (desta vez de gás carbônico por oxigênio) para, então, refazer seu percurso.

            SISTEMA DIGESTÓRIO - DIGESTÃO

            Introdução 
            É através da ingestão de alimentos que nosso organismo retira os nutrientes necessários para a construção de novos tecidos e também faz a manutenção dos tecidos danificados.
            Funções
            Este processo somente é possível graças ao sistema digestório, que é o responsável por transformar os alimentos que ingerimos em moléculas suficientemente pequenas para penetrarem em nossas células.
            Órgãos do sistema digestório humano
            Este sistema responsável tanto pela digestão quanto pela absorção dos alimentos é formado pela boca, esôfago, fígado, vesícula biliar, estômago, intestinos (grosso e delgado) reto e glândulas anexas.
            Processo de digestão
            A digestão tem seu início na boca onde o alimento é triturado pelos dentes e umedecido pela saliva. O sabor dos alimentos é determinado pelas papilas gustativas (localizadas na língua), é através delas que identificamos quando determinado alimento é doce, salgado, azedo ou amargo.
            Em seguida o bolo alimentar segue pela faringe que o empurra para o esôfago, este, através de seus movimentos peristálticos, empurra o alimento para o estômago.
            No estômago o alimento é dissolvido pelo suco gástrico, que é produzido por fatores estimulantes como a visão, paladar, odor, mastigação, fome, etc. Apenas 5% da digestão ocorre no estômago.
            Do estômago, o bolo segue para o intestino delgado, onde os nutrientes serão reduzidos a moléculas muito pequenas através do processo de digestão.
            A água na digestão
            Para realizar todo este processo, o corpo utiliza em média dez litros de água. É através do intestino grosso que a maior parte desta água é reabsorvida, apenas uma pequena parte dela é utilizada para ajudar no deslizamento do bolo fecal.
            Principais doenças e distúrbios que afetam o sistema digestório humano:
- Úlcera péptica, câncer de estômago, câncer de intestino, pancreatite, gastrite, gastroenterites e estomatite.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

            Função 
            O sistema respiratório tem como principal função realizar a troca gasosa, ou seja, levar oxigênio (O2) às células e eliminar o dióxido de carbono (CO2) produzido por elas. 
            Características e funcionamento do sistema respiratório 
            A maioria das células de nosso corpo utilizam O2 na realização de suas funções metabólicas, este processo tem como resultado final a liberação de CO2. O excesso de dióxido de carbono tem efeito tóxico em nosso corpo, por esta razão, ele deve ser eliminado. Isto é feito de forma rápida e eficiente pelo sistema respiratório.
            Dessa forma, o sistema respiratório ajuda a controlar o pH do sangue, ou seja, sua acidez. Ele também é o responsável por nosso olfato, por filtrar o ar que inspiramos, por aquecer e umedecer o ar inspirado, pela retirada de água e calor do organismo e também pela produção de sons. 
            Importância 
            Este sistema tão importante e vital ao nosso corpo é constituído pelos seguintes órgãos: nariz (responsável por captar, filtrar e umedecer o ar inspirado), faringe (o ar segue por ela, após passar pelo nariz), laringe (retém as partículas de pó que passaram pela filtragem do nariz), traqueia (leva o oxigênio para os brônquios), brônquios (dois dutos curtos que entram nos pulmões e, dentro deles, dividem-se várias vezes até ficarem microscópicos, quando serão chamados de bronquíolos) e, finalmente, os pulmões (onde ocorre a troca de gases).
            Problemas respiratórios 
            Problemas respiratórios e respirações mal realizadas levam pouca quantidade de oxigênio às células e, consequentemente, aumentam a quantidade de radicais livres dentro delas, isto provoca uma aceleração no envelhecimento celular e até o desenvolvimento de câncer. Já uma respiração bem realizada traz inúmeros benefícios, além de ser capaz de retardar processo de envelhecimento.

            SISTEMA NERVOSO

            Introdução 
      Nosso sistema nervoso é dividido em duas partes: sistema nervoso central (composto pelo encéfalo e medula espinal) e sistema nervoso periférico (composto pelo tecido nervoso localizado fora do sistema nervoso central).
            Entendendo o sistema nervoso 
   É no sistema nervoso central que ocorrem nossos pensamentos, emoções, ficam arquivadas nossas memórias e ocorre todo tipo de estímulo sensitivo.
    O sistema nervoso periférico, composto pelos nervos do crânio e suas ramificações, controla a entrada e saída de estímulos nervosos em nossos órgãos e sistemas. Subdivide-se em sistema nervoso somático, sistema autônomo e sistema nervoso entérico (funcionamento involuntário).
    O sistema nervoso somático é o responsável pela transmissão das informações de nossos sentidos (audição, visão, paladar, olfato) ao SNC (sistema nervoso central), e, também, por conduzir os impulsos nervosos do SNC aos músculos esqueléticos. No caso das respostas motoras, esta ação será voluntária, pois, pode ser controlada conscientemente.
            O sistema nervoso autônomo envia informações de órgãos viscerais, tais como, pulmão e estômago, ao SNC (sistema nervoso central). Envia também impulsos nervosos do SNC ao músculo liso, músculo cardíaco e glândulas. Sua ação é involuntária, pois não depende de nossa vontade. Por exemplo, nosso coração continua batendo mesmo quando estamos dormindo profundamente.
     O sistema nervoso entérico, localizado no intestino, controla todos os impulsos nervosos que ocorrem dentro deste. Seu funcionamento também é involuntário, pois não podemos controlá-lo.
            De forma geral, podemos entender que o sistema nervoso desempenha inúmeras tarefas em nosso corpo, e, que, através dos impulsos elétricos que ocorrem entre seus bilhões de neurônios, ele é capaz de se conectar com todas as partes de nosso corpo.

            SISTEMA LINFÁTICO

            O que é e funções do sistema linfático
       O sistema linfático possui a função de drenar o excesso de líquido intersticial (líquido onde as células ficam mergulhadas e de onde elas retiram seus nutrientes e eliminam substâncias residuais de seu metabolismo) a fim de devolvê-lo ao sangue e assim manter o equilíbrio dos fluidos no corpo.
        Ele também transporta as vitaminas e os lipídeos, absorvidos durante o processo de digestão, até o sangue, para que este, leve os nutrientes para todo o corpo.
        Outra função do tecido linfático é a realização de respostas imunes, ele impede que a linfa lance microrganismos na corrente sanguínea através da retenção e destruição destes dentro de seus linfonodos.
       Para entendermos o que são os linfonodos, uma forma bem simples é pensarmos neles como filtros, uma vez que a linfa passa por vários deles antes de chegar à corrente sanguínea, e, como já vimos acima, neles ficam retidos os agentes causadores de doenças até sua eliminação.
            É importante saber que os capilares sanguíneos e os capilares linfáticos possuem funções bem diferentes, pois no caso dos primeiros, há a entrada e saída de substâncias, já no segundo, ocorre apenas a entrada destas. 
            O capilar linfático não realiza trocas, ele somente coleta o líquido com o que tiver nele, as trocas são realizadas pelo sangue. É o sangue que faz o transporte de nutrientes e remoção de toxinas, ou seja, é pelo sangue que são realizadas as trocas necessárias ao equilíbrio do organismo.
            Em suma, o sistema linfático atua na manutenção da saúde de nosso organismo através da remoção de agentes como: bactérias, fungos, vírus (estes penetram na corrente sanguínea), células mortas, glóbulos vermelhos que saíram da corrente sanguínea e metástases (células sanguíneas que se soltam do tumor)

            SISTEMA IMUNOLÓGICO

            Introdução 
       Fica bem mais fácil compreender o sistema imunológico quando se entende bem a função dos leucócitos (glóbulos brancos) dentro de nosso organismo, uma vez que eles são nossas células de defesa.
            A ação do sistema imunológico 
        A ação do sistema imunológico inicia-se bem cedo, ainda na fase intrauterina. Nesta etapa, os linfócitos do feto fazem a cópia e armazenamento de todas as sequências de aminoácidos (proteínas) existentes em seu corpo.
            É interessante saber que um único linfócito não conhece todo o corpo, mas todos juntos, passam a reconhecer todas as proteínas de nosso corpo. Desta forma, fica bem mais fácil identificar a presença de alguma proteína desconhecida para, só então, combatê-la.
        O combate contra o “corpo estranho” será iniciado imediatamente após a produção de anticorpos, nesta fase, o linfócito passará a se chamar plasmócito. 
     A reação do anticorpo contra este corpo estranho é conhecida como antígeno-anticorpo, e tem por função atrair o maior número possível de macrófagos. Estes, por sua vez, farão a fagocitose, destruindo não só o corpo estranho, mas também o anticorpo que a ele está aderido.
        Após destruir os corpos estranhos, os macrófagos se autodestroem (este processo é chamado autólise). Por fim, restarão somente seus resíduos, que serão removidos pela corrente sanguínea. Quando isto não ocorre, o acúmulo de macrófagos mortos passará a ter a forma de pus.

SANGUE HUMANO

            O que é 
      O sangue é um tecido conjuntivo líquido, produzido na medula óssea vermelha, que flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados. O sangue é um dos três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos sanguíneos. 
            Funções
     Ele é responsável pelo transporte de substâncias (nutrientes, oxigênio, gás carbônico e toxinas), regulação e proteção de nosso corpo.
            Composição do sangue
     Nele encontramos o plasma sanguíneo, responsável por 66% de seu volume, além das  hemácias, dos leucócitos e das plaquetas, responsáveis por aproximadamente 33% de sua composição.
      A maior parte do plasma sanguíneo é composta por água (93%), daí a importância de sempre nos mantermos hidratados ingerindo bastante líquido. Nos 7% restantes encontramos: oxigênio, glicose, proteínas, hormônios, vitaminas, gás carbônico, sais minerais, aminoácidos, lipídios, ureia, etc.
     Os glóbulos vermelhos, também conhecidos como hemácias ou eritrócitos, transportam o oxigênio e o gás carbônico por todo o corpo.  Essas células duram aproximadamente 120 dias, após isso, são repostas pela medula óssea.
      Os glóbulos brancos, também chamados de leucócitos, são responsáveis pela defesa de nosso corpo. Eles protegem nosso organismo contra a invasão de microrganismos indesejados (vírus, bactérias e fungos). De forma bastante simples, podemos dizer que eles são nossos "soldadinhos de defesa".
  As plaquetas são fragmentos de células, presentes no sangue, que realizam a coagulação, evitando assim sua perda excessiva de sangue (hemorragia).
   Elas geralmente agem quando os vasos sanguíneos sofrem danos. Um exemplo simples é o caso de uma picada de agulha, onde observa-se uma pequena e ligeira perda de sangue que logo é estancada, isto ocorre graças ao tampão plaquetário.

HIGIENE AMBIENTAL
Higiene Ambiental é um conceito relacionado com a preservação das condições sanitárias do meio ambiente de forma a impedir que este prejudique a saúde do ser humano.
Desta forma, a higiene ambiental pressupõe cautela em relação aos fatores químicos, físicos e biológicos externos ao indivíduo. Visto que estes fatores podem ter um impacto sobre a saúde, o objetivo da higiene ambiental é prevenir as doenças mediante a criação de espaços saudáveis.
A higiene ambiental deve zelar pela saúde tanto das gerações atuais como das futuras. Algumas áreas de atividade da higiene ambiental são: desinfeção (para controlar bactérias, pragas e organismos prejudiciais para a saúde), fumigação, desinfestação e desratização.
No casa hipotético de um indivíduo verter resíduos tóxicos numa determinada rua, compete ao Estado a limpeza do local dirigindo-se a empresas especializadas em higiene ambiental. Assim, não se permite que indivíduos que passem pelo local adoeçam devido à exposição a esses resíduos.
Higiene Ambiental na Cozinha
De modo a impedir que os alimentos se tornem veículos de transmissão de doenças, devemos ter os seguintes cuidados:
·    Não descongelar alimentos à temperatura ambiente. O descongelamento deve ser feito à temperatura de refrigeração ou com o alimento debaixo de água corrente em local limpo e desinfetado;
·      Utilizar de imediato o alimento que foi descongelado e não voltar a congelá-lo;
·    Alimentos como (massas, carne, recheios de sanduíches, etc), devem ser bem guardados, tendo em conta que precisam de proteção contra insetos, poeiras e outros agentes nocivos;
·   As lixeiras utilizadas na cozinha devem ser com pedal, tampa e sacolas plásticas para manter eventuais pragas (ratos, baratas, etc.) distantes. Assim também se evita tocar na tampa do lixo com a mão, contaminando-a;
·     Resíduos devem ser devidamente armazenados em local próprio para a sua remoção final.
A Organização Mundial de Saúde identificou as principais falhas nos hábitos diários que podem causar contaminações alimentares, entra as quais:
·         Preparação dos alimentos muito tempo antes do consumo;
·         Alimentos prontos são muitas vezes deixados por muito tempo em contato com a temperatura ambiente (por exemplo: sobre o fogão ou dentro do forno);
·         Cozimento deficiente ou não suficiente;
·         Contaminação cruzada (mistura de alimentos crus com cozidos. Ex: utilizar a mesma vasilha ou a mesma faca para cortar dois alimentos diferentes);
·         Pessoas contaminadas preparando os alimentos.
Higiene Ambiental e Desenvolvimento de Doenças
A falta de higiene ambiental pode ocorrer com o depósito indevido no meio ambiente de lixo orgânico, industrial, gases poluentes, objetos materiais, elementos químicos, etc.
A poluição ambiental causa distúrbios no bom funcionamento dos ecossistemas, matando várias espécies animais e vegetais. O ser humano também é prejudicado com este tipo de ação, pois necessita muito dos recursos hídricos, do ar e do solo para viver com qualidade de vida e mantendo uma boa saúde. Quando estes três meios são poluídos, verifica-se o desenvolvimento de doenças, sendo que algumas são exemplificadas em seguida:
Doenças transmitidas através da água - Gastrenterite, Amebíase, Giardíase, Febre tifóide, Cólera, Leptospirose, Verminoses (esquistossomose ou xistose);
Doenças transmitidas através do solo - Tétano e Verminoses (ascaridíase, teníases, cisticerco, oxiurose, ancilostomose o amarelão)  
Doenças transmitidas através do ar - .Doenças alérgicas (bronquite, rinite e asma)
O ar poluído pode conter partículas que podem causar sérios problemas de saúde. Além de materiais poluentes, o ar também pode conter diferentes tipos de microorganismos que causam doenças. Tendo em conta esta fato, mencionamos agora algumas doenças causadas por vírus e bactérias
Doenças causadas por vírus -  (resfriado, gripe), outras viroses (caxumba, sarampo, rubéola, poliomielite, catapora)
Doenças causadas por bactérias - (tuberculose, meningite meningocócica, pneumonia bacteriana, coqueluche)
Higiene Ambiental na Educação Infantil
É sabido que uma boa higiene ambiental no futuro depende também da educação que é dada às crianças e jovens de hoje. Por isso, em muitas escolas a higiene ambiental tem sido um tema abordado com os alunos para que estes possam:
·   compreender que a saúde é um direito de todos e uma parte fulcral do crescimento e desenvolvimento do ser humano;
·     compreender que a condição de saúde é um resultado das relações com o meio físico, econômico e sociocultural, sabendo identificar fatores que prejudicam a saúde pessoal e coletiva no meio onde vivem;
·     conhecer e utilizar formas para intervir individual e coletivamente sobre os fatores nocivos à saúde, agindo com responsabilidade relativamente à sua saúde e à saúde dos indivíduos ao seu redor;
·   conhecer formas de aceder aos recursos da comunidade e as possibilidades de utilizar os serviços voltados para a promoção, proteção e recuperação da saúde;
·         adotar hábitos de autocuidado, respeitando as possibilidades e limites do próprio corpo.
Higiene Ambiental no Trabalho
É muito importante manter o ambiente de trabalho o mais higiênico e saudável possível, uma vez que muitas pessoas passam grande parte do seu dia nesse ambiente.
Estes são alguns pontos que visam a conscientização de sujeitos para que possam criar um ambiente limpo, que é uma garantia de saúde e segurança no trabalho.
·         Não se alimentar nos setores de trabalho;
·        Não deixar vestígios de comida no chão ou nos equipamentos e máquinas;
·         Usar recipientes higiênicos para tomar água;
·   Não deixar os equipamentos de proteção individual no chão ou nas máquinas.



HIGIENIZAÇÃO DOS ALIMENTOS: FAÇA DIREITO
Por que é importante higienizar bem o alimento?
Alguns microrganismos são encontrados nos alimentos desde sua obtenção na agricultura ou na pecuária. A riqueza de proteína e de água em alimentos de origem animal facilita a deterioração do produto e a sobrevivência e multiplicação de microrganismos nocivos ao ser humano. Outros contaminam os alimentos por manipulação incorreta, armazenamento, preparo e distribuição inadequados. Alguns tipos de microrganismos estão presentes nos alimentos por contaminação de origem fecal. É muito importante, então, higienizar bem os alimentos para retardar ou inibir as contaminações microbianas e a deterioração dos produtos, prevenindo, assim, contra intoxicação e infecção de origem alimentar.
Lavar apenas com água corrente já é o suficiente? Ou devem-se usar fórmulas caseiras, como vinagre, ou produtos específicos vendidos em supermercados?
Lavar apenas com água corrente (potável) é importante, mas não é suficiente em algumas situações.
A água corrente retira as sujidades visíveis a olho nu, como terra nos vegetais folhosos, mas não é suficiente pra sanitizar, ou seja, reduzir a um nível seguro ou retirar dos alimentos que serão consumidos crus (saladas de vegetais folhosos, como a alface) os microrganismos nocivos ao ser humano.
O vinagre é um condimento e não é produto que esteja relacionado como desinfetante pelas legislações da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O cloro (hipoclorito de sódio) é o sanitizante mais usado porque é efetivo contra uma grande variedade de microrganismos, mesmo em baixas concentrações, e está disponível para a venda em supermercados.
Como as folhas devem ser higienizadas?
Primeiramente deve-se descartar as folhas murchas ou queimadas. As folhas boas que irão ser consumidas cruas devem ser lavadas em água corrente uma a uma, mergulhando-as posteriormente durante 15 minutos em solução clorada (hipoclorito de sódio a 2%) na proporção de uma colher de sopa para um litro de água ou seguindo orientação do fabricante. Recomenda-se mergulhar em solução com vinagre a 2% por 5 minutos para retirar o resíduo (cheiro e sabor de solução clorada). Após a sanitização o alimento não deve ser mais lavado com água corrente e o excesso de água do alimento deve ser retirado somente por escoamento (escorrer).
E as frutas?
Os alimentos cujas cascas não são consumidas (tais como laranja, mexerica, banana, entre outras) podem ser lavados somente em água corrente. No caso de utilização de escovas para esfregar as cascas, a escova deve ser utilizada somente para alimentos e deve ser higienizada frequentemente com sabão e hipoclorito de sódio. Ainda assim é preciso que o descascador utilizado, a mão e as unhas do manipulador e do consumidor do alimento estejam higienizados com água corrente e sabão, para não contaminar o alimento descascado.
O tomate deve ser lavado com sabão, por conter muitos agrotóxicos?
A lavagem dos alimentos em água corrente ou com sabão só consegue remover parte dos resíduos de agrotóxicos presentes na superfície do tomate. Alguns profissionais não recomendam o uso de sabão ou detergente na lavagem dos frutos (como o tomate) e das frutas porque tendem a causar a perda de qualidades sensoriais (odor e sabor característico) dos alimentos.
A carne deve ser lavada antes de ser preparada? E o arroz?
Legumes, tubérculos, frutos e ovos servidos cozidos não necessitam passar pela solução clorada, sendo suficiente a higienização em água potável, desde que atinjam 74°C na cocção ou outras combinações de tempo e temperatura (65ºC por 15’ ou 70ºC por 2’). Dessa forma, também não é necessário lavar a carne ou o arroz com água corrente porque ambos passam por um processo de cocção antes de serem consumidos.
Como armazenar as frutas, legumes, verduras? Qual a periodicidade deles na geladeira?
A geladeira que estiver armazenando frutas, legumes e verduras deve manter uma temperatura ideal de 4ºC e o congelador de – 18ºC.
É importante que a geladeira não seja aberta com muita frequência e esteja com as borrachas de vedação em bom estado.
Não se recomenda superlotar o refrigerador, deixando espaço livre para a circulação de ar frio entre os alimentos.
Também não se recomenda armazenar os alimentos em grandes proporções, devendo subdividi-los o máximo que puder.
Outra recomendação é não utilizar papelão, papel ou plástico nas prateleiras da geladeira, pois isso dificultará a circulação livre do ar entre os alimentos. No entanto, as frutas, legumes e verduras devem ser armazenados em embalagens plásticas nos gavetões das geladeiras.
Em caso de compra de legumes com a rama, recomenda-se que seja armazenada integralmente, retirando-a somente quando for utilizar o legume. Dessa forma, o legume fica conservado por mais tempo.
Os legumes mais duros (beterraba, cenoura, entre outros) têm um tempo de vida útil maior (tempo de prateleira) que as verduras (folhosos, tomate, entre outros). O armazenamento na geladeira pode durar até cinco dias sob temperatura ideal de 4ºC, dependendo das características do alimento e do tempo de maturação em que se encontra no momento da compra.
É recomendável consumir frutas e verduras o mais breve possível após sua compra. A compra depende de vários fatores, entre eles a intensidade do consumo. Em média, recomenda-se que a compra de frutas e verduras seja realizada de uma a duas vezes por semana.
Como armazenar as frutas depois que já estiverem cortadas?
As frutas macias sem casca podem ser colocadas em cima do gavetão em recipientes vedados. As com casca não precisam ser cobertas.
Alimentos passados podem ser consumidos?
Alimentos passados nunca devem ser consumidos porque algumas contaminações microbianas não alteram de imediato o sabor dos alimentos. Por isso, na dúvida, não experimente, jogue fora o alimento suspeito de estar passado.
Se não forem bem higienizados, o que os alimentos mal lavados podem acarretar para a saúde?
Os alimentos mal lavados podem causar DVAs (Doenças Veiculadas por Alimentos), como infecções e/ou intoxicação alimentar. Essas doenças podem causar desde sintomas moderados, como dores abdominais, dores de cabeça, náuseas, vômitos e diarreias, até levar à hospitalização e mesmo à morte, dependendo da intensidade e tipo da contaminação e da resistência imunológica da pessoa contaminada.
Prof.ª Dra. Aída Couto Dinucci Bezerra é Doutora em Saúde Pública pela USP, professora da Universidade Federal de Mato Grosso, revisora do periódico Health Education Research e da Revista de Ciência e Tecnologia de Alimentos.



Como manusear produtos químicos com segurança
Ler atentamente as instruções do rótulo dos produtos químicos na compra e durante sua utilização.
• Nunca armazenar os produtos químicos líquidos em cima dos sólidos.
• Guardar os produtos químicos em recipientes bem fechados e em local fresco, seco, bem ventilado e fora do alcance de crianças e animais.
• Somente pessoas que tenham recebido orientação devem ter acesso aos mesmos.
• Fechar as embalagens após o seu uso.
• Se houver vazamento de produto no local limpe imediatamente.
• Manusear os produtos químicos com cuidado.
 Evitar condições e atos inseguros no manuseio de produtos químicos. Os recipientes usados para armazenar ácidos e o agente de desinfecção devem ser de boa qualidade, evitando-se o uso de frascos em más condições.
• Não usar embalagens usadas para guardar produtos químicos. Sempre utilizar a dose recomendada na embalagem.
• Usar luvas plásticas, máscaras e óculos de proteção ao manusear os produtos.
• Nunca usar algicida à base de sulfato de cobre no mesmo dia em que aplicar o cloro granulado em sua piscina, pode causar manchas.
• Evitar misturar produtos químicos sem indicação segura a respeito. Compostos de cloro usados como agente de desinfecção não podem ser misturados com ácidos. A mistura libera gás cloro que é tóxico. Os hipocloritos de cálcio e de sódio misturados com dicloro ou tricloro isocianúrico podem ser causa de fogo e explosão.
• Evitar armazenar produtos químicos junto ao filtro. Podem emitir gases corrosivos.
• Não fumar durante o manuseio e próximo ao local de estocagem dos produtos químicos.
• Nunca agitar a mistura em recipientes fechados, risco de explosão.
• Adicionar o produto químico em um balde cheio de água e misturar antes de jogar na água da piscina.
• Lavar as mãos com água e sabão após manusear os produtos químicos.


Nutrientes

Todos os nutrientes são muito importantes para a manutenção do bom funcionamento do nosso organismo, por isso devemos manter uma dieta balanceada.
Quando falamos em nutrição, podemos defini-la como processos que vão desde a ingestão dos alimentos até à sua absorção pelo nosso organismo. Os seres humanos são seres heterotróficos e onívoros, ou seja, alimentam-se de outros organismos e mantêm uma alimentação muito variada, composta de produtos de origem vegetal e animal.
É muito importante ter uma dieta balanceada, constituída por proteínas, vitaminas, sais minerais, água, carboidratos e lipídeos, que são as fontes de energia e matéria-prima para o funcionamento das células.  
O nosso organismo consegue produzir grande parte das substâncias de que necessita, a partir da transformação química dos nutrientes que ingerimos com a alimentação. Mas existem outras substâncias nutritivas que não são produzidas pelo nosso organismo, sendo necessário obtê-las prontas no alimento. Essas substâncias são chamadas de nutrientes essenciais e, além das vitaminas, podemos citar alguns aminoácidos que o corpo não consegue produzir, como isoleucina, leucina, valina, fenilalanina, metionina, treonina, triptofano e lisina, chamados de aminoácidos essenciais.
As proteínas que ingerimos na alimentação fornecem aminoácidos às células, que os utilizam na fabricação de suas próprias proteínas. São substâncias que constituem as estruturas do nosso corpo e são chamadas também de nutrientes plásticos. Os aminoácidos essenciais devem ser obtidos a partir da ingestão de alimentos ricos em proteínas, como carne, leite, queijos e outros alimentos de origem animal. Mas sempre lembrando que o consumo em excesso de produtos de origem animal pode causar alguns prejuízos ao organismo.
As vitaminas são substâncias orgânicas consideradas como nutrientes essenciais. São substâncias necessárias em pequenas quantidades, mas que influenciam muito no bom funcionamento do nosso organismo. A maior parte das vitaminas auxilia as reações químicas catalisadas por enzimas e a sua falta causa sérios prejuízos ao organismo.
Os sais minerais são nutrientes inorgânicos muito importantes para o bom funcionamento do organismo de todos os seres vivos e a falta de alguns desses minerais pode prejudicar o metabolismo.
A água não é um nutriente, mas é fundamental para a vida. Além de sua ingestão na forma líquida, há também a água ingerida quando nos alimentamos, pois ela faz parte da composição da maioria dos alimentos.
Outros nutrientes orgânicos muito importantes para os organismos vivos são os carboidratos (também chamados de glicídios) e os lipídeos. Esses nutrientes têm a função de fornecer energia para as células e por isso podem ser chamados de nutrientes energéticos.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia



O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO CONTROLE DA DENGUE
O que é a dengue?
A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus chamado flavivirus, e transmitida ao homem principalmente pelo mosquito Aedes aegypti.
A dengue no Brasil
A dengue é uma doença endêmica no Brasil. O crescimento desordenado das cidades, deficiências no abastecimento regular de água e na coleta e no destino adequado do lixo, aumentam em muito os criadouros do mosquito da dengue. Além disso, a facilidade da movimentação das pessoas entre cidades de diferentes estados do nosso País, facilitam a circulação do vírus da dengue. Por esses motivos, o número de municípios infestados pelo Aedes aegyti aumentou no Brasil,
A participação das pessoas para eliminar os criadouros do mosquito é fundamental para prevenir e controlar a dengue.
Promover esta mobilização é parte importante do trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS) junto à população.
Como se transmite?
O mosquito transmissor da dengue é o Aedes aegypti. Ele é originário da África e também é responsável pela dengue hemorrágica (febre hemorrágica). Seu ciclo apresenta quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto, ovo larva pupa adulto
O Aedes aegpyti é escuro e rajado de branco nas patas e no corpo. A fêmea do Aedes aegypti pode voar até três quilômetros em busca de locais para depositar seus ovos.
Ciclo de transmissão da dengue
O ciclo se inicia quando a fêmea do Aedes aegypti pica uma pessoa com dengue. O tempo necessário para o vírus se reproduzir no organismo do mosquito é de 8 a 12 dias. Após isso, ele começa a transmitir o vírus causador da doença.
Esse mesmo mosquito, ao picar um ser humano sadio, transmite o vírus para o sangue dessa pessoa. Dentro de um tempo, que varia de 3 a 15 dias, a doença começa a se manifestar. A partir daí o ciclo pode voltar a se repetir, caso essa segunda pessoa seja picada por outro Aedes aegypti.
Uma pessoa doente não transmite dengue para outra sadia, seja por contato direto, alimentos, água ou quaisquer objetos.
Vale a pena lembrar que a dengue só é transmitida pela fêmea infectada do Aedes aegypti.
O vírus que causa a dengue possui quatro variações, classificadas como DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A pessoa infectada adquiriu um destes tipos. Se essa pessoa contrair a doença outras vezes e por outros tipos do vírus, aumentam as chances de desenvolver a dengue hemorrágica ou a dengue com complicações.
Depois de adulto, o mosquito Aedes aegypti vive, em média, de 30 a 35 dias.
A fêmea do Aedes aegypti põe ovos de 4 a 6 vezes durante sua vida. Ela pode colocar mais de 100 ovos de cada vez, em locais preferencialmente com água limpa e parada.
O Aedes aegypti costuma picar as pessoas durante o dia.
Quem contamina o ser humano é a fêmea do mosquito, enquanto o macho apenas se alimenta de seiva de plantas. A fêmea precisa de uma substância do sangue (a albumina) para completar o processo de amadurecimento de seus ovos.
IMPORTANTE
Os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver até 450 dias (aproximadamente 1 ano e 2 meses), mesmo que o local onde ele foi depositado fique seco. Se este local receber água novamente, o ovo volta a ficar ativo, podendo se transformar em pupa e depois em larva, e, a partir daí, atingir a fase adulta de 2 a 3 dias. Essa alta resistência dos ovos é um dos fatores que dificultam a erradicação desse mosquito.
Pratos de plantas podem virar criadouros, por isso é importante preenchê-los com areia. Alerte os moradores que a areia não interfere no crescimento e desenvolvimento das plantas e flores.
Dengue – quando suspeitar
O primeiro sintoma da dengue é febre alta: de 39°C a 40°C. A dengue pode se apresentar de duas formas:
Dengue clássica
Os primeiros sinais de dengue podem surgir de 3 a 15 dias após a picada do mosquito. A doença dura em média de 5 a 7 dias e, além da febre, apresenta os seguintes sintomas:
Dengue hemorrágica
Os sintomas são iguais aos da Dengue clássica e pode existir ainda:
• sangramento de gengivas e narinas;
• fezes escuras, o que pode indicar a presença de sangue;
• manchas vermelhas ou roxas na pele;
• dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
• vômitos e tonteira;
• diminuição da urina;
• dificuldade para respirar.
Se alguém da sua comunidade apresentar dois ou mais sintomas de dengue, alerte-o de que deve ir à Unidade Básica de Saúde (UBS). Comunique à sua equipe, pois, se a pessoa não comparecer, deve ser realizada a busca ativa.
É importante que você, ACS, encaminhe os casos suspeitos para avaliação imediata
Durante o atendimento, é feito o levantamento da história epidemiológica do paciente, isto é, pergunta-se onde reside, se já esteve em local onde existe ou já aconteceram casos da doença, se já teve dengue e quantas vezes.
Depois, são observados os sinais e sintomas da doença.
Em situações de epidemia não é necessário fazer a confirmação sorológica em todos os doentes. O mais importante, nessa situação, são os exames de plaquetas e hematócritos, pois estes irão auxiliar e agilizar os cuidados para com o doente.
IMPORTANTE
Todas as pessoas com suspeita de dengue devem beber muita água, mesmo na espera para ser atendida.
Como é o tratamento
Ainda não existe vacina para a dengue
Normalmente a doença dura de 5 a 7 dias.
Quem está com dengue deve ficar em repouso e beber muita água.
Não há um tratamento específico para a doença. As medicações utilizadas são analgésicos (remédios para aliviar a dor) e antitérmicos (para diminuir a febre).
No entanto, nunca se deve tomar medicamentos sem orientação médica. É importante que uma pessoa com dengue, que apresente dores muito fortes na barriga e/ou vômitos persistentes, mal-estar com transpiração abundante, fraqueza muscular, sonolência e/ou irritabilidade, dificuldade para respirar, hemorragias (sangue nas fezes ou nos vômitos), diminuição na quantidade de urina e queda de temperatura, deve ser encaminhada imediatamente para uma unidade de saúde.
ATENÇÃO
A pessoa doente NÃO pode tomar remédios à base de ácido acetilsalicílico, pois esta substância aumenta o risco de hemorragia.
Importância da participação ativa de todos os setores da sociedade
O controle da dengue exige um esforço de todos os profissionais de saúde, gestores e população.
Não se combate a dengue sem parcerias.
É preciso envolver outros setores da administração do município, como limpeza urbana, saneamento, educação, turismo, meio ambiente, entre outros.
É importante lembrar que, para se reproduzir, o mosquito Aedes aegypti se utiliza de todo tipo de recipientes que as pessoas costumam usar nas atividades do dia-a-dia: garrafas e embalagens descartáveis, latas, pneus, plásticos, entre outros. Estes recipientes são normalmente encontrados a céu aberto, nos quintais das casas, em terrenos baldios e mesmo em lixões.
É preciso que as ações para o controle da dengue garantam a participação efetiva de cada morador na eliminação de criadouros já existentes ou de possíveis locais para reprodução do mosquito.
Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa)
Uma das atividades para prevenção da dengue é o Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa).
Esse levantamento é amostral, ou seja, não há necessidade de todas as casas serem visitadas. O resultado deste são índices de infestação predial e são divididos da seguinte forma:
• inferiores a 1%: estão em condições satisfatórias;
• de 1% a 3,9%: estão em situação de alerta;
• superior a 4%: há risco de surto de dengue.
Após esse levantamento é possível saber onde os mosquitos estão se desenvolvendo mais: se em locais de abastecimento de água, se em depósitos domiciliares, lixo, etc. A coordenação das equipes de saúde deve ter acesso aos resultados do LIRAa, para que possa organizar a rotina das visitas domiciliares de seus agentes, programar mutirões de limpeza urbana e promover ações de prevenção e combate à dengue.
As amostras para análise e referenciamento do LIRA a geralmente são coletadas pelos Agentes de Controle de Endemias, parceiros importantes no combate da doença.
Medidas para prevenção da dengue
Cuidados fora de casa
• Limpar as calhas e lajes das casas. Se houver piscina, lembrar aos moradores de que a água deve ser sempre tratada.
• Manter recipientes/locais de armazenamento de água, como caixas d’água, poços, latões e tambores, bem fechados.
• Guardar garrafas vazias de boca para baixo.
• Eliminar a água acumulada em plantas, como bambus, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa, espada de São Jorge, dentre outras.
• Entregar pneus inutilizados para a equipe de limpeza pública, ou orientar a quem quiser conservá-los que o faça em locais protegidos da água da chuva.
• Verificar se existem pneus, latas ou qualquer outro objeto que possa acumular água nos terrenos baldios.
• Identificar, na vizinhança, a existência de casas desocupadas e terrenos vazios, e localizar os donos para verificar se existem criadouros do Aedes aegypti.
Cuidados dentro de casa
• Evite, sempre que possível, o uso de pratos nos vasos de plantas. Caso opte por sua utilização, não deixe acumular água neles e nos xaxins. Coloque areia, preenchendo o prato até sua borda, ou lave-o, semanalmente, com esponja ou bucha e sabão, para eliminar completamente os ovos do mosquito.
• Lave os bebedouros de animais com escova, esponja ou bucha, e troque a água pelo menos uma vez por semana.
• Não deixe qualquer depósito de água aberto (ex.: potes, tambores, filtros, tanques e outros). Como o mosquito é bem pequeno, qualquer fresta, neste tipo de depósito, é suficiente para a fêmea conseguir colocar ovos e iniciar um novo ciclo.
Cuidados com o lixo
• Não jogar lixo em terrenos baldios.
• Manter o lixo tampado e seco até seu recolhimento.
• Tampar as garrafas antes de colocá-las no lixo.
• Separar copos descartáveis, tampas de garrafas, latas, embalagens plásticas, enfim, tudo que possa acumular água. Fechar bem em sacos plásticos e colocar no lixo.
O acondicionamento e o destino adequado do lixo são problemas que atingem toda a população, tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais.
Ao orientar os moradores para selecionar os recipientes e guardá-los de forma adequada, você contribui para evitar que sejam jogados em rios ou deixados a céu aberto, trazendo outros problemas para a comunidade (como foco de ratos e de outros animais, entupimento de bueiros, dentre outros).
A educação em saúde e a participação comunitária devem ser promovidas para que a comunidade adquira conhecimentos e consciência do problema, e possa participar efetivamente.
Discuta com a comunidade as possibilidades de novos destinos para o lixo reciclável.
Essas medidas contribuem para evitar a reprodução do mosquito da dengue e para tornar os ambientes saudáveis.
Devemos todos investir numa nova concepção e relação com o meio ambiente, na construção da consciência ambiental.
Existem muitos projetos de reaproveitamento/reciclagem de lixo, que podem e devem ser envolvidos para contribuir no controle da dengue. Você também deve estimular a comunidade a ajudar instituições que recolhem vidros, latas e embalagens de plástico. Eles podem ser vendidos em usinas de reciclagem.
Por que os casos de dengue aumentam no verão?
Porque no verão faz mais calor e chove muito, aumentando os locais com água parada, os quais podem se tornar criadouros do mosquito da dengue. Se nos locais que se enchem de água já existirem ovos do Aedes aegypti, eles ficam novamente ativos, evoluindo para o estágio de larvas, que se transformarão em mosquitos. O calor acelera o ciclo do mosquito, de ovo a adulto, que ocorre nem menos dias, contribuindo para aumentar a sua população.
Da mesma forma, o calor também acelera a multiplicação do vírus dentro do mosquito. Com isso, no verão (época geralmente mais quente do ano), uma fêmea do mosquito infectada tem mais chances de transmitir a doença antes de morrer.
A reprodução do mosquito não para.
Por isso, é preciso ficar alerta com a dengue, em todas as épocas do ano.
Trabalhando em equipe no controle da dengue
Organizações sociais, como igrejas, associações comunitárias, clubes de mães, conselhos de saúde e outros são importantes parceiros no controle da dengue.
As ações de vigilância em saúde/controle da dengue devem ser desenvolvidas no cotidiano das equipes de Atenção Básica/Saúde da Família.
Não somente os Agentes Comunitários de Saúde, mas todos os profissionais das Equipes Saúde da Família, têm importante papel e contribuição no desenvolvimento destas ações. É preciso que o combate à dengue seja planejado em conjunto. Os gestores municipais e os profissionais devem estabelecer fluxos e protocolos de atendimento, garantindo os exames laboratoriais e realizando o encaminhamento de casos graves, quando necessário, se responsabilizando por ele.
Para diminuir os casos de dengue é preciso interromper a cadeia de transmissão. E a única forma é eliminar os criadouros do mosquito.
Os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) são responsáveis pelas ações de prevenção e controle da dengue. Estas ações devem fazer parte das rotinas e estarem integradas às demais ações desenvolvidas nestas unidades. O Agente Comunitário de Saúde no controle da dengue
Competências do Agente de Controle de Endemias e do Agente Comunitário de Saúde
Um parceiro importante no controle da dengue é o Agente de Controle de Endemias (ACE), também denominado de Agente de Vigilância Ambiental, de Zoonoses, entre outros. Este profissional é responsável pela eliminação de criadouros de difícil acesso, como caixas d’água, ou pelo uso de larvicidas (biológicos ou químicos).
O ACS e o ACE são corresponsáveis pelo controle da dengue e devem trabalhar de forma integrada. Muitas das ações desenvolvidas são comuns aos dois profissionais, como a educação em saúde, a mobilização comunitária, a identificação de criadouros, entre outras. Entretanto, algumas ações são específicas dos ACS, como o acompanhamento das pessoas com dengue. E outras ações são de responsabilidade dos ACE, como a destruição de criadouros de difícil acesso ou que precisem do uso de larvicida.
Os gestores e as equipes de saúde devem definir claramente os papéis, competências e responsabilidades de cada um destes agentes e, de acordo com a realidade local, definir os fluxos de trabalho. A relação entre o número de ACE e ACS será variável, baseando-se no perfil epidemiológico e nas demais características locais (como geografia, densidade demográfica e outras).
Competências do Agente de Controle de Endemias
1. Encaminhar os casos suspeitos de dengue à UBS, responsável pelo território;
2. Atuar junto aos domicílios, informando seus moradores sobre a doença – seus sintomas e riscos – sobre o agente transmissor e medidas de prevenção;
3. Informar o responsável pelo imóvel não residencial, sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue;
4. Vistoriar imóveis não residenciais, acompanhado pelo responsável, para identificar locais e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros de mosquito transmissor da dengue;
5. Orientar e acompanhar o responsável pelo imóvel não residencial na remoção, destruição ou vedação de objetos que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
6. Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida, caso seja necessário, os pontos estratégicos;
7. Vistoriar e tratar os imóveis cadastrados e identificados pelo ACS, que necessitem do uso de larvicidas e/ou remoção mecânica de difícil acesso, que não possam ser eliminados pelo ACS;
8. Nos locais onde não existir ACS, seguir a rotina de vistoria dos imóveis e, quando necessário, aplicar larvicida;
9. Elaborar e/ou executar estratégias para o encaminhamento das pendências (casas fechadas e/ou recusas do morador em receber a visita);
10. Orientar a população sobre a forma de evitar locais que possam oferecer risco para a formação de criadouros do Aedes aegypti;
11. Promover reuniões com a comunidade, com o objetivo de mobilizá-la para as ações de prevenção e controle da dengue;
12. Notificar os casos suspeitos de dengue, informando a equipe da Unidade Básica de Saúde;
13. Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação da dengue, conforme estratégia local.
Competências do Agente Comunitário de Saúde
1. Encaminhar os casos suspeitos de dengue à Unidade Básica de Saúde, de acordo com as orientações da Secretaria Municipal de Saúde;
2. Atuar junto aos domicílios, informando aos seus moradores sobre a doença – seus sintomas e riscos – sobre o agente transmissor e as medidas de prevenção;
3. Informar o morador sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue no domicílio e peridomicílio, chamando a atenção para os criadouros mais comuns na sua área de atuação;
4. Vistoriar o domicílio e peridomicílio, acompanhado pelo morador, para identificar locais e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros de mosquito transmissor da dengue;
5. Orientar e acompanhar o morador na remoção, destruição ou vedação de objetos que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
6. Caso seja necessário, remover mecanicamente os ovos e larvas do mosquito;
7. Encaminhar ao Agente de Controle de Endemias (ACE) os casos de verificação de criadouros de difícil acesso ou que necessitem do uso de larvicidas/biolarvicidas;
8. Promover reuniões com a comunidade, com o objetivo de mobilizá-la para as ações de prevenção e controle da dengue, bem como conscientizá-la quanto à importância de que todos os domicílios
em uma área infestada pelo Aedes aegypti sejam trabalhados pelo Agente de Controle de Endemias;
9. Comunicar ao enfermeiro supervisor e ao ACE a existência de criadouros de larvas e/ou do mosquito transmissor da dengue, que dependam de tratamento químico/biológico, da interveniência da vigilância sanitária ou de outras intervenções do poder público;
10. Comunicar ao enfermeiro supervisor do ACS e ao ACE os imóveis fechados e as recusas;
11. Notificar os casos suspeitos de dengue, em ficha específica, e informar a equipe da Unidade Básica de Saúde;
12. Reunir-se regularmente com o ACE para planejar ações conjuntas, trocar informações sobre febris suspeitos de dengue, a evolução dos índices de infestação por Aedes aegypti da área de abrangência, os índices de pendências, os criadouros preferenciais e as medidas que estão sendo ou serão adotadas para melhorar a situação;
13. Orientar sobre a importância da hidratação oral, desde os primeiros sintomas da doença;
14. Acompanhar os pacientes com dengue, após atendimento nos serviços de saúde, por meio de visitas domiciliares, orientando a família e a comunidade.
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde



O CUIDADO COM O PACIENTE GRAVE
É grande o número de pacientes que exige cuidados intensivos que nem sempre estão restritos nas unidades intensivas e sim em outros setores dos hospitais, como: emergências, enfermarias e ambulatórios.
       A assistência ao ser humano unidade bio-pisco-social-espiritual, com suas necessidades básicas em seu ciclo saúde-doença-cuidado é objetivo essencial da Assistência de Enfermagem.
            Com a simplificação da vida esvaia-se a essência de um ser humano total e individual, de um ser grande relacional. Não há uma preocupação em perceber o individuo como um ser dotado de emoções, sentimentos, intuições, espiritualidade, valores, criatividade, desejos e necessidades, mas como um robô que opera ao obedecer a comandos. Referindo-se ao individuo doente hospitalizado na maioria das vezes é visto por um número de: registro, leito, maca. As doenças são apresentadas como um causa-efeito em conjunto com o agente causador e sintomas relacionados. Não se mencionam os fatores psicológicos, sociais, emocionais, ecológicos, energéticos, espirituais e outros tantos que interfere no processo da vida e doença.
             Neste sentido, os profissionais de Enfermagem, que lidam diretamente com a vida humana, têm necessidade de desenvolver competências técnicas, pessoais, comunicativas, organizacionais, sócio-políticas entre outras. Com vista, a realizar uma assistência de qualidade.
              A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a capacidade de perceber uma grande variedade de questões, bem como informações altamente definidas e específicas, pois o profissional atual deve ser o mais auto realizado possível: físico, emocional e espiritual a fim de atender os desafios de cuidar daqueles gravemente enfermos.   
               Os Enfermeiros devem estar preparados e aptos para manuseios e funcionamento de equipamentos e qualificados cientificamente sob o ponto de vista cognitivo e de habilidades para atender a um cliente crítico. Não podemos prever quando e como irá acontecer o agravamento de uma condição clínica de um paciente e esta necessidade de atendimento deverá ser prestada de imediato evitando disfunção de órgão vital, iatrogênicas e até mesmo a morte.
           O conselho Federal de Enfermagem normatiza em âmbito Nacional, a obrigatoriedade de haver Enfermeiros em todas as unidades de serviços que desenvolvam ações de enfermagem que envolvam procedimentos de alta complexidade, comum na assistência a pacientes críticos/potencialmente críticos. É responsabilidade privativa do Enfermeiro, cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida os cuidados que exijam conhecimentos científicos e tomadas de decisões imediatas e como integrante da equipe de saúde.
          Compete ao Enfermeiro dirigir, coordenar planejar, prescrever, delegar, supervisionar e avaliar as ações de Enfermagem de acordo com a necessidade e dependência do paciente. O paciente grave será adequadamente assistido se for avaliado, reconhecido e priorizados. 
         A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a capacidade de perceber uma grande variedade de questões, bem como informações altamente definidas e específicas, pois o profissional atual deve ser o mais auto realizado possível: físico, emocional e espiritual a fim de atender os desafios de cuidar daqueles gravemente enfermos.
         O objetivo da Assistência de Enfermagem é sempre promover equilíbrio fisiológico e emocional ao paciente. O profissional precisa conhecer e compreender cada vez mais a condição humana e promover o respeito à autonomia e a dignidade de cada um, cuja “dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros” (FREIRE, 1996).
              A estrutura e equipamentos de atendimento ao paciente crítico/potencialmente crítico deverá constar da interdisciplinaridade e da humanização, com enfoque nas necessidades do usuário, na integralidade assistencial e no respeito à participação efetiva dos diferentes profissionais envolvidos na atenção a paciente crítico/potencialmente crítico. (Ministério da saúde Portaria 1071 de 04/07/2005).
REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS
1. BARCHIFONTAINE, C. P. PESSINE, L. ADEMAR, R. Bioética e saúde. Centro são Camilo de Desenvolvimento em Administração da saúde. SP, 1989.
2. BORGES, A.L. Por uma educação com alma: A objetividade e a subjetividade nos processos de ensino aprendizagem. 2ºedição, Rio de Janeiro, 2000.
3. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. 1º edição, Rio de Janeiro, 1996.
4. HUDAK G. Cuidados intensivos de enfermagem. Uma abordagem holística. 6º edição Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1997.
5. SILVA, V.L.S. Estudo do vivo: saber, ser e viver na sala de aula. Editora nova letra, Santa Catarina, 2000.



ORGANIZAÇÃO DO SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o conjunto de todas as ações e serviços de saúde  prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.
Há um tempo atrás, a saúde era encarada apenas como a ausência de doenças, o que nos legou um quadro repleto não só das próprias doenças, como desigualdade, insatisfação dos usuário, exclusão, baixa qualidade e falta de comprometimento profissional. No entanto, este conceito foi ampliado, ao serem definidos os elementos condicionantes da saúde, que são:
 >Meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habitação, etc.);
 >Meio socioeconômico e cultural (emprego, renda, educação, hábitos, etc.);
 >Garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela promoção, proteção e recuperação da saúde.
Ou seja, de acordo com a nova concepção de saúde, compreende-se que “os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país".
As reivindicações do movimento que recebeu o nome de “Movimento Sanitarista” foram apresentadas na 8° Conferência Nacional de Saúde, em 1986. Sendo que mais tarde, na Constituição de 1988 foram definidas as ações relativas ao SUS, sendo considerado de “relevância pública”, ou seja, é atribuído ao Poder Público a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde, independente da execução direta do mesmo.
Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o SUS traz consigo dois outros conceitos importantes: o de sistema e a ideia de unicidade. A ideia de sistema significa um conjunto de várias instituições, dos três níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que interagem para um fim comum. Já na lógica de sistema público, os serviços contratados e conveniados seguem os mesmos princípios e as mesmas normas do serviço público. Todos os elementos que integram o sistema referem-se ao mesmo tempo às atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização, sendo que é definido como único na Constituição um conjunto de elementos doutrinários e de organização do sistema de saúde, os princípios da universalização, da equidade, da integralidade, da descentralização e da participação popular.
Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um núcleo comum, que concentra os princípios doutrinários, e uma forma e operacionalização, os princípios organizativos.
Princípios Doutrinários
Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.
Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.=
Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o principio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
Princípios Organizativos
Estes princípios tratam, na realidade, de formas de concretizar o SUS na prática.
Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.
Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.




OXIGENOTERAPIA.

A oxigenoterapia é a administração de oxigênio como uma intervenção médica, que pode ser para uma variedade de propósitos, tanto o atendimento ao paciente crônico e agudo.
O oxigênio é essencial para o metabolismo celular, e por sua vez, a oxigenação dos tecidos é essencial para todas as funções fisiológicas normais.
Ar ambiente contém apenas 21% de oxigênio e aumentando a fração de oxigênio no gás de respiração aumenta a quantidade de oxigênio no sangue.
Muitas vezes, é necessária apenas para aumentar a fração de oxigênio entregue a 30-35% e isso é feito pelo uso de uma cânula nasal.
Quando 100% de oxigênio é necessária, pode ser entregue através de uma máscara facial tight-fitting, ou pelo fornecimento de oxigênio a 100% para uma incubadora no caso de crianças.
Oxigênio pode ser administrado em outras formas, incluindo tratamentos específicos na pressão do ar elevada, tais como a terapia de oxigênio hiperbárico.
Arterial alta e níveis teciduais de oxigênio pode ser útil ou prejudicial, dependendo das circunstâncias e oxigenoterapia deve ser usado em benefício do paciente, aumentando a oferta de oxigênio para os pulmões e, assim, aumentar a disponibilidade de oxigênio para os tecidos do corpo, especialmente quando o paciente está sofrendo de hipóxia e / ou hipoxemia.



O papel do enfermeiro na UTI consiste em obter a história do paciente, fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas, devendo cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas dentro da UTI, de forma integrada e contínua com os membros da equipe de saúde.
Para isso o enfermeiro de UTI precisa pensar criticamente analisando os problemas e encontrando soluções para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos princípios éticos e bioéticos da profissão.
Compete ainda a este profissional avaliar, sistematizar e decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos, materiais e de informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva, visando o trabalho em equipe, a eficácia e custo-efetividade.
No que se refere à educação o enfermeiro de Terapia intensiva, deve ter um compromisso contínuo com seu próprio desenvolvimento profissional, sendo capaz de atuar nos processos educativos dos profissionais da equipe de saúde, em situações de trabalho, proporcionando condições para que haja benefício mútuo entre os profissionais, responsabilizando-se ainda pelo processo de educação em saúde dos indivíduos e familiares sob seu cuidado, reconhecendo o contexto de vida e os hábitos socioeconômico e cultural destes, contribuindo com a qualificação da prática profissional, construindo novos hábitos e desmistificando os conceitos inadequados atribuídos a UTI.
O trabalho em Unidade de Tratamento Intensivo (U.T.I) é complexo e intenso, devendo o enfermeiro estar reparado para a qualquer momento, atender pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento específico e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil. Desta forma, pode-se supor que o enfermeiro desempenha importante papel no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva.
O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos torna-se mais eficaz quando desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a sua progressiva recuperação (Gomes, 1988).
Desta forma, o citado autor ressalta que o enfermeiro de U.T.I precisa estar capacitado a exercer atividades de maior complexidade, para as quais é necessária a autoconfiança respaldada no conhecimento científico para que este possa conduzir o atendimento do paciente com segurança. Para tal, o treinamento deste profissional é imprescindível para o alcance do resultado esperado. De acordo com Gratton (2000) a tecnologia pode ser copiada; assim, o grande diferencial no mercado competitivo são as pessoas. Desta forma o preparo adequado do profissional constitui um importante instrumento para o sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI.
O aspecto humano do cuidado de enfermagem, com certeza, é um dos mais difíceis de ser implementado. A rotina diária e complexa que envolve o ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) faz com que os membros da equipe de enfermagem, na maioria das vezes, esqueçam de tocar, conversar e ouvir o ser humano que esta a sua frente.
Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido de humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma Unidade de Terapia Intensiva não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor, no entanto compete a este profissional lançar mão de estratégias que viabilizem a humanização em detrimento a visão mecânica e biologicista que impera nos centros de alta tecnologia como no caso das UTIs.
Pode-se dizer que o conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde a administração e efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos, atividades estas que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro desta unidade e deve ser por ele dominado.
O enfermeiro de UTI trabalha em um ambiente onde as forças de vida e morte, humana e tecnológica encontram-se em luta constante. Apesar de existirem vários profissionais que atuam na UTI o enfermeiro é o responsável pelo acompanhamento constante, consequentemente possui o compromisso dentre outros de manter a homeostasia do paciente e o bom funcionamento da unidade.



        Pragas Urbanas
          Eles são pequenos em tamanho, mas têm potencial para tirar qualquer marmanjo do sério. Atire a primeira pedra quem nunca se perguntou para que servem pernilongos, baratas, formigas e cupins, se não para infernizar a vida de todos. Poucas coisas são mais irritantes do que um pernilongo zumbindo no ouvido durante a madrugada. Ou mais frustrantes do que tentar acabar com o passeio das formigas pela pia da cozinha ou o berço do bebê. Para quem imagina que o problema está só em sua casa ou seu bairro, um consolo: eles estão por toda parte e cada vez mais presentes nos centros urbanos. Agora a má notícia: é mais fácil os seres humanos sucumbirem do que os insetos sumirem do mapa.
         A culpa é da própria biologia e da facilidade de adaptação desses animais, que estão no planeta há milhões de anos. O fóssil mais antigo de barata tem quase 350 milhões de anos. Não é exagero dizer que as baratas serão uma das poucas espécies a sobreviver a uma bomba atômica. Elas resistem até um mês sem comida, uma semana sem água e 40 minutos sem respirar. Seus ovos são imunes a todo tipo de produto químico. “É a consequência natural da civilização. Pernilongos seguem o ser humano desde o início dos tempos porque precisam de sangue para sobreviver. E o estilo de vida de hoje propicia o aumento e a manutenção desses insetos”, diz Anthony Érico Guimarães, entomólogo da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro. As formigas e os cupins são espécies que vivem em colônias e possuem estruturas sociais muito bem definidas. Constroem ninhos em locais seguros e se espalham rapidamente, o que dificulta seu controle.
       
Mosquitos: eles surgiram com os mamíferos, sua fonte de alimento. No Brasil, há mais de 1,5 mil espécies. As mais comuns nas cidades são o pernilongo (Culex), de hábitos noturnos, e o transmissor da dengue(Aedes aegypti), com hábitos diurnos. A fêmea do pernilongo, que desfere as picadas, necessita de uma proteína do sangue humano para a maturação de seus ovos. As fêmeas vivem cerca de 30 dias e botam até quatro mil ovos, dos quais menos da metade vira novos mosquitos.
             Se esses animais estão aqui há tanto tempo, devem ter algum valor científico, ao menos para os biólogos. “As baratas são excelentes decompositoras de matéria orgânica”, afirma Marcos Potenza, do Instituto Biológico de São Paulo. “As formigas são melhores do que as minhocas no preparo do solo. Elas cavoucam a terra e ajudam na passagem de água e nutrientes para as plantas”, diz Ana Eugênia de Campos Farinha, também do Biológico. Difícil se convencer das qualidades de uma barata, mas é melhor isso do que amaldiçoar a espécie toda vez que se deparar com um exemplar no meio da noite, parada na cortina do quarto. De uma maneira ou de outra, contribuímos para a proliferação dessas pragas. Com o crescimento dos centros urbanos ocorre a degradação do meio ambiente e uma alteração significativa nas espécies animais. “Na natureza, quem faz o controle ecológico são os predadores. Nas cidades, não há quantidade suficiente de passarinhos e aranhas para se alimentarem dos insetos e dessa forma manter o equilíbrio natural”, diz João Justi Júnior, outro pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo.
          A expansão habitacional obriga os insetos a mudar de hábitos para sobreviver. Uma colônia de cupins que vivia numa árvore terá que procurar outro abrigo, caso sua moradia seja derrubada.
Baratas: Habitam o planeta há mais de 300 milhões de anos e têm a maior capacidade de adaptação do reino animal. Há quatro mil espécies no mundo. No Brasil, são mais de 600. As mais comuns nas cidades são a barata de esgoto (Periplaneta americana), que vive até dois anos e tem até 800 filhotes, e a barata de cozinha (Blattella germanica), que vive um ano e gera 20 mil filhotes. Ambas têm hábitos noturnos e se concentram em locais de pouca atividade (gabinetes de cozinha, lavanderia, garagens e depósitos). São ágeis graças à articulação das pernas: as dianteiras são para agarrar, as do meio para levantar o corpo e as de trás para dar impulso. Algumas espécies (como a de esgoto) têm atração por bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja.
                  Assim se explica a infestação de insetos em condomínios construídos nos arredores das grandes metrópoles, onde os cupins devoram as estruturas e os móveis de madeira de casas novíssimas. Em intensidade diferente, os insetos causam problemas em quase todos os cantos do País. “É uma questão de sobrevivência. Os humanos invadem o ecossistema e os cupins são obrigados a se adaptar e procurar alimentos em outro lugar. E encontram madeira dentro das casas”, diz o biólogo Potenza. Sem contar que, quanto mais habitantes, maior é a quantidade de recipientes vazios, vasos, pneus velhos, caixas-d’água e lixo. Todos ótimos criadouros para pernilongos, baratas e formigas. “Ao contrário dos borrachudos, que procriam em águas limpas e servem como indicativo de boa qualidade ambiental, os pernilongos e os mosquitos, de maneira geral, precisam de um mínimo de água suja e parada para depositarem suas larvas”, diz Justi. Por isso as campanhas contra a dengue sugerem que se evite deixar água no prato dos vasos de plantas. “A dengue é transmitida por um mosquito ligado aos hábitos humanos. A cada ano, cerca de 50 milhões de pessoas são infectadas no mundo e o Brasil contribui bastante para esse número”, afirma Guimarães, da Fiocruz.
           As reclamações recebidas pela Associação Paulista dos Controladores de Pragas Urbanas (Aprag) sobre invasões de pernilongos, baratas, cupins, pulgas e formigas é grande. “Nos últimos três anos, percebemos um aumento na população de insetos, principalmente entre as formigas.
Formigas: o fóssil mais antigo de formiga tem 80 milhões de anos. No Brasil, são cerca de 30 espécies adaptadas aos humanos. As formigas domésticas mais comuns são a fantasma (Tapinoma melanocephalum), a louca (Paratrechina longicornis), a carpinteira (Camponotus spp), a lava-pés (Solenopsis), a cabeçuda(Pheidole) e a acrobata (Crematogaster). A lava-pés é encontrada em parques e jardins; as outras vivem em ambientes fechados. As formigas são vetores de fungos e bactérias, o que pode contaminar alimentos e causar doenças.
             O clima cada vez mais quente, com invernos menos rigorosos, piora o quadro”, diz o biólogo Sérgio Bacalini, diretor-executivo da Aprag. No calor, o ciclo biológico dos insetos é mais acelerado. Eles se reproduzem mais vezes porque o calor ajuda os ovos a eclodirem antes. Entre as formigas, a situação é mais complexa. Aquelas que passeiam pela casa em busca de alimento, as chamadas operárias, representam no máximo 10% da colônia de formigas. E se percebem algum perigo, elas se separam e criam outros formigueiros, parte deles interligada por túneis subterrâneos. Essa é a razão pela qual os especialistas desaconselham borrifar inseticida sobre a fileira de formigas, pois os insetos sentem o cheiro de produtos químicos a distância. “O ideal é usar iscas tóxicas, com baixa concentração de veneno. Nem sempre os remédios funcionam para todas as espécies, e por isso se recomenda procurar ajuda de um profissional”, explica Ana Eugênia. As operárias levam a isca tóxica para dentro do formigueiro, alimentam as larvas e as rainhas. Se uma delas morrer no percurso, o processo inteiro estará comprometido.
Cupins: existem cerca de três mil espécies no mundo. No Brasil são 500. Nas metrópoles, duas espécies causam maior prejuízo: o cupim de madeira seca(Cryptotermes brevis) e o subterrâneo ou de concreto (Coptotermes havilandi). Eles vivem em colônias e se alimentam de madeira e celulose. Os cupins são mais visíveis na primavera, quando ocorre a revoada dos siriris, futuros reis e rainhas, que são atraídos pela luz dos postes e residências. Os cupins de madeira seca são devoradores de móveis e o barulho que se ouve é resultado da ação de suas mandíbulas.
        Formigas de DVD – Algumas espécies, como a lava-pés, picam, outras mordem e outras liberam uma espécie de ácido que causa alergia na pele. É o caso da carpinteira, comum dentro de casa e com fascínio por equipamentos eletrônicos. “Esse ambiente é propício para essas formigas: é quente, protegido e aconchegante. Elas se alimentam do que há dentro dos equipamentos”, diz Ana Eugênia. Não raro, os aparelhos são destruídos. Ao passar pelos circuitos internos, as formigas levam choques que estimulam a liberação de um ácido que corrói os circuitos. Com as pulgas ocorre algo parecido. Não adianta colocar remédios nos animais domésticos para exterminá-las. É preciso tratar todo o ambiente. Isso porque, na falta do hospedeiro natural, no caso cães e gatos, as pulgas atacam os humanos.
Essa mesma mudança de comportamento transformou em pragas urbanas outras espécies nativas, uma tendência que os especialistas garantem que vai aumentar. O caso de maior evidência é o dos carrapatos, que, assim como pulgas e pernilongos fêmeas, se alimentam do sangue.
             Comuns no campo, eles são levados para as cidades a bordo do corpo de cachorros e gatos que visitam o sítio ou a fazenda nos finais de semana. “Os animais domésticos viajam para o campo e voltam para casa infestados de carrapatos”, diz o biólogo Marcos Potenza. O tipo que preocupa os médicos é conhecido como carrapato estrela, é encontrado em cavalos, bois, vacas e capivaras e pode infectar humanos. Quando está na fase de larva, ele provoca coceiras na pele. Ao virar adulto, o carrapato pode transmitir uma doença chamada febre maculosa. “Por ser um problema recente nas cidades, muitos médicos não identificam a doença de imediato, mesmo porque os sintomas são parecidos com os de uma gripe forte, meningite ou leptospirose”, diz Potenza.
Carrapatos: pertencem ao grupo dos ácaros e estão se tornando uma praga. Os tipos mais comuns são o carrapato estrela (Amblyomma cajenense), carrapato vermelho (Rhipicephalus sanguineus) e o Amblyomma cooperi, exclusivo das capivaras. Com o aumento da população desses mamíferos, é cada vez mais frequente o aparecimento de carrapatos em parques públicos, matas ciliares, rios e lagos. O estrela está chegando às cidades, trazido por animais domésticos. O carrapato de cachorro costuma se abrigar em frestas nas paredes, cortinas e tapetes.
            Além dos insetos, viagens ao campo podem facilitar a migração de outros bichos para as grandes cidades. É o caso das aranhas, que transitam dentro de sapatos e malas. Comuns na Amazônia e no Sudeste do País, a mais perigosa delas é a armadeira, que é venenosa e pode saltar até 40 cm em direção à vítima. Os ataques são mais comuns nos meses de março e abril, o período de acasalamento. Elas possuem hábitos noturnos e durante o dia permanecem escondidas sob troncos de árvores, bromélias e em locais escuros, como sapatos e atrás de móveis e cortinas. As armadeiras não vivem em teias e atingem 15 cm quando estão com as pernas em posição de ataque. Outra espécie venenosa de importância médica é a aranha-marrom, que vive em teias irregulares, comprovando a tese de que quanto mais feia for uma teia, mais venenosa será a aranha. Elas são pequenas, no máximo três centímetros, têm hábitos noturnos e preferem clima frio. São encontradas sob raízes de árvores e folhas caídas, ou ainda entre móveis, telhas e tijolos. Elas não atacam. Picam apenas quando são pressionadas contra o corpo da vítima.
         O tratamento e o combate às pragas urbanas requer paciência, manejo integrado e, acima de tudo, bom senso. “Formigas numa UTI de hospital podem trazer riscos à saúde, mas dentro de casa, nem sempre. Além disso, onde há formigas não há baratas. Elas se alimentam dos ninhos de baratas”, afirma Carlos Roberto Brandão, diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). Os especialistas aconselham medidas básicas: manter o ambiente limpo, sem restos de comida; consertar vazamentos; rejuntar azulejos; não acumular papéis e caixas de papelão; e, principalmente, redobrar o cuidado ao levar vasos e caixas para casa, que são ótimos ninhos.
      Convivência – Outra recomendação é não enterrar madeiras e restos de materiais de construção, os alimentos preferidos dos cupins. “Muitos aspectos da arquitetura moderna contribuem para o sucesso do cupim subterrâneo. Enterrar restos de celulose resultantes de obras é fornecer alimento extra a eles”, assegura Ana Maria Costa Leonardo, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de São Carlos. Já que a convivência com animais é inevitável, é bom garantir que, ao menos, ela se dê em harmonia. “Temos a falsa impressão de que não podemos conviver com bichos. Não podemos esquecer que somos parte da natureza”, diz Brandão. Bom que os insetos saibam disso, antes que eles descubram um jeito de nos exterminar.
Fonte: Revista Isto É - CIÊNCIA, TECNOLOGIA & MEIO AMBIENTE 02/06/2004

PREPARO DE EXAME | ULTRA-SONOGRAFIA

ABDÔMEN SUPERIOR:
  • Somente jejum de 12 horas de sólidos;
  • Tomar 2 à 3 copos de água na recepção.
ABDÔMEN TOTAL:
  • Jejum de 12 horas e bexiga cheia;
  • Tomar 6 copos de água de tamanho normal, iniciando 30 minutos antes do exame;
  • Não urinar após o início da ingestão de líquido.
APARELHO URINÁRIO:
  • Bexiga cheia;
  • Tomar 6 copos de água de tamanho normal, iniciando 30 minutos antes do exame;
  • Não urinar após o início da ingestão de líquido.
    Obs.:Em caso de insuficiência renal crônica NÃO ingerir água.
TIREÓIDE, REGIÃO CERVICAL, PESCOÇO, GLÂNDULAS SALIVARES, PAREDE ABDOMINAL, ARTICULAÇÕES E MÚSCULOS:
  • Não é necessário nenhum tipo de preparo.
ENDOVAGINAL:
  • Bexiga cheia;
  • Tomar 6 copos de água de tamanho normal, iniciando 30 minutos antes do exame;
  • Não urinar após o início da ingestão de líquido;
  • O exame pode ser realizado mesmo com sangramento;
  • Durante o período menstrual, recomenda-se a realização do exame após o 3º dia, pois o fluxo é menor, apresentando menor quantidade de coágulos.
MAMAS:
  • Não é necessário nenhum tipo de preparo;
  • Trazer apenas USG ou mamografia anterior.
OBSTÉTRICO:
  • Bexiga cheia;
  • Tomar 6 copos de água de tamanho normal, iniciando 30 minutos antes do exame;
  • Não urinar após o início da ingestão de líquido.
    Obs.: Gestante com mais de 3 meses não precisa de bexiga cheia.
PÉLVICO:
  • Bexiga cheia;
  • Tomar 6 copos de água de tamanho normal, iniciando 30 minutos antes do exame;
  • Não urinar após o início da ingestão de líquido.
PRÓSTATA VIA ABDOMINAL:
  • Bexiga cheia;
  • Tomar 6 copos de água de tamanho normal, iniciando 30 minutos antes do exame;
  • Não urinar após o início da ingestão de líquido;
  • Se o paciente estiver usando sonda, fechar a mesma antes da ingestão do líquido e assim que o paciente referir vontade de urinar, dirigir-se ao Centro de Imagem para a realização do exame;
    Obs.: Nos casos de bexiga neurogênica, o paciente deve dirigir-se ao Centro de Imagem 30 minutos após a administração do líquido.
PREPARO DE EXAME | TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Importante: o exame só será realizado mediante o preenchimento do Protocolo específico para TC.

ABDÔMEN SUPERIOR:
  • Jejum de sólidos e líquidos por 6 horas;
  • Se estiver tomando medicação, tomar normalmente, mas com pouca água – salvo em casos orientados pelo Radiologista;
  • Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou Ressonância Magnética anterior.
ABDÔMEN SUPERIOR + PELVE (ABDÔMEN TOTAL):
  • Se estiver tomando medicação, tomar normalmente, salvo em casos orientados pelo Radiologista;
  • Deverá tomar 50 ml de contraste em casa, na véspera do exame, a partir das 12h;
  • Ficar em jejum após as 20h;
  • Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou Ressonância Magnética anterior.
ARTICULAÇÕES:
  • Nenhum tipo de preparo, salvo em casos orientados pelo Radiologista.
  • Pacientes diabéticos em uso de GLUCOFORMIMGLIFAGE ou DIMEFOR serão orientados a fazer prova de creatinina antes e após o exame, de acordo com as orientações dadas pelo radiologista;
  • Se for utilizado o meio de contraste endovenoso, deve ser cumprido o jejum total de 6 horas.
COLUNA:
  • Nenhum tipo de preparo, salvo casos em que o paciente já tenha realizado cirurgia de coluna ou tenha história prévia de neoplasia. Diante desta situação deve-se conversar com o médico Radiologista a respeito da necessidade do contraste;
  • Se estiver tomando medicação, tomar normalmente, mas com pouca água;
  • Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou Ressonância Magnética anterior.
CRÂNIO:
  • Se não for utilizado o meio de contraste venoso não é necessário nenhum preparo;
  • No caso de utilização de contraste:
    • Jejum de sólidos e líquidos por 6 horas;
    • Se estiver tomando medicação, tomar normalmente, mas com pouca água – salvo em casos orientados pelo Radiologista;
    • Trazer TC, RX ou RNM anterior.
PELVE:
  • Se estiver tomando medicação, tomar normalmente, salvo em casos orientados pelo Radiologista;
  • Deverá tomar 50 ml de contraste em casa, na véspera do exame, a partir das 12h;
  • Ficar em jejum após as 20h;
  • Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou Ressonância Magnética anterior.
TÓRAX:
  • Jejum de sólidos e líquidos por 6 horas;
  • Se estiver tomando medicação, tomar normalmente, mas com pouca água – salvo em casos orientados pelo Radiologista;
  • Trazer Tomografia Computadorizada, Raio-X ou Ressonância Magnética anterior.


PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS
DEFINIÇÃO DE CURATIVO
É um meio terapêutico que consiste na limpeza e  aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida, quando necessário, com a finalidade de promover a rápida cicatrização e prevenir a contaminação ou infecção.
01. Objetivos:
·  Auxiliar o organismo a promover a cicatrização;
·  Eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização da lesão;
·  Diminuir infecções cruzadas, através de técnicas e procedimentos adequados;
02. Finalidades:
·  Limpar a ferida;
·  Promover a cicatrização, eliminando fatores que possam retardá-la.
·  Tratar e prevenir infecções;
·  Prevenir contaminação exógena;
·  Remover corpos estranhos;
·  Proteger a ferida contra traumas mecânicos;
·  Promover hemostasia;
·  Fazer desbridamento mecânico e remover tecidos necróticos;
·  Reduzir edemas;
·  Drenar e/ou absorver secreções e exsudatos inflamatórios; 
·  Diminuir odor;
·  Manter a umidade da ferida;
·  Fornecer isolamento térmico;
·  Dar conforto psicológico ao paciente;
·  Diminuir a intensidade da dor;
·  Limitar a movimentação em torno da ferida.
03. Categorias:
·  Curativos primários: colocados diretamente sobre a ferida
·  Curativos secundários: colocados sobre o curativo primário.
04. Tipos de Curativos: 
O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o tamanho da ferida. Em alguns casos é necessária uma compressão, em outros lavagem exaustiva com solução fisiológica e outros exigem imobilização com ataduras. Nos curativos em orifícios de drenagem de fístulas entéricas a proteção da pele sã em torno da lesão é o objetivo principal.
4.1. Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo é absorvente ,e comumente utilizado em feridas cirúrgicas, drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele adjacente saudável.
4.2. Curativo oclusivo:  não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica, impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a fim de impedir efízema,e  formação de crosta.
4.3. Curativo compressivo:  Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, promover a estase e ajudar na aproximação das extremidades da lesão.
4.4. Curativos abertos: São realizados em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos. Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas, escoriações, etc

05. Classificação do Curativo de acordo com o Tamanho da Ferida:
5.1. Curativo pequeno:  curativo realizado em ferida pequena: aproximadamente 16 cm2. 
(ex: cateteres venosos e arteriais, cicatrização de coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular, hemorroidectomia, pequenas incisões, traqueotomia, Cateter de diálise e intermitente).
5.2. Curativo Médio
curativo realizado em ferida média, variando de 16,5 a 36 cm. 
(ex: Cesáreas infectadas, incisões de dreno, lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar).
5.3. Curativo grande
curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2.
(ex: Incisões contaminadas, grandes cirurgias –  incisões extensas (cirurgia torácica, cardíaca), queimaduras (área e grau), toracotomia com drenagem, úlceras infectadas, Outros especificar).
5.4. Curativo Extra Grande
curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2.
(ex: Todas as ocorrências de curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de justificativa médica).
06. Técnica de Curativo:
6.1. Normas Gerais:
·  Lavar as mãos antes e após cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente;
·  Verificar data de esterilização nos pacotes utilizados para o curativo (validade usual 7 dias);
·  Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível;
·  Utilizar sempre material esterilizado;
·  Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las;
·  Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril;
·  Considerar contaminado qualquer material que toque sobre locais não esterilizados;
·  Usar luvas de procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com pinças (técnica asséptica);
·  Utilizar luvas estéreis em curativos de cavidades ou quando houver necessidade de contato direto com a ferida ou com o material que irá entrar em contato com a ferida; 
·  Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada; Nunca abrir e trocar curativo de ferida limpa ao mesmo tempo em que troca de  ferida contaminada;
·  Quando uma mesma pessoa for trocar vários curativos no mesmo paciente, deve iniciar pelos de incisão limpa e fechada, seguindo-se de ferida aberta não infectada, drenos e por último as colostomias e fístulas em geral;
·  Ao embeber a gaze com soluções manter a ponta da pinça voltada para baixo; 
·  Ao aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o membro apoiado, tendo o cuidado de não apertar em demasia.
·  Os curativos devem ser realizados no leito com toda técnica asséptica;
·  Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a  mesa auxiliar, ou carrinho de curativo.  O mesmo deve sofrer desinfecção após cada uso;
·  Todo curativo deve ser realizado com a seguinte paramentação: luva, máscara e óculos.
·  Em caso de curativos de grande porte e curativos infectados (escaras infectadas com áreas extensas, lesões em membros inferiores, e ferida cirúrgica infectada) usar também o capote como paramentação;
·  Quando o curativo for oclusivo deve-se anotar no esparadrapo a data, a hora e o nome de quem realizou o curativo.
6.2. Cuidados importantes:
·  Em portadores de ostomias e fístulas utilizar placa protetora e TCM na proteção da pele nas áreas adjacentes à ferida;
·  Não comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida a fim de garantir boa circulação;
·  As compressas e ataduras deverão ser colocadas em saco plástico protegidos e jogar no hamper de roupa do paciente.  Quando este material estiver com grande quantidade de secreção, deve-se colocar em saco plástico e desprezar;
·  Trocar os curativos úmidos quantas vezes forem necessárias, o mesmo procedimento deve ser adotado para a roupa de cama, com secreção do curativo; 
·  Quando o curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a sinais  flogísticos.  Se houver presença de sinais de infecção (calor, rubor, hiperemia, secreção) comunicar o S.C.I.H. e / ou a supervisora e anotar no prontuário, colher material para cultura conforme técnica;
·  O curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das refeições;
·  O curativo não deve ser realizado em horário de limpeza do ambiente, o ideal é após a limpeza;
·  Em feridas em fase de granulação realizar a limpeza do interior da ferida com soro fisiológico em jatos, não esfregar o leito da ferida para não lesar o tecido em formação.
·  Os drenos devem ser de tamanho que permitam a sua permanência na posição vertical, livre de dobras e curva; 
·  Mobilizar dreno conforme prescrição médica;
·  Em úlceras venosas e neuropatias diabética (pé diabético) manter membro enfaixado e aquecido com algodão ortopédico;
·  Em úlceras arteriais, manter membro elevado.
6.3. Antes de Iniciar o Curativo, deve-se Realizar:
·       Avaliação do estado do paciente, principalmente os fatores que interferem na cicatrização, fatores causais, risco de infecção;
·       Avaliação do curativo a ser realizado, considerando-os em função do tipo de ferida;
·       Orientação do paciente sobre o procedimento;
·       Preparo do ambiente (colocar biombos quando necessário, deixar espaço  na mesa de cabeceira para colocar o material a ser utilizado, fechar janelas muito próximas, disponibilizar lençol ou toalha para proteger o leito e as vestes do paciente quando houver possibilidade de que as soluções escorram para áreas adjacentes);
·       Preparar o material e lavar as mãos;
Após estes preparativos, podemos iniciar o curativo propriamente dito (remoção, limpeza, tratamento, proteção).
6.4. Após a realização do curativo proceder a
·  Recomposição do paciente;
·  Recomposição do ambiente;
·  Destinação dos materiais (colocar em sacos no carrinho de curativos encaminhando à C.M.E. o mais rápido possível, ou de acordo com as rotinas do Setor);
·  Lavar as mãos;
Evolução: Registro do procedimento incluindo avaliação da ferida; Após cada curativo devem ser anotadas no prontuário do paciente as seguintes informações sobre a lesão:
  • Localização anatômica; 
  • Tamanho e profundidade;
  • Tipo de Tecido
  • Presença de secreção / exsudato (quantidade, aspecto, odor);
  • Bordas e Pele peri-ulceral;
  • Presença de crosta;
  • Presença de calor, rubor, hiperemia e edema.
Observações:
·  A evolução do curativo, bem como os materiais gastos deverão ser anotados ao término de cada curativo, evitando assim erros e esquecimentos de anotações;
·  Se houver mais de um curativo em um mesmo paciente anotar as informações separadas para cada um deles citando a localização do mesmo.
Lembre-se de:
·  Evitar falar no momento da realização do procedimento e orientar o paciente para que faça o mesmo;
·  Fazer a limpeza com jatos de SF 0,9% sempre que a lesão estiver com tecido de granulação vermelho vivo (para evitar o atrito da gaze);
·  A troca do curativo será prescrita de acordo com a avaliação diária da ferida;
·  Proceder a desinfecção da bandeja, carrinho, ou mesa auxiliar após a execução de cada curativo, com solução de álcool a 70%; Manter o Soro Fisiológico 0,9 % dentro do frasco de origem (125 ml); 
·  Desprezar o restante em caso de sobra;
·  O T.C.M. deve ser distribuído em frascos pequenos estéreis, (individuais);
·  Realizar os curativos contaminados com S. F. 0,9 % aquecido (morno).
6.5. Principais Erros Cometidos ao se Fazer um Curativo:
·  Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas;
·  Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo;
·  Trocar o curativo em excesso em feridas secas;
·  Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes;
·  Esquecer de fazer as anotações ou não fazê-las corretamente;
·  Não lavar as mãos entre um curativo e outro;
·  Conversar durante o procedimento;
·  Misturar material de um curativo e outro, em um mesmo paciente;
·  Não fazer desinfecção do carrinho de um curativo para outro.



PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA
Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab) busca incentivar médicos recém-formados a trabalharem, por um ou dois anos, em municípios de maior necessidade e em periferias das grandes metrópoles, possibilitando um conhecimento maior da realidade do país e estimulando projetos de provimento e fixação de médicos.
Serão abertas 2 mil vagas para médicos, mil para enfermeiros e 700 para cirurgiões-dentistas. O programa tem início em março de 2012. Para esses profissionais, serão oferecidas supervisões a distância pelo Telessaúde Brasil Redes e supervisões semipresenciais. Haverá a possibilidade de especialização em Saúde da Família e Comunidade através da UNA-SUS, que disponibilizará módulos de atualização nos temas de maior necessidade.
Além disso, esses médicos terão 10% de bônus para os concursos de residência quando bem-avaliados depois de um ano no programa. Todas as instituições que oferecem programas de residência médica de acesso direto serão obrigadas a conceder o bônus de 10%. Quem atuar durante um ano terá 10% de pontuação adicional na nota final. Já aqueles que participarem do programa durante dois anos, receberão 20%.
Ministério da Saúde, em parceria com os municípios, oferecerá salários compatíveis e boas condições de moradia e de trabalho para os profissionais que optarem pelo programa. É uma oportunidade de conhecer a realidade do nosso País, de exercer a profissão e vivenciar os mais dignos preceitos de cidadania que fazem parte dos ideais dos alunos que optam pela área da Saúde.
Assim, o programa beneficiará profissionais recém-formados nas especialidades prioritárias do Ministério da Saúde e que optaram por atuar nas áreas mais necessitadas. Além disso, terão salários diferenciados, bônus para concursos de residência, supervisão e apoio aos profissionais.
Um em cada cinco municípios brasileiros já aderiu ao Programa. Até o momento, 1.327 municípios já se inscreveram. O prazo de inscrições para os municípios interessados termina no próximo dia 7 de fevereiro. Já os profissionais de saúde têm até o dia 12 de fevereiro para se inscreverem.



PROPRIEDADE ORGANOLÉPTICAS
        Identificação pelos nossos sentidos
            Características de uma substância que podem ser percebidas com nossos sentidos são chamadas de propriedades organolépticas.
            Identificar substâncias é uma das atividades realizadas pela química analítica. Muitas vezes nos deparamos com situações que necessitam dessa atividade: uma empresa recebe um carregamento de uma substância e deve verificar se o que recebeu é realmente o que foi pedido; um detetive forense precisa saber se a mancha encontrada em uma roupa é sangue; um ourives quer saber se o metal que comprou é ou não ouro.
            Todas as substâncias possuem determinadas características que podem identificá-las. Algumas propriedades só podem ser aferidas através de sofisticados equipamentos e outras de maneira muito mais simples.
            Se você pegar um pedaço de alumínio e outro de estanho na mão, mesmo que não lhe digam qual é qual, você é perfeitamente capaz de identificá-los: o alumínio é mais claro e prateado enquanto o estanho é mais escuro e amarelado.
            Propriedades organolépticas
Se em sua cozinha existirem dois potes sem identificação, um contendo sal e outro açúcar, você também os identifica pelo gosto salgado ou doce. Um recipiente com óleo diesel e outro com gasolina também conseguem ser identificados apenas pela sua aparência.
Veja que em todos os exemplos duas coisas são comuns: você sabe o que são embora não saiba qual é qual e, para identificá-los não foi necessário nenhum método especial, você utilizou apenas seus próprios sentidos: olfato, tato, visão e paladar. Como você viu, as propriedades organolépticas, não devem ser desprezadas na identificação das substâncias.
            Quando não confiar nas propriedades organolépticas
            Algumas substâncias têm propriedades organolépticas muito características e, desde que tenhamos uma prévia noção do que se trata, podemos classificá-la com certeza. Imagine que você tenha uma situação onde não há essa prévia noção. Imagine que lhe entreguem dois frascos com os seguintes sais: cloreto de potássio e cloreto de sódio. Os dois estão em pó, os dois são brancos, não têm cheiro e, como você não sabe se podem lhe fazer mal, não irá prová-los. Neste caso as propriedades organolépticas não foram muito úteis.
            Quando confiar nas propriedades organolépticas
            Excluindo casos óbvios como os dos exemplos que já demos, vamos pensar em outra coisa: mesmo não podendo chegar ao resultado final, podemos "filtrar" nossa busca com base em algumas observações. Você recebe um bloco sólido para identificar. O simples fato de ser um sólido já excluirá uma série de substâncias - oxigênio, por exemplo - observando o bloco, você também é capaz de dizer se é um metal, um pedaço de um sal ou até mesmo de origem orgânica. Percebeu que mesmo não tendo obtido uma identificação positiva você consegue afunilar sua busca ganhando bastante tempo e excluindo muitas substâncias? Trocando em miúdos: mesmo não sabendo quem é, podemos excluir muitos que não são.
Cuidado!
            Embora tenhamos dito que as propriedades organolépticas podem ser muito úteis, não devemos, em hipótese alguma, cheirar ou provar substâncias desconhecidas pois, se não sabemos quem é, não sabemos que mal pode nos fazer e, mesmo que saibamos do que se trata, não conhecemos sua pureza nem sua esterilidade (pode estar biologicamente contaminado).
            Em tempo
Quer saber como diferenciar o cloreto de sódio do cloreto de potássio, que usamos como exemplo: misture um pouco de álcool a eles e coloque fogo. A chama do sódio é cor de laranja e a do potássio violeta.
Prof. Ms. Luiz Molina Luz



SI-PNI - Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações
O êxito das Campanhas de Vacinação contra a varíola na década dos anos sessenta mostrou que     a vacinação em massa tinha o poder de erradicar a doença. O último caso de varíola notificado no Brasil foi em 1971 e, no mundo em 1977 na Somália.
Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações - PNI, por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura. A proposta básica para o Programa, constante de documento elaborado por técnicos do Departamento Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde) e da Central de Medicamentos (CEME - Presidência da República), foi aprovada em reunião realizada em Brasília, em 18 de setembro de 1973, presidida pelo próprio Ministro Mário Machado Lemos e contou com a participação de renomados sanitaristas e infectologistas, bem como de representantes de diversas instituições.
Em 1975 foi institucionalizado o PNI, resultante do somatório de fatores, de âmbito nacional e internacional, que convergiam para estimular e expandir a utilização de agentes imunizantes, buscando a integridade das ações de imunizações realizadas no país. O PNI passou a coordenar, assim, as atividades de imunizações desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços e, para tanto, traçou diretrizes pautadas na experiência da Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP), com a prestação de serviços integrais de saúde através de sua rede própria. A legislação específica sobre imunizações e vigilância epidemiológica (Lei 6.259 de 30-10-1975 e Decreto 78.231 de 30-12-76) deu ênfase às atividades permanentes de vacinação e contribuiu para fortalecer institucionalmente o Programa.
Em seguimento à erradicação da varíola, inicia-se em 1980 a 1ª CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA A POLIOMIELITE, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um só dia. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraíba em março de 1989. Em setembro de 1994 o Brasil junto com os demais países da região das Américas, recebeu da Comissão Internacional para a Certificação da Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus Selvagem nas  Américas, o Certificado que a doença e o vírus foram eliminados de nosso continente.
De 1990 a 2003, o PNI fez parte do CENEPI/FUNASA - Fundação Nacional de Saúde. A partir de 2003, passou a integrar a DEVEP/SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde, inserido na Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações - CGPNI.
 Ao longo do tempo, a atuação do PNI, ao consolidar uma estratégia de âmbito nacional, apresentou, na sua missão institucional precípua, consideráveis avanços. As metas mais recentes contemplam erradicação do sarampo e a eliminação tétano neonatal. A essas, se soma o controle de outras doenças imunopreveníveis como Difteria, Coqueluche e Tétano acidental, Hepatite B, Meningites, Febre Amarela, formas graves da Tuberculose, Rubéola e Caxumba em alguns Estados, bem como, a manutenção da erradicação da Poliomielite.
Cabe também a CGPNI adquirir, distribuir e normatizar o uso dos imunobiológicos especiais, indicados para situações e grupos populacionais específicos que serão atendidos nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais - CRIEs. É também de responsabilidade desta coordenação a implantação do Sistema de Informação e a consolidação dos dados de cobertura vacinal em todo o país.
Destacamos que o objetivo principal do Programa é de oferecer todas as vacinas com qualidade a todas as crianças que nascem anualmente em nosso país, tentando alcançar coberturas vacinais de 100% de forma homogênea em todos os municípios e em todos os bairros.
O PNI é, hoje, parte integrante do Programa da Organização Mundial de Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A informatização do PNI foi desenvolvida pelo DATASUS (GEIPS), segundo especificação da CGPNI.  O SI-PNI é formado por um conjunto de sistemas
ü     Avaliação do Programa de Imunizações - API. Registra, por faixa etária, as doses de imunobiológicos aplicadas e calcula a cobertura vacinal, por unidade básica, município, regional da Secretaria Estadual de Saúde, estado e país. Fornece informações sobre rotina e campanhas, taxa de abandono e envio de boletins de imunização. Pode ser utilizado nos âmbitos federal, estadual, regional e municipal.
ü     Estoque e Distribuição de Imunobiológicos - EDI. Gerencia o estoque e a distribuição dos imunobiológicos. Contempla o âmbito federal, estadual, regional e municipal.
ü     Eventos Adversos Pós-vacinação - EAPV. Permite o acompanhamento de casos de reação adversa ocorridos pós-vacinação e a rápida identificação e localização de lotes de vacinas. Para a gestão federal, estadual, regional e municipal.
ü     Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão - PAIS. Sistema utilizado pelos supervisores e assessores técnicos do PNI para padronização do perfil de avaliação, capaz de agilizar a tabulação de resultados. Desenvolvido para a supervisão dos estados.
ü     Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão em Sala de Vacinação - PAISSV. Sistema utilizado pelos coordenadores estaduais de imunizações para padronização do perfil de avaliação, capaz de agilizar a tabulação de resultados. Desenvolvido para a supervisão das salas de vacina.
ü     Apuração dos Imunobiológicos Utilizados - AIU. Permite realizar o gerenciamento das doses utilizadas e das perdas físicas para calcular as perdas técnicas a partir das doses aplicadas. Desenvolvido para a gestão federal, estadual, regional e municipal.
ü     Sistema de Informações dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais - SICRIE.

Registra os atendimentos nos CRIEs e informa a utilização dos imunobiológicos especiais e eventos adversos.

Principais Sub-Sistemas de Informação em Saúde
Além dos grandes bancos de dados gerados por atividades de outros setores (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA, etc.) e estudos amostrais realizados por universidades e outras instituições, o SIS é composto por diferentes Sub-sistemas, que produzem uma enorme quantidade de dados referentes à atividades setoriais em saúde, gerando grandes bancos de dados nacionais, dos quais se destacam:
SISTEMAS
EVENTO

INSTRUMENTO DE
COLETA
FLUXO
USOS
(ALGUNS)
SIM

Óbito
Declaração de
Óbito
Cartório SMS
Regional
SES
Estudos de mortalidade,
Vigilância de Óbitos
(infantil, materno, etc.)
SINASC
Nascido Vivo
Declaração de
Nascido Vivo
Unidade SMS
Regional
SES
Monitoramento
da Saúde da Criança
Vigilância
a Criança de Risco
SINAN

Agravos
Sob
Notificação

FI Notificação e
FI Investigação

Unidade
SMS
Regional
SES
Acompanhamento dos
agravos sob notificação,
surtos, epidemias, etc.
SIH
Informação
Hospitalar

AIH

Unidade
SMS
Regional
SES

Morbidade hospitalar,
Gestão hospitalar,
Custeio da Atenção
Hospitalar

SIA
Produção
Ambulatorial
(Agregado)

BPA

Unidade
SMS
Regional
SES

Acompanhamento da
produção ambulatorial,
Gestão Ambulatorial
Custeio da Atenção
Ambulatorial,
OUTROS
API, SISVAN, SIAB, SIGAB, ETC.
Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM
Descrição
Contém informações sobre óbitos e óbitos fetais.
Origem/Fonte
Declaração de Óbito - D. O.
Fluxo
Cartórios / SMS / Regional / SES / FNS
Período de
abrangência
a partir de 1979 último ano disponível: 1997
(1998: até o último mês processado)
Abrangência
Geográfica
País, Estados, Regionais e municípios
( possibilidade de processar os dados por bairros e áreas)
Variáveis mais
importantes
Causa básica, sexo, idade, grau de instrução, ocupação
habitual, local de ocorrência, assistência médica.
Indicadores
Mortalidade Proporcional (%): por causas ou grupos de causas
por faixas etárias/ por causas mal definidas/
Coeficientes:
Mortalidade Geral
Mortalidade Infantil (Neonatal e Infantil Tardia)
Mortalidade Materna
Mortalidade por causas ou grupos de causas específicos
Principais
limitações
Sub-registro de óbitos
Qualidade do preenchimento da Declaração de Óbito
Acesso às
informações
Meios magnéticos, publicações e relatórios internet:
Home-page DATASUS: www.datasus.gov.br
Responsável
pela coordenação do
sistema no Estado
 Gerência de Estatística e Informática
Contatos:

Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC
Descrição
Contém informações sobre as características dos nascidos vivos, das mães, da gestação e do parto.
Origem/Fonte
Declaração de Nascido Vivo - D. N.
Fluxo
Hospitais/Cartórios / SMS / Regional /SES / FNS
Período de
abrangência
a partir de 1995/último ano disponível: 1997
(1998: até o último mês processado)
Abrangência
Geográfica
País, Estados, Regionais e municípios
(possibilidade de processar os dados por bairros e áreas)
Variáveis mais
importantes
Sexo, peso ao nascer, tipo de parto, local de ocorrência, duração da gestação, nº  consultas pré-natais realizadas, grau de instrução da mãe.
Indicadores
Proporção (%) de nascidos vivos: de baixo peso (< 2.500 g.)
Prematuridade (menos de 37 semanas de gestação)de partos hospitalares/por tipo de parto/por nº de consultas pré-natais realizadas por faixa etária da mãe/Taxa Bruta de Natalidade
Taxa de Fecundidade Geral
Principais
limitações
Falhas na cobertura do evento
Qualidade do preenchimento da Declaração de Nascido Vivo
Acesso às
informações
Meios magnéticos, publicações e relatórios
internet:
Home-page DATASUS: www.datasus.gov.br
Responsável pela coordenação do sistema no Estado
Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVE
Contatos:
Sistema de Informações de Agravos Notificáveis - SINAN
Descrição
Visa o controle de algumas doenças e agravos de notificação compulsória com base em informações sobre o número de casos segundo semanas epidemiológicas.
Origem/Fonte
Ficha Individual de Notificação
Ficha Individual de Investigação (distinto para cada agravo)
Fluxo
Serviços de saúdes / SMS / Regional / SES ?/FNS
Período de
abrangência
Desde 1994  último ano disponível: 1997
(1998: até o último mês processado)
Abrangência
Geográfica
País, Estados, Regionais e municípios
(possibilidade de processar os dados por bairros e áreas)
Variáveis mais
importantes
Casos por semana, sexo, idade
Dados complementares do caso
Indicadores
Coeficiente de incidência (casos novos)
Coeficiente de prevalência (casos novos+antigos)
Principais
limitações
Sub-notificação dos casos
Qualidade do preenchimento das FIN e FII
Acesso às informações
Meios magnéticos, publicações e relatórios
Responsável pela coordenação do sistema no Estado
Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVE
Contatos:
Sistema de Informações Hospitalares - SIH
Descrição
Contém informações sobre as internações hospitalares.
Origem/Fonte
Autorização de Internação Hospitalar - AIH
Fluxo
Órgão Emissor / Hospitais / SMS / Regional / SES / MS
Período de
abrangência
A partir de dezembro de 1994
último ano disponível: 1998
Abrangência
Geográfica
País, Estados, Regionais e municípios (possui dados de cada AIH, sendo possível a pesquisa em qualquer nível de agregação).
Variáveis mais
importantes
Internações, AIH pagas, valor médio AIH, média de permanência, óbitos, taxa, mortalidade ( por sexo, faixa etária, diagnóstico de internação, etc.).
Indicadores
Tempo médio de permanência geral ou por causa específica
Valor médio da internação geral ou por causa específica
Proporção (%) de internações por causa ou procedimento
Taxa de Mortalidade hospitalar geral ou por causa específica
Principais
limitações
Cobre somente as internações da rede pública ou conveniada
Qualidade dos dados (incorreções, fraudes, manipulação)
Acesso às
informações
Meios magnéticos, publicações e relatórios, internet
Home-page DATASUS: www.datasus.gov.br
Responsável pela coordenação do sistema no Estado
Diretoria de Inspeção e Assistência à Rede de Saúde- DIAR
Gerência de Supervisão e Assistência à Rede Pública - GESUP
Sistema de Informações Ambulatoriais - SIA
Descrição
Contém informações que agilizam os procedimentos de pagamento dos serviços produzidos e permitem analisar o perfil da oferta de serviços ambulatoriais, através do:
Acompanhamento das programações físicas e orçamentárias;
Acompanhamento das ações de saúde produzidas
(instrumentos analíticos de controle e avaliação).
Origem/Fonte
Ficha de Cadastro Ambulatorial – FCA/Ficha de Programação Físico-Orçamentária – FPO/Boletim de Produção Ambulatorial – BPA/
Boletim de Diferença de Pagamento - BDP
Fluxo
Unidades prestadoras de serviço / órgão gestor / MS
Período de Abrang.
Último ano disponível: 1998
Abrang.  Geográfica
País, Estados, Regionais e municípios
Variáveis mais
importantes
Identificação e caracterização da unidade prestadora
Procedimentos realizados
Indicadores
Consultas médicas ou outro tipo de procedimento: por habitante ao ano /por consultório (ou equipamento /estabelecimento) exames/terapias realizados pelo quantitativo de consultas médicas (geral ou por especialidade)
Principais
limitações
Abrangência restrita aos usuários do sistema público de saúde/ ausência de registro de procedimentos que extrapolem o teto financeiro/ distorções decorrentes de alterações fraudulentas /ausência de registro individual (não consegue qualificar as prioridades, através de caracterização de grupos populacionais ou agravos)
Acesso às
informações
Meios magnéticos, publicações e relatórios, internet
Home-page DATASUS: www.datasus.gov.br
Responsável pela coordenação do sistema no Estado
Diretoria de Inspeção e Assistência à Rede de Saúde- DIAR
Gerência de Supervisão e Assit. Às Unid. Complem. - GESUC
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN
Descrição
Contém informações sobre o estado nutricional de crianças de zero a 5 anos e gestantes./ Pré-requisito para acessar recursos no PAB /Plano de Combate às Carências Nutricionais-PCCN
Origem/Fonte
Cartão da Criança e Cartão da Gestante
Fluxo
Serviços de saúdes / SMS / Regional / SES / FNS
Período de
abrangência
A partir de 1995. Em 98 foi introduzido modelo de padronização da Coordenação
Abrang. Geográfica
Municípios que já implantaram o sistema
Variáveis +import.
Peso, idade, altura, idade gestacional.
Indicadores
Incidência e Prevalência da desnutrição e sobrepeso
Principais
limitações
Não existe modelo informatizado que atenda o modelo da padronização/ Problemas de estimativas populacionais
Acesso às Inform.
Relatórios mensais e Boletins
Responsável pela coordenação do sistema no Estado
Diretoria de Vigilância Epidemiológica - DIVE


TÉCNICA DIETÉTICA - INTRODUÇÃO


A Técnica Dietética é a disciplina que, baseada em ciências exatas, estuda as operações a que são submetidos os alimentos depois de cuidadosa seleção e as modificações que os mesmos sofrem durante os processos culinários e outros, de preparações para o consumo.
Os principais objetivos da preparação técnica dos alimentos na cozinha são: 
Nutricionais
Higiênicos
Digestivos
Sensoriais
Econômicos

Nutricionais
A preparação de alimentos na cozinha doméstica é feita geralmente de forma empírica, obedecendo a normas tradicionais e tendo como finalidade maior agradar.
A cozinha dietética aplica os conhecimentos científicos de física, química, biologia, economia, etc. Adotando os métodos mais exatos, seguros e econômicos, que se baseiam em rigorosa experimentação. Procura preservar os nutrientes dos alimentos porque sabe como se perdem. 
É muito mais importante conhecer a condição em que o alimento é ingerido do que se deixar impressionar pela composição química dos mesmos, segundo consta nas tabelas de composição química de alimentos; o que não podemos precisar é quanto do alimento se estraga na mão de cozinheiras desinteressadas e incompetentes. Não é que seja difícil cozinhar corretamente; é necessário, apenas, aplicar as regras básicas da técnica dietética. 
Higiênicos
           Para que os alimentos sejam adquiridos de fonte segura de produção e apresentem boas condições higiênicas, deve-se ter cuidado ao escolhê-los. Cabe às autoridades sanitárias fiscalizar os alimentos entregues ao consumo, pois, podem ser veículos de germes patogênicos capazes de produzir tifo, difteria, tuberculose, disenteria, brucelose, etc., parasitos intestinais, bem como conter certas substâncias tóxicas utilizadas para sua preservação ou encontradas em sua própria composição.
Certas precauções na cozinha são aconselháveis: ferver o leite quando este não é pasteurizado; lavar cuidadosamente os vegetais e frutas, principalmente os que são consumidos crus; submergi-los em solução adequada ou escaldá-los quando houver indicação.
Há um grupo de alimentos facilmente perecíveis (alimentos chamados frescos) que, mesmo quando adquiridos em boas condições sanitárias e higiênicas, se deterioram facilmente por ser ótimo meio de cultura, ou porque se decompõem naturalmente quando desligados da fonte de origem. Os alimentos são substâncias vivas e como tais se vão deteriorando aos poucos, dependendo dos fatores a que são submetidos.
Vários são os recursos e métodos modernos para deter ou estacionar a ação de enzimas e microrganismos comuns dos alimentos, prolongando o período de sua utilização. No entanto, quando o alimento já sofreu contaminação e nele se desenvolveram germes capazes de produzir substâncias tóxicas, ptomaínas, nem a cocção as destroem. Os alimentos deteriorados devem ser recusados, porque mesmo cozidos produzem intoxicação alimentar. 
Digestivos
Cada alimento representa uma fonte, em potencial, de nutrientes. Alguns podem ser consumidos ao natural, crus, dada sua estrutura, estado físico e composição química. Por exemplo, o leite, alimento livre de estrutura celular, em estado líquido e cujos nutrientes se encontram em condições que permitem o ataque imediato dos sucos digestivos. A gordura do leite está emulsionada, a proteína parcialmente em suspensão e outra parte em solução, a lactose dissolvida, bem assim minerais e vitaminas. Ainda em relação ao leite, pode-se na cozinha antecipar uma etapa digestiva, acidificando-o.
Os outros alimentos, tais como as frutas, necessitam geralmente que se lhes removam as cascas. Às vezes, é necessário subdividi-las, espremê-las, para obter o suco e parte comível, com métodos puramente mecânicos que não alteram o conteúdo nutritivo do alimento, salvo se for removida, com uma casca muito grossa, parte do alimento em si.
Há alimentos que, além de terem de ser descascados e subdivididos, necessitam ser submetidos à cocção para tornarem-se comestíveis. É o caso do aipim, da batata etc.
A digestibilidade do alimento depende também das condições do aparelho digestivo, que pode ser imaturo como o das crianças, lesado como o do doente ou desgastado como o do idoso, sendo preciso antecipar os processos digestivos na cozinha. A subdivisão mecânica pode substituir a mastigação; a cocção e a ação enzimática podem substituir a ação de sucos digestivos etc. Com o liquidificador podemos dar ao alimento a consistência do quimo gástrico e mesmo do quilo intestinal. A ação hidrolisante da cocção prolongada em meio ácido pode desdobrar o amido até a última etapa digestiva que é a glicose. 
Sensoriais
Nutrição é uma ciência e também uma arte. Não basta conhecer a composição química dos alimentos, as modificações que se podem obter pelos processos culinários para facilitar sua digestão, não é suficiente que se lhes assegurem as condições sanitárias e higiênicas, é necessário, em última instância, torná-los apetitosos, pelo menos aceitáveis.
Cada alimento possui características organolépticas próprias em relação ao aspecto, cor, sabor, aroma, consistência etc. Quando os alimentos são utilizados ao natural, ficam preservadas suas propriedades, desde que sejam inicialmente boas: frutas maduras, hortaliças em salada etc. O sabor dos mesmos é ativado pelo acréscimo de açúcar ou sal. Para alimentos mais insípidos utilizam-se molhos, que têm o objetivo de lhes favorecer o gosto. 
Quando há a necessidade de cozinhar os alimentos em meio úmido (água), os mesmos se expõem a perdas, maiores ou menores, das substâncias que lhes conferem sabor e valor nutritivo, e à modificação dos elementos que mantêm sua forma inicial. Também a cocção por calor seco pode desidratar o alimento a ponto de torná-lo inadequado como substância alimentícia. É o caso de frituras prolongadas em temperatura muito alta, alimentos parcialmente carbonizados etc. É então que os conhecimentos em técnica dietética são de grande valia.
Escolher hortaliças novas e tenras e cozinhá-las em pouca água, servi-las tão logo estejam preparadas é na opinião do técnico a melhor forma de apresentá-las. Muito embora sobre gostos não existam leis – cada qual gosta, por uma infinidade de causas e motivos - é necessário ensinar-se a gostar daquilo que é bom.
A arte culinária é complexa e muitos recursos são utilizados, sem prejuízo dos alimentos, para torná-los atraentes: cortes variados, formas de cocção, molhos diversos, acompanhamentos diferentes, combinações de cores e sabores etc., dando margem à criação de receitas à adaptação das já existentes em profusão. O importante é que obedeçam às regras básicas de preparo dos alimentos e atendam às exigências nutricionais individuais.
Econômicos
Economia é, em técnica dietética, o emprego correto e rendoso de dinheiro, energia e tempo.
O alimento vale pelo que representa em valor nutritivo, pelas possibilidades de aproveitá-lo e pela facilidade de prepará-lo e conservá-lo.
Quanto mais se mantiver do valor inicial do alimento e maior for sua contribuição na conservação da saúde, maior será o proveito tirado do dinheiro que nele se aplicou. Por esse motivo cuida também a técnica dietética de simplificar as operações usadas, empregando menor esforço para o alcance de um mesmo fim. 
Para melhor comprar devem-se fazer os cardápios com antecedência, planejando e calculando na base do per capta, para saber exatamente que alimentos e quanto se deve comprar. O cálculo certo reduz as sobras.
Os cardápios devem constar de alimentos nacionais, ou mais acessíveis, da estação do ano etc. Os alimentos devem estar em boas condições de conservação, para evitar muitas aparas e grande desperdício na hora do preparo. Escolher preparações simples, que tomem menos tempo e gastem pouco material. Selecionar as receitas corretas e pré-calculadas de acordo com as preferências dos comensais e prepará-las bem, para não haver rejeições, pois os restos são fator negativo de economia Porque para o lixo vão as aparas de alimentos mal comprados, cascas muito grossas, alimentos que por falta de planejamento estragaram-se na geladeira, sobras de alimentos preparados em excesso e restos dos alimentos rejeitados nos pratos.
A economia mal compreendida é a de restringir alimentos protetores indispensáveis, por serem mais caros. Entretanto, é necessário manter a relação calórico-proteica da dieta para melhor utilização das proteínas. Pelos protetores se tem de pagar o que custam, sob pena de prejudicar a saúde e ter-se de gastar mais depois, com remédios. Sob o enfoque social, é obrigação evitar o desperdício de alimentos.
- São atualmente palavras de ordem: ecologia e desenvolvimento sustentável. O objetivo é renovar a cultura de fontes primitivas e naturais de alimentos, como o plantio da araucária (pinhão), castanheiras (castanha-do-pará, caju e outras), palmeiras (açaí, pupunha, buriti, palmito) e outras, motivando os meios rurais na recuperação das espécies em extinção, como perspectiva de alimentação para o futuro.
- Alimentação alternativa. Refere-se ao uso de partes de alimentos comumente descartadas, por desconhecimento do seu valor devido a tradição baseada em conceitos errôneos no seu uso e preparo; por comodismo e até mesmo por visar a diminuir mão-de-obra e o gasto em combustível necessário para poder aproveitá-los. Exemplos: parte da folhagem da beterraba, brócolis, cenoura, couve-flor, mandioca et. Caules e talos(torradas e moídas) de abóbora, girassol, gergelim em paçoca ou sobre outras preparações. Casca de ovo socada ou pulverizada. Ossos, carcaças de aves, cabeças de pescados e aparas de carne para base de caldos, molhos e sopas.
As medidas citadas como exemplo pretendem firmar o conceito de que é no desperdício, tão comum na cozinha doméstica e também na institucional, que se escoam valores significativos de economia alimentar.




TIPOS DE PRODUTO DE LIMPEZA

A escolha de produtos de limpeza nas gôndolas do supermercado pode ser um momento de grande dúvida para os consumidores. Muitos itens não contam com explicações claras sobre a utilidade em seus rótulos e acabam sendo comprados por engano. A melhor maneira de selecionar um produto é pensar no tipo de superfície a ser limpa e na intensidade da sujeira. Para não haver qualquer dúvida, reunimos os especialistas em limpeza Luiz Antonio de Oliveira, professor de química da Unesp, João Pedro Fidelis, gerente da franquia Maria Brasileira, e Viviane Abras, especialista da Personal Service, em uma conversa tira-teima. Confira o resultado:
SABÃO EM PEDRA
O que é? Detergente em barra desengordurante.
Onde deve ser usado? O sabão azul é indicado para limpar alumínios, pois conta com propriedades branqueadoras. Já o de coco apresenta melhores resultados na limpeza de roupas brancas e delicadas. Por fim, o de glicerina tem fórmula suave e é ideal para tecidos.
Principais erros na limpeza: Misturar o sabão com demais itens é prejudicial porque anula a sua eficácia.
SABÃO EM PÓ
O que é? Detergente alcalino em pó.
Onde deve ser usado? Apenas na lavagem de tecidos.
Principais erros na limpeza: Misturar o produto com água sanitária é perigoso, já que uma fumaça tóxica pode ser formada. O sabão em pó é também muito usado para lavar pisos, mas a escolha é ruim, pois o material causa corrosão nos revestimentos.
ÁLCOOL
O que é? Desinfetante de superfícies.
Onde deve ser usado? É indicado para a limpeza de vidros, espelhos e metais. Lembre-se que a característica desinfetante é garantida apenas quando o produto tiver concentração entre 68% e 72%. A 98% tem propriedades desengordurantes. Já a 70% é mais eficiente na destruição de microrganismos.
Principais erros na limpeza: Usar o composto na desinfecção de grandes áreas. O problema é o tempo de evaporação da substância (10 segundos), não sendo possível higienizar tudo de uma vez. O produto não deve ainda ser usado em superfícies emborrachadas, pois as enrijece.
ÁGUA SANITÁRIA
O que é? Desinfetante e alvejante (mistura de hipoclorito de sódio (cloro) e água – na proporção de 2% a 2,5% de cloro).
Onde deve ser usado? O material elimina bactérias de frutas, legumes e verduras. Além disso, se mostra eficiente na limpeza de roupas, caixas d’água, pisos, azulejos e vasos de planta.
Principais erros na limpeza: A característica alvejante não permite que o produto seja usado em tecidos coloridos, pois ficarão desbotados. Outro engano é misturar a água sanitária com produtos que contenham amoníaco (como limpadores de janelas e ceras).
CLORO
O que é? Desinfetante de superfícies. Diferente da água sanitária, se trata do cloro puro.
Onde deve ser usado? É eficiente no tratamento da água da piscina. Tem propriedades descorantes e pode ser usado ainda no branqueamento de fibras vegetais, como algodão e linho. Outra utilidade possível é a esterilização de ambientes domésticos como banheiros e cozinhas (propícios ao ataque de germes).
Principais erros na limpeza: A mistura do cloro com outros produtos causa reações químicas muito perigosas e deve ser evitada. Além disso, o material possui propriedades corrosivas e causa queimaduras na pele e nos olhos. Lembre-se também de armazenar o cloro em locais frescos e arejado.
DESINFETANTE
O que é? Produto capaz de esterilizar superfícies.
Onde deve ser usado? É eficaz para desinfectar e odorizar ambientes, sendo capaz de destruir microrganismos presentes em roupas, utensílios e instalações.
Principais erros na limpeza: Muitos utilizam o produto sem fazer uma limpeza anterior no espaço. Além disso, sua eficácia é comprometida quando não permanece por, no mínimo, 10 minutos no local a ser higienizado.
DETERGENTE LÍQUIDO
O que é? Sabão líquido vendido com base neutra.
Onde deve ser usado? O melhor é usá-lo na remoção de gorduras em superfícies laváveis como pisos, paredes, azulejos, metais, alumínios, plásticos e vidros. Mas lembre-se que os produtos neutros não realizam limpezas agressivas.
Principais erros na limpeza: Não enxaguar corretamente o resíduo deixado após a aplicação do detergente é o maior engano, pois a superfície ficará embaçada e o material poderá ser danificado. Outro problema é misturá-lo com outros produtos.
PRODUTO MULTIUSO
Produtos multiuso conseguem remover a sujeira de fogões, pias e materiais plásticos.
O que é? Item de baixa alcalinidade que age sobre óleos e gorduras.
Onde deve ser usado? O produto consegue remover a sujeira de fogões, pias, azulejos e materiais plásticos.
Principais erros na limpeza: Nunca limpe materiais porosos ou superfícies de madeira com tal produto.
REMOVEDOR
O que é? Solvente mineral.
Onde deve ser usado? Apresenta bons resultados na remoção de tintas acrílicas.
Principais erros na limpeza: É comum ser usado no momento da faxina em pisos, mas tal uso não é indicado, pois há riscos de corrosão no revestimento.
SAPÓLIO
O que é? Sabão fabricado com pó mineral.
Onde deve ser usado? Eficaz na retirada de sujeira em azulejos, panelas inox, fogões e pisos rústicos.
Principais erros na limpeza: O produto altamente agressivo à saúde apresenta características abrasivas, ou seja, arranha as superfícies mais sensíveis. Outro grande erro na utilização domestica é misturar o sapólio com outros tipos de itens (sabão em pó, detergente, sabão em barra e cloro, por exemplo), pois a combinação pode anular o efeito de limpeza e dar origem a uma substância altamente tóxica.
ÁGUA RAZ
O que é? Desengordurante e solvente de tintas.
Onde deve ser usado? É indicado para a limpeza e remoção de esmaltes sintéticos e graxas impregnadas nas superfícies.
Principais erros na limpeza: Usar a água raz para limpar as mãos. A prática comum apresenta elevado risco de provocar queimaduras de pele. Desse modo, é essencial o uso de equipamentos de proteção (luvas e máscara) durante o manuseio.


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