1.
HALL, Stuart <>A
identidade cultural na pós-modernidade
2.
HARGREAVES, Andy
3.
HERNANDEZ, FERNANDO <> Transgressão e Mudança na Educação: Os
Projetos de Trabalho
4. HERNÁNDEZ
E VENTURA
<> A organização do currículo
por projetos de trabalho
5. HOFFMANN,
Jussara
<> Avaliação na pré- escola: um
Olhar sensível e reflexivo sobre a criança.
6.
JUSSARA HOFFMANN <> Avaliação Mediadora
7. JUSSARA
HOFFMANN <> Avaliação, mito e desafio: uma perspectiva construtivista
8. HOFFMANN,
Jussara
<> O Jogo do Contrário em
Avaliação
|
HALL, STUART
A
identidade cultural na pós-modernidade
Stuart Hall indaga sobre o que é a identidade e como ela se
correlaciona com todas as possibilidades oferecidas dentro da perspectiva de um
mundo pós-moderno. Dessa forma, o autor se propõe a discorrer, observando
outras teorias sociais sobre o assunto. A primeira parte do livro é dedicada a
explanar sobre a questão do que realmente vem a ser essa “identidade”, se é
algo concreto ou subjetivo, descritível ou não. Hall afirma em sua teoria que não
há apenas uma identidade capaz de qualificar um sujeito, mas que cada indivíduo
possui diversas formas de se compreender como parte integrante da sociedade.
Nisso inclui-se aspectos como etnias, raças, religiões, e o pertencimento a
vários tipos distintos de grupos sociais. No entanto, há uma aba mais
importante dentre essas discussões, de acordo com Hall, que é o âmbito de
cultura nacional. Nesse sentido, fica claro que para o autor, identidade não é
apenas um substantivo que possui uma imagem denotativa, mas sim um desígnio
para algo muito mais complexo.
Ele perpassa três concepções de identidade, desde o sujeito
do Iluminismo, que tinha a certeza de seu lugar determinado, como indivíduo
centrado nos seus saberes, em arranjo com a posição das classes na sociedade e
com Deus, passando pelo sujeito sociológico que é aquele que adquiriu maior
capacidade crítica diante do que lhe é imposto, até o sujeito pós-moderno,
aquele que não tem identidade fixa, que é mutável e inconstante.
Hall explora ainda a questão do que é modernidade, para
definir também o que é esse sentimento e fato de pós-modernidade. Ele também
explana sobre a questão dessa chamada modernidade nos países que não tiveram
parte significante na revolução industrial, e por isso tiveram uma modernidade
tardia. Dessa forma, ele volta aos vários conceitos aplicados à palavra
“globalização” para discutir seus ínfimos significados e seus impactos sobre as
identidades culturais. Em outras palavras, ele discorre sobre o Imperialismo
cultural, decorrente de formas físicas e políticas de imposição causadas por
esses processos de dependência financeira e tecnológica, principalmente.
É como se a sociedade moderna fosse um inteiro formado por
inúmeras outras partes que não se relacionam necessariamente entre si, formando
uma rede complexa de co-relações, instituídas por cada um desses indivíduos
complexos que se organizam de forma também complexa, dentro de suas comunidades
por interesses afins. Além disso, pelos processos impositórios, há também
relações de forças exteriores que agem sobre determinadas comunidades, por
questões diversas, como política, economia ou intolerância religiosa.
A partir de então Stuart Hall começa a caracterizar as ações
humanas e suas implicações a partir da premissa de que há modificação sobre a
sociedade. Desde quando o humanismo reinou certo sobre o mundo ocidental, e
Deus deixou de ser o centro universal, o ser humano tomou esse posto de pilar
central. Entretanto, com o advento da pós-modernidade, houve a chamada
descentração do indivíduo. Por causa de toda descontinuidade de identidades
formadoras do “eu”, há uma quebra com esse paradigma de um ser humano detentor
de autoconhecimento capaz de colocá-lo em um pedestal de conforto.
À medida que o indivíduo começa a conviver mais com a
sociedade, ele passa a compreendê-la melhor e adquire maiores habilidades que o
capacitam a criticá-la e a discernir de uma melhor forma seus componentes.
Nesse sentido, quando o ser humano passa a conviver dentro de um ambiente
completamente urbano, como uma metrópole, e é forçado a se relacionar com os
mais diversos tipos de pessoas, seja por quais situações forem, ele acaba sendo
absorvido por esse todo, e se torna parte dele. É aqui que o sujeito iluminista
é totalmente desmentido, pois se admite que alguns poderes tentam controlar a
formação da identidade. Sendo que, essa identidade é composta durante toda a
vida, ou seja, o processo é sempre contínuo, não há formas de haver um
conceituamento concreto.
Hall afirma a todo momento que os indivíduos tendem a buscar
formas de se caracterizarem diante dos demais, por isso a forma mais simplória
e mais utilizada para fazer essa rotulação é a identidade nacional, que passa a
ser também a identidade cultural mais marcante do ser. De acordo com ele, sem
um sentimento de identificação nacional, o homem passa a ter crises de
identidade. Um grande problema para essa forma de classificação, é que muitas
vezes o nacionalismo é forjado com o tempo, pois dentro de uma própria nação
pode haver sentimentos de disparidades. Além disso, dentro de um mesmo
Estado-Nação há várias sub-identidades, que não são determinadas
geograficamente por necessidade. Nessa perspectiva, o autor se volta mais uma
vez à globalização, pois esta está ligada a uma mixagem muito gritante às identidades
nacionais, — seja por Imperialismo, por transnacionalização, por imigração, ou
por diversos outros motivos.
Por isso, Stuart Hall afirma que a globalização é responsável
por essa inconsistência, esse colapso de identidades, principalmente por haver
uma alteração simbólica na distância e no tempo, graças ao advento dos meios
modernos de telecomunicação, como a internet e a radiodifusão. Dessa forma,
formam-se identidades híbridas, sem um núcleo comandante ou que seja passível
de se classificar por determinada ênfase. Outro aspecto que a globalização trás
de novo é a preocupação com o presente, pois as modificações de espaço e tempo
causam efeito profundo na sociedade. Hall também deixa claro que quanto mais as
sociedades se expõem, mais a globalização se infiltra; e pela falta de uma
cultura forte, dominante, ocorre uma homogeneização.
Dentro dessa rede de correlações, é perceptível também que
essas homogeneizações interferem na cultura global, mas também na cultura
local, graças à exportação de cultura. Hall exemplifica com um das polarizações
mais notáveis atualmente, o Oriente versus o Ocidente, que se modificou a
partir do momento que houve correntes imigratórias. Por um outro lado, outros
processos foram instaurados, como a xenofobia, causada por causa da diversidade
cultural dentro de um mesmo território, que constrói estereótipos
preconceituosos.
Além disso, é preciso compreender que dentro de uma mesma
cultura há indivíduos diferentes, e com a imigração, essas pessoas
transferem-se para outras culturas e acabam por formar novas culturas. Hall
pontua dois pontos essenciais dentro dessa discussão. O primeiro é a respeito
das trocas culturais que sempre acontecem de formas distintas para cada um dos
dois pólos. E a segunda é sobre o fato de que com um pólo hegemônico, as outras
culturas tornam-se periféricas; e mesmo que haja um poder centralizador,
existem trocas entre os pontos periféricos.
Stuart Hall finaliza discutindo questões como o sincretismo,
que nada mais é do que a fusão de várias culturas que contribuem para formar
uma única cultura. Para o autor, essa busca por uma cultura pura é
pré-requisito para instaurar uma tirania. Dessa forma, ele também permeia uma
explanação sobre o fundamentalismo, ou extremismo, que se estabelece
principalmente em países pobres, por que esses são mais vulneráveis política e
economicamente. O autor afirma que nesse caso os desvios causados pela
globalização são alimentados pelo ocidente, mas ao mesmo tempo, e
contraditoriamente, o ocidente se descentraliza. Hall conclui que o
nacionalismo e a rotulação de etnia seriam formas arcaicas de apego, uma forma
de o indivíduo se caracterizar como parte da sociedade de uma forma que cause
mais conforto.
Educação para a mudança: recriando a
escola para adolescentes
Os
adolescentes necessitam “desenvolver abordagens positivas à sexualidade que envolvam e valorizem atenção, prazer, emoção e desejo em um contexto de relacionamentos carinhosos e responsáveis”. Também precisam “aumentar a consciência do mundo social e político que os cerca, a capacidade de lidar com esse mundo e a ele reagir de modo construtivo”. Essas e outras afirmações sobre os adolescentes foram identificadas numa pesquisa internacional envolvendo Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. O objetivo foi examinar o modo como as escolas têm falhado com seus jovens alunos, principalmente no ensino médio.
O estudo, desenvolvido pelos
pesquisadores Andy Hargreaves, Lorna Earl e Jim Ryan, pode ser conferido no
livro Educação para mudança: recriando a escola para adolescentes,
lançado pela Artmed. O autores, que são professores do Ontario Institute for
Studies, em Toronto, Canadá, examinaram tanto as características e necessidades
comuns da primeira fase da adolescência como também os aspectos variáveis. Em
outras palavras, observou-se fatores desejáveis e indesejáveis das
continuidades e descontinuidades na experiência de transição para o ensino
médio. Verificou-se ainda a natureza dessa transição que os jovens atravessam
na adolescência, na relação com eles próprios, na vida social e na escola.
Uma parte do livro dedica-se a
descrever o ensino fundamental e médio, ressaltando os tipos de organização e
cultura. Questiona-se, por exemplo, até que ponto essas escolas vão ao encontro
das características e necessidades dos adolescentes. Os autores avaliaram os
sistemas de apoio para a orientação dos jovens, salientando os fatores que
envolvem a informação, a segurança e a confiança de que precisam para tomar
“decisões ajuizadas”.
O currículo mereceu dois capítulos (6
e 7) dos dez que estruturam o livro para tratar do assunto no ensino médio.
Analisa-se, por exemplo, as origens e os efeitos do atual currículo. O objetivo
foi verificar até que ponto ele satisfaz às necessidades dos alunos nesta fase
da vida. Constatou-se como um currículo baseado em conteúdo atende mal a muitos
alunos e como é difícil sua modificação. Os autores também defendem uma
integração curricular. No entanto, não poupam críticas: “Nossa análise expõe a
confusão generalizada sobre o que é currículo integrado e os radicalismos
perigosos de alguns proponentes que querem eliminar as fronteiras tanto entre
conteúdos como entre disciplinas”.
O livro também aborda a avaliação e
seus propósitos, o ensino e a aprendizagem e outras descobertas da pesquisa. Os
autores discutem, nesse sentido, as possibilidades de uma melhor educação para
os adolescentes na prática escolar. Educação para mudança é um livro com
reflexões, propostas e críticas, como mostra um trecho do livro, no último capítulo:
“Os adolescentes na fase inicial precisam de independência, mas nós lhes
mostramos indiferença. Eles precisam de gentileza, mas os pressionamos com o
controle. Eles estão saturados de críticas e curiosidades, mas nós lhes
aplicamos golpes de conteúdo e exigimos seu cumprimento”.
HERNANDEZ,
FERNANDO
Transgressão
e Mudança na Educação: Os Projetos de Trabalho
Este livro é um convite à
transgressão das barreiras que impedem o indivíduo de pensar por si mesmo, de
construir uma nova relação educativa baseada na colaboração em sala de aula,
na escola e com a comunidade.
É um convite a soltar a imaginação,
a paixão e o risco para explorar novos caminhos que permitam que as escolas
deixem de ser formadas por compartimentos fechados, horários fragmentados,
arquipélagos de docentes e passem a converter-se uma comunidade de
aprendizagem, onde a paixão pelo conhecimento seja o objetivo e a educação
voltada para a cidadania, o horizonte ao qual se dirigir.
Parte do fato de ser o professor um
agente de mudança, olhando sempre para o futuro, no afã de educar alunos (e
não para o passado) e dessa maneira, transgredindo, muitas vezes, regras e
normas estabelecidas.
O educador é, portanto, um
transgressor do que existe, pronto, acabado, constituído e passado. Por
acompanhar a dinâmica da sociedade, inova em termos de atitudes e
comportamentos, tendendo à mudança de mentalidades, a par do questionamento
sempre presente e base - assim como a atividade de pesquisa - para a
construção do conhecimento.
Apresenta, primeiramente, seis
situações de transgressão, ou intenção de mudança, com as quais lança as
bases da linha de raciocínio que desenvolve no texto:
Primeira: quanto ao domínio da
psicologia instrucional que esteve, em sua história, vinculada setores
educacionais militares norte-americanos, cuja prática reduz a complexidade da
instituição escolar a pacotes de conceitos, procedimentos, atitudes e
valores, fazendo acreditar que seja a única (e a melhor) forma de organizar e
planejar o ensino escolar.
Segunda: quanto à visão da
aprendizagem vinculada ao desenvolvimento e conhecida como construtivismo.
Essa transgressão não é contra o construtivismo, mas sim contra a
interpretação que reduz e simplifica alguns aspectos da aprendizagem. O
construtivismo pouco ou nada diz sobre os intercâmbios simbólicos que se
representam na sala de aula, sobre as construções sociais que o ensino
intermedeia, sobre os valores que o professor promove ou exclui, sobre a
construção das identidades, as relações de poder existentes na escola, o
papel dos afetos, enfim, tudo o que corresponde ao âmbito social.
Terceira: em relação à visão do
currículo escolar centrado nas disciplinas, entendidas como fragmentos
empacotados em compartimentos fechados, oferecidos aos alunos sob formas de
conhecimento que muito pouco ou nada tem a ver com suas vidas, necessidades e
interesses.
Quarta: em relação à Escola que
transfere para o futuro a sua responsabilidade em formar os educandos,
encarando ser a finalidade da infância chegar à idade adulta e
desconsiderando-a como um período particular, específico e rico em
experiências e descobertas fundamentais. Transgressão contra as Escolas que
impedem que os alunos se construam como sujeitos em cada época de sua vida.
Quinta: quanto à perda da autonomia
no discurso dos docentes, à desvalorização de seus conhecimentos e à sua
substituição por discursos psicológicos, antropológicos ou sociológicos que
pouco respondem ao que acontece no cotidiano da Escola.
Sexta e última: em relação á
incapacidade da Escola para repensar-se de maneira permanente, dialogar com
as transformações que acontecem na sociedade, nos alunos e na própria
educação.
Parte, em seguida, para falar sobre
o ensino com pesquisa e projetos, a pesquisa transdisciplinar (feita com
equipes multi/transdisciplares) e com objetivos não-lineares.
Estabelece um quadro de diferenças entre a forma de trabalho disciplinar
(tradicional, fechada, linear) e a transdisciplinar (inovadora, aberta,
radial).
DIFERENÇA ENTRE CURRÍCULOS
Ilustra o final do texto com
projetos que acompanhou, na Espanha, nos últimos anos.
Tendo
trabalhado no Brasil no final de 1997 em Belo Horizonte e visitado São Paulo,
Porto Alegre e Rio de Janeiro, Hernández é conhecedor das características,
limitações e potencialidades do Brasil e de nosso sistema educacional. Dessa
forma, o texto é de importância fundamental para o educador (ou o interessado
em educação), preocupado com novas abordagens metodológicas que não as
reduzidas ao âmbito da sala de aula e do professor reprodutor de conteúdos.
|
HERNÁNDEZ E VENTURA
A organização do currículo por projetos de trabalho
O educador espanhol Fernando Hernández e Montserrat Ventura, baseiam-se nas idéias de John Dewey, filósofo e pedagogo norte americano, que defendia a relação da vida com a sociedade, dos meios com os fins e da teoria com a prática.
A principal proposta dos educadores Fernando Hernández e Montserrat Ventura é reorganizar o currículo por projetos. O professor deve deixar o papel de “transmissor de conteúdos” para se transformar em um pesquisador e o aluno por sua vez passa a ser o sujeito do processo ensino aprendizagem.
Em um projeto “todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos, basta que se tenha uma dúvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto”, diz o educador espanhol Fernando Hernández. Em um projeto de trabalho os próprios educandos começam a participar do processo de criação, procurando respostas e buscando soluções. Nesse processo a etapa mais importante é o levantamento de dúvidas e a definição dos objetivos da aprendizagem. Na organização do currículo por projetos de trabalho há a busca de respostas adequadas e soluções acertadas, facilitando assim a tomada de decisões, que ocorre no delineamento do processo.
Devemos definir primeiramente os problemas, para só depois escolher as disciplinas mais adequadas para se trabalhar e encontrar soluções. Trabalha-se através de conteúdos pré-definidos. De acordo com Fernando Hernández, há muitas maneiras de garantir a aprendizagem, e trabalhar com projeto é apenas uma das opções. “ É bom e é necessário que os estudantes tenham aulas expositivas, participem de seminários, trabalhem em grupos e individualmente, ou seja, estudem em diferentes situações”, explica Hernández.
Todo projeto precisa estar relacionado aos objetivos e conteúdos para não perder o sentido do que se quer alcançar. É necessário estabelecer limites e metas para a culminância do trabalho. Os projetos de trabalho aproximam a escola do aluno e se associam muito à pesquisa sobre o interesse do educando, à curiosidade e investigação dos fatos atuais. Há necessidade de que os docentes discutam a proposta de trabalho, enfatizando suas dúvidas, enaltecendo suas idéias e sugestões, para que dessa maneira, todos se envolvam no processo.
O professor nunca estará sozinho, pois o projeto de trabalho é coletivo e se fundamenta em pesquisa. Tudo que se ensina através de um projeto, começa de um problema inicial. “Nem tudo pode ser ensinado mediante projetos, mas tudo pode ser ensinado como um projeto”.
A escola é uma instituição que se organiza através de saberes historicamente acumulados e construídos, que devem ser resgatados, recuperados e conservados, acrescentando os saberes construídos e adquiridos no presente, sem esquecer que estando na era da tecnologia e globalização, esses saberes são dinâmicos e complexos, transformando-se vertiginosamente. Hoje não há donos de saberes, pois as verdades são transitórias e não permanentes. Aprende-se a aprender todos os dias e a todo o momento. Há necessidade de propiciar momentos de interação com os alunos, para criar oportunidades de desenvolvimento do “olhar crítico’, para que as informações sejam analisadas, refletidas e só depois transformadas em saberes construídos à luz da criticidade e do fazer inteligente”.
Fernando Hernández enaltece os professores com sua fala: “o professor, no Brasil, tem desejo de aprender e vontade de se comprometer com sua aprendizagem. O Brasil é um dos países do mundo que eu conheço em que os educadores vibram mais. Eles são apaixonados, preocupados, comprometidos. Esse é um capital que o país tem e não pode ser desperdiçado. Eu conheço poucos em outros países, que não tem dinheiro e mesmo assim se reúnem em grupo para comprar um livro e aprender conjuntamente. Isso é maravilhoso”.
A organização do currículo por projetos de trabalho
O educador espanhol Fernando Hernández e Montserrat Ventura, baseiam-se nas idéias de John Dewey, filósofo e pedagogo norte americano, que defendia a relação da vida com a sociedade, dos meios com os fins e da teoria com a prática.
A principal proposta dos educadores Fernando Hernández e Montserrat Ventura é reorganizar o currículo por projetos. O professor deve deixar o papel de “transmissor de conteúdos” para se transformar em um pesquisador e o aluno por sua vez passa a ser o sujeito do processo ensino aprendizagem.
Em um projeto “todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos, basta que se tenha uma dúvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto”, diz o educador espanhol Fernando Hernández. Em um projeto de trabalho os próprios educandos começam a participar do processo de criação, procurando respostas e buscando soluções. Nesse processo a etapa mais importante é o levantamento de dúvidas e a definição dos objetivos da aprendizagem. Na organização do currículo por projetos de trabalho há a busca de respostas adequadas e soluções acertadas, facilitando assim a tomada de decisões, que ocorre no delineamento do processo.
Devemos definir primeiramente os problemas, para só depois escolher as disciplinas mais adequadas para se trabalhar e encontrar soluções. Trabalha-se através de conteúdos pré-definidos. De acordo com Fernando Hernández, há muitas maneiras de garantir a aprendizagem, e trabalhar com projeto é apenas uma das opções. “ É bom e é necessário que os estudantes tenham aulas expositivas, participem de seminários, trabalhem em grupos e individualmente, ou seja, estudem em diferentes situações”, explica Hernández.
Todo projeto precisa estar relacionado aos objetivos e conteúdos para não perder o sentido do que se quer alcançar. É necessário estabelecer limites e metas para a culminância do trabalho. Os projetos de trabalho aproximam a escola do aluno e se associam muito à pesquisa sobre o interesse do educando, à curiosidade e investigação dos fatos atuais. Há necessidade de que os docentes discutam a proposta de trabalho, enfatizando suas dúvidas, enaltecendo suas idéias e sugestões, para que dessa maneira, todos se envolvam no processo.
O professor nunca estará sozinho, pois o projeto de trabalho é coletivo e se fundamenta em pesquisa. Tudo que se ensina através de um projeto, começa de um problema inicial. “Nem tudo pode ser ensinado mediante projetos, mas tudo pode ser ensinado como um projeto”.
A escola é uma instituição que se organiza através de saberes historicamente acumulados e construídos, que devem ser resgatados, recuperados e conservados, acrescentando os saberes construídos e adquiridos no presente, sem esquecer que estando na era da tecnologia e globalização, esses saberes são dinâmicos e complexos, transformando-se vertiginosamente. Hoje não há donos de saberes, pois as verdades são transitórias e não permanentes. Aprende-se a aprender todos os dias e a todo o momento. Há necessidade de propiciar momentos de interação com os alunos, para criar oportunidades de desenvolvimento do “olhar crítico’, para que as informações sejam analisadas, refletidas e só depois transformadas em saberes construídos à luz da criticidade e do fazer inteligente”.
Fernando Hernández enaltece os professores com sua fala: “o professor, no Brasil, tem desejo de aprender e vontade de se comprometer com sua aprendizagem. O Brasil é um dos países do mundo que eu conheço em que os educadores vibram mais. Eles são apaixonados, preocupados, comprometidos. Esse é um capital que o país tem e não pode ser desperdiçado. Eu conheço poucos em outros países, que não tem dinheiro e mesmo assim se reúnem em grupo para comprar um livro e aprender conjuntamente. Isso é maravilhoso”.
HOFFMANN, Jussara
Avaliação
na pré- escola: um Olhar sensível e reflexivo sobre a criança.
O livro em questão aborda a temática Avaliação na
Pré- escola este faz parte de uma coleção que trata assuntos referentes à
temática, sendo o terceiro da série. O livro se divide em oito capítulos que
retratam: a avaliação no contexto da educação infantil, pressupostos básicos
da avaliação, avaliação e desenvolvimento infantil, o espaço pedagógico
versus avaliação mediadora, recortes do cotidiano, um olhar sensível e
reflexivo sobre a criança, pareceres descritivos: uma análise crítica,
delineando relatórios de avaliação, relatórios diários e relatórios gerais:
um exercício de reflexão sobre a ação.
Nestes capítulos a autora traz aspectos da
avaliação na educação infantil, citando fatores como reflexão, registros
diários e acima de tudo nos leva a pensar sobre a avaliação como um
acompanhamento e promoção do desenvolvimento, de modo que os objetivos
propostos pelo educador façam a diferença na vida das crianças. A partir dos
estudos apresentados sobre o desenvolvimento infantil, Hoffman utiliza de
pareceres descritivos e encaminha procedimentos que auxiliem na elaboração de
relatórios de avaliação que poderão ser utilizados para a educação infantil e
para as séries iniciais.
CAP.1 Avaliação no Contexto da
Educação Infantil
O surgimento dos processos avaliativos, em
educação infantil, deve ser questionado em termos de sua intencionalidade
básica. Na verdade, a questão da avaliação insere-se na discussão histórica,
acerca de uma concepção assistencialista ou educativa para o atendimento às
crianças. A exigência de um processo formal de avaliação parece surgir, mais
propriamente, como elemento de pressão das famílias de classe média por
propostas verdadeiramente pedagógicas, para além do modelo de guarda e
proteção do modelo assistencialista. A prática avaliativa, dessa forma, surge
como um elemento de controle sobre a escola e sobre os professores que se veem
com a tarefa de formalizar e comprovar o trabalho realizado via avaliação das
crianças.
Conceber o avaliar implica em conceber a criança
que se avalia e essa não é uma prática neutra ou descontextualizada como
procura se caracterizar a avaliação no ensino regular, onde os professores
determinam sentenças sobre os alunos sem perceber o seu inalienável
compromisso com os julgamentos proferidos. É preciso, portanto, re-significar
a avaliação em educação infantil como acompanhamento e oportunização ao
desenvolvimento máximo possível de cada criança, assegurando alguns
privilégios dessa instancia educativa, tais como o não- atrelamento ao
controle burocrático do sistema oficial de ensino em termos de avaliação, e a
autonomia em relação à estrutura curricular.
CAP. II – Pressupostos Básicos da
Avaliação
Compreendendo a criança, o professor redimensiona
o seu fazer a partir do mundo infantil descoberto e re-significado. E dessa
significação decorre diretamente a qualidade de sua interação com a criança.
È essa a complexidade própria da avaliação em educação infantil.
Formar
educadores infantis é muito mais do que lhes sugerir ou supervisionar um
trabalho junto às crianças. È oferecer-lhes espaço de reflexão e troca de
experiências e suscitar-lhes autonomia e iniciativa, principalmente no que se
refere à avaliação.
O
tema avaliação é por demais complexos justamente, porque é diretamente
depende da observação das crianças em sua exploração permanente do mundo e da
aproximação dos educadores com a realidade sociocultural dessas crianças, à
luz de suas próprias representações e sentimentos. Não se pode conceber a
avaliação como um jogo de regras uniformes e definidas, à luz de parâmetros
fixos, controladores, pois ela encerra a dinâmica da interação e a própria
dialética do conhecimento, com suas continuidades e descontinuidades.
CAP. III- Avaliação e
Desenvolvimento Infantil
A busca de significado pela avaliação requer o
estudo das concepções de educação infantil, das teorias de desenvolvimento e
das abordagens do processo educativo que elas se originam. O tema da
avaliação insere-se gradativamente nessa discussão, buscando-se a contestação
de práticas descontextualizadas da realidade da criança, de práticas
assistencialistas ou compensatórias que se revelam nos processos avaliativos.
Estudos e pesquisas invalidam as funções
assistencialistas e compensatório da creche e pré-escola. A concepção
construtivista-interacionista de conhecimento provoca outro olhar sobre o
desenvolvimento infantil e consequentemente sobre posturas pedagógicas e
avaliativas. Segundo Piaget, a criança
constrói o conhecimento na sua interação com o objeto, (...) os fenômenos
físicos em geral. O que quer dizer que existe um sujeito ativo desde o
nascimento, com estruturas orgânicas que impulsionam à ação, mas cujo
desenvolvimento depende radicalmente dessa mesma ação.
Como séria consequência de certos procedimentos
avaliativos, chega-se as famílias em termos do alcance pela criança de maior
número de itens assinalados, ao treinamento de crianças por pais e
professores para o alcance de “habilidades” ao final dos semestres, à
retenção de alunos em certos níveis da pré-escola pelo não alcance de
questionáveis aspectos como procurei exemplificar.
CAP. V- O Espaço Pedagógico Versus
Avaliação Mediadora
Para que a avaliação se efetive como mediação,
com sentido significativo das ações cotidianas e pensamentos das crianças. Um
processo avaliativo mediador não entra em sintonia com um planejamento rígido
de atividades por um professor, com rotinas flexíveis, com temas previamente
definidos para unidades de estudo, onde os conhecimentos construídos pelas
crianças não são levados em conta.
A
ação avaliativa mediadora também não se efetiva num espaço pedagógico
improvisado. As atendentes de creche assistencialistas, onde se realizam os
estágios, pouco tem a nos dizer sobre as crianças além de algumas atitudes ou
hábitos de dormir, comer etc. Sem propor nenhum trabalho às crianças a cada
momento.
Atrelados
com a visão comportamentalista, objetivos enunciados pelos professores
referem-se à capacidade a serem atingidas pelas crianças nos domínios
afetivo, cognitivo e psicomotor, aos quais me referi anteriormente. Na
verdade o abandono de educação infantil em termos de políticas de educação
concorre para tornar caótico esse panorama, onde se percebe a completa
ausência de fundamentos que norteiam a constituição dos currículos.
É urgente
repensar esse espaço pedagógico bem como a definição dos objetivos
educacionais, uma vez que a finalidade da educação infantil é o
acompanhamento sério e reflexivo do desenvolvimento global de uma criança,
estendendo-se dos cuidados que ela necessita à natureza do seu ser racional,
conhecido, desde recém nascido.
CAP. V- Recortes do Cotidiano
Ao se perceber tais fundamentos essenciais ao
delineamento de uma proposta pedagógica, torna-se necessário, assim, analisar
os componentes curriculares que se articulam para compor o planejamento do
cotidiano em educação infantil.
Historicamente, o planejamento na pré- escola
organiza-se em unidades temáticas o que reproduz, de certa forma a
organização curricular em disciplinas do ensino regular. O planejamento
desenvolvido através de projetos pedagógicos, em educação infantil, tem por
fundamento uma aprendizagem significativa para as crianças. A ação avaliativa
mediadora implica em projetar o futuro a partir de recortes do cotidiano, em
delinear a continuidade da ação pedagógica, respeitando a criança em seu
desenvolvimento, em sua espontaneidade na descoberta de mundo oferecendo-lhe
um ambiente de afeto e segurança para suas tentativas.
CAP. VI – Um Olhar Sensível e
Reflexivo sobre a Criança
Como provocar o professor a um olhar sensível e
reflexivo sobre a criança que gere uma verdadeira aproximação entre ambos,
que o leve a ser ainda mais curioso sobre as ações e os pensamentos dela? Percebe-se,
no processo avaliativo, que difícil é para o professor dar-se conta de suas
próprias concepções de vida. O conhecimento de uma criança é construído
lentamente, pela sua própria ação e por suas próprias ações e por suas
próprias ideias que se desenvolvem numa direção: para maior concorrência,
maior riqueza e maior precisão. É preciso que o processo avaliativo supere o
individualismo e gere a cooperação entre os elementos da ação educativa. A
cooperação envolve o exercício da descontração, a coordenação da diversidade
de pontos de vista para se ampliar o entendimento sobre a formação infantil. Na
tentativa de realizar uma síntese organizada das considerações feitas, aponto
três princípios norteadores da avaliação mediadora que fundamentam a
elaboração de registros de avaliação: principio de investigação docente,
princípios de provisoriedade dos juízos estabelecidos e princípios de
complementaridade.
CAP.VII - Pareceres Descritivos:
Uma Análise Crítica.
A falta de preparação dos professores para
enunciar e redigir pareceres sobre o desenvolvimento infantil, a ausência de
uma proposta pedagógica das instituições e que acaba por se retratar nessa
forma de registro, ou a falta de acompanhamento consistente das crianças
pelos professores que acabam por incorrer em certos absurdos registrados
sobre elas. Hoffmann menciona alguns equívocos na elaboração dos registros
avaliativos.
A complexidade que envolve a avaliação do
desenvolvimento infantil exige registros descritivos e reflexivos que
ultrapassem em muito uma prática de “avaliação por cruzinhas” ou
preenchimento de formulários padronizados. E essa é uma consideração que se
aplica a todos as instancias da educação. O que se deve garantir em educação
é o respeito às diferenças de cada um. E esse respeito às diferenças exige
uma permanente observação e reflexão do processo individual de construção do
conhecimento.
CAP. VIII- Delineando Relatórios de
Avaliação
O registro da história da criança, no processo
avaliativo, não pode significar apenas memória como função bancária, ou seja,
há que se pensar no significado desse registro para além da coleta de dados e
informações. Por outro lado em avaliação como nos basearmos apenas na
memória, porque ela é muitas vezes falha.
CAP. VIIII- Relatórios Diários e Relatórios
Gerais: Um Exercício de Reflexão Sobre a Ação
- A avaliação, enquanto mediação insere-se no
processo educativo como um instrumento de reflexão, que auxilie o professor a
tomar consciência de mudanças a operar em sua ação, a comprovar e/ ou refutar
hipóteses sobre processos vividos pelas crianças. Percebe-se no dia a dia do
professor de educação infantil, o risco das rotinas, das ações improvisadas
e/ ou não refletidas em termos do seu significado educativo para as crianças.
Os relatórios diários tem sido uma pratica das estagiarias do Curso de
pedagogia, os relatórios evidenciam, em sua sequência e evolução, que está em
jogo um processo de mudança conceitual das estagiárias, para o qual o suporte
teórico e a relação dessa prática como essencial.
Os
relatórios gerais, por sua vez, consistem em relatos globalizantes do
trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor, numa turma de crianças, ao
longo de um semestre letivo.
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JUSSARA
HOFFMANN
Avaliação Mediadora
O texto
de Jussara Hoffmann, Avaliação Mediadora: Uma Prática em construção da
pré-escola á universidade, toma por base a avaliação como uma atividade que faz
com que o aluno seja instigado a desenvolver seu processo cognitivo, mas o que
a maioria das escolas, juntamente com seus professores perpassa é, o processo
avaliativo como um sistema classificatório de ensino de qualidade.
Ao iniciar a obra a autora distingue
o diálogo entre professor e aluno como indicador de aprendizagem, necessário, à
reformulação de solução para que a construção do saber aconteça. O professor
deve interpretar a prova não para saber o que o aluno não sabe, mas para pensar
nas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para interagir com esse
aluno. O conhecimento dos alunos é adquirido com a interação com o meio em que
vive e as condições deste meio, vivências, objetos e situações.
Num segundo momento a autora Jussara Hoffmann, destaca no seu livro uma
fala dita por uma aluna: Quanto mais eu vou à escola, mais eu estudo quanto
mais eu estudo, mais eu aprendo quanto mais eu aprendo, mais eu esqueço. Fica
claro que a metodologia usada da educação desfavorece os alunos no sentido de
produzir seus próprios conhecimento, a ideia de arrancar o conhecimento do
aluno custe o que custar.
Concluindo, que a escola não deve só
querer formar cidadãos porque o cidadão ali já está. Não é a tarefa desafiadora
da escola, mais sim compreender que se deve mudar seu processo avaliativo para
melhor o conhecimento e desenvolver os seus alunos para uma sociedade
culturalmente rica e produtiva.
Magistério
2012 - fdrh
Magistério 2013/fdrh
14. Segundo
Hoffmann (2005), a avaliação é uma ação ampla que abrange o cotidiano do
fazer pedagógico.
Assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para
as falsas considerando a assertiva acima.
( ) A observação, a reflexão e a ação ocorrem
em tempo lineares.
( ) A avaliação é um processo mediador que se
constrói na prática
( ) A admiração, a reflexão e a reconstrução
das práticas avaliativas são tempos necessários em uma avaliação mediadora.
A sequência
correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo é
a)
V – V – V
b)
V – V – F
c)
V – F – V
d) F – V – V
e)
F – F – F
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Magistério 2013/fdrh
Assinale a alternativa que descreve, na atuação
do professor, um princípio coerente com uma ação avaliadora mediadora.
a)
Realizar necessariamente trabalhos em grupo
como tarefas avaliativas,
b) Oportunizar aos alunos muitos momentos para a
expressão de suas ideias.
c)
Utilizar uma ação corretiva que sugira aos
alunos a elaboração de suas respostas como o professor espera.
d) Atribuir médias
finais aos alunos a partir da contagem de acertos e de erros em tarefas
avaliativas.
e)
Observar individualmente o desempenho de cada
aluno, mas considerar as tarefas em grupo como mais importantes para a
determinação da nota final do mesmo.
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FUNDATEC – Pref. Viamão/2012
32 – “(...) a magia do avaliar está na descoberta da complexidade do
ato de aprender. É a isso que me refiro quando nego a ação corretiva e
delineio a interpretação das tarefas de aprendizagem: fazer perguntas ao
aluno para aprender com ele, ao invés de fazer perguntas para comprovar
respostas que já foram dadas pelo professor. Sem dúvida, não é pouco o que se
espera do educador analisando-se a questão sobre esse prisma. Mas é um dos
caminhos que aponto na complexidade de uma perspectiva mediadora.”(HOFFANN,
2003).
De acordo com Jussara Hoffmann, um processo avaliativo mediador é
por sua natureza:
I.
Preventivo.
II.
Cumulativo.
III.
Somativo.
Quais
estão corretas?
A)
Apenas I.
B) Apenas I e II.
C)
Apenas I e III.
D)
Apenas II e III.
E) I, II e III.
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JUSSARA HOFFMANN
Avaliação, mito e desafio: uma perspectiva construtivistaJussara Hoffmann nos apresenta situações vividas em sala de aula para que possamos refletir sobre o verdadeiro significado da avaliação. O livro traz os seguintes assuntos - avaliação e construção do conhecimento; avaliação - mito e desafio; imprecisões da terminologia - o significado do testar e medir; avaliação enquanto mediação; avaliação na pré-escola; por uma ação libertadora; imagens representativas de avaliação. '
Capitulo 1: Avaliação e construção do
conhecimento
De acordo
com o texto, a avaliação é essencial à educação desde que tenha a perspectiva
de ser problematizadora e que vise o questionamento e a reflexão sobre a
ação. Muitos educadores e políticos lutam para denunciar a função seletiva e
discriminatória das notas e conceitos, alertando para os prejuízos sociais
decorrentes da reprovação. A avaliação é a reflexão transformada em ação.
Essa ação se transforma em uma nova reflexão. Reflexão permanente do educador
sobre sua realidade. A avaliação, na perspectiva de construção do
conhecimento parte de dois pressupostos básicos: confiança na possibilidade
dos alunos construírem suas verdades e valorização de sua manifestação e
interesses.
Capitulo 2: Avaliação: mito e
desafio
Do ponto
de vista da autora configura-se a avaliação educacional, em mito e desafio. O
mito é decorrente de sua história que vem perpetuando os fantasmas do
controle e do autoritarismo há muitas gerações. Os professores reduzem a
avaliação a uma prática de registro de resultados sobre o desempenho do
aluno. Avaliar é julgar o resultado do trabalho da criança após o término
deste, nele demonstrando comportamentos definidos, aprovação/reprovação, que
reforça o autoritarismo de cunho sentencioso, sendo o fenômeno avaliação,
ainda hoje, algo indefinido, desconsiderando a mútua coordenação dos pontos
de vista e das ações (reciprocidade – Piaget).
Avaliação
construtivista e libertadora deverá encaminhar a um dialógico e cooperativo
onde o professor e alunos aprendem sobre si no ato próprio da avaliação. As
relações de poder que se travam em nome dessa prática são reflexos de uma
sociedade liberal e capitalista, que se nutre de exigências burocráticas para
mascarar o seu verdadeiro descaso com a educação em todos os níveis.
Capitulo 3: Impressões da terminologia:
o significado do testar e do medir
Neste
capítulo a professora questiona, entre outras coisas, o que significa testar
e medir na avaliação, relatando, então, por meio de suas pesquisas discussões
variadas, e constantes embates entre os professores acompanhados por ela,
cada um procurando defender seus argumentos completamente contraditórios.
Medir é
verificar a extensão, quantidade, volumes e outros atributos dos objetos e
fenômenos, expressa em escalas ou graus numéricos (nem todos os fenômenos
podem ser medidos). Arbitrariedade na atribuição de graus e conceitos
acontece por métodos impressionistas e por comparação. A medida; uso de
notas, reforça um mecanismo de competição e seleção na escola. A medida em
educação deve resguardar o significado de um indicador de acertos e erros
para ser útil. Interrogar sobre o significado dos erros para repensar uma
didática científica, desvincular a interpretação dos testes, dos resultados
numéricos obtidos.
A ação
avaliativa de acompanhamento e reflexão necessita de consistência
metodológica. A elaboração de TESTES válidos é uma tarefa complexa que exige
domínio da tecnologia de testes e da área de conhecimento em questão.
Capitulo 4: Avaliação como
Mediação
O que a
autora pretende introduzir nesse texto é a perspectiva da ação avaliativa
como uma reorganização do saber. Professor e aluno buscando coordenar seus
pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as.
A postura
do professor frente às alternativas de solução construídas pelo aluno deveria
estar necessariamente comprometida com tal concepção de erro construtivo.
Considerar que o conhecimento reproduzido pelo aluno, num dado momento de sua
vivência é um conhecimento em processo de superação. A criança aprimora sua
forma de pensar o mundo à medida que se depara com novas situações, novos
desafios e formulam suas hipóteses.
Levar o
aluno a compreender e fazer. Fazer é compreender a ação em grau suficiente
para atingir os fins propostos. Compreender é interiorizar as situações até
rever os problemas por elas levantados. O fazer significativo na construção
do conhecimento. A questão que deve ser feita é se tal correção favorece a
compreensão e o desenvolvimento da autonomia dos alunos. A correção favorece a
compreensão e o desenvolvimento da autonomia do aluno.
Capitulo 5: Avaliação na
educação infantil?
As
crianças apresentam maneiras peculiares e diferenciadas de vivenciar as
situações, de interagir com os objetos do mundo físico. O que se pretende na
pré-escola fundamentalmente é um ambiente livre de tensões e limitações.
Educadores disponíveis concretamente a acompanhar e oportunizar vivências
enriquecedoras. Os professores estão por demais preocupados com suas
metodologias. No entanto, de nada valem as orientações metodológicas se não
estiverem fundamentadas em uma concepção libertadora de avaliação.
O
fundamento de uma proposta de avaliação para a educação infantil é a
disponibilidade real do adulto frente às crianças. Essa disponibilidade
pressupõe reflexão e ação permanentes, uma oportunização de vivências
enriquecedoras através das quais a criança possa ampliar suas possibilidades
de descobrir o mundo, um adulto disponível a conversar e trocar ideias com
elas.
Capitulo 6: Por uma ação
libertadora
O sentido
fundamental da ação avaliativa é o movimento, a transformação. A tarefa do
avaliador é de tornar a descoberta em algo melhor. Os professores precisam
agir como filósofos, refletindo sobre a problematicidade das situações. A
avaliação é essencial à docência, no seu sentido de constante inquietação, de
duvida. Um professor que não problematiza as situações do cotidiano, que não
reflete passo a passo sobre suas ações e as manifestações dos alunos, instala
sua docência em verdades prontas, adquiridas, pré-fabricadas.
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HOFFMANN,
Jussara
O JOGO DO CONTRÁRIO EM AVALIAÇÃO
Rui Alencar
AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM
Quando
ocorre o debate ou quando se levanta esse problema logo vem à tona questões
relacionadas principalmente sobre as precárias e/ou cruéis situações nas
salas de aula de todo o país. Isso não é deixado de lado pela autora e não se
pode deixar de levar em consideração os desabafos dos professores e também
não deixar desconsiderá-los na proposta de reconstrução das práticas
avaliativas.
É levantado o problema de como se
dedicar intensamente a aluno por aluno em situações de 35 a 40 estudantes
falantes, barulhentos, curiosos, por vezes agressivos, desinteressados. Em
muitas dessas situações acontece o problema da impossibilidade de observar e
cuidar de cada um, o olhar vagueia pelo todo abarcando o grupo, na superfície
do coletivo e dessa forma desiste-se do envolvimento com cada aluno, será
possível avançarmos? Por onde começar? “Há muito a fazer pela aprendizagem de
todas as crianças por conta da massificação do ensino, da desvalorização e da
falta de formação dos educadores.”. O problema do instrucionismo, do dar
conta dos conteúdos, das apostilas, dos inúmeros fazeres e dos compromissos
nas escolas, os professores correm atrás do tempo e os estudantes correm
atrás dos professores. As aprendizagens ficam para trás. Muitos alunos ficam
esquecidos no meio do caminho. Por conta dessa escola preocupada com os
conteúdos, com as apostilas, o professor chega onde quer ou onde a escola
estabelece que deve chegar, sem ter como saber onde os alunos se encontram de
fato, se aprenderem ou não até ali. Assim a escola acaba ficando impedida de
buscar, para além da transmissão dos conteúdos. As formas do pensamento, do
conhecimento, da percepção, do raciocínio, o exercício da investigação? É
importante que se busque um olhar sereno, intenso e dedicado sobre histórias
de vida dos alunos e de suas trajetórias individuais de aprendizagem no
sentido essencial da mediação. É preciso fazer o exercício de “aprender a
olhar” aluno por aluno, conhecendo seu espaço de vida, suas iniciativas, seu
fazer de novo, seus afetos e desafetos, dissonâncias, seus piercings e
tatuagens, o inusitado tantas vezes.
Cada professor deve deixar marcas
positivas nos estudantes com os quais interage. Esse é o primeiro ensinamento
para iniciar o jogo do contrário. Pensar em cada aprendiz de uma sala de
aula, acabando com os anonimatos, valorizando como sujeitos de sua própria
história, assumindo o compromisso, como educadores, de otimizar tempos e
oportunidades de aprender.
AVALIAÇÃO
MEDIADORA EM TRÊS TEMPOS
1. TEMPO DE ADMIRAÇÃO DOS ALUNOS
2. TEMPO DE REFLEXÃO SOBRE SUAS TAREFAS E
MANIFESTAÇÕES DE APRENDIZAGEM
3. TEMPO DE RECONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS AVALIATIVAS
E/OU DE INVENÇÃO DE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA PROMOVER MELHORES
OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM
TEMPO DE ADMIRAÇÃO O
tempo de admiração não se inicia com o ano letivo, mas antes de o professor
iniciar com os alunos, pesquisando nos arquivos das instituições, resgatando
suas histórias de vida, a partir de entrevistas com eles, de conversas com
seus professores de anos anteriores e familiares, da análise de tarefas e da
leitura de registros de avaliação, não somente em relação à escola básica,
mas em todas as experiências de vida de jovens e adultos do ensino médio e
superior. É preciso que se criem espaços e tempos nas instituições de ensino
para que se organizem informações sobre alunos para que os professores
analisem e compartilhem suas observações, sem deixar para depois. Com relação
às dificuldades dos professores é importante salientar que o caminho para
resolvê-las é o diálogo. Porque não há educação sem diálogo, e o verdadeiro
diálogo pressupõe retorno, interlocução, reconstrução conjunta das práticas
avaliativas. É preciso ter clareza de que as aprendizagens dos alunos são de
dimensões diferentes para se realizar um trabalho eticamente responsável.
Agressividade, apatia, desinteresse, agitação, ausência, e muitas outras
questões não explicam nem justificam problemas de aprendizagem na escola. Em
muitos casos que acompanhamos, as condutas dos alunos melhoram sensivelmente
à medida que eles avançaram na alfabetização, na escrita, na leitura, nas
disciplinas nas quais estavam sendo orientados. O tempo de admirar em
avaliação mediadora é o tempo da busca de outro olhar. Um olhar que duvida do
próprio olhar, um olhar que duvida sempre da primeira impressão e que alcança
o próprio aluno, dialoga com ele, com palavras e silenciosamente, observa à
distância sua relação com os outros. Uma escola que não aprofunda o
conhecimento sobre suas crianças e jovens, não lhes permite a autoria de
pensamento, pois traça expectativas irreais e ilusórias, atribuindo-lhe responsabilidades,
deveres em demasia ou aquém de suas potencialidades. O aluno no processo de
aprendizagem tem que ter a consciência de se perceber aprendendo e de querer
aprender mais. Portanto, ele não pode aprender para alguém ou para alguma
coisa, mas aprender pelo prazer da curiosidade, da superação intelectual,
aprender para si próprio e para a vida.
CONSELHOS DE CLASSE: COMPREENDER PARA ENCAMINHAR? Os
conselhos de classe de hoje fazem o trabalho burocrático e de sentenciar os
alunos. Deveriam ser espaços onde fossem compartilhadas as interpretações
sobre as trajetórias de aprendizagens dos alunos durante o período escolar e
assim definir, em consenso ações pedagógicas a serem desencadeadas.
TEMPO DE REFLEXÃO O
tempo de reflexão referente ao conjunto de ideias, sentimentos e
possibilidades de ações futuras que afloram quando o professor pára e pensa
sobre como os alunos estão se manifestando às tarefas e situações de
aprendizagens propostas. Essa reflexão acontece todo tempo em sala de aula:
por trás de toda ação do professor há uma “intenção” pedagógica. Mas é
importante que se faça conscientemente o “silêncio” que permite refletir.
Tornando possível interpretar em termos didáticos, epistemológicos e
relacionais as situações de aprendizagens vividas pelos estudantes,
transformando as práticas avaliativas em mediadoras, no sentido de serem
intencionalmente construídas na direção de seus diferentes interesses e
necessidades. Em avaliação mediadora, interpreta-se para compreender e para
cuidar que o aluno aprenda. O tempo da reflexão, assim não é o de olhar para
trás, explicando o que o aluno não fez, não alcançou ou não sabe, mas o de
projetar o futuro, tempo de prospecção. É preciso que na prática avaliativa
mediadora no contexto da diversidade, é necessário ir muito além do dar
aulas, corrigir tarefas e dar notas. Não se corrigem, nem se somam, mas se
interpretam, exigindo, portanto, reflexão séria assegurando uma visão
positiva e confiante sobre o aluno.
MEDIAR A MOBILIZAÇÃO? Avaliar
nesse momento é manter-se atento ao interesse de cada um dos alunos nas
propostas pedagógicas em andamento, no sentido de refletir e provocar o seu
desejo de aprender. A intenção de avaliar na etapa de mobilização não é de
analisar se o aluno está aprendendo. Ele está aprendendo em todos os momentos
da escola, mas não é essa a maior intenção de o professor estar atento nesse
momento. Esse é o tempo de assegurar o interesse dele em aprender, pela
organização e manutenção de um ambiente provocativo significativo e adequado
às suas possibilidades. O aluno não pode estudar somente para a nota.
MEDIAR A EXPERIÊNCIA EDUCATIVA? Mediar
a experiência educativa é acompanhar o aluno em processos simultâneos de
apropriar-se de informações e de aprender a buscar novos conhecimentos, em
ambientes interativos, de respeito e convívio humanos, refletindo e
intervindo criticamente sobre sua postura de colega, de aluno e de aprendiz.
O professor deve apontar avanços, devolvendo e comentando tarefas,
conversando mediando conflitos. Também assegurar a interação. Se um aluno não
se integra a um grupo de trabalho, é papel de o professor organizar outros,
variar as turmas, variar os grupos, variar formas de trabalhar com os alunos
e nesse sentido os trabalhos em grupo devem acontecer em horário escolar sob
a atenção dos professores para que acompanhem a discussões e observemos
alunos em interação. Trabalhos em grupo são momentos de argumentação e de
troca de ideias, fundamentais à superação intelectual. Quando o estudante é
curioso, faz uma série de perguntas ou tentativas para chegar a uma solução e
tende a cometer mais erros em seus ensaios, caso esses erros forem dados como
“prontos” pelo professor, tomados como resultados finais e o estudante for
penalizado de alguma forma por isso, o que ele aprenderá na escola? Que não
deve nunca experimentar, tentar, errar, nada. Passará então a ousar menos, a
reproduzir mais para acertar mais. As práticas avaliativas tradicionais que
se propõe ou recebe um grau ou uma nota classificatória não importando o que
o aluno aprendeu o que valem são as notas que tiraram em cada semana de aula,
sobre cuja soma total se calcula uma média. Duvidar não é erro. Processos não
são resultados. Os instrumentos de avaliação, por si só, não dizem nada. Eles
só tem sentido para aquele que os interpreta.
TEMPO DE RECONSTRUÇÃO
AVALIAR
PARA APROVAR E REPROVAR OU FORMAR PARA AVIDA?
O
terceiro tempo da avaliação é o tempo da transformação, do compromisso com a
criação, tempo de fazer diferença sobre a vida que desejamos para as futuras
gerações. De acordo com Paulo Freire, acreditar nos caminhos da inovação
educacional em nosso país, defendendo com seriedade, rigorosamente, mas também
apaixonadamente, uma tese, uma posição, uma preferência, estimulando e
respeitando, ao mesmo tempo, o direito ao discurso contrário.
AVALIAÇÃO FORMATIVA OU AVALIAÇÃO MEDIADORA?
Ao
avaliar efetiva-se um conjunto de procedimentos didáticos que se estendem
sempre por um longo tempo e se dão em vários espaços escolares, procedimentos
de caráter múltiplo e complexo tal como se delineia um processo. Dessa forma
não se deve denominar por avaliação testes, provas ou exercícios
(instrumentos de avaliação). Muito menos se deve nomear por avaliação
boletins, fichas e relatórios.
A
avaliação da aprendizagem envolve e diz respeito diretamente a dois elementos
do processo: educardor/avaliador e educando/avaliando. Alguém (educando) que
é avaliado por alguém (educador). Mesmo que ocorra o problema do número muito
grande de alunos na sala de aula, a relação no processo avaliativo vai se
estabelecer de forma diferente com cada um deles o professor estará afetando
vidas e influenciando aprendizagens individuais e cada aluno irá estabelecer
maiores ou menores vínculos intelectuais com cada professor. Todo processo
avaliativo deve ter por intenção:
·
Observar o aprendiz,
·
Analisar e
compreender suas estratégias de aprendizagem, e
·
Tomar decisões
pedagógicas favoráveis à continuidade do processo.
É importante que
aconteça a mediação no momento em que o educando for avaliado. O avaliador de
deve conhecer, compreender, acolher os alunos em suas diferenças e
estratégias próprias de aprendizagem para planejar e ajustar ações
pedagógicas favorecedoras a cada um e ao grupo como um todo. A avaliação deve
ser contínua e evolutiva, não podendo ocorrer por etapas delimitadas.
Bimestres, trimestres, semestres, anos letivos, no que se refere aos
registros escolares, não podem ser determinantes da sistemática de avaliação.
Portanto aplicar vários testes ao longo de um bimestre, mas corrigir todos
eles ao final, por exemplo, é um procedimento classificatório. Não
apresentando dessa forma um processo de avaliação formativa cujo pressuposto
básico é a continuidade do processo de aprendizagem e a intervenção
pedagógica desafiadora. Muda-se o jeito de fazer algumas coisas mas não as
concepções do professor. A essência da concepção formativa está no envolvimento
do professor com os alunos e na tomada de consciência acerca do seu
comprometimento com o progresso deles em termos de aprendizagens. A visão
formativa parte do pressuposto de que, sem orientação de alguém que tenha
maturidade para tal, sem desafios cognitivos adequados, é improvável que os
alunos venham adquirir da maneira mais significativa possível os
conhecimentos necessários ao seu desenvolvimento, isto é, sem que ocorra o
processo de mediação. Para isso, é essencial que aconteça uma postura mediadora
do professor que pode fazer toda a diferença em avaliação formativa.
AS CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET E VIGOTSKI
Por fim, a autora
destaca as contribuições de Piaget e Vigotski, sem destacar suas diferenças
de concepção de mundo. Nesse caso, um complementando o disposto pelo outro.
Segundo os estudos da linha de trabalho de Piaget, se sugere situações
educativas que privilegiem desafios cognitivos ao invés do “instrucionismo”
que prevalece, hoje, nas salas de aula. O desafio está em propor atividades provocativas
aos alunos, desde adequadas às suas possibilidades de desenvolvimento, o que
lhes exige, então, um grande conhecimento aos educandos. Segundo os estudos
de Vigotsky, o educador não deve levar em conta, como ponto de partida para a
ação pedagógica apenas o que o aluno já conhece ou faz, mas, principalmente
deve pensar nas potencialidades cognitivas dos educandos, fazendo outros
desafios e mais exigentes no sentido de envolvê-los em novas situações de
modo a provocá-los permanentemente, à superação cognitiva. Hoffman conclui
com a ideia que norteia todo o desenvolvimento do seu livro, de que as
escolas hoje agem de uma forma onde a avaliação é para se obter uma nota e
sendo assim, o que acontece é que no final do bimestre o aluno recebe uma
sentença e não uma avaliação que possibilite o seu processo de aprendizagem.
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Parabéns!!! Em oferecer um trabalho excelente a iniciantes pesquisadores como eu, só tenho a lhes dizer muito obrigada.
ResponderExcluirGratidão.
Cida