2. A Importância do Lúdico na Aprendizagem,
com Auxílio dos Jogos
3. Avaliação Formativa
4. Lista de Conceitos Básicos Iniciais para
a Infância
5. Literatura Infantil
6. A Importância do Brincar na Educação
Infantil
7. O Cotidiano Escolar
8. O Professor como Mediador no Processo
Ensino Aprendizagem
9. Roteiro Básico para Plano de Aula
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Personalidade é o conjunto de características psicológicas, de certa forma estáveis, que determinam a maneira como o indivíduo interage com o seu ambiente. Também podemos definir “personalidade” como “a organização integral e dinâmica do contexto formado pelos atributos físicos, mentais e morais do indivíduo, compreendendo as características hereditárias e as adquiridas durante a vida: hábitos, interesses, inclinações, complexos, sentimentos e aspirações.“
A formação da personalidade tem início a partir do nascimento. Assim, os primeiros anos de vida de uma pessoa são decisivos para a gênese de sua futura personalidade. Neste período são delineadas as principais características psíquicas, a partir da relação da criança com os pais, pessoas próximas, objetos e meio ambiente. Por isso, estas relações devem suprir todas as necessidades físicas e psicológicas da criança. A não satisfação das mesmas pode causar sérios prejuízos à formação da personalidade. Outrossim, é preciso acalentar o desenvolvimento de uma ampla gama de virtudes desde os primeiros anos de vida, em especial a temperança, que propicia a conquista de um sentido de equilíbrio, evitando-se a exacerbação de necessidades, por um lado, e, por outro, a insatisfação de outras consideradas fundamentais. Neste contexto, além das necessidades de manutenção da vida, todos os indivíduos possuem necessidades de aprovação, independência, aprimoramento pessoal, segurança e auto-realização, onde serão desenvolvidos os valores existenciais, estéticos, intelectuais e morais.
A qualidade das relações entre pais e filhos exerce uma influência determinante na formação psicológica destes. A partir dos primeiros meses de vida, os pais e responsáveis pela criação e educação das crianças devem dedicar toda a atenção ao desenvolvimento de sua autoestima. É imprescindível oferecer muito afeto e carinho, estimular, elogiar, motivar, para que as crianças construam sua personalidade com base em elevado amor próprio. Da mesma forma, os pequenos devem ter toda a liberdade para expressar emoções: alegria, afeto, tristeza, medo e raiva, as chamadas emoções autênticas. Se a criança for levada a reprimir suas emoções, desenvolverá uma personalidade combalida, neurótica, plena de tensão, ansiedade, angústia, depressão.
Desta forma, os adultos responsáveis pela formação dos futuros cidadãos devem evitar, a todo custo, dirigir-lhes palavras e tomar atitudes que possam desenvolver um baixo nível de autoestima. Assim, não devem se valer de severidade, críticas exageradas, exigências exacerbadas. Inclusive olhares e gestos que possam produzir efeitos negativos. A mania de perfeição é outra característica que pode ser considerada doentia e resulta certamente em prejuízo à formação dos indivíduos. Por outro lado, são igualmente nocivas: a indiferença, a rejeição, as desqualificações (chacotas, escárnios, gozações).
Por todos estes motivos, não devem ser proferidas frases deste jaez: “qualquer idiota faria melhor que você”; “homem que é homem não chora”; “não seja fraco”; “você é burro”; “seja perfeito”; “faça como seu irmão; ele, sim, é legal”; “está sonhando alto demais”; “só gosto de você quando é obediente”. E assim por diante…
A seu turno, os pais e responsáveis devem imprimir, clara e objetivamente, certos limites e regras fáceis e simples de serem cumpridas, desde a mais tenra idade. Não se pode deixar uma criança agir de forma totalmente desregrada e livre, sem qualquer fronteira. Inúmeros livros já foram escritos sobre o assunto, com títulos assemelhados a “Limites na medida certa”, “Colocando regras, com afeto”; ou, “Seu filho precisa conhecer as regras do jogo da vida”. Outro aspecto é a coerência entre palavras e atitudes. Não é possível conciliar uma regra enunciada verbalmente com uma atitude oposta. Por exemplo, afirmar o acerto de hábitos de higiene e, depois, deixar objetos pelo chão, não recolher roupas sujas, ou “varrer o pó para debaixo dos tapetes”…
Agora, outra questão de suma importância. Para que o desenvolvimento das crianças ocorra de forma natural e saudável: é absolutamente necessário que elas se entreguem, em grande parte de seu tempo ativo, às brincadeiras próprias de sua idade, individual ou coletivamente. Os folguedos coletivos proporcionam o relacionamento interpessoal, de extrema importância para a formação do caráter social do indivíduo. A livre expressão da alegria, própria das atividades lúdicas, é fundamental para a saudável formação da personalidade.
Desta forma, podemos compreender a importância de brincadeiras adequadas para cada faixa etária. Os brinquedos, até os seis meses de idade. devem ser relacionados ao tato, ao sentir os objetos em suas formas e texturas. Além do contato físico com as mãos, o contato visual, o gustativo, o olfativo, o auditivo, são de suma importância. A partir desta primeira fase, é preciso oferecer às crianças brinquedos com certas características: cores vivas, formas interessantes, sons refinados, aromas adequados. Após o primeiro ano de vida, o que ganha importância são os carrinhos, os bonecos que se movem e também a música – sequência de sons harmônicos e melodiosos. Em seguida, vêm todos os objetos e ações que adestram a imaginação e despertam o senso de criatividade.
A criatividade é uma característica de imenso valor no contexto humano. Ela deve ser exercida de forma livre, sem qualquer limitação. Na infância, desempenha um papel de extrema importância na formação da personalidade. Assim, os pais e os professores devem ter o máximo cuidado para não bloquear a capacidade das crianças neste contexto. Eles precisam fornecer os elementos e devem permitir às crianças que descubram por si mesmas os procedimentos para chegar ao objetivo final: a satisfação, a alegria, o desenvolvimento do lúdico. Não é admissível que os adultos mostrem ou determinem às crianças a maneira como devem fazer as coisas. Isto tolhe a oportunidade que elas têm de exercitar a imaginação, a criatividade, a curiosidade, a enorme satisfação em descobrir, por si próprias, a melhor maneira de agir e brincar.
Outro fator que influencia a formação da personalidade é a movimentação física da criança, principalmente através dos esportes praticados por prazer, não por competição. A movimentação física saudável, prazerosa, melhora o estado geral do organismo, tanto físico quanto psicológico. O esporte propicia à criança, além do saudável prazer e alegria, o descobrimento de seus limites, suas reais capacidades. O esporte, praticado com sabedoria, sob a supervisão de profissionais competentes, proporciona o gradual desenvolvimento do indivíduo, a partir de tenra idade. Neste contexto, a criança consegue superar o medo, de qualquer espécie: de se machucar, de se enfrentar com outras crianças, do ridículo, de perder a competição. Assim, o esporte mostra o caminho da superação. Este processo proporciona um aprendizado de imenso valor, onde se encontram fracassos e sucessos, mas, com certeza, também a ampliação dos limites, da real capacidade, em todos os sentidos.
Assim, formado o embasamento sólido e saudável da personalidade, nos primeiros anos, pode o indivíduo, no decorrer de sua existência, ampliar suas capacidades e habilidades, enriquecer seu caráter, e, num processo permanente de desenvolvimento pessoal, experimentar uma vida plena de sentido e felicidade.
Do livro: “A Arte de Viver”
Ramiro Sápiras
E de estrema importância a terapia para crianças com dificuldades na aprendizagem, no relacionamento com a família e social, separação dos pais, mudanças de escola, mudanças de cidade, casa. Agressividade, falta de interesse, falta de atenção, pois a personalidade é definida na infância e traumas não resolvidos refletem na vida adulta.
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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM, COM AUXÍLIO DOS JOGOS
Monalisa Lisboa
A educação para obter
um ensino mais eficiente aperfeiçoou novas técnicas didáticas consistindo
numa prática inovadora e prazerosa. Dentre essas técnicas temos o lúdico, um
recurso didático dinâmico que garante resultados eficazes na educação, apesar
de exigir extremo planejamento e cuidado na execução da atividade elaborada.
O jogo é a atividade lúdica mais trabalhada pelos professores atualmente,
pois ele estimula as várias inteligências, permitindo que o aluno se envolva
em tudo que esteja realizando de forma significativa. Através do lúdico o
educador pode desenvolver atividades que sejam divertidas e que sobretudo
ensine os alunos a discernir valores éticos e morais, formando cidadãos
conscientes dos seus deveres e de suas responsabilidades, além de propiciar
situações em que haja uma interação maior entre os alunos e o professor numa
aula diferente e criativa, sem ser rotineira. Palavras Chaves: educação,
ensino, lúdico, jogo, dinâmico, educador, valores.
A princípio, a
explanação desse trabalho tem como objetivo mostrar a importância de se
trabalhar o lúdico na esfera escolar para a obtenção de qualidade no processo
educacional. E para que essa aprendizagem aconteça de forma significativa e
dinâmica, o professor tem como apoio a técnica dos jogos.
São muitos os
estudiosos do assunto, e para este trabalho foram consultados autores que
relatam a importância do lúdico e do uso dos jogos em atividades didáticas
para fundamentar ainda mais os pontos principais e melhor afirmar o que foi
explanado, são eles: Airton Negrine, Celso Antunes, Gilda Rizzo e Helena Nylse
Cunha.
A educação tem por
objetivo principal formar cidadãos críticos e criativos com condições aptas
para inventar e ser capazes de construir cada vez mais novos conhecimentos. O
processo de Ensino/Aprendizagem está constantemente aprimorando seus métodos
de ensino para a melhoria da educação. O lúdico é um desses métodos que está
sendo trabalhado na prática pedagógica, contribuindo para o aprendizado do
alunado possibilitando ao educador o preparo de aulas dinâmicas fazendo com
que o aluno interaja mais em sala de aula, pois cresce a vontade de aprender,
seu interesse ao conteúdo aumenta e dessa maneira ele realmente aprende o que
foi proposto a ser ensinado, estimulando-o a ser pensador, questionador e não
um repetidor de informações.
È preciso ressaltar
que o termo lúdico etimologicamente é derivado do Latim “ludus” que significa
jogo, divertir-se e que se refere à função de brincar de forma livre e
individual, de jogar utilizando regras referindo-se a uma conduta social, da
recreação, sendo ainda maior a sua abrangência. Assim, pode-se dizer que o
lúdico é como se fosse uma parte inerente do ser humano, utilizado como
recurso pedagógico em várias áreas de estudo oportunizando a aprendizagem do
indivíduo. Dessa forma, percebem-se as diversas razões que levam os
educadores a trabalharem no âmbito escolar as atividades lúdicas.
Como vemos Gilda
Rizzo (2001) diz o seguinte sobre o lúdico:
“… A atividade lúdica
pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no
desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação
intelectual.” (p.40).
Diante de tal
pensamento que a estudiosa coloca, observa-se que o principal papel do
educador é estimular o alunado à construção de novos conhecimentos e através
das atividades lúdicas o aluno acaba sendo desafiado a produzir e oferecer
soluções às situações-problemas impostas pelo educador. Pois o lúdico é um dos motivadores na
percepção e na construção de esquemas de raciocínio, além de ser uma forma de
aprendizagem diferenciada e significativa.
Convém ressaltar que
o educador deve ter cuidado ao desenvolver uma atividade trabalhando o
lúdico, por ser uma tarefa dinâmica, o professor fica na condição de
estimulador, condutor e avaliador da feitura da atividade, no entanto o educador
é o elo entre o lúdico e os alunos.
Da mesma forma deve
ater-se na quantidade de atividades lúdicas, pois utilizada exageradamente
acabam tornando-se rotineira e transformando-se numa aula tradicional.
Nylse Cunha (1994)
acredita que a ludicidade oferece uma “situação de aprendizagem delicada”, ou
seja, que o professor precisa nutrir o interesse do aluno, sendo capaz de
respeitar o grau de desenvolvimento das múltiplas inteligências do mesmo, do
contrário a atividade lúdica perde completamente sua riqueza e seu valor,
além do mais o professor deve gostar de trabalhar esse novo método sendo
motivador a fazer com que os alunos gostem de aprender, pois se o educador
não se entusiasmar pelo que ensina o aluno não terá o interesse em aprender.
Celso Antunes (2001)
argumenta da seguinte forma: “Um professor que adora o que faz, que se
empolga com o que ensina, que se mostra sedutor em relação aos saberes de sua
disciplina, que apresenta seu tema sempre em situações de desafios,
estimulantes, intrigantes, sempre possui chances maiores de obter
reciprocidade do que quem a desenvolve com inevitável tédio da vida, da
profissão, das relações humanas, da turma…”(p.55).
A atividade lúdica
mais trabalhada atualmente nas escolas pelos professores é o jogo, principalmente
nas salas de aula do ensino fundamental por ter sua clientela na maioria das
vezes formada por crianças. Sendo importante dizer que a palavra “jogo” foi
utilizada para se referir ao “brincar”, se tratando de forma lúdica, levando
em conta que o indivíduo não apenas se diverte jogando, mas também aprende.
A palavra “jogo”
etimologicamente origina-se do latim “iocus”, que significa brincadeira,
divertimento. Em alguns dicionários da Língua Portuguesa aparece com
definição de “passatempo, atividade mental determinada por regras que definem
ganhadores e perdedores”.
Numa de suas
palestras Airton Negrine (1997) cita o seguinte:
“… a palavra “jogo” apresenta significados distintos
uma vez que pode ser entendida desde os movimentos que a criança realiza nos
primeiros anos de vida agitando os objetos que estão ao seu alcance, até as
atividades mais ou menos complexas…” (p.44).
Pode-se dizer então
que a palavra “jogo” apresenta significados variados, desde uma brincadeira
de criança com fins restritos em diversão até as atividades mais complexas
com intuito de adquirir novos conhecimentos.
Gilda Rizzo (2001)
diz que “os jogos, pelas suas qualidades intrísecas de desafio à ação
voluntária e consciente, devem estar, obrigatoriamente, incluídos entre as
inúmeras opções de trabalho escolar.”
Pois o objetivo
principal do jogo como atividade lúdica é proporcionar ao indivíduo que está
jogando, conhecimento de maneira gratificante, espontânea e criativa não
deixando de ser significativa independente de quem o joga, deixando de lado
os sistemas educacionais extremamente rígidos.
Trabalhar com os
jogos na sala de aula possibilita diversos objetivos, dentre eles, foram
pontuados os seguintes:
Nota-se também um
entusiasmo maior sobre o conteúdo que está sendo trabalhado por haver uma
motivação dos educandos em expressar-se livremente, de agir e interagir em
sala de aula. Mas lembrando sempre que os jogos devem está devidamente
associado aos conteúdos e aos objetivos dentro da aprendizagem, auxiliando a
parte teórica, tornando o ensino mais prazeroso apresentando opiniões para
crescer ainda mais o trabalho dos profissionais da área da educação.
Diante de tal
objetivo, os jogos escolhidos pelos educadores para trabalhar precisam ser
estudados intimamente e analisados rigorosamente para serem de fato
eficientes, porque os jogos que não são testados e pesquisados não terão seu
exato valor, tornado-se ineficazes, obviamente, uma atividade lúdica nunca
deve ser aplicada sem que tenha um benefício educativo. O professor pode
criar seus próprios jogos, a partir dos materiais disponíveis na instituição
de ensino em que leciona ou até mesmo na sala de aula, porém precisa atentar
para a forma de como serão trabalhados, não esquecendo os objetivos e o
conteúdo a ser desenvolvido. O educador precisa ter muito mais força de
vontade, criatividade, disponibilidade, seriedade, competência que dinheiro
para construir um jogo.
Celso Antunes (2003)
cita o seguinte sobre o jogo:
“O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências,
permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a
viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações.
Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos
controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a fantasia,
estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real”.
De acordo com Celso
Antunes, pode-se afirmar que a ludicidade do jogo proporciona momentos
mágicos e únicos na vida de um indivíduo, pois no mesmo instante que diverte,
ensina e desenvolve o raciocínio e a criatividade além de obter
responsabilidade diante da situação colocada a ele.
Diante de tudo que
fora mencionado, pode-se dizer sem sombra de dúvida que o lúdico é importante
sim para uma melhoria na educação e no andamento das aulas, provocando uma
aprendizagem significativa que ocorre gradativamente e inconscientemente de
forma natural, tornando-se um grande aliado aos professores na caminhada para
bons resultados.
E que é dever do
professor mudar os padrões de conduta em relação aos alunos, deixando de lado
os métodos e técnicas tradicionais acreditando que o lúdico é eficaz como
estratégia do desenvolvimento na sala de aula.
Espera-se que esta
proposta de abordagem vá de encontro com o que foi proposto realizar, e
essencialmente, que seja de suporte para professores que já atuam no ambiente
escolar, e aos futuros professores a tornar suas aulas mais dinâmicas fazendo
com que a sala de aula se transforme num lugar prazeroso, construindo a integração
entre todos que a frequentam.
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AVALIAÇÃO FORMATIVA
O que é?
Também chamada de avaliação para as aprendizagens,
a avaliação formativa tem seu foco no processo ensino-aprendizagem. Alguns
teóricos chegam a nomear essa modalidade com o nome de avaliação formativa
diagnóstica. A avaliação formativa não tem finalidade probatória e está
incorporada no ato de ensinar, integrada na ação de formação. Alguns autores
consideram que a avaliação formativa englobe as outras modalidades de avaliação
já que ela se dá durante o processo educacional. Seu caráter é especificamente
pedagógico.
Quais são
seus objetivos?
A avaliação formativa pretende melhorar o processo
de ensino-aprendizagem mediante o uso de informações levantadas por meio da
ação avaliativa. Semelhantemente à avaliação diagnóstica, a avaliação formativa
busca detectar dificuldades suscetíveis de aparecer durante a aprendizagem a
fim de corrigi-las rapidamente. Todavia, seu foco está no processo de
ensino-aprendizagem. Através dessa modalidade de avaliação, informações sobre o
desenvolvimento do aluno são fornecidas ao professor, permitindo que a prática
docente se ajuste às necessidades discentes durante o processo.
Quais são as
suas características?
Uma das mais importantes características da
avaliação formativa é a capacidade em gerar, com rapidez, informações úteis
sobre etapas vencidas e dificuldades encontradas, estabelecendo um feedback
contínuo sobre o andamento do processo de ensino e aprendizagem. Com esse tipo
de avaliação é possível ter os subsídios para a busca de informações para
solução de problemas e dificuldades surgidas durante o trabalho com o aluno. Na
avaliação formativa, os fatores endógenos, ou seja, os fatores internos à
situação educacional são levados em conta para proceder à avaliação. Por
acontecer durante o processo de ensino e aprendizagem, a avaliação formativa se
caracteriza por possibilitar a proximidade, o conhecimento mútuo e o diálogo
entre professor e aluno.
Para que
servem os seus resultados?
Os resultados da avaliação formativa servirão de
base para identificar como o processo de aprendizagem tem acontecido. As
informações que essa avaliação revela permitem o planejamento, o ajuste, o
redirecionamento das práticas pedagógicas no intuito de aprimorar as
aprendizagens dos alunos. Ou seja, seus resultados servem para apoiar,
compreender, reforçar, facilitar, harmonizar as competências e aprendizagens
dos alunos.
Magistério 2012/fdrh
MSCONCURSOS – Pref. São Borja
29. Na perspectiva de uma avaliação formativa, as práticas avaliativas:
a) Fundamentam-se em um sistema de promoção de alunos e estatísticas.
b) Visam orientar o aluno quanto ao trabalho escolar, localizar as suas dificuldades e descobrir os processos que
lhe permitirão progredir na sua aprendizagem.
c) Supõem formas
padronizadas de instrumentos avaliativos que
permitirão ao aluno o progresso na
aprendizagem.
d) Baseiam-se nos
conteúdos e procedimentos quantitativos de
medida como provas, testes objetivos e
dissertações argumentativas.
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LISTA DE CONCEITOS BÁSICOS INICIAIS PARA A
INFÂNCIA
Escrito
por Sarah Morgan | Traduzido por Natalia Peres
De
acordo com o notável pesquisador Richard Rothstein, a diferença de desempenho
entre crianças de classe baixa e classe média é amplamente estabelecida no
momento em que a criança atinge o quarto ano. Esta diferença existe devido à
uma falha em ajudar as crianças a explorar e dominar alguns conceitos básicos
da educação infantil, começando assim que uma criança completa três anos.
Incorporar esses conceitos em casa e na educação infantil pode ajudar a
assegurar que nenhuma criança seja deixada para trás quando chegar a hora da
alfabetização.
Espacial
Conceitos
espaciais tem haver com localização. Exemplos específicos de conceitos
espaciais que podem ser ensinados para as crianças pequenas incluem dentro e
fora, sobre, sob e entre. Os pais ou educadores podem começar a ensinar esses
conceitos para as crianças durante a leitura de livros ilustrados,
como "o cão está dentro ou fora da casinha?" ou capitalizando
oportunidades diárias de aprendizado, como perguntar para a criança se a
cartolina está em cima ou em baixo da caixa de giz de cera.
Temporal
Aprender os
conceitos de tempo antes
de entrar no jardim de infância faz com que as crianças fiquem mais aptas a
manter a calma durante as aulas de matemática da professora e responder
rapidamente quando os educadores pedirem para lerem o ponteiro longo e o
curto do relógio da sala de aula. Conceitos temporais podem ser ensinados por
palavras como velho e novo, curto e longo. Pergunte às crianças pequenas se o
comercial de TV foi mais curto ou mais longo que o programa seguinte. Envolva-os
fora de casa perguntado se um pedestre é mais velho ou mais novo do que a
mamãe ou o papai.
Quantidade
Conceitos
de quantidade ajudam a construir a preparação para habilidades matemáticas e
de resolução de problemas na infância. Ideias como mais/menos e cheio/vazio
podem ser ensinadas para as crianças no decorrer de atividades diárias.
Pergunte se o pote de biscoito está cheio ou vazio. Dê a seu pequeno prodígio
um punhado de biscoitos e depois dele terminar de comer alguns diga:
"Tem menos biscoitos na sua mão agora, pois você já comeu alguns".
Lições com objetos simples estimularão as crianças a aprenderem sem pressão
os conceitos de quantidade.
Qualidade
Alunos
táteis vão gostar muito de aprender os conceitos de qualidades. Liso/áspero, rígido/macio e quente/frio
são exemplos de descrições básicas que as crianças estão preparadas para
aprender na infância. Consiga algumas lixas, abra a torneira da banheira ou
ande por uma casa com carpete e piso de madeira para dar oportunidades
divertidas de aprendizado real para as crianças.
Socioemocional
Crianças
especialmente sensíveis se beneficiarão de um boa compreensão da educação em
conceitos sócio emocionais antes de entrar em uma sala de aula lotada.
Feliz/triste, fácil/difícil, bom/ruim são alguns dos conceitos principais à
serem ensinados às crianças. Crianças mais novas tendem a mudar de humor
rapidamente; use essas oportunidades para perguntar a eles "Você está
feliz ou triste agora?". Também pergunte sobre os níveis de dificuldade
de cada tarefa nas quais eles se envolvem, perguntando se o trabalho que eles
estão fazendo é fácil ou difícil.
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LITERATURA
INFANTIL
Medo do Medo
Querendo ser politicamente
corretos, estamos cometendo um triste engano, deformando histórias e até
cantigas que fazem parte do nosso imaginário mais básico. Tenho observado
alguns esforços psicopedagógicos no sentido de tornar nossas crianças
politicamente corretas - postura que muitas vezes nos transforma em seres
tediosos, sem graça nem fervor. Contos de fadas, por exemplo, alimento da
minha alma de criança, raiz de quase toda a minha obra adulta, sobretudo
romances e contos, foram originalmente - dizem estudiosos -narrativas
populares, orais, de povos muito antigos. Assim eles representavam e tentavam
controlar seus medos e dúvidas, carentes das quase excessivas informações
científicas de que hoje dispomos. Nascimento e morte, sexo, sol e lua, raios
e trovões, o brotar das colheitas lhes pareciam misteriosos, portanto
fascinantes.
Muito mais recentemente,
escritores como Andersen e os irmãos Grimm adaptaram tais relatos ao mundo
infantil e criaram suas maravilhosas histórias, que unem, como a vida real, o
belo e o sinistro. Uma sereia quer pernas para namorar seu príncipe na praia,
mas o sacrifício é terrível, a cada passo de suas novas pernas, dores
inimagináveis a dilaceram. Uma princesa, sua família, séquito e criados do
castelo dormem um sono profundo, maldição de uma fada má, e só serão
libertados pelo príncipe salvador - que, é claro, sempre aparece. Branca de
Neve, Rapunzel e dezenas de outros personagens alimentaram nossa fantasia e
continuam a alimentar a das crianças que têm sorte, cujos pais e escolas lhes
proporcionam contato cotidiano com esses livros.
Porém, faz algum tempo, há um
movimento para reformular tais relatos, tirando-lhes sua essência, isto é, o
misterioso e até o assustador. Lobos seriam bobalhões e vovozinhas umas
pândegas, só existiriam fadas boas, e as bruxas, ah, essas passam a ser
velhotas azaradas. Até cantigas de roda seculares tendem a ser distorcidas,
pois atirar um pau num gato é uma crueldade, como se fosse preciso explicar
isso para as crianças saberem que animais a gente ama e cuida - se é assim
que se faz em casa.
Vejo em tudo isso um engano e um
atraso. Impedindo nossas crianças do natural contato com essas antiquíssimas
histórias, que retratam as possibilidades boas e negativas do mundo, nós as
deixamos despreparadas para a vida, cujos perigos entram hoje em seus
quartos, rondam escolas e clubes, esperam na esquina com um revólver na mão
de um drogado, ou de um psicopata lúcido e frio, sem falar nos insidiosos
pedófilos na internet.
Estamos emburrecendo nossas
crianças e jovens, mesmo querendo seu bem? E, afinal, o que será o seu bem?
Ignorar o que existe de sombrio e mau, caminhar feito João e Maria
alegrinhos, não abandonados pelos pais, mas procurando borboletas no mato?
Receio que a gente esteja cometendo um triste engano, deformando histórias e
até cantigas que fazem parte do nosso imaginário mais básico com arquétipos
humanos essenciais.
Em compensação, adolescentes e
crianças procuram o encanto do misterioso lendo sobre vampiros, bruxos e
avatares, vendo seus filmes e pesquisando na internet. Por que isso? - me
perguntou recentemente um pai. Porque, neste momento de altíssima tecnologia,
a alma humana busca a expectativa, o segredo e o susto. Precisa conhecer o
mal para se acautelar e se proteger, o belo e o bom para crescer com
esperança. Mas nós, pedagogos e pais, nem sempre seguros e informados,
começamos a querer alisar excessivamente a estrada para eles, não lhes
ensinando que o mal existe, assim como o bem, que o belo nos atrai, assim
como o monstruoso, e que é preciso desenvolver discernimento (gosto dessa
palavra), isto é, a capacidade de entender e distinguir o melhor do pior, a
fim de fazer com mais clareza e segurança as inevitáveis escolhas.
Mas se, porque isso nos
tranquiliza, tratamos as crianças como imbecis, e queremos nosso adolescente
infantilizado por um longo tempo, exigindo-o cada vez menos em casa, na
escola e nas universidades - embora deixando que se sexualize de forma
precoce e criminosa -, vai ser difícil que tenham informação, capacidade de
julgar e escolher, que seriam nosso maior e melhor legado para elas.
|
A
Importância do Brincar na Educação Infantil
O presente artigo visa analisar a
importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem na educação
infantil.
1. RESUMO
O presente artigo visa analisara
importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem na educação
infantil. Tem como objetivo conhecer o significado do brincar, conceituar os
principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se
também fundamental compreender o universo lúdico, onde a criança comunica-se
consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece
relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e
ainda, os benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil.
Ainda este estudo traz algumas considerações sobre os jogos, brincadeiras e
brinquedos e como influenciam na socialização das crianças. Portanto, para
realizar este trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica, fundamentada na
reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites, bem como pesquisa
de grandes autores referente a este tema. Desta forma, este estudo
proporcionará uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na
vida do ser humano, e, em especial na vida da criança.
Palavras-chave: Brincar, aprendizagem
e desenvolvimento infantil, educação infantil.
2. INTRODUÇÃO
Brincar é uma importante forma de
comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu
cotidiano. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da
criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da
criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e
aprendizagem.
Para definir a brincadeira infantil,
ressaltamos a importância do brincar para o desenvolvimento integral do ser
humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo.
Para tanto, se faz necessário conscientizar os pais, educadores e sociedade
em geral sobre à ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, ou
seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo
somente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem. Neste contexto, o brincar na
educação infantil proporciona a criança estabelecer regras constituídas por
si e em grupo, contribuindo na integração do indivíduo na sociedade. Deste
modo, à criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao
mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de compreender pontos de vista
diferentes, de fazer-se entender e de demonstrar sua opinião em relação aos
outros. É importante perceber e incentivar a capacidade criadora das
crianças, pois esta se constitui numa das formas de relacionamento e
recriação do mundo, na perspectiva da lógica infantil.
Neste sentido, o objetivo central
deste estudo é analisar a importância do brincar na Educação Infantil, pois,
segundo os autores pesquisados, este é um período fundamental para a criança
no que diz respeito ao seu desenvolvimento e aprendizagem de forma
significativa.
3. As implicações do ato de brincar no
desenvolvimento infantil
Brincar, segundo o dicionário Aurélio
(2003), é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se,
folgar", também pode ser "entreter-se com jogos infantis", ou
seja, brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo menos deveria
ser.
Segundo Oliveira (2000) o brincar não
significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas
mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo,
ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se
estabelecem durante toda sua vida. Assim, através do brincar a criança pode
desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a
imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da
personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e
criatividade.
Vygotsky
(1998), um dos representantes mais importantes da psicologia
histórico-cultural, partiu do princípio que o sujeito se constitui nas
relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas,
que são mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. Nesta perspectiva, a
brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para a análise do
processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que
ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. Ainda, o
autor refere-se à brincadeira como uma maneira de expressão e apropriação do
mundo das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade
para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos surge, nas
crianças, através do brincar. A criança por intermédio da brincadeira, das
atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações
vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos,
significados e atitudes.
De acordo com o Referencial Curricular
Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01):
O principal indicador da
brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao
adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de
maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas
ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos
substitutos.
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que
“Quando brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua atividade
lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai
compreendendo como são e como funcionam as coisas.” Assim, destacamos que
quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo que de forma
simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as
diversas situações.
Portanto, a brincadeira é de
fundamental importância para o desenvolvimento infantil na medida em que a
criança pode transformar e produzir novos significados. Nas situações em que
a criança é estimulada, é possível observar que rompe com a relação de
subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa
seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento.
4. A importância do brincar no
universo lúdico (jogos, brincadeiras e brinquedos)
O ato de brincar acontece em
determinados momentos do cotidiano infantil, neste contexto, Oliveira (2000)
aponta o ato de brincar, como sendo um processo de humanização, no qual a
criança aprende a conciliar a brincadeira de forma efetiva, criando vínculos
mais duradouros. Assim, as crianças desenvolvem sua capacidade de raciocinar,
de julgar, de argumentar, de como chegar a um consenso, reconhecendo o quanto
isto é importante para dar início à atividade em si.
O brincar se torna importante no
desenvolvimento da criança de maneira que as brincadeiras e jogos que vão
surgindo gradativamente na vida da criança desde os mais funcionais até os de
regras. Estes são elementos elaborados que proporcionarão experiências,
possibilitando a conquista e a formação da sua identidade. Como podemos
perceber, os brinquedos e as brincadeiras são fontes inesgotáveis de
interação lúdica e afetiva. Para uma aprendizagem eficaz é preciso que o
aluno construa o conhecimento, assimile os conteúdos. E o jogo é um excelente
recurso para facilitar a aprendizagem, neste sentido, Carvalho (1992, p.14)
afirma que:
(...) desde muito cedo o
jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca,
explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços
físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter
sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades
vivenciadas naquele instante.
Carvalho (1992, p.28) acrescenta, mais
adiante:
(...) o ensino absorvido
de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no
curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica
de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se,
portanto em jogo.
As ações
com o jogo devem ser criadas e recriadas, para que sejam sempre uma nova
descoberta e sempre se transformem em um novo jogo, em uma nova forma de
jogar. Quando a criança brinca, sem saber fornece várias informações a seu
respeito, no entanto, o brincar pode ser útil para estimular seu
desenvolvimento integral, tanto no ambiente familiar, quanto no ambiente escolar.
É brincando também que a criança
aprende a respeitar regras, a ampliar o seu relacionamento social e a
respeitar a si mesma e ao outro. Por meio da ludicidade a criança começa a
expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e discordar de opiniões,
exercendo sua liderança, e sendo liderados e compartilhando sua alegria de
brincar. Em contrapartida, em um ambiente sério e sem motivações, os
educandos acabam evitando expressar seus pensamentos e sentimentos e realizar
qualquer outra atitude com medo de serem constrangidos. Zanluchi (2005, p.91)
afirma que “A criança brinca daquilo que vive; extrai sua imaginação lúdica
de seu dia-a-dia.”, portanto, as crianças, tendo a oportunidade de brincar,
estarão mais preparadas emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções
dentro do contexto social, obtendo assim melhores resultados gerais no
desenrolar da sua vida.
Entretanto, Vygotsky (1998) toma como
ponto de partida a existência de uma relação entre um determinado nível de
desenvolvimento e a capacidade potencial de aprendizagem. Defende a ideia de
que, para verificar o nível de desenvolvimento da criança, temos que
determinar pelo menos, dois níveis de desenvolvimento. O primeiro deles seria
o nível de desenvolvimento efetivo, que se faz através dos testes que
estabelecem a idade mental, isto é, aqueles que a criança é capaz de realizar
por si mesma, já o segundo deles se constituiria na área de desenvolvimento
potencial, que se refere a tudo aquilo que a criança é capaz de fazer com a
ajuda dos demais, seja por imitação, demonstração, entre outros. O que a
criança pode fazer hoje com a ajuda dos adultos ou dos iguais certamente fará
amanhã sozinha. Assim, isso significa que se pode examinar, não somente o que
foi produzido por seu desenvolvimento, mas também o que se produzira durante
o processo de maturação.
Para Vygotsky, citado por Baquero
(1998), a brincadeira, o jogo são atividades específicas da infância, na
quais a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. É uma
atividade com contexto cultural e social. O autor relata sobre a zona de
desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível atual de
desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver, independentemente,
um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da
resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro
mais capaz.
Na visão de Vygotsky (1998) o jogo
simbólico é como uma atividade típica da infância e essencial ao
desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da aquisição da representação
simbólica, impulsionada pela imitação. Desta maneira, o jogo pode ser
considerado uma atividade muito importante, pois através dele a criança cria
uma zona de desenvolvimento proximal, com funções que ainda não amadureceram,
mas que se encontram em processo de maturação, ou seja, o que a criança irá
alcançar em um futuro próximo. Aprendizado e desenvolvimento estão
inter-relacionados desde o primeiro dia de vida, é fácil concluir que o
aprendizado da criança começa muito antes de ela frequentar a escola. Todas
as situações de aprendizado que são interpretadas pelas crianças na escola já
têm uma história prévia, isto é, a criança já se deparou com algo relacionado
do qual pode tirar experiências.
Vygotsky (1998, p. 137) ainda afirma
“A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do
significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no
pensamento e situações reais”. Essas relações irão permear toda a atividade
lúdica da criança, serão também importantes indicadores do desenvolvimento da
mesma, influenciando sua forma de encarar o mundo e suas ações futuras.
Santos (2002, p. 90) relata que “(...)
os jogos simbólicos, também chamados brincadeira simbólica ou faz-de-conta,
são jogos através dos quais a criança expressa capacidade de representar
dramaticamente.” Assim, a criança experimenta diferentes papéis e funções
sociais generalizadas a partir da observação do mundo dos adultos. Neste
brincar a criança age em um mundo imaginário, regido por regras semelhantes
ao mundo adulto real, sendo a submissão às regras de comportamento e normas
sociais a razão do prazer que ela experimenta no brincar.
De acordo com Vygotsky (1998), ao
discutir o papel do brinquedo, refere-se especificamente à brincadeira de
faz-de-conta, como brincar de casinha, brincar de escolinha, brincar com um
cabo de vassoura como se fosse um cavalo. Faz referência a outros tipos de
brinquedo, mas a brincadeira faz-de-conta é privilegiada em sua discussão
sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento. No brinquedo, a criança sempre
se comporta além do comportamento habitual, o mesmo contém todas as
tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma
grande fonte de desenvolvimento.
A criança se torna menos dependente da
sua percepção e da situação que a afeta de imediato, passando a dirigir seu
comportamento também por meio do significado dessa situação, Vygotsky (1998,
p.127) relata que “ No brinquedo, no entanto, os objetos perdem sua força
determinadora. A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em
relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição em que a criança
começa a agir independentemente daquilo que vê.” No brincar, a criança
consegue separar pensamento, ou seja, significado de uma palavra de objetos,
e a ação surge das idéias, não das coisas.
Segundo Craidy & Kaercher (2001)
Vygotsky relata novamente que quando uma criança coloca várias cadeiras uma através
da outra e diz que é um trem, percebe-se que ela já é capaz de simbolizar,
esta capacidade representa um passo importante para o desenvolvimento do
pensamento da criança. Brincando, a criança exercita suas potencialidades e
se desenvolve, pois há todo um desafio, contido nas situações lúdicas, que
provoca o pensamento e leva as crianças a alcançarem níveis de
desenvolvimento que só as ações por motivações essenciais conseguem. Elas
passam a agir e esforça-se sem sentir cansaço, não ficam estressadas porque
estão livres de cobranças, avançam, ousam, descobrem, realizam com alegria,
sentindo-se mais capazes e, portanto, mais confiantes em si mesmas e
predispostas a aprender. Conforme afirma Oliveira (2000, p. 19):
O brincar, por ser uma
atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da
autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de
estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a
menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente
vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa,
forte e confiável.
Nesse caso, a brincadeira favorece o
desenvolvimento individual da criança, ajuda a internalizar as normas sociais
e a assumir comportamentos mais avançados que aqueles vivenciados no
cotidiano, aprofundando o seu conhecimento sobre as dimensões da vida social.
Segundo Vygotsky, Luria & Leontiev
(1998, p. 125) O brinquedo “(...) surge a partir de sua necessidade de agir
em relação não apenas ao mundo mais amplo dos adultos.”, entretanto, a ação
passa a ser guiada pela maneira como a criança observa os outros agirem ou de
como lhe disseram, e assim por diante. À medida que cresce, sustentada pelas
imagens mentais que já se formou, a criança utiliza-se do jogo simbólico para
criar significados para objetos e espaços.
Assim, seguindo este estudo os
processos de desenvolvimento infantil apontam que o brincar é um importante
processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. De acordo com
Vygotsky (1998), um dos principais representantes dessa visão, o brincar é
uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade
interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com
outros sujeitos, crianças e/ou adultos. Tal concepção se afasta da visão
predominante da brincadeira como atividade restrita à assimilação de códigos
e papéis sociais e culturais, cuja função principal seria facilitar o
processo de socialização da criança e a sua integração à sociedade.
5.
Ensino-aprendizagem através do brincar na infância
Na educação de modo geral, e
principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente veículo de
aprendizagem experiencial, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a
aprendizagem como processo social. A proposta do lúdico é promover uma
alfabetização significativa na prática educacional, é incorporar o
conhecimento através das características do conhecimento do mundo. O lúdico
promove o rendimento escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o
sentido. Assim, Goés (2008, p 37), afirma ainda que:
(...) a atividade lúdica,
o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorado, compreendidos e
encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os
professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no
desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos
sujeitos que estão inseridos nesse processo.
Contudo, compreender a relevância do
brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não
interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico proporciona. Portanto,
o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da
atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a
vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já favorece
este mesmo processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das
outras ocasiões. A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática
pedagógica, podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para
inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados
construtivos tanto para crianças como para os jovens.
Para Vygotsky (1998), o educador
poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de
forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações
problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto.
O lúdico pode ser utilizado como uma
estratégia de ensino e aprendizagem, assim o ato de brincar na escola sob a
perspectiva de Lima (2005) está relacionada ao professor que deve
apropriar-se de subsídios teóricos que consigam convencê-lo e sensibilizá-lo
sobre a importância dessa atividade para aprendizagem e para o desenvolvimento
da criança. Oliveira (1997, p. 57) acrescenta o fato que a:
Aprendizagem é o processo
pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores,
etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras
pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de
digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos processos de
maturação do organismo, independentes da informação do ambiente (a maturação
sexual, por exemplo). Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos
sócio-históricos, a ideia de aprendizado inclui a interdependência dos
indivíduos envolvidos no processo. (...) o conceito em Vygotsky tem um
significado mais abrangente, sempre envolvendo interação social.
Com isso, é possível entender que o
brincar auxilia a criança no processo de aprendizagem. Ele vai proporcionar
situações imaginárias em que ocorrerá no desenvolvimento cognitivo e
facilitando a interação com pessoas, as quais contribuirão para um acréscimo
de conhecimento.
A essas ideias associamos nossas
convicções sobre o brincar como prática pedagógica, sendo um recurso que pode
contribuir não só para o desenvolvimento infantil, como também para o
cultural. Brincar não é apenas ter um momento reservado para deixar a criança
à vontade em um espaço com ou sem brinquedos e sim um momento que podemos
ensinar e aprender muito com elas. A atividade lúdica permite que a criança
se prepare para a vida, entre o mundo físico e social. Observamos, deste modo
que a vida da criança gira em torno do brincar, é por essa razão que
pedagogos têm utilizado a brincadeira na educação, por ser uma peça
importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de construção
de conhecimento.
Finalizando Gonzaga (2009, p. 39),
aponta:
(...) a essência do bom
professor está na habilidade de planejar metas para aprendizagem das
crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das diferentes
linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez,
os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam
qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.
Importante para o desenvolvimento,
físico, intelectual e social, o jogo vem ampliando sua importância deixando
de ser um simples divertimento e tornando-se ponte entre a infância e a vida
adulta. Vygotsky (1998) afirma que o jogo infantil transforma a criança,
graças à imaginação, os objetivos produzidos socialmente. Assim, seu uso é
favorecido pelo contexto lúdico, oferecendo à criança a oportunidade de
utilizar a criatividade, o domínio de si, à firmação da personalidade, e o
imprevisível.
De acordo com Kishimoto (2002) o jogo
é considerado uma atividade lúdica que tem valor educacional, a utilização do
mesmo no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino
aprendizagem, o jogo é um impulso natural da criança funcionando, como um
grande motivador, é através do jogo obtém prazer e realiza um esforço
espontâneo e voluntário para atingir o objetivo, o jogo mobiliza esquemas
mentais, e estimula o pensamento, a ordenação de tempo e espaço, integra
várias dimensões da personalidade, afetiva, social, motora e cognitiva.
O desenvolvimento da criança e seu
consequente aprendizado ocorrem quando participa ativamente, seja discutindo
as regras do jogo, seja propondo soluções para resolvê-los. É de extrema
importância que o professor também participe e que proponha desafios em busca
de uma solução e de participação coletiva, o papel do educador neste caso
será de incentivador da atividade. A intervenção do professor é necessária e
conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além da interação social, ser
indispensável para o desenvolvimento do conhecimento.
De acordo com o Referencial Curricular
Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23, v.01):
Educar significa,
portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem
orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento
das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros
em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas
crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
Por isso o educador é a peça
fundamental nesse processo, devendo ser um elemento essencial. Educar não se
limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas ajudar a
criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade. É oferecer várias
ferramentas para que a pessoa possa escolher caminhos, aquele que for
compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias
adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o Referencial
Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30, v.01):
O professor é mediador entre
as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e
situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas,
emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos
prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento
humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se,
portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é
propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório
de experiências educativas e sociais variadas.
Educar é acima de tudo a inter-relação
entre os sentimentos, os afetos e a construção do conhecimento. Segundo este
processo educativo, a afetividade ganha destaque, pois acreditamos que a
interação afetiva ajuda mais a compreender e modificar o raciocínio do aluno.
E muitos educadores têm a concepção que se aprende através da repetição, não
tendo criatividade e nem vontade de tornar a aula mais alegre e interessante,
fazendo com que os alunos mantenham distantes, perdendo com isso a
afetividade e o carinho que são necessários para a educação.
A criança necessita de estabilidade
emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira
eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria com professor-aluno,
ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. E quando o educador dá
ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-se um
maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando.
Santos (2002) refere-se ao significado
da palavra ludicidade que vem do latim ludus e significa brincar. Onde
neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos, tendo
como função educativa do jogo o aperfeiçoamento da aprendizagem do indivíduo.
Assim, a ludicidade tem conquistado um
espaço na educação infantil. O brinquedo é a essência da infância e permite
um trabalho pedagógico que possibilita a produção de conhecimento da criança.
Ela estabelece com o brinquedo uma relação natural e consegue extravasar suas
angústias e entusiasmos, suas alegrias e tristezas, suas agressividades e
passividades.
Ainda Santos (2002, p. 12) relata
sobre a ludicidade como sendo:
“(...) uma necessidade do
ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O
desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento
pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para
um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação,
expressão e construção de conhecimento.”
Ao assumir a função lúdica e
educativa, a brincadeira propicia diversão, prazer, potencializa a exploração
e a construção do conhecimento. Brincar é uma experiência fundamental para
qualquer idade, principalmente para as crianças da Educação Infantil.
Dessa forma, a brincadeira já não deve
ser mais atividade utilizada pelo professor apenas para recrear as crianças,
mas como atividade em si mesma, que faça parte do plano de aula da escola.
Pois, de acordo com Vygotsky (1998) é no brinquedo que a criança aprende a
agir numa esfera cognitiva. Porque ela transfere para o mesmo sua imaginação
e, além disso, cria seu imaginário do mundo de faz de conta.
Portanto, cabe ao educador criar um
ambiente que reúna os elementos de motivação para as crianças. Criar
atividades que proporcionam conceitos que preparam para a leitura, para os
números, conceitos de lógica que envolve classificação, ordenação, dentre
outros. Motivar os alunos a trabalhar em equipe na resolução de problemas,
aprendendo assim expressar seus próprios pontos de vista em relação ao outro.
Oliveira (1997, p. 61) afirma que:
A implicação dessa
concepção de Vygotsky para o ensino escolar é imediata. Se o aprendizado
impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um papel essencial na
construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em sociedades
escolarizadas. Mas o desempenho desse papel só se dará adequadamente quando,
conhecendo o nível de desenvolvimento dos alunos, a escola dirigir o ensino
não para as etapas de desenvolvimento ainda não incorporados pelos alunos,
funcionando realmente como um motor de novas conquistas psicológicas. Para a
criança que frequenta a escola, o aprendizado escolar é elemento central no
seu desenvolvimento.
O processo de ensino e aprendizagem na
escola deve ser construído, então, tomando como ponto de partida o nível de
desenvolvimento real da criança, num dado momento e com sua relação a um
determinado conteúdo a ser desenvolvido, e como ponto de chegada os objetivos
estabelecidos pela escola, supostamente adequados à faixa etária e ao nível
de conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças. O percurso a ser
seguido nesse processo estará demarcado pelas possibilidades das crianças,
isto é, pelo seu nível de desenvolvimento potencial.
Enfim, estar ao lado do aluno,
acompanhando seu desenvolvimento, para levantar problemas que o leve a
formular hipóteses. Brinquedos adequados para idade, com objetivo de
proporcionar o desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimentos em
todos os aspectos.
A partir da leitura desses autores
podemos verificar que a ludicidade, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos
são meios que a criança utiliza para se relacionar com o ambiente físico e
social de onde vive, despertando sua curiosidade e ampliando seus
conhecimentos e suas habilidades, nos aspectos físico, social, cultural,
afetivo, emocional e cognitivo, e assim, temos os
fundamentos teóricos para
deduzirmos a importância que deve ser dada à experiência da educação
infantil.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de pesquisa bibliográfica
vemos que a criança aprende enquanto brinca. De alguma forma a brincadeira se
faz presente e acrescenta elementos indispensáveis ao relacionamento com outras
pessoas. Assim, a criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma
relação natural e consegue extravasar suas tristezas e alegrias, angústias,
entusiasmos, passividades e agressividades, é por meio da brincadeira que a
criança envolve-se no jogo e partilha com o outro, se conhece e conhece o
outro.
Além da interação, que a brincadeira,
o brinquedo e o jogo proporcionam, são fundamentais como mecanismo para
desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e
habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e jogando a
criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua
futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de
concentrar-se, dentre outras habilidades. Nessa perspectiva, as brincadeiras,
os brinquedos e os jogos vêm contribuir significativamente para o importante
desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do aluno.
Vemos que a ludicidade é uma
necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na infância,
na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo
de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é
construído pelas relações interpessoais e trocas recíprocas que se
estabelecem durante toda a formação integral da criança.
Portanto, a introdução de jogos e
atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido à
influencia que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão
envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo
de ensino e aprendizagem.
Conclui-se que o aspecto lúdico
voltado para as crianças facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral
nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, desenvolve
o indivíduo como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o
lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e
na aprendizagem da criança.
http://monografias.brasilescola.com/educacao/a-importancia-brincar-na-educacao-infantil.htm
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O COTIDIANO ESCOLAR
Educar com qualidade e para a vida é o grande desafio da sociedade do
século XXI. Em uma sociedade estratificada, a educação surge como um divisor
de águas, na busca pela redução das desigualdades sociais e culturais
existentes.
A excelência educacional é conquistada por meio de um processo que
contempla: um ensino cognitivo de qualidade, com professores bem remunerados,
bem qualificados, espaço físico apropriado, o apoio dos familiares dos
educandos ao processo de ensino-aprendizagem, o envolvimento dos alunos nas
atividades curriculares e extracurriculares, dentre outros aspectos.
De acordo com, Fernando Haddad, ministro da educação o Brasil pretende
alcançar uma educação de qualidade com o seguinte propósito:
"Melhorar a qualidade do ensino público é hoje reconhecida
prioridade da nação. Para traduzir esse consenso em ação, colaboramos em duas
iniciativas. A primeira é a construção de uma rede de escolas médias
federais, com dimensão técnica e profissional. A segunda é proposta para
reconciliar a gestão das escolas pelos Estados e municípios com padrões
nacionais de investimento e qualidade."
Um das grandes metas dos educadores engajados no processo educacional
e da sociedade organizada é melhorar a qualidade de ensino ofertado na rede
pública seja ela: municipal, estadual ou federal.
Desenvolver uma educação de qualidade significa além de preparar os
alunos nos conhecimentos científicos sistematizados, prepará-los para a vida
para que atuem como cidadãos críticos que sejam capazes de interferir na
realidade circundante em que vivem. De acordo com José Manuel Moran a
excelência na educação deve contemplar: "Uma educação de qualidade tem
como foco, além do ensinar, ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e
ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade."
Essa busca pela qualidade educacional é um processo que não está só
nas unidades escolares, ele envolve a comunidade do bairro onde a Escola está
situada, a comunidade onde o educando reside, o seu núcleo familiar, os profissionais
que atuam diretamente com os educandos (professores, técnicos e apoio
administrativo e pedagógico) os profissionais das Secretárias de Educação
estadual e municipal, os órgãos federais educacionais, bem como as entidades
sem fins lucrativos.
Um país com uma educação de qualidade que tem como foco a autonomia
dos seres envolvidos no processo é um país propício a ter um grande
desenvolvimento nos seus diferentes setores tais como: político, econômico,
científico, cultural, etc.
A sociedade moderna é complexa e, no campo do conhecimento,
vivenciamos um processo dinâmico e sem volta. Nesse contexto, o processo de
aprendizagem tornou-se igualmente complexo, intenso, vasto, além de contínuo.
Para atender a uma sociedade dinâmica é necessário instituições de ensino que
vivenciem no seu cotidiano práticas inovadoras e que formem os seus alunos
para o pleno exercício da cidadania.
As transformações que veem permeando a sociedade nas últimas décadas
geram a necessidade de adaptação aos novos desafios impostos principalmente
pelos avanços tecnológicos. A rapidez destas mudanças provoca aflição
naqueles que estão envolvidos no processo educacional, pois não há formas
mirabolantes, pelo menos a curto prazo, de acompanhar os processos de
evolução social que muitas vezes atropelam as propostas de ensino. Para
solucionar este impasse Cássio Rodrigues e Ana Cláudia de Souza no artigo:
Por um Ensino Efetivo e Estratégico da Linguagem sugerem que uma solução
intermediária para esta situação seria: "(...) promover, na esfera
educacional, o desenvolvimento de estratégias especificas para lidar com as
demandas da vida moderna."
Para ocorrer uma efetiva melhora na qualidade da educação brasileira é
necessário o envolvimento de todos os segmentos envolvidos no processo educacional.
Desta forma os pais, a comunidade organizada, os professores, os funcionários
administrativos, os gestores educacionais, os alunos e o poder público devem
estabelecer, de forma coletiva, as metas a serem alcançadas estabelecendo as
prioridades, a forma como serão executadas e avaliadas.
É importante salientar que para este processo ser significativo e
produzir o resultado esperado alguns pontos devem ser observados pela equipe.
Sendo assim, para que uma Escola venha ter um bom funcionamento e consequentemente
oferte uma educação inovadora e de qualidade ela deve contemplar em seu plano
de metas e ações aspectos como: realização de ações a longo, médio e curto
prazo, de forma a atender as necessidades da comunidade escolar, planejamento
e trabalho em equipe entre os participantes do processo de
ensino-aprendizagem, transparência e clareza nas decisões e ações, qualidade
do pessoal, respeito à cultura local da comunidade onde a Escola está
inserida.
O grupo familiar é o grande pilar de sustentação de qualquer ser
humano. Desta forma, a Escola deve buscar a participação da comunidade,
conquistando as famílias para participarem, apoiarem e colaborarem com as
ações desenvolvidas pela escola e que influenciam na aprendizagem de seus
filhos.
|
O
Professor como Mediador no Processo Ensino Aprendizagem
O mundo está mudando e isso está
ocorrendo a uma velocidade sem precedentes na evolução histórica da
humanidade. A globalização, o surgimento de novas tecnologias, como o avanço
das telecomunicações e da informática, contribuem para que ocorra mudanças, também,
na Educação. A interação professor - aluno vem se tornando muito mais
dinâmica nos últimos anos.
O professor tem deixado de ser um
mero transmissor de conhecimentos para ser mais um orientador, um estimulador
de todos os processos que levam os alunos a construírem seus conceitos,
valores, atitudes e habilidades que lhes permitam crescer como pessoas, como
cidadãos e futuros trabalhadores, desempenhando uma influência
verdadeiramente construtiva.
A Educação deve não apenas formar
trabalhadores para as exigências do mercado de trabalho, mas cidadãos
críticos capazes de transformar um mercado de exploração em um mercado que
valorize uma mercadoria cada vez mais importante: o conhecimento. Dentro
deste contexto, é imprescindível proporcionar aos educandos uma compreensão
racional do mundo que o cerca, levando-os a um posicionamento de vida isento
de preconceitos ou superstições e a uma postura mais adequada em relação a
sua participação como indivíduo na sociedade em que vive e do ambiente que
ocupa.
O desafio de contribuir com a
educação do jovem e do cidadão, num momento de mudanças e incertezas e a
necessidade de resgatar valores tão importantes condizentes com a sociedade
contemporânea leva o professor a entender que deverá exercer um novo papel,
de acordo com os princípios de ensino-aprendizagem adotados, como saber lidar
com os erros, estimular a aprendizagem, ajudar os alunos a se organizarem,
educar através do ensino, entre outros.
O aluno precisa adquirir
habilidades como fazer consultas em livros, entender o que lê, tomar notas,
fazer síntese, redigir conclusões, interpretar gráficos e dados, realizar
experiências e discutir os resultados obtidos e, ainda, usar instrumentos de
medida quando necessário, bem como compreender as relações que existem entre
os problemas atuais e o desenvolvimento científico. Isso só será possível, a
partir do momento que o professor assumir o seu papel de mediador do processo
ensino-aprendizagem, favorecendo a postura reflexiva e investigativa. Desta
maneira ele irá colaborar para a construção da autonomia de pensamento e de
ação, ampliando a possibilidade de participação social e desenvolvimento
mental, capacitando os alunos a exercerem o seu papel de cidadão do mundo.
O modo de entender e agir que nos
possibilita não nos deixarmos abater pela adversidade e, até mesmo, de
utilizá-la para crescer. Uma das causas do fracasso do ensino é que
tradicionalmente, a prática mais comum era aquela em que o professor
apresentava o conteúdo partindo de definições, exemplos, demonstração de
propriedades, seguidos de exercícios de aprendizagem, fixação e aplicação,
pressupondo-se que o aluno aprendia pela reprodução. Considerava-se que uma
reprodução correta era evidência de que ocorrera a aprendizagem. Essa prática
mostrou-se ineficaz, pois a reprodução correta poderia ser apenas uma simples
indicação de que o aluno aprendeu a reproduzir, mas não aprendeu o conteúdo.
É necessário saber para ensinar. O professor deve se mostrar competente na
sua área de atuação, demonstrando domínio na ciência que se propõe a
lecionar, pois do contrário, irá apenas "despejar" os conteúdos
"decorados" sobre os alunos, sem lhes dar oportunidade de
questionamentos e criticidade.
Adequar a metodologia e os recursos
audiovisuais de forma que haja a comunicação com os alunos, é também, uma
forma de fazer da aula um momento propício à aprendizagem.
É importantíssimo que o professor
tenha, também, competência humana, para que possa valorizar e estimular os
alunos, a cada momento do processo ensino-aprendizagem. A motivação é
imprescindível para o desenvolvimento do indivíduo, pois bons resultados de
aprendizagem só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um
ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever,
perguntar e ampliar ideias.
Dentro das competências:
científica, técnica, humana e política desenvolvidas pelo professor, é
essencial propiciar aos alunos condições para o desenvolvimento da capacidade
de pensar crítica e logicamente, fornecendo-lhes meios para a resolução dos
problemas inerentes aos conteúdos trabalhados interligados ao seu cotidiano,
fazendo com que ele compreenda que o estudo é mais do que mera memorização de
conceitos e termos científicos transmitidos pelo professor ou encontrados em
livros.
É um trabalho em que raciocínio e
criatividade são recompensados.
É indispensável dar mais ênfase à
aprendizagem do que aos programas e provas como é prática comum em nossas
escolas, pois no processo de ensino e aprendizagem, conceitos, ideias e
métodos devem ser abordados mediante a exploração de problemas, desenvolvendo
competências para a interpretação e resolução dos mesmos. E esta resolução
não é um exercício em que o aluno aplica, de forma quase mecânica, uma
fórmula ou um processo operatório, mas uma orientação para a aprendizagem,
pois proporciona o contexto em que se pode aprender conceitos, procedimentos
e atitudes. Para que ocorram essas transformações, tão necessárias, é preciso
que o professor demonstre profissionalismo, ética e, acima de tudo, compromisso
com o sucesso dos alunos. O compromisso de conduzi-los ao aprendizado. É o
desafio para todos os que estão envolvidos em Educação.
__________
Elenir Souza Santos
Revista Gestão Universitária, Edição 40
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Roteiro básico para Plano de Aula
|
(Cada
aula obedecerá a um plano específico) I. Plano de Aula: Data:
|
II. Dados de
Identificação:
Escola:
Professor (a):
Professor (a) estagiário
(a):
Disciplina:
Série:
Turma:
Período:
|
III. Tema:
- o tema específico a ser
desenvolvido nesta aula
- conceito fundamental:
referência sucinta de base historiográfica que sustenta o tema
|
IV. Objetivos: a
serem alcançados pelos alunos e não pelo estagiário; objetos da avaliação
(item VIII);
Objetivo geral:
projeta resultado geral relativo a execução de conteúdos e procedimentos
Objetivos específicos:
especificam resultados esperados observáveis (geralmente de 3 a 4).
OBS.: começa-se sempre com
verbos indicativos de habilidades como, por exemplo:
Em nível de conhecimento –
associar, comparar, contrastar, definir, descrever, diferenciar, distinguir, identificar,
indicar, listar, nomear, parafrasear, reconhecer, repetir, redefinir,
revisar, mostrar, constatar, sumariar, contar;
Em nível de aplicação –
calcular, demonstrar, tirar ou extrair, empregar, estimar, dar um exemplo,
ilustrar, localizar, medir, operar, desempenhar, prescrever, registrar,
montar, esboçar, solucionar, traçar, usar;
Em nível de solução de
problemas – advogar, desafiar, escolher, compor,
concluir, construir, criar, criticar, debater, decidir, defender, derivar,
desenhar, formular, inferir, julgar, organizar, propor, ordenar ou
classificar, recomendar.
|
V. Conteúdo: conteúdos
programados para a aula organizados em tópicos (de 4 a 8)
|
VI. Desenvolvimento do
tema: descrição da abordagem teórica e prática do
tema
|
VII. Recursos didáticos:
(quadro, giz, retro-projetor, etc.) e fontes
histórico-escolares (filme, música, quadrinhos, etc.)
|
VIII. Avaliação: pode
ser realizada com diferentes propósitos (diagnóstica, formativa e somativa).
Discriminar, com base nos objetivos estabelecidos para a aula:
- atividades (ex:
respostas às perguntas-problema ao final da aula, discussão de roteiro,
compreensão de gravuras, trabalho com documentos, etc.)
- critérios adotados para
correção das atividades.
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XIX. Bibliografia:
indicar toda a bibliografia consultada para o planejamento da aula
dividindo-a entre básica e complementar
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